Prefácio do autor:
(1) Esta obra surgiu após rever, no Corujão, o filme Starman: O Homem das Estrelas (John Carpenter's Starman, 1984); com o tempo, outros dois filmes me trouxeram mais inspirações para contar esta saga: O Enigma do Outro Mundo (John Carpenter's Thing, 1982) e o telefilme Um Raio de Sol (Sunshine, 1973).
(2) Eu pensei, inicialmente, em usar o núcleo de Love Hina, mas não demorou a pensar em adicionar elementos de outros mangás e de jogos. Como manda a etiqueta das fan fictions, lá vem os esclarecimentos: Love Hina pertence a Ken Akamatsu e Neon Genesis Evangelion pertence a Hideaki Anno. Se personagens de outras obras forem usadas, dar-se-ão os devidos créditos (ficou bonito, hein?).
(3) Esta saga será contada em terceira pessoa, usando a técnica da narrativa descritiva. Eu espero que eu consiga tocar mais uma saga.
(4) Um adendo precisa ser feito, já que houve algumas confusões: as idades das personagens não seguirão exatamente a que os criadores originalmente adotaram, nem a diferença de idade entre eles. Por exemplo, Naru, Motoko e Keitaro têm a mesma idade na minha fic. Por isso, não estranhem alterações cronológicas nos personagens.
AMOR ALÉM DO ESPAÇO
Capítulo 1: Idas e
Vindas
21 de maio de 2004. Um dia não muito comum na rotina do casal Keitaro e Naru Urashima, um jovem casal com muita coisa em comum: os dois davam aula na mesma escola e para o ensino médio (ele lecionava História e ela, Matemática), ambos tinham 26 anos de idade, e ambos se formaram na Toudai. Eles tiveram uma história bem atribulada até chegar naquele momento, onde Naru permanecia em coma num leito de hospital.
A história de amor desse casal começou bem antes da Toudai. Quando eles eram muito pequenos, eles moravam no mesmo bairro. Naru, cujo sobrenome de solteira era Narusegawa, era uma menina muito retraída e que não falava uma palavra sequer. Um pediatra afirmou que ela era muda provavelmente pelo trauma de perder a mãe, que havia morrido de leucemia. Essa mudez de fundo psíquico intrigava a criançada da vizinhança, provocando brincadeiras de mau gosto.
Um dia, um menino um tanto atrapalhado a defendeu desses maus tratos, afastando de Naru todas as crianças que a agrediam em mais um dia de penúria. Aquele menino era o Keitaro, e logo surgiu uma grande amizade entre eles. Naquele mesmo dia, Keitaro fez a proposta de entrarem juntos na Toudai, pois existia uma superstição que dizia que o casal que passasse junto no vestibular da Toudai e atravessasse o portão da Toudai junto se tornaria marido e mulher.
Naru se demonstrou claramente desentendida. Keitaro então disse: "Bem, você não entendeu? Pois é, eu também não sei muito bem como é, mas eu acho que ser marido e mulher é como ser papai e mamãe! Nós nos casamos e vamos ter filhos juntos! Já que meu papai e minha mamãe se amam, isso quer dizer que nós vamos nos amar. Eu acho que é isso!".
Naru sorriu lindamente. Ela, na inocência típica dos infantes, adorou a idéia! Como ela perdeu a mãe muito cedo, além do fato que ela não se dava muito bem com a madrasta – apesar de que a madrasta fez de tudo para se aproximar da enteada –, Naru via nessa promessa uma chance de fazer diferente.
E, naquele dia, Naru falou pela primeira vez. Ela chegou em casa gritando 'Toudai' repetidas vezes, inclusive acordando a pequenina Mei – filha do pai de Naru com a segunda esposa. Só que o destino foi cruel com aquele par de amigos; o pai de Naru recebeu uma boa proposta de trabalho e mudou-se, deixando aquele bairro dos subúrbios de Tóquio. Um não teve mais notícias do outro.
