Disclaimer: Nenhuma personagem, feitiço, lugar, etc. que reconheçam me pertence. São todos pertencentes a J.K. Rowling.
N/A: Senti necessidade de imaginar uma história por detrás de uma outra minha fic: Uma Nova Chance. Achei que ela precisava de uma base mais sólida e decidi escrever esta fic. Será pequena, quero dizer, julgo que será pequena mas depois até pode ser maior do que espero.
Capítulo Um
Ginny caminhava por Diagon Alley calmamente. Eram tempos perogosos mas ela não era das pessoas que acreditavam que ficar em casa trancado fosse mais seguro do que estar na rua. Ela não queria deixar de viver só porque podiam aparecer Devoradores da Morte em algum lugar e matá-la. Se o fossem fazer, não seria por ela estar na rua, dentro de uma casa, fechada era tão perigoso quanto estar na rua rodeada de gente.
Ela caminhou com um saco na mão. Tinha decidido que já era hora de ela se presentear com uma roupa nova. Fazia tanto tempo que ela não fazia compras. Tambem aproveitara e visitara os seus irmãos que andavam ocupados com a loja. Depois saira e agora simplesmente passeava. Ao longe ouvia barulho e de uma confusão mas não ligou. Era habitual alguém ter um ataque de pânico por coisas insignificantes.
Ela continuou caminhando perdida nos seus pensamentos. Na verdade nem a isso prestava muita atenção, gostava de esvaziar a mente de vez em quando.
Draco corria pela rua a cima. Passou por duas mulheres que afastou com brutidão mas nem se importou. Belatrix Lestrange e Theodore Nott perseguiam-no. Apesar de estarem bem disfarçados, Draco sabia que eram eles. Maldita hora que decidira abandonar as tropas de Voldemort. Depois desse maldito dia, em que Voldemort assassinara a sua mãe sem piedade alguma, ele voltara as costas e nunca mais tinha tido paz. Desde esse dia que era perseguido pelos Devoradores da Morte e pelo Ministério. Vivia escondido, tinha mais de três variedades de poções Polisuco, e vivia numa casa abandonada nos subúrbios de Londres.
Mais pessoas ao chão mas ele fugia como o diabo foge da cruz. Ele tinha que encontrar uma solução para aquela fuga rapidamente, dentro de pouco tempo a rua acabava e ele não teria por onde escapar. Ele olhou para as suas mãos e em vez de estarem negras, como ele queria, começavam a adquirir uma cor pálida. Infelizmente para Draco, a poção que tomara há uma hora estava deixando de fazer efeito. Colocou desesperadamente a mão no bolso. Só mais um frasco, o que restava das suas poções. No frasco havia uma etiqueta que dizia N.L. Não era a pessoa que Draco mais ansiava por se transformar mas não havia mais nada. No entanto não chegava, ele tinha que arranjar um plano melhor para escapar. Mesmo com a poção, eles sabiam a roupa que ele estava usando. Tinha que arranjar uma maneira de tapar-se de...
Olhou para trás. Eles estavam mais perto. Ele bebeu a poção e uma cabeça de cabelo ruivo apareceu-lhe á frente. A ideia era absurda mas era a melhor ideia que tinha.
Ginny sentiu alguém agarrá-la pela cintura, puxá-la e beijá-la. Ela nem teve tempo de reagir, foi tudo tão rápido que ela nem conseguiu perceber o que se estava passando até sentir o seu corpo preso junto ao corpo de um homem que ela não conseguia ver quem era. Só se lembrava de ver uma mancha de cabelo louro. Quando o que se passava lhe atingiu o cerebro ela empurrou o homem com força, mas não a suficiente. Ouviu duas pessoas passarem a correr atrás dela e voltou a forçar o homem a se afastar e descolar os lábios dele dos dela.
-Posso saber o que...- ela começou a dizer quando finalmente teve espaço para respirar. No entanto parou abruptamente a meio da frase para lançar uma exclamação surpresa.- Neville? Que diabo se passou para me agarrares desta maneira?- ela exigiu, com as mãos nas ancas, claramente irritada. Mas algo ali estava mal. Ela podia garantir que o homem que a tinha agarrado era louro.
Neville não olhava para ela. Olhava para o lado com muita atenção e com um fio de nervosismo.
-Neville! Olha imediatamente para mim e diz-me porque me beijaste. Que se passa?- ela ordenou novamente. A sua irritação estava quase chegando ao limite.
-Oh. Está calada, Weasley! Eles podem ainda estar por perto!- era óbvio que não era Neville que estava á frente dela. Apesar da voz ser de Neville, o tom era muito mais seguro e confiante, mais desdenhoso e forte.
Ela demorou um pedaço até juntar as peças mas quando o puzzle estava feito na mente dela a única coisa que ela conseguiu foi levantar a mão e esbofetear o homem que estava á sua frente.
