DISCLAIMER: Shaman King e os personagens presentes nesta fanfic não me pertencem (exceto pela Melody Harris – esta foi criada por mim), mas sim ao grande Hiroyuki Takei. Não pretendo receber nenhum tipo de retorno financeiro com a publicação desta fanfiction na internt, ela serve apenas para eu treinar minha capacidade de escrever comédia e para a diversão da autora, amigos, e possíveis leitores que talvez a fic venha a ter.


Capítulo 1.

Yoh Asakura corria pelas ruas de Tóquio muito apressado. Há dez minutos, seu pai havia ligado e pedido para que largasse tudo que estivesse fazendo e voltasse para a sede de sua família. O problema, é que Yoh estava no meio de uma apresentação de história sobre a Era Meiji. Teve que implorar a professora que o deixa-se sair com a desculpa que era uma urgência familiar. Bom, não deixava de ser, mas o garoto não podia ter absoluta certeza. Mikihisa Asakura podia ser demasiado exagerado às vezes. Bom, era melhor que fosse algo realmente importante, porque seu amigo, Ren, não havia ficado nem um pouco feliz quando soube que teria que fazer o resto da apresentação sozinho. "Você vai pagar caro por isso, Asakura", ele declarou com seu rosto contorcido de raiva. Apesar de saber que o amigo provavelmente falava sério, Yoh riu da lembrança.

