Atados pelo destino
Fanfiction – Sion Neblina
Angst – yaoi
Disclaimer: Os direitos de Saint Seiya, Saint Seiya Episódio G e de todos os seus personagens pertencem a Toei Animation e Masami Kurumada. Esse texto não possui fins lucrativos, foi feito de fã para fã.
Nota de abertura: Essa fic se passa antes, durante e depois da Saga de Hades, sendo que coloquei como se houvesse decorrido tempo entre as sagas. Não serei fiel aos acontecimentos, contudo prometo não criar nada muito fantasioso nos acontecimentos que serão próprios do anime e mangá. Outra coisa, a fic será centrada em IKKI e Shaka (que todos sabem ser meu casal preferido) e terá participação também de Aldebaran e Mu. Todos sabem que gosto do Mu com o Aiolia, mas resolvi inovar e não aceito "patrulhamento" quanto a isso, leia se a história agradar, não aceito reclamações sobre meus casais.
Atenção: Pode conter spoolers de todas as sagas, inclusive episódio G. Esse texto também poderá conter descrição ou insinuação de sexo, além de violência. Leitura recomendada para maiores de 18 anos. No mais, boa leitura.
Prólogo
"... Quando não tiver mais nada, nem chão nem estrada, escudo ou espada, sua consciência acordará..."
Era o fim. As casas zodiacais não passavam de ruínas. Os cavaleiros sobreviventes e suas armaduras estavam destroçados, não só o corpo como também a alma.
A deusa andava lentamente entre os escombros, ainda vacilante. Tentava entender o motivo de tanta dor; tanto sofrimento em vidas já tão cansadas por batalhas; eternas batalhas; sacrifício da própria vida para salvar um mundo, muitas vezes, cruel.
Os cavaleiros de ouro estavam mortos e ela sentiu a dor de cada um deles, a tristeza e a resignação antes do fim. Ela, a encarnação de uma deusa, nada poderia faze, além de recomeçar; juntar os pedaços do que sobrara e tentar... tentar prosseguir.
Alguns servos se acercaram dela que imponentemente ministrou-lhe uma ordem:
- Ajude-os a chegar ao grande templo, logo vou curá-los de suas feridas.
Os cavaleiros de bronze foram levados pela escadaria. Os corpos debilitados e exaustos precisavam descansar urgentemente. Porém, um deles permanecia imóvel. O mais poderoso deles. Seus olhos não se afastavam do amontoado de pedras que se tornou às doze casas; seus olhos estão marejados, embora ele crispe o rosto para evitar que lágrimas se derramem, e de seus lábios saem um murmúrio...
Shaka...
Quando dois mundos colidem
I Parte
— Como juntar dois coracões em trevas? Como fazer com que uma dor tão profunda ao final cure ambos os corações?
— Bem, ferido dessa forma, ele nunca conseguirá completar a sua importante missão, sem ele toda a humanidade poderá se perder.
— E quanto ao outro, por quê?
— Sabeis que há deuses no além mar. Bem, deixe-me contar uma história. Nessa terra estranha de deuses bárbaros há uma lenda que diz: há cada cinco mil anos, um dos formadores da trindade desce a terra em um corpo mortal e que sua missão é redimir a humanidade. Seu corpo etéreo desde sobre uma ave mitologica que o guia ao seu caminho...
— O que quer dizer com isso?
— Esse avatar no momento está entre nós, então é nossa obrigação mantê-lo ao mesmo tempo sobre controle em sua forma mortal e também o conduzir ao seu caminho. Caminho que está ligado ao seu protetor mitológico.
— Explique...
— Um coracão quebrado não consegue enxergar com os olhos da alma, somente quando a cura da dor chegar a ele, o Deus entenderá a verdade dentro de sua mortalidade.
— Ambos estão feridos demais e o tempo é nosso inimigo.
— Sim, o tempo e os ardis de outros deuses...
— Ardis?
— O Deus hindu é a representação da suprema forma de beleza...
— Compreendo, mas o que poderemos fazer a esse respeito?
— Nada. Observar, somente eles poderão decidir seus destinos, sabeis que o destino dos mortais assim como os nossos próprios estão nas mãos das primordiais.
— São crianças...
— Crianças ligadas por missão cármica. É obrigacão de cada um descobrir o próprio caminho e a própria verdade. Infelizmente, forças tentarão impedir que isso aconteça até a próxima guerra santa.
— Ficaremos parados esperando que eles decidam os caminhos dessas crianças? Por mais que haja uma missão cármica, eles são só humanos.
— A missão deles nessa vida é resgatar um ao outro somente. Seus destinos já foram tecidos pelas Moiras. Vishnu e a Garunda...
— Vshnu e a Garunda?
— O Deus e o pássaro mitológico que o guia, e de uma forma ou outra, essa representação arquétipa é a mesma de nossa mitológica Fênix.
— Fênix, destino?
— Missão...
— Os ventos do destino começaram a soprar...
