InuYasha e seus personagens pertencem à mangaká Rumiko Takahashi. mas ela seria menos cruel se me desse os direitos sobre Kagura, Sesshoumaru e Kikyo...XD!


CAPÍTULO 1 - OBRIGADA!

Meu coração latente e os sentimentos que eu temo,

Da dor misturada no passado,

Quando eu me libertar deles,

Haverá as cores do arco-íris.¹


— Eu sabia que era você.

Viu seu olhar ígneo atordoado. Tinha certeza de que não esperava ouvir aquilo dele. Nem ele acreditara que tinha dito. Pensou bem no que iria fazer. Mesmo ele teve que escolher. Pelo menos arriscaria. Puxou a espada, que não vibrava em seu cinto. "Estava esperando que eu mesmo tomasse a iniciativa, Tenseiga?" Deu um meio sorriso. Seu pai fora muito esperto ao dar-lhe aquela espada. Sabia que ele jamais salvaria um humano, mas que não se negaria a usá-la caso ela quisesse. E agora, queria realmente usá-la.

Olhando para a mulher à sua frente, ainda se perguntou se devia ou não fazer aquilo. Pensou em todas as palestras que tivera com ela, em sua aparente indiferença a tudo e todos, e em seu único pensamento: a almejada liberdade, que buscou até às últimas conseqüências, traindo seu criador. Que não deixara por menos. Aquele ser repugnante... Imundo. Um bastardo, que nunca fazia o serviço sujo, deixando pra seus escravos, e não hesitara um minuto antes de acabar-lhes com a vida.

Por isto ele seguira o rastro do sangue dela até ali. Ela dissera que estava tudo bem, que no final estava com ele. Por que ela dissera isto? Alguma vez lhe dera alguma esperança de que faria isto? É claro que não...

Estreitando os olhos dourados, mas não viu os mensageiros do outro mundo. E, sem pensar mais nada, brandiu a espada. O corpo jovem e delicado continuou a dissolver-se na sua frente. "Nem a Tenseiga é hábil pra salvá-la? Devia tê-la ouvido... quando pediu minha ajuda..."

— Quando eu matá-lo, vingar-me-ei por você. — murmurou mais para si mesmo que pra ela.

Virou as costas, e um gemido fraco o fez parar. E uma algazarra, seguida de um odor conhecido o fizeram continuar andando. Eram InuYasha e seus companheiros. Ouviu a humana que o acompanhava dizer que Kagura estava viva, e que podia ouvir-lhe o coração bater. "Então..."

— Sesshoumaru! Espere! — berrou o meio-yokai.

Ele esperou para ouvir o meio-irmão.

— Você a salvou. Por que fez isso eu não sei, mas... — virou o rosto na direção de Kagome, que ajudava a moça sentar-se, apoiada em seu colo. — Obrigado, mesmo assim.

Estreitou os olhos dourados, de costas para o irmão. "Hunf!"

— Não sei se isto foi bom ou ruim. Naraku continuará atrás dela, se souber que está viva e de vocês. Ele precisa ser morto, InuYasha. Ele não descansará enquanto não matar as duas sacerdotisas que protege.

— Você também quer matá-lo não quer?

— Isto não é da sua conta. — continuou a caminhar. — E agora, pare de me incomodar.

— Bah! — fez o jovem com a mão, voltando sua atenção para a yokai, que abria os olhos.

Kagura piscou, acostumando-se à luz. Uma parte de seu corpo parecia anestesiada, como se faltasse. Deu-se conta de que tudo cicatrizava rapidamente. Agora tinha seu coração de volta, os machucados não deveriam desaparecer fácil; no entanto... "Como posso estar viva... Meu... coração bate... fraco, mas bate.." ergueu os olhos, como se estivesse procurando por algo, e encontrando um par de olhos dourados e outro castanhos a observá-la intensamente. "Onde ele está?"

— O... que... estão... fazendo aqui? Onde...está...

— Ele se foi. Aquele idiota arrogante a trouxe de volta a vida. Se bem que nem eu sei o motivo...

— Oh... eu...estou muito... dolorida pra sentar-me... do jeito que quer , Kagome... — conseguiu falar com dificuldade. – Me sinto... paralisada...

– Pudera, com tanto veneno no seu corpo... — tocou no rosto dela. — Agora, você vai ficar bem, não vamos deixar você fazer nenhuma besteira. Vejamos: se a Tenseiga foi usada, então você está completamente curada!

"Tenseiga?" Ela olhou para o próprio corpo recomposto. As vestes estavam rasgadas e uma parte dela derretera mesmo, deixando-a quase nua. Mas estava inteira... Como se nunca tivesse passado tão perto da morte. E exposta a olhares indecentes do monge.

— Devia olhar por si mesmo, Miroku! — resmungou Kagome. — Seu sem-vergonha! Se ela estivesse mais forte já lhe teria partido em dois!

— Acho que posso fazer isto — falou Sango, mas ao ver o olhar de Kohaku, conteve-se. — Ele não merece...