-Malfoy! Seu canalha? Quem pensas que és para apareceres assim atrás de mim e me beijares desta maneira. Seu...
-Sou um homem com pressa!- ele exclamou, afastando-se dela, caminhando na direcção por onde ele tinha vindo e olhando frequentemente para trás, mas não para ela.
Ginny não se contentou com a explicação e seguiu-o. Se ele julgava que ele podia lhe fazer aquilo e sair impune estava muito enganado. Estava tão irritada que nem se lembrava que estavam oferecendo muitos galeões de ouro pela cabeça de Malfoy.
-Nem penses que me escapas. Seu maldito. Não julgues que podes aparecer assim e me fazer isto seu...
-Weasley!- ele virou-se de repente para ela. As faces de Neville mostravam incómodo.- Eu não estou para aturar as tuas birra sneste momento. Estive a um passo de ser morto aqui e não preciso de uma mosquinha irrtante me chateando neste momento.- ele disse, voltando-se novamente e caminhando decidido.
Ginny sentiu-se ferver. Chegou ao ponto de ebulição. Ela viu tudo á sua volta ficar vermelho excepto o seu alvo.
-Incarcerous!- ela gritou, apontando a varinha para as costas de Draco. Ele viu-se ser amarrado por cordas e perdeu o qauilibrio. Sentiu a dor das suas costas colidindo com o chão.- Agora vais me explicar porque raios me agarraste daquela maneira. E é bom que arranjes uma boa explicação!- ela disse perigosamente.
Draco suspirou derrotado. Não podia fazer mais nada a não ser dizer-lhe. Só gostava que ela o tirasse dali pelo menos. A sua tia e Nott não deveriam estar muito longe.
-Eu digo. Mas tira-me daqui imediatamente ou o maldito beijo que te dei terá sido em vão.
Ginny olhou para ele desconfiada. Ela podia o tirar dali, ele estava amarrado, logo não poderia atacá-la.
-Muito bem! Mas se sequer pensas em me passar a perna és um homem morto, Malfoy!- ela avisou. Draco respirou de alívio. Sentiu a mão dela agarrar-lhe o pulso, depois a estranha sensação de estar a ser materializado rodeou-o e antes de ele poder pensar para onde ela o levaria ele viu-se aparecer num barracão de madeira, poeirento e vazio.
-Agora explica-te antes que eu perc a cabeça e te esfole vivo!- ela disse com um olhar assassino nos olhos.
Ele olhou para ela um pouco curioso. Uma pessoa normal já o teria entregue ao Ministério, ainda por cima no estado que ele tava. Indefeso e amarrado. E não seria preciso muito para perceber que era ele. Bastava esperar mais uma hora e o efeito da poção passava.
-Eu precisava de um truque para despistar os meus perseguidores!- ele disse.
Nesse momento ela lembrou-se que ele era um fugitivo do Ministério. Que era perigoso, que ele era um Devorador da Morte. Ginny deu um passo atrás, instintivamente.
-Estavas a fugir do Ministério?- ela perguntou. Ele deu uma gargalhada.
-Antes isso! O Ministério não me assusta.- ele disse. - Já a minha tia não posso dizer o mesmo!
-A tua tia?- Ginny deixou a pergunta escapar sem reflectir sequer.
-Sim. Belatrix Lestrange! Era ela e o estúpido do Nott que me perseguiam.
-Não acredito em ti!- ela disse, dando um passo na direcção do homem igual a Neville Longbottom, voltando a sua posição inicial.
-Então não acredites!- Draco resmungou.
-Porque estarias tu fugindo dos teus colegas?- ela perguntou.
-Porque eles já não são meus colegas!- ele confessou.
-E eu soua carochinha, Malfoy!- ela disse irónicamente, revirando os olhos.- É m,elhor começares a dizer a verdade, não estás na melhor posição para mentir!- ela ameaçou.
-Estou dizendo a verdade! Os Devoradores da Morte querem-me vivo ou morto. Provavelmente preferem morto!- ele disse dando uma gargalhada nem um pouco divertida.- Eu virei as costas a Voldemort...
-Porquê?
-Tu consegues ser bem mais chata que o parvalhão do teu irmão!
-Mais uma vez te aviso que não estás na melhor posição para seres tu mesmo, Malfoy. Por isso vê lá como falas comigo.
-Porque Voldemort tirou-me a única coisa que me restava no mundo.- ele confessou.
-O quê?- ela inssistiu. Draco revirou os olhos, visívelmente farto de tantas perguntas mas não se atreveu a reclamar.
-A minha mãe.- ele murmurou.
-O quê?- ela disse aproximando a cara dela dele para ouvir-lo.
-A minha mãe!- ele exclamou. Ela surpreendeu-se por notar tristeza nas palavras dele. Seria um truque para a enganar?
-E eu a julgar que ele te tinha tirado o dinheiro!- ela escarneceu.
-Há coisa smais importantes na vida do que dinheiro e poder!- ele disse secamente.