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Um farrapo! Shaka pensava enquanto levava o rapaz ensangüentado para a "fonte de Athena" o pequeno e secreto templo de cura do santuário. No momento, cuidar daquele adolescente era sua função, já que, em outros cantos do santuário havia mais coisas a se fazer. As cinco camas estavam dispostas e os demais deitaram os meninos nelas. Ele, porém, permanecia com aquele garoto no colo, olhando-lhe o rosto ensangüentado e quase desacordado.
— Cuide deles... — Milo pediu ao passar pelo loiro e Shaka por um momento mirou seus olhos esverdeados. Mesmo tendo os seus fechados, podia captar as vibrações lúgubres do olhar do escorpião... E que olhar. A dor era notória em todos; mas em seu olhar havia uma dor maior; não a dor da traição, não a dor do sagrado sangue derramado... Havia a dor infinita, a dor que não se apagaria nem com mil anos de existência.
Shaka apenas assentiu com a cabeça enquanto as quatro armaduras douradas remanescentes desfilavam para fora do quarto. Ele mirou novamente o jovem em seus braços antes de colocá-lo na cama. Jovem e impetuoso; quais sonhos teriam uma alma assim?
Nesse momento as servas entraram levando bacias com água mornas, lençóis e toalhas. O sagrado cavaleiro de ouro fez questão de limpar os ferimentos daquele menino; o rosto, os cortes nos braços, enquanto livrava-o das roupas rasgadas, expondo o corpo que não tinha nada mais de juvenil.
—"Que vida a nossa, Ikki de Fênix!" — falava enquanto cuidava do rapaz — " Desde cedo preso a um treinamento desumano, a uma rigidez espartana e mesmo assim, ainda conseguimos sair aos pedaços das batalhas!"
Ikki abriu os olhos ao ouvir a voz levemente irritada, mesmo assim suave, de Shaka de Virgem, o mais cruel e letal adversário que já tivera e que, agora, limpava suas feridas.
—"Anjo..."— ele murmurou e Shaka parou de esfregar a toalha molhada em seu peito.
—"Não criança, eu não sou um anjo, se fosse, com certeza, seria melhor pra você. Ao menos, estaria longe dessa vida tão cruel..." – respondeu voltando ao que fazia e tentando não dar atenção as palavras de um moribundo; ele delirava com certeza.
—"Shaka..." — ele balbuciou novamente.
— "Ah, Zeus, o que faço para calar a boca dessa criança?" — pensou o indiano irritado. O virginiano não estava feliz e possuía pouca paciência naquele momento. Havia velórios para ir, orações a fazer e mais doentes para cuidar. Não queria de forma alguma ouvir algo que o perturbasse. Aquele garoto já o perturbara demais durante aquela batalha inútil e não deixaria que ele fizesse o mesmo agora.
—"Anjo... o anjo da ilha da Rainha da Morte..."
Ele ouviu o rapaz murmurar novamente e suspirou.
—"Então você é capaz de se recordar do nosso primeiro encontro?" — falou sem dar muita atenção — "Porém, posso lhe garantir que não sou um anjo e que no máximo estamos em Asura*¹ e não no paraíso..."
O rapaz não falou mais nada, na certa desmaiara, e Shaka agradeceu, porque assim poderia terminar de tratar seus ferimentos em paz. Observou as servas que cuidavam dos outros cavaleiros de bronze, e soltou uma exclamação de irritação.
"Por que só eu estou aqui?" Perguntou-se e preferiu não pensar na resposta. Deixou o rapaz sobre a cama e começou a caminhar em direção ao seu templo, contudo, cosmos no templo de aquário chamaram sua atenção e ele foi checar o que acontecia. Os outros cavaleiros de ouro estavam ali e observavam o escorpião de joelhos ao lado do corpo do francês.
Aproximou-se, percebendo que Milo tremia e fazia um grande esforça para controlar-se.
— Cavaleiros... — disse Shaka irritado com a invasão da privacidade de Milo; aquele com certeza era um momento dele e de mais ninguém. – Há mais companheiros para que providenciemos os velórios. Deixem o corpo de Aquário aos cuidados do Escorpião e cada um de vocês, escolham um corpo para cuidar. Temos muitos.
— E você, Shaka de virgem, qual corpo escolherá para cuidar? — perguntou Mu com certa ironia o que não passou despercebido ao indiano. Sentia-se humilhado e não queria mirar o ariano. Pedir ajuda a ele para sair de outra dimensão foi a pior das ofensas próprias cometidas e ainda não possuía uma resposta coerente que explicasse para si mesmo porque fez aquilo. Ainda recordava-se do deboche na voz do tibetano:
"... Shaka de Virgem, sei que pode fazer isso sozinho..." Ele ainda corava de irritação ao se recordar daquela frase, entretanto, não era o momento de iniciar uma desavença, possuíam corpos para enterrar. Pensando assim, virou-se e encarou o cavaleiro de Áries, com todo o seu ar de superioridade.
— Cuidarei de Saga...
