Eu quero isso, tinha esse desejo desde a minha infância, quando sem querer matei meu cachorro. A atração foi tão grande que mal pude me conter, matei de novo, dessa vez o gato da vizinha, foi muito prazeroso. Cada facada que o bicho levava era como uma relação sexual para mim. Quando o coração saiu para fora do corpo e foi de encontro ao chão, o sangue em minhas mãos, as levei a boca e senti gosto de metal, o suave gosto de metal...
Na próxima vez foi um passarinho, era menor do que um gato, mas quando o enfiei num saco e comecei a batê-lo na parede... foi uma sensação inexplicável. Eu já tinha 14 anos nessa época.
Hoje, com 23 anos, sinto que o desejo continua, mas dessa vez um animal não iria me satisfazer, eu precisava de "carne fresca". Sra. Blank, minha vizinha, uma linda mulher de meia idade, ficou mais linda ainda quando senti o medo em seus olhos enquanto enfiava a faca levemente em seu estômago. Foi um desafio muito fácil, aliás, nem poderia ser chamado de desafio. O jeito como a dominei, parecia que a mulher queria ser assassinada. Precisava de algo mais arriscado, alguma coisa que pudesse me proporcionar um desafio, e um daqueles difíceis. Sequestrei um homem, foi no dia 26 de agosto de 1992, eu não o conhecia, o que foi melhor ainda. Ele estava saindo do supermercado quando ofereci ajuda com as compras, sempre fui um ótimo ator. Até que foi fácil, o cara nem reparou que era um sequestro até eu falar. Levei-o até o porão da minha casa, onde acontecia a maior parte dos hematomas que meu pai fazia em minha mãe antigamente, e agora, onde minha arte reinava.
A faca já era um objeto íntimo, que proporcionava um prazer intenso em cada corpo que estripava, e em cada parte que amputava.
Em 3 anos, me contentava com pequenas coisas como sequestro de prostitutas, drogados, mas isso só me satisfazia na hora e depois de algum tempo, não tinha nenhum significado para mim. Eu ainda precisava de uma coisa que me fizesse sentir medo e ansiedade, só assim para funcionar. Eu sei que parece loucura, mas a excitação que essa vida causava não dava pra explicar.
Foi naquela quarta-feira, 16 de abril de 1995, que eu vi meu objetivo. Um policial na rua, cuidando do trânsito, um fervoroso desejo subiu pela minha corrente sanguínea, eu sabia que era arriscado, mas não conseguia evitar, era como se cada parte do guarda chamasse minha atenção e me puxasse como magnetismo.
Mesmo tendo pouco tempo, planejei detalhadamente como iria acontecer. Cheguei perto e o prendi por trás num golpe que aprendi ainda criança, ele desmaiou na hora e arrastá-lo até a minha van foi fácil. Foi depois que as coisas complicaram.
O levei para o mesmo lugar de sempre, onde todas as minhas fantasias eram realizadas. Era pra ser perfeito, um momento único, mas tudo foi interrompido por um barulho no andar de cima e logo depois, a porta do porão foi arrombada.
- FBI! Archie Handlebem você está preso pelo assassinato de 17 mulheres, 11 homens e 3 crianças entre os anos de 1992 e 1995. Tem o direito de permanecer calado e tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal. - dizia uma voz grossa, de homem. O momento seguinte foi rápido demais. Meu incosciente agiu sozinho, me desviei de vários braços tentando me agarrar e consegui pegar a velha arma do meu pai, guardada debaixo da estante.
- Nada vai acabar. Quando eu morrer, outros virão para me substituir. - dizia eu antes de... PÁ .
Estava acabado para mim, mas não para o mundo. Quem sou eu? Sou seu pior pesadelo.