— Ah, Sangôzinha... Não fala assim comigo, por favor...

Kagome sorriu e InuYasha os ignorou propositalmente, enquanto colocava Kagura sobre Kirara. Ajeitou-a o melhor que pode com a capa de chuva que Kagome lhe deu. Naquela mochila ela tinha cada coisa...

— Kirara irá levá-la até Kaede! Ela poderá cuidar de você até estar melhor.

— Não quero ser cuidada por ninguém!

— Não seja mal agradecida, Kagura! Além disto, você estará segura. Ou acha que o Naraku vai desistir de dar um fim em você se souber que está viva?

Os olhos vermelhos piscaram algumas vezes. A menina estava correta. Aquele maldito com certeza faria dela picadinho se soubesse que ainda estava viva... Trincou os dentes...Ainda mais se soubesse por meio de quem ela tinha voltado à vida...Deu um sorriso malicioso, pensando na cara de tacho que ele teria... "Seu monstro! Você vai ter o que merece... e eu nem terei que mover um dedo para isto..."

Olhou pra trupe que discutia o que fariam enquanto Kirara não voltasse. Viu que se preocupavam com ela. Como isto era possível? Depois de todo problema gerado por ela... Estes humanos eram seres desprezivelmente admiráveis... Lembrou-se da promessa de InuYasha, de devolver-lhe o coração, e da maneira que a protegeram de Hakudoshi. Pôs a mão na cabeça. Sentimental estava ficando. Ergueu a cabeça. Ainda discutiam. Não custava nada ir esconder-se do maldito por uns tempos. Sabia que ele não duraria muito mais. Kikyou andava atrás dele, e sem dúvida o encontraria com o pequeno presentinho que ela lhe deixara...

— Hei, vocês! — viu que se viraram. — Acho que posso ir sozinha. — suspirou, tirando a pluma do cabelo — Pra que lado fica esta maldita aldeia?

InuYasha deu um riso irônico.

— Você é mesmo dura na queda, hein, Kagura? Vá sempre em direção ao leste. Se você pode mesmo controlar os ventos, estará lá antes do entardecer. – colocou Kagome nas costas. – E não vá dar muito trabalho pra pobre velhota!

— Veremos! – fungou ela, sumindo numa lufada forte de vento.

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Subiu em uma velocidade extrema. Queria desaparecer daquele campo florido o mais rápido possível...Nunca estivera livre daquele imundo... E agora... A percepção da liberdade chegava a ser aterradora.

— Eu sou livre! Como o vento! Viva! — comemorava enquanto ia em direção à vila. Porém, um ponto esbranquiçado na colina a fez diminuir o ritmo, e descer.

"Sesshoumaru".

Parou a alguns metros dele. Segurou o leque junto ao corpo e esperou. Mas o yokai apenas olhou-a, impassível. E não disse nada. No entanto, Kagura falou algo que o deixou incomodado.

— Obrigada. E adeus!

—...— ele a viu sumir à sua frente do mesmo jeito que aparecera. Quem sabe se a veria novamente... Compartilhavam interesses. E só. Quando a ressuscitara, fizera por desencargo de consciência.

Embora pensasse assim, não pode evitar um pensamento. E sorriu, apesar de não se ater nele. Continuou a caminhar. Tinha que encontrar aquele ser repugnante. Apenas certificar-se-ia de que Rin e Jaken estavam bem. "Aqueles dois não tem juízo. Rin por ser criança e o Jaken... Por fazer tudo que ela quer..."

Encontrou-os alguns metros à frente, próximo ao rio. A pequenina dormia profundamente, apesar de já ser dia alto. Jaken resmungava alguma coisa aqui e ali. Jogou uma pedrinha nele.

— Você está ficando rabugento, Jaken.

O bichinho feio veio correndo, fazendo reverências:

— S-S-Sesshoumaru-sama! Onde o s-s-senhor esteve a manhã toda? Por que não me deixa ir com o senhor? – falou, magoado.

— E quem cuidaria da humana?

Ele abaixou a cabecinha feia, assentindo. Já se acostumara a Rin, da mesma forma que se acostumara ao mestre.

— Jaken, eu partirei por dias. Não estarei por perto. Quero que me ouça bem. Leve a garota até um vilarejo, próximo ao poço Come-Ossos. Há alguém lá que adoraria tomar conta de vocês. – sorriu maquiavelicamente. – E não a deixe em apuros.

— M-m-mas senhor...

— Jaken!

– Sim, senhor — suspirou Jaken. — Até mais ver, então, senhor Sesshoumaru.

Mas ele apenas deu-lhe as costas e partiu em sua estola.

— Ah, lá se vai o mestre... Ai, ai... e eu como sempre fiquei pra trás com Rin...

— Senhor Jaken...

— AAAHHHHH! – berrou ele.

— O que foi? O que foi? – falou a garotinha, olhando pra todos os lados.

— Menina! Não me assuste tanto assim!

— Desculpe... Bem, o senhor Sesshoumaru não voltou. Que vamos fazer?