— Já imaginava. — Mu tentou não demonstrar ironia, mas naquele momento não foi possível. Viu quando o loiro indiano corou, mas nada respondeu, saiu do templo de escorpião esvoaçando sua capa. Os outros três cavaleiros resolveram fazer o mesmo e deixar Milo com sua dor, já que o escorpiano odiaria se alguém visse suas lágrimas.
Eles poderiam deixar o cuidado dos mortos com os servos. Mas, achavam que deveriam, ao menos, conceder essa honra aos companheiros mortos. A honra de serem preparados para a passagem pelo Aqueronte, por outro santo de ouro.
Mu resolveu cuidar do corpo de Shura, recuperado pela deusa antes que se tornasse pó de estrelas. Aldebaran foi para a casa de câncer e Aiolia para a de peixes. Apesar das atitudes indignas, mesmo esses dois últimos eram santos cavaleiros de ouro e mereciam um enterro digno.
Shaka voltou ao décimo terceiro templo e viu o corpo de Saga caído. Mirou-lhe o rosto que ele há tanto não via.
—"Ah, Saga, por que..." — resolveu não continuar a frase, o pegou do chão. Levá-lo-ia para a casa de gêmeos, para prepará-lo para o velório. Aquele era o templo do grande mestre e ele já não era; ele nunca foi.
Lavou o corpo do geminiano e o vestiu para o sepultamento, não se esquecendo de juntar os seus pertences pessoais para que fosse enterrado com ele, como mandava a tradição grega, coisa que ele nunca se importou. Olhou longamente o rosto de Saga, ele parecia tranqüilo, aliás, nunca o vira sem aquela expressão tranqüila, mesmo quando o chamava para repreendê-lo na época de infância...
—"Shaka, venha comigo..."
—"Sim, Saga..."
—"O Aiolia me disse que você o ofendeu, isso é verdade?"
—"Não, Saga, eu o chamei de Neanderthal e ele não sabe o que é, pois nunca presta atenção as aulas..."
Lembrava-se que o geminiano sempre acabava rindo e o livrando do castigo. Castigo, como? Ele nunca fazia nada de errado, era a própria visão da disciplina e controle, coisa que não era rara levando em conta a educação espartana que recebiam, mas mesmo assim, ele conseguia ser o mais controlado de todos.
— "Saga, você não deveria ter esse fim..." — murmurou, terminando de aprontar o cavaleiro e deixando sua casa para se certificar se os demais já estavam prontos.
Cruzou com Milo que descia para a casa de escorpião. Sua expressão era firme e fechada, mas sua alma estava dilacerada, era evidente. Então o que todos comentavam era real? Havia romances secretos, militarmente camuflados nas ruínas daquele santuário.
"Por Buda, como são tolos! Deixarem-se capturar por esse sentimento, sabendo qual o fim que nos aguarda..." Pensou e seus pensamentos soaram amargos e hipócritas. Quando se tornara tão cínico?
Sim. Lembrava-se quando se tornara cínico assim, amargo e descrente em qualquer tipo de sentimento. Lembrava-se quando perdera toda e qualquer esperança e inocência. Não poderia negar que estava abalado, e os outros sabiam o motivo, mas ao contrário do que imaginou, nenhum sentimento se apossou dele. Estava num estado em que nenhuma dor ou alegria seriam capazes de habitar seu coração.Não conseguia sentir nada naquele momento, por mais que se perguntasse o motivo. Não deveria sentir, era um cavaleiro e, como tal, vivia para as batalhas e era somente para elas que deveria dedicar toda sua existência.
Respirou profundamente antes de prosseguir para o templo de peixes. As rosas finais de Afrodite cheiravam a morte. O pisciano estava deitado na cama e usava uma roupa fina de cambraia branca. Tão belo, tornou-se tão egocêntrico no final e devia aquilo toda sua desgraça. Já haviam sido amigos... Foram? Não, uma relação infantil e cheia de intrigas. Não, Afrodite nunca fora amigo de ninguém, muito menos dele de quem sempre possuíra um ciúme injustificável, ou justificável?
—"Saga..." — murmurou Shaka e balançou a cabeça querendo que aquela noite pavorosa acabasse logo.
Sentimentos... sempre eles. Pensava Shaka ao se lembrar das cenas que vira há poucos instantes; o forte e orgulhoso escorpiano debruçado sobre o corpo inerte do homem que amava; e até mesmo a deusa, em lágrimas, apertando contra o peito e repetindo sem parar o nome daquele cavaleiro de bronze.
Não soube por que, mas se viu voltando à fonte de Athena, onde os cavaleiros de bronze recebiam cuidados médicos. Parou na entrada do pequeno templo, observando-o. Era um lugar místico onde, dizia-se, que seu ar era capaz de anestesiar a pele e as águas da fonte curariam a mais letal das feridas. Bem, ele nunca precisara dela, nem mesmo na infância quando os treinamentos no santuário eram cruéis e, muitas vezes, crianças recebiam feridas de morte.