Mas o tempo é irônico, pois os dois tentaram a Toudai e ambos passaram no vestibular. No primeiro dia de aula, um estava ao lado do outro, aproximando-se do portão de entrada da Toudai. Naru parou e lembrou da promessa, foi quando ela percebeu que havia um jovem que também estava admirando o portão. Naru se sentiu compelida a perguntá-lo: "Algum problema?".
Keitaro olhou na direção da voz e viu uma ruiva estonteante; ele não acreditou que aquele monumento à beleza estava falando com ele. Ele voltou a admirar o portão, bem envergonhado, e respondeu: "Bem, não é exatamente um problema... É uma promessa de infância. Uma menina que eu conheci há muitos anos, e que eu nunca mais vi. Nós prometemos passar juntos na Toudai para sermos felizes para sempre. Coisa de criança...".
Naru o olhou com benevolência e comentou: "Mas você leva a sério, não é? Engraçado, eu também fiz uma promessa desse tipo. Hei, espera um momento...".
A ruiva se aproximou e tirou os óculos do rapaz. Ela admirou os traços faciais e tocou-o no rosto; então ela comentou: "Até que você é bonitinho, moço... É claro, só pode ser! Você é o Keitaro!".
O rapaz ficou admirado, pois jamais uma garota tão linda tinha conversado com ele com tanta intimidade. E o mais curioso: ela sabia o nome dele! Ele não conseguia identificar a moça, até que ela percebeu que o Keitaro não a reconhecia; então, Naru usou as mãos para fazer duas belas tranças. Keitaro ficou boquiaberto e exclamou: "Eu não acredito! Naru?!".
Ela deu um lindo sorriso e estendeu a mão para o Keitaro; ele pegou na mão dela e os dois entraram juntos na Toudai. A partir dali, uma amizade muito forte surgiu. Keitaro era muito atrapalhado e sempre entrava em confusão; a função de Naru era ajudá-lo a sair de encrencas. Os colegas de Naru – aliás, quase toda a Toudai, pois Naru era famosa pela própria beleza – não entendiam por que ela perdia tempo com ele. No fundo, ela se preocupava com o Keitaro por gratidão, por tudo que ele fez por ela quando eles eram crianças.
Só que houve, em uma determinada época, um mal-entendido entre eles, e aquele casal de amigos não se falou mais. Durante esse tempo, Naru conseguiu alguns trabalhos como modelo – para ajudar no sustento; já o Keitaro começou a atuar em política estudantil.
Um ano antes da formatura, um fato reaproximou aqueles velhos conhecidos. Naru chegou a namorar o filho de um magnata da comunicação, sendo que esse rapaz estudava Publicidade e Marketing. Em uma festa social, num famoso clube de Tóquio, Naru acompanhou o namorado. Como a ruiva fez muita fama como modelo, ela não teve dificuldade para se enturmar na alta sociedade.
Só que um terrível revés arruinou a festa para Naru. Ela flagrou o namorado transando com uma outra modelo dentro do banheiro feminino. Naru se enfureceu e saiu atordoada do clube. Chovia muito naquela noite, logo ela teve que sentar em um banco de uma rua iluminada, pois a roupa estava encharcada e pesando muito. De repente, uma voz a chamou: "Naru-san? O que você está fazendo na chuva?".
Naru olhou na direção da chuva e viu que o Keitaro estava ali, com uma capa de chuva. Ela perguntou: "Mas o que VOCÊ está fazendo aqui?".
"Eu estava voltando para casa. Eu estava fazendo uns bicos noturnos, pois eu preciso de dinheiro para sustentar meus estudos, e para tornar meus custos menos onerosos para minha família. Como a previsão era de chuva, eu saí com capa... Por que você não saiu prevenida?", argumentou Keitaro.
