Soneto da perdida esperança –
De Carlos Drummond de Andrade
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
Passaria sobre me corpo.
Vou subir a ladeira lenta
Em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
Princípio do drama e da flora
Não sei se estou sofrendo
Ou se é alguém que se diverte
Por que não? Na noite escassa
Com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
Nós gritamos: sim! Ao eterno.
Acordou repentinamente. O alarme começou a tocar e todos os C.R.L., foram convocados até a fronteira. Miro rapidamente vestiu a jaqueta preta com listras amarelas, camiseta colada com um trovão desenhado no meio e uma calça colada no corpo das mesmas cores da jaqueta. Correu o mais rápido que pode até a sala de computadores.
(Miro)- o que está acontecendo? O quartel general inteiro está um nó!
(soldado)- senhor! O quartel foi invadido por um humano, parece que está desorientado.
(Miro)- esse é o motivo de tanta confusão?
(soldado)- não senhor. outros também adentraram a fronteira, mas, os lideres dos outros clãs já foram cuidar disso.
(Miro)- leve o intruso até minha sala. E depois disso, avise para não me acordarem mais. Um lobo também precisa dormir.
Dito isso, o imponente lobo retirou-se da sala. Miro era líder do clã do trovão, que junto com outros dois formavam a C.R.L., uma associação para pessoas que eram excluídas da sociedade por terem aparência ou poderes fora do comum. Seu nível era de lobo, o nível mais alto do clã. Suas orelhas eram ocultas por seus longos cabelos loiros, sua cauda denunciava-o. Seus olhos também não eram normais, eram mais profundos e tinham a cor de ouro liquido. Sentou-se em uma cadeira de sua sala. O local era bem decorado, com duas estátuas de lobos na porta, piso de madeira, estantes com livros, mesmo que estes não fossem muito utilizados, sua mesa era praticamente um espelho de tão limpa. A única coisa fora do lugar eram os papéis que estavam jogados pela sua mesa enorme junto com suas canetas. Esperou o intruso ser jogado lá dentro, o que não demorou a acontecer.
Ficou encantado ao ver um belo rapaz de cabelos ruivos, olhos verde e físico extremamente tentador ser jogado no meio da sua sala. O rapaz vestia roupas simples, uma camiseta bege, uma calça preta e uma bota também preta. Era um homem bonito e um tanto delicado.
(Miro)- interessante, o que um rapaz com jeito de moça estaria fazendo por aqui?- seu tom de sarcasmo não passou despercebido pelo outro.
(Kamus)- não é da sua conta.
(Miro)- você me parece interessante. De onde vem?
(Kamus)- sou da França, vim pra cá com meus pais há pouco tempo.
(Miro)- tem consciência de onde está?
(Kamus)-estou esperando que você me diga.
Mesmo com medo, ele conseguia manter-se frio e impassível. Mas os lobos pressentem o medo, não à como esconder esse sentimento dele.
(Miro)- está numa das bases da C.R.L., uma organização para pessoas que são excluídas da sociedade por terem algum poder especial ou característica física que não seja aceita na sociedade. – sorriu, aproximando-se do outro até suas faces estarem bem próximas. – o curioso é como você veio parar aqui, pelo que vejo você é perfeito.
Percebeu os hematomas no rosto, pescoço e braços do rapaz. Eram machucados graves e precisavam ser tratados rapidamente. Passou a mão de leve sobre um dos machucados e sentiu o outro estremecer, imaginou que deveriam estar doendo bastante.
(Miro)- você está bem machucado, é melhor ser levado para a enfermaria. Irá dormir em meu quarto até descobrirmos como veio parar por aqui. Qual seu nome?
(Kamus)- Kamus Pierre Larrouse.
(Miro)- certo, então você receberá um uniforme do clã do trovão e depois veremos o que irei fazer com você, está bem Kamus?
Kamus só balançou a cabeça em afirmação. Em pouco tempo um soldado apareceu para levá-lo até a enfermaria, enquanto Miro voltava ao seu quarto. O humano parecia normal, então, como poderia ter ultrapassado a barreira? E como ele podiam ser tão bonito a ponto de deixar Miro sem concentração!
(Miro)- Miro, Miro. Segura tua barra lobo! Num dá pra dar em cima de um total desconhecido! Se bem que um desconhecido desse...
(soldado)- senhor, devo trazer o prisioneiro até seus aposentos? – um soldado interrompe seus pensamentos.
(Miro)- sim, e não me importune mais.
(soldado)- sim, senhor.
Enquanto esperava seu convidado, Miro tentava dar um jeito no quarto que estava desarrumado ao extremo. Quando terminou, pode contemplar seu trabalho bem feito. Seu quarto até que era bonito. A parede tinha a core azul escuro, que contrastava com a cama de cor branca e lençóis de cor acinzentadas que ficava no centro do quarto. O guarda-roupa era branco, e o criado mudo que ficava ao lado da cama era da mesma cor.
(Kamus)- onde vou dormir? – Miro parou o que estava fazendo para fitar o homem parado em frente a sua porta.