Entrou no templo novamente e olhou o cavaleiro de Fênix que ainda estava inconsciente. O rosto dele mudara muito desde a última vez que o vira na ilha da rainha da morte. Era um menino; agora homem, mesmo assim, nunca o esquecera, por quê?
Afastou-se do rapaz, perturbado e se sentou perto das colunas do templo. Sua armadura tilintou contra o mármore frio e Shaka resignou-se, lembrando-se de um passado não tão distante...
—"Saga? Saga, onde você está?" — o hindu procurava o cavaleiro mais velho entre as colunas do pequeno templo – "Saga..."
Não terminou a frase, quase soltou uma exclamação de susto quando o cavaleiro de gêmeos pulou a sua frente, para assustá-lo propositalmente.
—"Ah, cavaleiros não devem ocultar seus cosmos!" — reclamou — "O mestre quer nos ver, não entendo porque você vem tanto a esse templo!"
—"Venho aqui, porque você sempre vem me procurar e é a única chance que tenho de ficar a sós com você, virgem..."
Shaka ruborizou e baixou a cabeça.
—"Cavaleiro, por favor, essa conversa novamente?" — falou tentando disfarçar o meio sorriso encabulado – "Já disse e você sabe muito mais que eu, nossas vidas nos proíbe tal ato..."
—" Não, você se proíbe, soube inclusive que nenhum Erastes*² o iniciou, Shaka, por quê?" — Saga perguntou mirando o rosto ruborizado do mais jovem.
—"Porque não achei necessário para o meu treinamento. Não sou grego e meu mestre é Buda, não há como, eu não preciso disso, estou à cima disso e..."
—"Por isso os outros garotos não gostam de você! Esse seu ar de superioridade é mesmo irritante..." —– riu Saga, mas ele sabia que todo o ar de superioridade do garoto loiro se perdia perto dele.
O geminiano se aproximou e tocou-lhe o rosto com carinho. Shaka baixou a cabeça, mas não repeliu o toque, deixou que ele brincasse com seu rosto. Queixo, nariz e lábios...
—"Eu fui seu mestre também, posso, se você quiser..."
—"Não." — retorquiu, e se afastou ainda mais constrangido. Saga deixou escapar um sorriso compreensivo e aproximou-se dele, segurando-lhe a mão.
—-"Nunca faria nada contra sua vontade, cavaleiro. Sei que apesar de todo treinamento e de possuir um dos mais poderosos cosmos que já conheci, não passas ainda de uma criança. Esperarei até que queira..."
—"Eu não quero isso, nunca vou querer..." — disse Shaka no passado.
—"Nunca..." — repetiu Shaka no presente, se levantando de onde estava e voltando para as doze casas. Tentando evitar as lágrimas que insistiam em cair, apôs a descoberta de tudo.
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Na manhã do dia seguinte, uma onda de vozes rompia o silêncio e sacudia o Santuário. Era o clamor que todos alçavam para saudar Athena e celebrar sua chegada. Devido à conspiração de Saga de Gêmeos, sua figura estivara envolta em um véu de mistério e, inclusive, alguns duvidaram de sua existência. Mas, agora, a mesma deusa se mostrava perante eles em toda sua formosura e nobreza. Todos os habitantes do Santuário se regozijavam do resultado da batalha e da vitória da justiça. Rezavam e confiavam que de agora em diante a paz duraria para sempre*³
Shaka e os outros cavaleiros de ouro pareciam indiferentes a comemoração do santuário. Cada um por seu próprio motivo. Noite anterior fora o funeral dos cavaleiros mortos e por toda noite se ouviu os gemidos de dor de Milo. Talvez ninguém mais ouvisse além deles, mas eles ouviam e sentiam a dor do companheiro que agora, permanecia ao lado dos demais; sério, altivo, todavia, sabiam, envergonhado por não conseguir conter a tristeza e transformá-la em gemidos. Sim, mesmo que fracos gemidos de dor eram motivos de vergonha para os santos de ouro.
Passada-se a comemoração de retorno da deusa, a mesma seguiu para o templo da fonte de Athena para verificar como andava a saúde de seus cavaleiros de bronze. Os dourados voltaram para suas casas e com Shaka não foi diferente. Retirou sua armadura e vestiu uma bata e uma calça de cambraia branca; foi para o jardim, mas não conseguia meditar; seus pensamentos vagavam pelo passado...
—"Para, Aiolia!" — gritou o menino loiro recém-chegado da Índia — "Que coisa feia! Não implica!"
— "Ah, vocês parecem duas meninas com esses cabelos longos!" — Aiolia caçoava de Mu e de Shaka.
Os meninos estrangeiros cruzaram os braços e fizeram careta para o outro de cabelos loiros*4 e pele queimada de sol.
— Não liguem pra ele, ele tem inveja de vocês, porque é feio! — falou outro menino também de cabelos longos e loiros, mas cacheados. Era bonito, muito bonito — Shaka reparou — E possuía um sorriso tão encantador quanto feroz.