Naru ficou cabisbaixa e confessou: "Porque eu tinha carona e eu a perdi... Keitaro, eu sinto muito... Eu briguei contigo, eu te chamei de caipira e antiquado, mas eu estava tão errada! Eu fui traída pelo meu namorado! Nós nem tínhamos feito amor e ele já me enganava com outras mulheres! Eu descobri a canalhice dele e então eu deixei o clube onde eu estava. Eu achei que o mundo da alta sociedade era o máximo, mas eu descobri amargamente que só existe podridão por trás da fama...".
Keitaro se sentou ao lado da beldade e comentou: "Não seja tão exigente... Onde existem pessoas vazias, ali há vida vazia. Não é o lugar, mas são as pessoas que compõem o lugar a causa de tanta mediocridade.".
Naru balbuciou: "Mesmo assim, eu peço desculpas... Eu deixei que diversos colegas me afastassem de você. Eu estou tão cansada, eu posso dormir na tua casa?".
Keitaro desconversou: "Mas o meu apartamento é tão pequeno! Mal tem lugar para eu dormir, eu não vejo duas pessoas acomodadas naquele lugar!".
Naru o abraçou fortemente, soluçando devido ao choro copioso, que se disfarçou entre as gotas de chuva; então ela implorou: "Eu não me importo; eu só não desejo ficar sozinha esta noite! Eu preciso de um ombro para confortar meu choro, de uma amizade verdadeira!".
Keitaro suspirou e balançou a cabeça em negação, então ele disse: "Não tem outro jeito, não é? Pois bem, vamos para a minha casa. Eu não posso negar guarida a quem eu prometi a felicidade quando eu era uma criança...".
Keitaro asilou Naru naquele dia. O jovem cavalheiro ofereceu o próprio futon, mas a ruiva fez questão de dormir em um pequeno colchão que Keitaro tinha para as visitas. Keitaro ofereceu um lençol para que Naru usasse como roupa, enquanto o vestido de festa e as roupas íntimas ainda não estivessem secos.
Keitaro pegou um pequeno biombo para criar uma separação entre o futon e o colchão de visitas. Aquele biombo já era uma estratégia que ele usava quando alguém da família o visitava, para criar uma noção de privacidade. Aliás, Naru era a primeira pessoa que passava a noite ali e que não era da família de Keitaro.
Só que aquela noite não teve nada de recatado. Durante o sono, Keitaro se acordou devido a suaves toques. Quando ele percebeu, ele e a Naru tiveram a primeira de muitas noites de amor que aquele casal compartilharia. Aquela noite de prazer gerou uma adorável conseqüência: uma graciosa filha, que eles batizaram de Yamako. A filha deles nasceu um pouco antes da formatura de ambos.
Após a formatura, eles se casaram e foram trabalhar como professores. Aquele núcleo familiar teve uma vida normal até o momento em que Naru começou a apresentar uma mudança rápida no estado geral de saúde. A ruiva começou a perder o apetite e a cansar-se facilmente, além de ter náuseas e vômitos eventuais. De vez em quando, Naru tinha breves desmaios, além de costumeiras febres ao final da tarde, acompanhadas de suor intenso. Ela ficou mais preocupada quando começaram a aparecer massas endurecidas nos ombros e no pescoço. Ela procurou o médico, mas o resultado não podia ser pior: após uma bateria de exames e uma biópsia de um gânglio, houve a confirmação de linfoma não-Hodgkin em estado avançado.
Naru, a princípio, não aceitou o diagnóstico. Aquilo não podia estar certo, mas logo se lembrou da mãe morrendo cedo devido a uma leucemia, e logo aceitou a situação; só não aceitou parar a vida. Apesar dos sintomas constitucionais ficarem cada vez mais agressivos, e a quimioterapia não controlar mais a progressão do câncer, ela trabalhou até os últimos instantes. Todos estavam admirados com a vivacidade que a ruiva transmitia, apesar de ser uma doente terminal. Mas Keitaro nunca aceitou aquela situação, pois Naru era tão jovem e eles tinham uma filhinha com seis anos de idade apenas... Para ele, a amada não merecia morrer tão cedo.
