Durante muito tempo minha vida tem sido uma inexistência, tive cem nomes e desapareci em cidades infinitas e em aldeias tão pequenas que nelas ninguém tem passado ou futuro, não ficava exatamente em lugar algum antes cedo do que tarde sumia sem aviso prévio, só deixando pra traz um rastro de sangue por onde quer que eu passa-se, prostitutas, ladrões , assassinos, homens e mulheres bons ou maus , qualquer um que cruzasse meu caminho ou que simplesmente tivesse o azar de estar no lugar errado na hora errada.
Os anos me ensinaram a viver em um corpo de um estranho, vi que o inferno que havia prometido fazer da vida do meu irmão estava se tornando o meu também.
Mil vezes fugi de minha própria sombra, sempre olhando a minhas costas, sempre esperando encontrá-la,do outro lado da rua, a cada esquina ou em pé ao lado da minha cama.
Nunca permitia que ninguém me conhecesse tempo o suficiente, houve um tempo que achei que nunca mais tornaria a revela, bem isso até agora...