— Não se mete, Milo! — falou Aiolia se pondo em guarda.
— Eu me meto se eu quiser! — disse o escorpiano se pondo na frente dos dois e não demorou para as duas crianças gregas começarem a trocar socos e pontapés, rolando pelo chão como dois cachorros.
Shaka e Mu tentavam apartá-los, mas era impossível. E então ele apareceu. Os olhos do menino hindu se prenderam na figura imponente vestida na armadura de ouro. Seus cabelos lisos e azulados balançavam a brisa do Egeu assim como sua capa branca. Ele se aproximava sem pressa e aos poucos, o menino loiro ia lhe descobrindo as feições sérias, mas que ainda mostrava algo de juvenil e inocente.
— Milo, Aiolia parem! — sua voz grave exprimiu a ordem e ele não precisou falar novamente. Os dois garotos se afastaram limpando o sangue dos rostos cortados.
As quatro crianças se encolheram perante o cavaleiro de ouro.
— Isso não é atitude digna de futuros cavaleiros! — continuou ele — Aiolia, o que seu irmão pensaria disso?
O loiro baixou a cabeça, envergonhado.
— Perdão, Saga...
— Que isso não se repita, se querem brigar vão pra a arena! — disse o mais velho e virou-se para os dois estrangeiros. Sua expressão rígida transformou-se em amável – Vocês são os garotos que vieram do oriente?
— Sim, senhor...
— E como vocês se chamam?
— Eu sou o Mu...
— E eu sou o Shaka...
— Shaka e Mu sejam bem vindos à Grécia, advirto que a rotina do santuário não é fácil. Melhor que se preparem. – ele disse e saiu andando, se afastando dos garotos. Shaka ficou com o olhar perdido enquanto o via desaparecer, quando voltou à realidade, os três rostos infantis o miravam com divertimento.
— Apaixonou-se! — gargalhou Milo, seguido de Aiolia. Mu mesmo sem querer deixou escapar um risinho que irritou o novo amigo.
— Parem com isso, é mentira! — gritou o indiano corando. Mas crianças não perdoam e ele foi perturbado pelo resto da infância com aquela insinuação. Sempre que Saga aparecia perto dos aspirantes, as piadinhas se repetiam o que o levava muitas vezes a se esconder e chorar. Era verdade. Amava-o, apaixonara-se a primeira vista, mas os outros não precisavam fazer alarde daquilo; não era necessário magoá-lo, por que as crianças são tão cruéis?
Depois de algumas semanas no santuário, foi comunicado aos aprendizes quem seriam seus mestres, paidónomo,*5 como mandava a tradição grega. Ele, por ser Hindu e já vir de uma rígido treinamento na índia, não possuía essa necessidade. Mesmo assim, Saga se ofereceu para cuidar do menino loiro, o que acelerou seu coração, mas também o amendrontou. As condições de treinamentos para os aspirantes eram cruéis; como em Esparta, eles não possuiam nenhum direito e poderiam ser maltratado por quem quer que fosse, entretanto, no caso de Shaka, isso não acontecera, ele já chegara ao santuário com o emblema de iluminado, Deus hindu e Buddha. Aquilo provocou a inveja de muito dos aspirantes a cavaleiro de ouro e acabou tornando-o uma criança solitária... ele só possuía um amigo, seu paidónomo, Saga...
Shaka voltou ao presente. Sim, veria os cavaleiros de bronze, Athena poderia precisar de ajuda. Adentrou o pequeno templo minutos depois e mais uma vez encontrou a deusa chorando debruçada a cama do cavaleiro de Pégasus. Mu estava ao seu lado e viu a expressão de quase desprezo no rosto do loiro indiano. Aproximou-se dele que, mais uma vez, estava próximo a cama do cavaleiro de Fênix.
—Você não deveria estar cuidando das armaduras desses cinco? — perguntou sem mirar o cavaleiro de Áries — Será que a simples presença da deusa é o suficiente para que os santos de ouro esqueçam suas obrigações?
—Você parece bastante incomodado com a presença da deusa. Qual o problema, cavaleiro de virgem?
— Simplesmente astronômico... — falou o loiro — Observe a ursa maior...
Mu olhou para entrada do templo e percebeu que as estrelas brilhavam mais intensamente.
—O que isso quer dizer?
—Nada, não sei, apenas um presságio. — falou Shaka e deixaria o templo convertido em UTI se Mu não o impedisse.
— A propósito, Shaka, mesmo a armadura de Fênix que é capaz de se recriar não importa quantas vezes seja destruída, dessa vez...
O indiano abriu os olhos, surpreso.
— Morta?
— Quase...
— Mu, mas você...
— Não, eu não posso restaurá-las...
Shaka assentiu com a cabeça e deixou o local, perturbado. Se nem mesmo Mu que carregava o sangue dos habitantes de Lemúria, os mais poderosos alquimistas, únicos capazes de manipular o oricalco, o gamânio e o pó de estrela, os sagrados elementos das armaduras, não podia restaurá-las, era o fim, aquelas armaduras de bronze estavam perdidas.