(Miro)- você irá dormir na cama e eu no sofá.
(Kamus)- porque está fazendo isso? Outra pessoa já teria me escorraçado ou me matado. Porque está me ajudando?
(Miro)-porque gostei de você.
(Kamus)- como assim?
(Miro)- seu jeito, você é diferente das pessoas com que convivo. Você é delicado e não tem a sede de sangue dos lobos. Você não é com eu sou.
Silêncio. Kamus parou para fitar o lobo, que parecia um pouco confuso, ele próprio estava confuso. Sensações, pensamentos tudo se misturava. Ao se aproximar de Miro, pode perceber as marcas em seu rosto. Tinha três listras horizontais nas bochechas, semelhantes a bigodes de gatos, e seus olhos pareciam os de um animal sanguinário. Ao contrário do que a aparência mostrava, Miro era como uma criança perdida. Kamus pode perceber uma profunda tristeza nos olhos do lobo.
(Kamus)- como você é?
(Miro)- sou só mais um deformado que foi excluído da sociedade. Ninguém me queria por perto, até minha família me rejeitou. Estou sozinho desde os quatro anos, que foi quando meus poderes começaram a aparecer junto com minha cauda e minhas orelhas.
(Kamus)- sinto muito.
(Miro)- não quero que tenha pena de mim. A minha vida toda todos tiveram pena de mim, mas nenhum me ajudou. Só fui ser recolhido pela C.R.L. aos onze anos de idade, e consegui subir até me tornar o líder deste clã. E você, como você é?
(Kamus)- eu sou de uma família rica. Vim para a Grécia porque meu pai veio a trabalho e resolveu me trazer junto. Passei maior parte da minha vida estudando e não tenho muitos amigos. Não gosto muito de conversar e odeio pessoas que falam sem pensar.
(Miro)- em poucas palavras você me odeia. Eu sou exatamente assim - diz Miro, sorrindo.
Continuaram conversando até altas horas da noite, quando perceberam que era tarde resolveram ir dormir para que no outro dia resolvessem logo tudo que estava pendente. Kamus acordou no meio da noite com um barulho, levantou e olhou em todos os cantos do quarto até fitar um lobo tremendo de frio. Miro estava todo encolhido e tremendo sem parar, sentiu pena do lobo. Aproximou-se lentamente do outro e então pode observar o rosto do outro. Só então pode perceber as marcas horizontais no rosto do outro, eram como bigodes de gato.
(Kamus)- ei, homem lobo, acorda.
(Miro)- o que? – Miro acorda meio desorientado, depois de um tempo percebe que era Kamus que o acordara.
(Kamus)- é melhor você ir dormir na cama, deixe que eu fique no sofá.
(Miro)- não mesmo! Você e meu convidado, não posso deixar que durma no sofá. Eu estou bem.
(Kamus)- você estava tremendo de frio! É melhor você ficar na cama.
(Miro) não!
(Kamus)- só vejo uma solução, nós dois dormimos na cama.
(Miro)- nós dois?Na mesma cama? – Miro cora diante da possibilidade de dormir do lado de uma pessoa tão bela quanto Kamus.
(Kamus)- sim, vai ser melhor. Vamos logo, homem lobo.
(Miro)- meu nome não é "homem lobo", é miro!
(kamus)- certo, Miro. Vem, é melhor irmos dormir logo.
Miro concordou com a cabeça, levantando e indo para a cama, onde Kamus já estava mergulhado num sono profundo. Enquanto isso na base do clã do fogo, a coisa não ia muito bem.
(Ikki)- fale quem é você.
(Shaka)- não é da sua conta!
(Ikki)- to começando a perder a paciência!
(shaka)- só começando?
Antes que Ikki pudesse responder, a figura de um belíssimo lobo adentra na sala. Os cabelos lilases davam contraste às orelhas negras, os olhos verdes brilhando como esmeraldas. A roupa era igual à de Miro, só mudando as cores. A jaqueta era vermelha com listras pretas, camisa preta bem colada no corpo e com a estampa de uma chama no centro e a calça igualmente colada no corpo com as cores da jaqueta.
(mú)- podem parar de discutir? Isso não é uma atitude digna de uma raposa, soldado ikki.
(ikki)- sinto muito senhor.
(shaka)- ótimo, mais um cara esquisito. Dá pra me dizer logo onde eu estou?
(mú)- claro. Está numa base da C.R.L. um lugar para pessoas especiais. Por favor, pode me dizer seu nome?
(shaka)- claro! Sou shaka. Vim da índia e não sei como vim parar aqui.
(mú)- será um de meus convidados. Ikki, leve-o para um dos quartos de hospedes. Amanhã teremos uma reunião com os membros dos outros clãs, para resolvermos isso.
(ikki)- sim senhor!
Continua...
E aí gente que me odeia! Demorei pra aparecer por motivos confidenciais.
(miro)- preguiça.
(kamus)- os fotologs.
(dri)- o mangá de b´t x
(dark) e pura preguiça.
Bjinhos e mandem reviews! Isso vai me ajudar a continuar essa e outras fics!