Ginny arregalou os olhos. Estava para cair um burro do céu e os porcos por aquela hora já estavam voando como pássaros de certeza.
-Fizeram-te uma lavagem cerebral, Malfoy?
Ele olhou para ela sem perceber o comentário.
-Já te contei. Agora solta-me!- ele disse.
-Oh, não! Nem penses! Ainda não acabei. Achas que me convences com meia desculpa esfarrapada e olhares de carneiro mal morto? Não sou parva, Malfoy!
-Que queres que diga mais, Weasley? Eu já te disse a verdade! Acredites ou não!- ele resmungou.
-Então queres me convencer que a tua tia andava atrás de ti para te matar, que tu viraste as costas ao teu ídolo e que estás morrendo de tristeza porque a tua mãe morreu?- ela disse sarcásticamente. Arrependeu-se das palavras mal elas acabaram de sair da sua boca. Draco fechou os olhos e respirou fundo. Ele estava tentando esconder mas ela viu que as palavras magoaram-no muito mais do que ela imaginava. No canto do olho dele surgiu uma lágrima que ele tratou de evitar que caísse.
-Digamos que eu acredito em ti e te solto! O que vais fazer?
-Fugir daqui o mais depressa possível!- ele disse, revirando os olhos como se fosse lógico o que ele iria fazer.- Mas como tu não me vais soltar, não vou poder fugir!- ele disse, olhando para ela.
-Como sabes?
-Por muito que tenhas gostado do meu beijo, Weasley, sei que sentes mais falta do dinheiro que estão oferecendo a quem me capturar!- ele disse com um sorriso nos lábios.
-Seu...- ela exclamou.- eu odiei o tei beijo, se é que chamas áquilo de beijo e para tua informação, eu não sou como tu, não ligo ao dinheiro!- ela disse indignada.
-De qualquer maneira vais me entregar ao Ministério. És demasiado honesta para ajudares um fugitivo da lei a escapar.
Ela ficou olhando para ele. Ele tinha razão. Mas no seu interior ela sentia vontade de ajudá-lo. Ela acreditava que ele tivesse virado as costas a Voldemort. A dor nos olhos dele não podia ser mentira. Talvez houvesse mais atrás daquela carapaça fútil e mesquinha. Talvez dentro de Draco Malfoy houvesse sentimentos bons que só precisassem de ajuda para se revelarem.
-Se eu te ajudasse a escapares, se eu te ajudasse a convencer o Ministério que estás do nosso lado...
-Quem disse que eu estou do vosso lado?- ele disse, como se ela acabasse de dizer a maior barbaridade que ele alguma vez tinha ouvido.
-Se queres sobreviver a esta guerra, vais ter que escolher um lado, Malfoy! Ou preferes ter a cabeça a prémio do dois lados?
Ela tinha razão embora lhe custasse a admitir.
-Muito bem!- ele acabou se rendendo.- Se me ajudasses, o que ganhavas com isso?
-Eu não ajudo os outros esperando algo em troca. Eu acredito que tu não és só essa criança mesquinha e convencida que tu queres parecer ser!
Ele ficou olhando para ela surpreendido. Ele sempre interpretára muito bem o papel de criança fútil para toda a gente. Haviam poucas pessoas que o conheciam realmente. Snape era uma delas. Narcissa havia sido outra. Além dessas, ninguém mais conhecia o verdadeiro Draco Malfoy. Aquela ruiva no entanto parecia ter visto mais do que ele queria revelar-lhe.
Ele não sabia o que dissesse. Ficou olhando para ela e deu por si admirando a esbelta figura de Ginny Weasley. Que hora aquela para ficar observando o corpo da rapariga que o fizera de refém?!
-Se eu te ajudar, se ficares do nosso lado, podes nos ajudar a descobrir algumas coisas sobre as tropas de Voldemort?
-Vocês não precisam de ajuda! Estão prestes a ganhar esta maldita guerra!- ele disse.
-Mas tenho a sensação que sabes muito mais do que Voldemort queria que soubesses! Ou não andava atrás de ti como anda!- ela concluiu. Draco tinha que admitir que a miúda era esperta. Começava a achar piada a Ginny Weasley.
-Talvez!
-Eu ajudo-te, Malfoy! Mas só se me deres a tua palavra de que também nos vais ajudar!
Ele ficou olhando para ela, incerto se era a melhor coisa a fazer.
-E o que te faz pensar que a minha palavra vale muito?
-Eu acho que ela vale muito. Tu só não queres que os outros saibam isso!- ela disse sorrindo. Ela sempre detestara Draco Malfoy mas aquela faceta que ele estava lhe revelando sem querer estava fazendo com que ela tivesse mudando a sua opinião acerca dele.
-Ok. Eu dou a minha palavra que te ajudo!- ele disse e não mentia. Draco pela primeira vez achava que havia um Weasley que merecia a sua consideração.