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No dia seguinte, a deusa deixou o santuário, assim como os cavaleiros de bronze que não lutaram, Kiki, discípulo de Mu, foi junto. Voltaria para a mansão Kido, seguindo os conselhos do cavaleiro de Áries.
Uma névoa fria cercava o santuário e fazia mais brilhante as estrelas polares. Shaka observava tudo isso, os demais cavaleiros pareciam não perceber. Ele percebia tudo, os cinco cosmos malignos que estavam à porta do santuário e já haviam tombado os guardas. Por que estariam atrás dos cavaleiros de bronze? Shaka ponderou ainda sentado em seu templo, olhando as estrelas no céu e traçando mentalmente um mapa astronômico das constelações polares. O curioso vento gélido que cercava o santuário não era capaz de incomodar o cavaleiro de ouro e nem aqueles cinco cosmos insignificantes.
O indiano deu uma última olhada para as estrelas e então abriu os olhos de surpresa. O cosmo, o cosmo dele queimava; com certeza sentira a proximidade do inimigo e ergueu-se da cama. Mas como? Ainda a pouco, vagava na fronteira entre a vida e a morte, junto com seus companheiros, como se recuperara?
Ergueu-se do seu trono e ficou apreensivo; seria ele capaz de enfrentar os inimigos? Talvez. Ikki era a representação da ave mitológica imortal que renascia das cinzas sempre. Quem sabe? De qualquer forma estaria próximo caso alguma coisa acontecesse.
Pensando assim o cavaleiro de virgem deixou seu templo.
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Shaka chegou a tempo de impedir a morte de Fênix. Por mais sutil que fosse o guerreiro polar, o indiano era sensível demais para não notar-lhe o cosmo e, sendo assim, usando a velocidade da luz, a mesma atingida por aquele que invadia o santuário, postou-se a frente do cavaleiro de bronze, evitando sua morte certa.
Ikki que já esperava o golpe e a morte, devido ao seu péssimo estado físico, ficou meio atordoado, sem saber muito bem o que acontecia. Ouviu as palavras de Shaka mais não conseguia entender o que ele dizia...
Só depois quando o indiano o carregava sobre o ombro para o quarto é que conseguiu assimilar o ocorrido e suas palavras.
"...A armadura de Fênix, como a de teus companheiros, vaga na fronteira entre a vida e a morte..."
Sua armadura sagrada, pássaro mitológico, não conseguiu renascer sozinha; precisava do trabalho incessante de Mu e mesmo o lemuriano não conseguia tal feito. E agora, o que aconteceria a eles?
Shaka olhou para os corpos dos invasores que jaziam na entrada do templo; conhecia o poder de Fênix, mas não achou que ele tivesse em condições de derrotar se quer um aprendiz no estado em que se encontrava. O jovem realmente era surpreendente.
— Shaka... — ele balbuciou — Preciso... preciso proteger meus...
— Fique calado, garoto, você precisa apenas descansar e tentar recuperar esse corpo aos pedaços que insiste em movimentar. – falou Shaka irritado, a verdade era que sentia algo estranho e sabia que no fundo o garoto tinha razão. Ele precisava se recuperar e proteger seus amigos. Um grande mal se aproximava.
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No dia seguinte a tentativa de invasão ao santuário, Mu reuniu os demais no décimo terceiro templo, mostrando a todos o que sobrara das cinco armaduras de bronze.
— Preciso de sangue para restaurá-las... — disse olhando cada um dos companheiros nos olhos.
— Sem problema, Mu... — deu de ombro Milo e o lemuriano balançou a cabeça com um meio sorriso.
— Você não entendeu, eu preciso de muito sangue, isso com certeza debilitará todos nós...
— Não tem problema, não podemos deixar que as armaduras de bronze morram, elas também são fieis defensoras de Athena e da terra. – falou Aiolia e Shaka percebeu como sua voz se tornou mais altiva e arrogante desde que se descobrira a farsa. Não que já não fosse, mas a certeza da inocência do irmão o que, de certa forma, limpou não somente o nome do seu mestre, mas o nome de toda a sua família, concedia mais imponência ao defensor da quinta casa.
— Então... — Mu disse e mostrou o amontoado de pedaços de armaduras, cada qual arrumado separadamente. Shaka foi o primeiro a talhar o pulso e depositar seu sangue sobre a armadura de fênix, seguido dos companheiros. Uma a uma as armaduras foram recuperando o brilho e o cosmo, demonstrando vivacidade e então o tibetano pediu para que parassem ou morreriam.
Exaustos os cavaleiros de ouro obedeceram ao ferreiro sagrado do santuário.
— Agora, deixem comigo, faço o restante. — falou e mirou os rostos cansados dos companheiros que nada disseram, apenas abandonaram o templo.