Só que o início do fim chegou: em um dia de trabalho qualquer, Naru desmaiou no colégio e caiu da escada, sofrendo diversos traumas e ficando sem reação aos estímulos externos. Chamou-se rapidamente a ambulância e Naru foi levada ao hospital. Lá, confirmou-se traumatismo crânio-encefálico e raquimedular. O clínico e o neurocirurgião que atenderam Naru explicaram ao Keitaro sobre os problemas que Naru tinha, e deram um péssimo prognóstico. Keitaro ficou arrasado pela segunda vez, mas ele voltou para casa e decidiu não esconder nada de Yamako. Foi difícil, mas ele conseguiu explicar para a filhinha sobre a situação que a mãe dela estava passando.
E, assim, volta-se para o referido 21 de maio de 2004. Naru estava internada há dois dias, sem expectativas de recobrar a consciência. Keitaro, sempre que tinha tempo livre, estava no hospital, acompanhando a viagem sem volta de Naru. Ele não suportava mais ver a esposa daquele jeito, com um câncer em estado avançado e com seqüelas irreversíveis de traumas no sistema nervoso central. Ele pegou na mão da esposa e disse: "Não se preocupe, meu amor. Você pode dizer adeus. Eu cuidarei da nossa filhinha muito bem. Você pode ir para o infinito, o lugar de onde nós viemos e para onde voltaremos...".
Keitaro deu um suave beijo na testa de Naru. Não levou mais que alguns minutos para o monitor cardíaco registrar assistolia. Finalmente, Naru morreu. Para Keitaro, aquilo indicava que a esposa finalmente descansaria, sem precisar passar por um longo processo de definhamento. Ele aproveitou aquele momento para colher uma pequena mecha de cabelos da amada como lembrança.
Conforme ela expressou há algum tempo, ela foi cremada e as cinzas foram jogadas ao mar. Keitaro não aceitava que um amor surgido na infância acabasse daquele jeito. Ele se lembrou do destino da mãe de Naru, que morreu de leucemia. Tal mãe, tal filha. Ele olhou para Yamako e aterrorizou-se, pois aquele poderia ser o destino da filha: morrer cancerosa e jovem. Durante o momento em que o monge xintoísta conduziu a cerimônia de despedida, Keitaro abraçou a filha fortemente.
De longe, uma mulher observava o jovem viúvo. Essa jovem se chamava Motoko Aoyama. Ela conheceu o Keitaro nos tempos da Toudai, quando ele se envolveu com a política estudantil. Ela também participava do grêmio universitário, ao mesmo tempo em que ela cursava Direito e integrava a equipe universitária de kendo.
Motoko sempre foi disciplinada e admirada por colegas desde o ensino fundamental. De repente, ela teve que conviver com um sujeito um tanto desligado e bastante atrapalhado. Ela nem conseguia imaginar como um sujeito como o Keitaro seria útil no mundo político. A convivência demonstrou o que tornava aquele homem útil: ele era dedicado, ele sabia conciliar partes opostas e ele mantinha a palavra empenhada. Quando ele sentia que não era possível tocar uma tarefa adiante, ele sempre discutia possíveis desdobramentos que possibilitavam o cumprimento da meta.
Keitaro foi o primeiro homem que despertou sentimentos passionais na jovem espadachim. Motoko achava que não existia um homem que merecesse o coração dela, mas ela mudou de idéia quando conheceu o jovem Urashima. Ela não tinha coragem de confessar o que ela sentia, e ela nem teve chance de fazê-lo: alguns meses depois de conhecê-lo melhor, ela descobriu que Keitaro e Naru estavam namorando firmes.
