Era um dia escuro e chuvoso, a única felicidade para Sirius era que esse dia seria o último na Mansão Black antes de voltar para Hogwarts. Odiava dividir o mesmo teto com aqueles que se intitulavam como 'Sangue Puros', odiava o que eles representavam, e o que não faltava ali eram pessoas dessa laia, incluindo sua desprezível prima Bellatrix. Ela com certeza era a pior de todos, sem escrúpulos.
Com a falta de barulho na casa, ele presumiu que estava sozinho e decidiu então sair do seu quarto. Desceu a escada indo em direção a cozinha e parou ao ver sua prima na sala de entrada, de costas com alguns envelopes na mão, reconheceu seu nome em alguns dos envelopes e pigarreou:
- Acredito que isso seja meu.
Ela virou com um sorriso sarcástico no rosto, com aquele ar de dona do mundo, que só ela tinha e que ele tanto odiava:
- Essas meninas que te mandam cartinhas de amor não devem ter o que fazer, não existe nada mais patético que isso.
Jogou então as cartas no chão, ateou fogo com a varinha e saiu andando ainda com o sorriso sarcástico no rosto. Ele ficou parado olhando pra ela vindo em sua direção, com as mãos na cintura, uma sobrancelha arqueada e um sorriso de canto:
- Isso era pra me afetar?
- Não sei, te afetou? - disse ela parando ao lado dele, e falando baixinho em sua orelha - Aliás, não sei o que elas veem em você.
Ele podia ter deixado passar, mas ninguém insulta Sirius Black assim, e a risadinha que ela deu quando afastou o rosto fez seu sangue ferver ainda mais. Não resistiu a provocação. Antes mesmo que ela desse o primeiro passo ele virou, segurou-a pela cintura e foi empurrando até encostá-la na parede:
- Elas não veem, elas sentem.
Segurou os punhos dela, levantou-os pressionando contra a parede, imobilizou o corpo dela com o peso do seu e quando ouviu o primeiro som de protesto, a beijou. Ela tentava se desvencilhar, tentava virar o rosto, mas ele era mais forte, continuava abrindo espaço em sua boca passando a língua em volta da dela. Por um momento ela parou de se mexer e surpreso, mas sem parar o beijo ele achou que ela enfim tinha cedido, desceu devagar as mãos que ainda seguravam os punhos, passando pelos braços e chegando na cintura. Ela, uma vez com as mãos livres, colocou as duas no peito dele, ainda segurando a varinha e o empurrou com força pra longe. Em segundos ele tirou a varinha do bolso e gritou Protego, enquanto ela apontava a dela pra ele gritando azarações. Ele foi subindo a escada de costas, se protegendo dos ataques de Bella, e rindo, o que a deixava mais louca, ela cuspia no chão e gritava em meio de azarações:
- Que nojo! Tenho nojo de traidorzinhos de sangue como você, preferia que tivessem arrancado minha língua!
- A gente pode dar um jeito nisso - ele respondeu rindo.
Enfim ele chegou no quarto, fechou a porta, trancou, lançou alguns feitiços pra ela não conseguir abrir e com um sorriso de satisfação no rosto ficou ouvindo os gritos dela do outro lado da porta:
- Um dia você vai ter que sair daí, eu vou matar você Sirius Black!