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Os dias se passaram e a ameaça se confirmou. Um ataque ao santuário quase vitimara Aldebaran temido por sua imensa força. A energia cósmica que rodeava a terra era terrível e letal. Os cavaleiros de ouro foram proibidos de deixar o santuário, contudo, os de bronze foram convocados para a batalha que se daria em Asgard, a terra gelada do extremo norte.
Naquela manhã, Shaka descia as escadas em direção ao segundo templo. Queria verificar como estava o cavaleiro de touro; era um companheiro de batalha e se houvesse um ataque ao santuário, provavelmente precisariam dele.
Encontrou-o deitado na cama, uma parte do peito enfeixada, assim como a cabeça; mas apesar disso, ele parecia bem. O que chamou a atenção do cavaleiro de virgem foi o estado do homem que seguia debruçado sobre suas pernas cobertas pelo lençol; ele vestia uma túnica marrom e uma calça de treinamento e seus cabelos longos estavam presos num rabo-de-cavalo frouxo. Em seu rosto podia-se ver todo o cansaço e preocupação que o afligia. O cavaleiro pareceu ficar constrangido com a presença do indiano e se afastou um pouco.
— Olá, Shaka! — disse Aldebaran sem se incomodar — Ouvi dizer que estava cuidando dos garotos.
— Sim, fico feliz que esteja bem, Aldebaran. — declarou e se voltou para o cavaleiro de Áries — E você parece muito cansado, Mu...
— Sim, estou. — volveu o ariano se erguendo do chão — Restaurar aquelas armaduras não foi fácil.
— Compreendo. Você sabe quando eles... — interrompeu-se, aquilo não deveria lhe importar — Esqueça, voltarei para o meu templo.
— Eles devem partir para encontrar Athena daqui a dois dias. — Mu respondeu mesmo assim — Acho que gostariam que fosse vê-los antes disso.
Shaka resignou-se, assentiu com a cabeça e não respondeu. Voltou para seu templo, porém não conseguiu meditar. As imagens do passado se mesclavam e derrotava sua paciência. Não conseguia esquecer, embora quisesse e muito...
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Flash back:
— "Sem cosmo, Shaka!" — Saga falou com autoridade ao menino loiro, o que levou os outros a rir. O indiano ruborizou e abaixou o cosmo — "Sei que você pode fazer melhor que isso! Não se comporte como um menino fracote!"
Afrodite que estava ao seu lado, fez questão de sussurrar-lhe ao ouvido: O Saga te acha um fracote!
O indiano engoliu em seco, aquilo mexia com seu ego e, por isso, ele se sentiu na obrigação de suportar a tortura física imposta sem se utilizar do seu já poderoso cosmo. As cordas se apertavam mais em seus pulsos e tornozelos enquanto seu corpo era erguido cada vez mais alto a ponto dos ossos se deslocarem. Afrodite já estava chorando, não agüentando mais a tortura; embora nenhum gemido saísse de seus lábios, as lágrimas não eram tão conscientes. Shaka, porém, continuava com os olhos secos, embora sentisse seus ossos rangerem a cada girada da roda puxada por Saga.
Era um exercício de resistência, suportar a dor física era obrigação de um cavaleiro. Ouviu-se um barulho de ossos se partindo e então, a roda parou. Os dois meninos loiros estavam quase desfalecidos enquanto a platéia, de outros meninos, assistia satisfeita.
— Bem feito, fiquei surpreso por as duas meninas não terem desmaiado! — riu Máscara da Morte o odioso garoto italiano.
— Cale a boca, seu idiota! — reclamou Aiolia vendo com pesar que os garotos possuíam ossos partidos e que, com certeza, ficariam de cama.
— Quem é idiota aqui! — esbravejou Máscara da Morte.
— Chega, vocês dois! — Aioros que se aproximava falou e mirou o rosto condoído do irmão enquanto olhava o loiro indiano – Ele ficará bem, não se preocupe, você também já passou por isso e ficou da mesma forma. Venha...
Aioros saiu arrastando o pupilo. Quando já estavam a certa distância dos demais, o segurou pelos ombros.
— Ouça bem o que direi, Aiolia; nenhum sentimento deve ser maior que sua missão de cavaleiro, certo?
— Mas eu gosto dele... — falou o leonino envergonhado.
— Isso não importa! Não peço que deixe de gostar dele, peço apenas que coloque sua missão de cavaleiro antes dele, entendeu?
— Sim, mestre. — respondeu com firmeza e Aioros o deixou; pensava na dureza das suas palavras, mas sabia-as necessárias. Contudo, o irmão ainda não passava de uma criança.
Voltou para as doze casas, mas ao invés de seguir para seu templo, resolveu entrar no templo de gêmeos. Procurou por seu guardião que estava no quarto e cuidava do menino loiro que dormia sobre a cama, ao menos, eles achavam que Shaka dormia.
— Como ele está? — perguntou e o rapaz de cabelos escuros se voltou pra ele.
— Bem, quebrou o punho e rompeu os ligamentos do tornozelo, isso não é nada para ele...