— Vamos a direção àquele poço...Vamos logo, monte em Arurum...Ah...

— Não deixe que sua felicidade escape por tantos suspiros... — falava ela, enquanto montava no animal.

Sesshoumaru olhou para cima. Viu que eles obedeceram-lhe as ordens e sorriu satisfeito. Agora poderia ir mais tranqüilo do que antes. Sabia que não importava muito, mas queria ter certeza de que os estaria colocando em perigo.

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— Socorro!

— Socoooooorrro! — berravam juntos Jaken e Rin, enquanto um yokai-lagarto insistia em persegui-los. Jaken não dava conta com aquele bastão de duas cabeças. — Ah, s-se o s-s-senhor Sesshoumaru estivesse aqui você veria uma boa coisa!

Corriam. Não sabiam onde tinha ido parar Arurun. Devia estar dormindo por ali. Como não conseguiam mais correr, pararam contra um precipício.

— Escolhemos um péssimo lugar pra almoçar, Rin! E agora, o que faremos...

— Onde está o senhor Sesshoumaru!!??

— Com certeza nem um pouco preocupado com vocês pra os deixar sozinhos por tanto tempo e a mercê deste bicho fedido. — falou uma voz grave atrás deles.

— Senhorita Kagura!

— Rápido, me dê sua mão, garota, e pegue este trapinho junto.

— Ora não me trate assim, sua...

— Salvadora, pode me chamar assim...

— Ora, convencida,... — resmungava o sapinho enquanto ajeitava-se na pluma que o salvara.

— Onde está o dragão de duas cabeças, menina?

— EU não sei, mas estou muito feliz que a senhora tenha aparecido pra nos salvar! E ainda por cima nos fazendo ter uma visão tão linda, e rápida do mundo! Puxa, que coisa maravilhosa...

— Pra quem estava prestes a morrer, até que está bem falante... — lançou um olhar pra trás. — Hei, Jaken é o seu nome não é? Você está bem?

O velho yokai estava pálido.

— Será que poderia ir mais devagar, Kagura, mulher louca...Ahhh... — desmaiou.

— Ih, este aí só mais tarde. Ah, ali está o dragão...

– Arurum... Viva! A senhora é muito inteligente! E... — continuou falando infinitamente.¬¬

— Certo, certo, eu já entendi... — resmungava Kagura. "Pelo menos a criança é bem tranqüila, apesar de faladeira... Por que Sesshoumaru a protege? Tem coisas que eu não consigo entender. Ele é tão... tão..." seus olhinhos brilharam e ela deu um pequeno sorriso "Tão bonito... Por baixo de toda aquela frieza e desconfiança deve ter algo, senão ele não andaria com estes pequenos saltimbancos por aí... Uma humana e um yokai mais fraco que o lagarto que os atacava agora há pouco... Hunf!"

– Bem, eu não sei o quê fazer com vocês... Estou indo à direção do vilarejo de InuYasha e daquela garota. Se quiserem, podem ir comigo...Mas não me amolem.

A garotinha dava vivas e Jaken apenas suspirava com a mão na cabeça. "Onde fomos amarrar nosso dragão... tsc, tsc... Não tem jeito..."

— Está bem, está bem... Ah, o que fazer sem o senhor Sesshoumaru?

— Exatamente o que ele faz sem vocês... Divertir-se! – brincou Kagura, recebendo um olhar de repreensão do yokai. – Ora, não seja tão mal-humorado. Rápido! Suba no animal que antes do entardecer quero chegar ao poço Come-ossos.

— É es-ste o lugar que o senhor Sesshoumaru nos mandou procurar! Disse que haveria alguém lá pra nos receber...

Kagura sorriu. Não se lembrava de ter comentado nada com ele. Mas aquelas malditas orelhas de cachorro ouviam muito bem, mesmo à distância. Não tinha certeza do que acabara de pensar, mas devia ser isto mesmo. Ele devia estar cobrando o favor.

— Então, vamos indo. Logo chegaremos.

A garotinha encostou a cabeça em seu braço, fazendo-a virar a sua imediatamente.

— A senhora vai cuidar de nós, Dona Kagura? Eu e Jaken somos bem obedientes...

A yokai riu.

— Vocês são bem esquisitinhos, isto sim!

— Não me chame de esquisito! Eu sou como você!

— Ah, será uma longa tarde... — suspirou ela. Mas não custava nada. — Eu sou livre! Até pra escolher quem eu quero proteger e ajudar! Como isto é bom! Hahaha!

Rin riu junto com ela, segurando ainda em seu braço, e Jaken balançava a cabeça negativamente enquanto esperava pela volta do amo.

continua...


1- trecho traduzido da música "Angelus", última abertura de inuYasha que foi exibida aqui. É uma tradução livre, feita por nós mesmos..

Bem esta é minha segunda fic de InuYasha. Eu estive reeditando ela, hoje, dia 20 de janeiro de 2007. E pode ser que hajam algumas alterações...

Mas eu espero que gostem... Esse é o meu desejo!

BJs