Perdido em seus pensamentos, o menino acabou esbarrando em alguém, fazendo os dois caírem no chão. O fone de ouvido laranja que já fazia parte do jovem Asakura voou de sua cabeça e foi parar ao lado da outra vítima do acidente.
– Me desculpa... Você está bem? - Yoh perguntou enquanto se levantava e olhava para a pessoa que havia derrubado - Ah, Tamao-chan. Realmente peço desculpas. - e, assim, estendeu a mão para ajudar a garota a levantar-se.
– Y-yoh-sama. - gaguejou a jovem de cabelos cor-de-rosa, aceitando a ajuda do amigo de infância. - Eu que peço desculpas, ando tão distraída...
Yoh Asakura riu. O que fez a menina corar um pouco.
– Ah, Tamao, se você estava distraída, então eu estava nas nuvens.
– Tá certo.. ahn.. - ela parecia não saber o que falar - Me desculpa de qualquer jeito, Yoh-sama. - logo depois, se abaixou e pegou os fones de ouvido colocando-os nas mãos do garoto. - Se me permite perguntar... Para onde o senhor estava indo com tanta pressa?
– Ah, meu pai. Ele me chamou... Disse que havia algo urgente para conversar comigo.
Tamao pareceu se assustar.
– Então ele chamou o senhor também?
– Você também foi chamada? - o menino se assustou - Hmm... o que será afinal que ele está planejando?
– Você acha que pode ter haver com... Você sabe... - a menina mais uma vez corou e voltou seu olhar para os pés. Definitivamente não conseguia falar direito com Yoh sobre esse assunto, mesmo com o fato deles serem amigos de infância.
– Nosso casamento? - perguntou Yoh indiferente - Bom, só vamos descobrir quando chegarmos em casa, não?
Sim, casamento. Tamao e Yoh eram noivos. Mas não porque eles queriam, mas sim porque a família Asakura assim decidiu. Na verdade, Tamao não se importaria nem um pouco que este casamento realmente acontecesse, afinal era muito apaixonada por seu amigo desde pequena. Mas Yoh pensava de uma maneira diferente. Ele nunca viu Tamao dessa forma e não queria ser obrigado a casar... Porém, depois de tantas e tantas discussões com seu pai, o jovem perdeu as esperanças e se acomodou com a ideia de passar o resto da vida ao lado de Tamao. Não seria feliz, é claro, mas talvez pudesse aprender a amar a menina com o tempo.
Depois de algum tempo caminhando juntos o jovem casal parou diante de uma enorme casa. A sede da família Asakura. Era quase impossível para os dois não perder o fôlego diante dela, mesmo que tenham passado toda a sua vida entre aquelas enormes paredes.
– Tadaima! - Yoh gritou assim que abriu a porta da sala de sua casa. Acompanhado por sua noiva, este trocou os seus tênis por sandálias de madeira que estavam na entrada.
– Okaeri, Yoh-kun. - uma mulher de longos cabelos negros o recebeu com um abraço. Keiko Asakura, a mãe de Yoh, parecia um pouco cansada.
– Está tudo bem, mamãe? - o menino perguntou desfazendo o abraço. - Parece um pouco pálida..
– Acordei com um pouco de febre, meu filho. Mas não é nada que deva se preocupar. Já estou melhor. Agora vamos, os dois, Micky-kun está esperando vocês no pátio dos fundos.
Para a surpresa de Yoh e sua futura esposa, não era apenas o chefe da família Asakura que os esperava sentado em uma das mesas de vidro redondas que eram espalhadas pelo enorme pátio. A avó de Yoh, a senhora Kino, também se encontrava no local. Como sempre, seu rosto parecia severo, mas naquele dia, ele estava ainda mais duro, e completamente direcionado para a menina de cabelos rosa que se encontrava alguns centímetros atrás do garoto com fones de ouvido.
– Vovó... - começou Yoh. Não sabia exatamente o que falar, sempre ficava nervoso com a presença de sua avó materna. - O que a senhora está fazendo aqui? Não deveria estar na pousada?
– Isso são modos de receber sua avó, Yoh-kun! - Keiko falou dando uma cotovelada nas costelas de seu filho.
Yoh ficou vermelho e mexeu nos cabelos, estava muito sem graça.
– Desculpe, vovó... É que a senhora não costuma a vir aqui em casa, então.. bem..
A senhora Kino era uma mulher muito velha que possuía uma pousada do outro lado da cidade. Como era cega, não saia muito de casa. Sendo sempre ajudada por suas "alunas", Anna Kyoyama e Melody Harris.
– Pare de falar, garoto. - a velha mulher falou se levantando da cadeira. - Não estou aqui para conversa fiada. Vim apenas dar-lhe um aviso.
– Q-qual? - Yoh gaguejou. Tamao continuou protegida atrás de seu noivo, não gostava muito da senhora Kino, tinha medo dela.
– Você e essa garotinha aí não vão precisar mais se casar. - falou sem cerimônia.
– Ah, senhora Kino... - Mikihisa começou a falar - ele, aliás, todos sabiam que este não era o tipo de notícia que se dava daquela forma. Afinal, a família Asakura tinha muita consideração por Tamao e sabiam exatamente o que ela sentia por Yoh.
A primeira reação de Yoh foi entrar em choque. Ele simplesmente ficou parado olhando para a sua avó cega e tentando processar a informação que acabara de receber. Não iria mais se casar, não iria mais casar com a Tamao. Não teria mais um futuro infeliz. Um sorriso enorme brotou em sua face.
– Isso é sério? - exclamou animado.
Ao ver a animação de Yoh, a menina de cabelos cor de chiclete não conteve as lágrimas. Não havia possibilidade de aguentar aquilo, por isso, saiu correndo daquele pátio e foi em direção ao seu quarto.
Yoh nem mesmo notou os movimentos de sua ex-noiva, mesmo que todos (até mesmo a senhora Kino - sabe-se Deus como) estivessem olhando exatamente para o lugar onde a garota desaparecera. Ele estava absorto em um devaneio, em um mundo onde não precisaria mais ser obrigado a casar com quem não queria. Um mundo que foi arrancado dele sem piedade no momento em que sua avó abriu a boca.
– Não fique tão animado, rapaz. Tenho uma nova noiva para você.
– Aaaahn? Mas.. Mas..
– Sem "mas"! Eu resolvi desfazer o seu noivado com aquela menina porque você precisa de alguém que seja realmente rigorosa, alguém que o faça crescer. Não aquela abestalhada que foi instruída pelo imbecil do seu pai.
– Hey! - Mikihisa exclamou ao ouvir o seu nome.
– Preciso de alguém de minha confiança. - disse por fim, ignorando a intromissão do genro.
– E... Quem seria essa pessoa? - perguntou Yoh se segurando para não gritar com sua avó.
– Anna, querida, pode vir aqui um minuto?
"O que? Anna? Não... não pode ser", pensou Yoh enquanto virava-se em direção a porta de entrada do pátio para ver quem apareceria.
Uma menina de cabelos curtos e loiros, usando um vestido preto e um lenço vermelho na cabeça entrou no local. Anna Kyoyama. O maior pesadelo de qualquer pessoa.
– Diga "olá" para a sua futura esposa, meu neto.
"Eu estou morto, não, não.. eu estou no inferno. É a única explicação", pensou o menino enquanto encarava o olhar severo da garota a sua frente. Um olhar exatamente igual ao da sua avó.


Era Meiji - Período de quarenta e cinco anos do reinado do Imperador Meiji do Japão.
-chan - Sufixo que denota a forma carinhosa de chamar as pessoas quando se tem intimidade, familiaridade. É mais usado para crianças, ou entre mulheres, não que não seja usado para homens.
-sama - O sufixo "-sama" serve para mostrar um respeito muito grande por alguém.
Tadaima - Usado quando se volta para casa, algo como "Cheguei!"
Okaeri - Usado quando alguém volta para casa, como "Bem vindo de volta!"
-kun- usado para crianças ou jovens como modo carinhoso de se chamar meninos. Também pode ser usado como um sinal de camaradagem e amizade.


Bom, fim de primeiro capítulo! Me desculpem caso não tenham gostado.. a verdade é que não tenho muita habilidade para escrever comédia, romance ou comédia-romântica. Esse, aliás, foi o propósito para eu ter criado esta fanfic. Além de fazer alguns capítulos extras "especiais" de presente para algumas amigas, serve para a amadora aqui tentar aprimorar a escrita. Afinal, uma pessoa que deseja ser escritora deveria saber escrever qualquer coisa, certo?

Enfim, até o próximo capítulo! :D