— Ele me parece tão frágil, você tem certeza...?
— Não consegue sentir o cosmo dele, Aioros? — perguntou Saga e o sagitariano assentiu positivamente.
— Ouvi dizer que ele seria algo como a reencarnação de um Deus, isso é verdade?
— Sim, ele veio de um mosteiro na Índia e dizia-se por lá que Shaka seria a reencarnação de Buda, um iluminado de uma religião estranha...
— E por que você resolveu treiná-lo? — Aioros perguntou e desviou os olhos para o chão, fugindo do olhar do geminiano.
— Exatamente por ele ser forte e possuir o cosmo mais poderoso que já conheci...
—Você...
— Aioros não pense bobagens, ele é só uma criança... — falou Saga aborrecido.
— Até quando, Saga? — perguntou o cavaleiro com certo pesar — Bem, de qualquer forma, estou voltando para o meu templo, os treinamentos de hoje acabaram.
— Sim, eu cuidarei dele e o levarei de volta ao alojamento. — tornou o geminiano.
— Vou esperá-lo hoje em meu templo. — disse Aioros antes de sair sem esperar resposta. Saga olhou o rosto adorável do menino na cama e o pegou nos braço. O levaria de volta ao seu quarto.
Fim do flashback.
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Já era final de tarde quando sentiu aquele cosmo no salão de sua casa. Saiu de onde estava e foi encontrá-lo na entrada. Ele levava sua armadura nas costas e olhava-o meio intrigado.
— Vim agradecer por ter cuidado de mim e... por ter dado seu sangue para restaurar minha armadura.
— Isso é a obrigação de um cavaleiro. — respondeu o indiano tranquilamente — Somos companheiros de batalhas e devemos ser solícitos uns com os outros.
Ikki o encarou profundamente e o loiro não soube por que aquilo o incomodou. Deu-lhe as costas, fugindo do seu olhar, o que pareceu ao mais jovem apenas indiferença.
— Mesmo assim, obrigado. Estou partindo...
— Boa sorte na batalha, Ikki de Fênix... — falou ainda de costas.
Ikki hesitou.
— Shaka, quando eu voltar, gostaria de conversar com você.
— Quando você voltar, ainda estarei aqui, protegendo a casa de virgem. — retorquiu o indiano se virando com o mesmo sorriso. Matinha os olhos fechados.
— E estará disposto a falar comigo?
— Claro que sim, Fênix, como protetores do santuário temos que, ao menos, nos considerar amigos.
— Então, voltarei para falar-te, meu amigo.
— E eu estarei aguardando. — sorriu.
Ikki assentiu com a cabeça e deixou o templo e o santuário, assim como seus companheiros.
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A batalha em Asgard foi cruel como a temperatura daquela terra distante. Ikki lutou pelos amigos, lutou por Saori e lutou pela terra. Contudo, apenas um pensamento permanecia em sua mente; o desejo de voltar para o santuário e descobrir o motivo do cavaleiro de virgem continuar tão forte em suas lembranças. Precisava saber por que, entender seus sentimentos e saber o que ele sentia, sim, tinha a certeza que Shaka sentia algo também, embora o seu semblante plácido e sua aparente frieza não deixassem ninguém cogitar que haveria qualquer sonho agitado inquietando aquela alma.
Continua...
N/A: Eu estava devendo uma fic CANON, aí está ela! Não prometo, contudo, seguir o anime ou o mangá, porque não sei fazer isso. Citarei muitos acontecimentos deles, mas sem me prender fielmente a eles que assim ficaria impossível desenvolver minha idéia central. Espero que gostem.
Sem cobranças por atualizações, por Zeus! Os que me acompanham sabem que detesto demorar de atualizar e só faço isso por falta total de inspiração.
Essa fanfiction foi iniciada devido à mesma fic que me fez ter vontade de escrever sobre esse universo e que se chama "A outra face do destino" da ficwritter Lua Prateada. Tentarei, ao menos, conseguir passar aos meus leitores, metade da angústia que essa rainha consegue passar em suas histórias. Lua mais uma vez, muito obrigada por ler e gostar desse capítulo o que me motivou muito a postá-lo.
*1 Asura: Um dos seis mundos do budismo; o mundo as guerras e do sangue.
*² Erastes: Na Grécia antiga era o homem mais velho que iniciaria o adolescente na arte sexual, sendo de forma ou outra seu mestre.
*³ Esse trecho pertence ao mangá "O grande amor de Athena" do qual deriva boa parte desse capítulo.
*4 No Mangá 1 do Episódio G há uma página que mostra Aiolia pintando os cabelos. O cabelo do leonino seria loiro como o de Aioros e ele com vergonha do irmão traidor, o pintava de castanho para ficar o máximo possível, diferente de Aioros.
*5 Paidónomo: Em Esparta era o mestre militar e também sexual dos jovens soldados.
Beijos e agradeço de antemão as reviews deixadas.
Sion Neblina 2010