Desde então, ela se devotou aos estudos e à carreira. Depois da formatura, ela passou em um concurso do governo nipônico e entrou para a Bouei Daigakkou (1). Devido ao fato de ter completado o nível superior e por ficar entre as melhores notas finais do treinamento básico, Motoko foi recrutada para um treinamento de alto nível e foi alocada no Serviço de Contra-Espionagem dentro da Jouhou Honbu (2).
Como ela possuía acesso a quaisquer informações sobre o cotidiano japonês – fora diversos níveis de informações privativas, incluindo diversas informações confidenciais –, ela não teve dificuldade para acompanhar a vida do amado. Motoko soube do casamento, do bom trabalho de ambos como professores do ensino médio, e ela também soube da morte trágica de Naru. Aliás, Motoko teve fácil acesso ao prontuário de Naru e pôde acompanhar a forma como a rival no amor morreu – se é que elas realmente foram rivais algum dia. A única pessoa dentro da instituição que sabia dos sentimentos que a inspetora mantinha pelo Keitaro era Kouzou Fuyutsuki, que era o Diretor-Chefe da Boueichou (3) e o homem que recrutou Motoko.
A jovem agente observou o rito funeral de longe, pois não considerava de bom tom uma oficial da Jouhou Honbu se expor em público. Depois que toda a cerimônia se encerrou, ela se dirigiu para o Quartel-General para despachar o serviço burocrático. Ao contrário do que muitos pensam, a vida de um oficial da Inteligência costuma ser um tanto monótona, gastando a maior parte do tempo na triagem de informações oriundas de diversos lugares do mundo, decidindo sobre a classificação do nível de acesso ao público que cada documento receberá. O negócio só ficava agitado quando havia trabalho de campo; no caso de Motoko, ela participava de investigações sobre vazamento de informações e violações da Segurança de Estado.
No final da tarde, ela chegou a casa e observou o vazio do pequeno apartamento. Para manter a disciplina, ela treinou kendo por algumas horas, até o momento em que se sentiu cansada e tomou um banho. Preparou-se para dormir e, já deitada no futon, a oficial contemplou o teto, já imerso na escuridão da noite, e perguntou-se: "Será que ele vai sobreviver sozinho? Eu espero que sim...". E, após a vinda do sono, mas um dia atribulado na vida da inspetora Motoko Aoyama se encerrava.
Mas nem a jovem oficial, nem o jovem professor viúvo, poderiam esperar que tivessem as vidas deles unidas por um fato tão insólito...
(CONTINUA)
Capítulo escrito entre 21/11/2006 e 10/01/2007. Eu espero que todos os leitores apreciem esta obra. Não esperem por atualizações rápidas, pois eu estou no último ano da faculdade. Eis as notas:
(1) Bouei Daigakkou: significa Academia Nacional de Defesa; é o órgão responsável por treinar cadetes que irão integrar as Forças Nacionais de Defesa.
(2) Jouhou Honbu: significa Escritório de Policiamento e Defesa; é a parte responsável pela política operacional das Forças Nacionais de Defesa e pelo gerenciamento das informações úteis para o Estado japonês, ou seja, é o Serviço de Inteligência japonês. Está hierarquicamente abaixo do Boueichou.
(3) Boueichou: significa Agência Nacional de Defesa; é o órgão principal da defesa do Estado japonês, coordenando os órgãos de Inteligência e as Forças Nacionais de Defesa; é um órgão de cunho civil que organiza tanto o gerenciamento das políticas de Inteligência quanto as forças militares que defendem o solo japonês. As Forças de Defesa surgiram em 1947, quando a Constituição extinguiu as Forças Armadas e estabeleceu que o Japão manteria apenas um contingente necessário para a defesa do próprio território, proibindo o estabelecimento de bases no exterior, o uso da guerra como meio de resolver disputas internacionais e o uso de armas de destruição em massa. O Diretor-Chefe do Boueichou responde apenas ao Ministro da Defesa e ao Primeiro-Ministro nipônico.
