Ayame: OÊ, PESSOAL!!!

Deidara: AYAME, PORQUE ESSE TRECHO TÁ EM ITÁLICO!??!?!

Ayame: Porque é chique!

Deidara: Ok, mas, você escreveu esse trechinho aqui pra falar uma coisa pros leitores, certo? Fala logo!

Ayame: Aff, que estresse. Pois é. Caros leitores (nem tão caros assim), eu, Uzumaki Ayame...

Deidara: Ta, já sabemos o seu nome! Ta antes de toda frase que você fala, criatura!

Ayame: Cala a boca, Deidei-kun. Onde eu estava? Ah é! Eu, Uzumaki Ayame, peço desculpas pelo seguinte: alguns já devem saber, minha fanfic, "sabe por que te odeio? Porque to na TPM", vai atrasar um pouquinho... Ta que ao invés de ta fazendo outra eu deveria continuar essa aí, MAS EU NÃO PUDE RESISTIR, DROGA, A IDÉIA DESSA DAQUI ERA BOA E EU NÃO PODIA DEIXAR PASSAR!!!! Ah, alias, nessa fanfic aqui, vamos fingir que o Orochimaru (lê-se: Orochijackson) ainda está vivo quando o time taka é formado.

Deidara: Mais informações a fanfic é uma NejixTen. Tenten está de TPM e está transformando a vida do Hyuuga de ponta cabeça. A sua também, alias, leitor. Sim, estou falando com você, cara.

Ayame: Fiz o máximo para que se sintam a vontade pra deixar a mente voar enquanto lessem. VALE A PENA CONFERIR!!!

Ayame e Deidara: Fiquem com a fic.

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"Uchiha Sasuke,

Estou com saudades, Sasuke.

Quando você volta? Sei que mesmo se voltar, não será por mim, por Naruto, a vila... Será porque não terá lugar para onde ir. Sabe, eu queria fazer parte da sua vida assim como você faz parte da minha. Creio que você não me permitira atravessar essa porta não? Já ultrapassei demais. Agora estou no máximo que posso chegar, mas sei que estou aqui por pura pena sua. Não queria que tivesse pena de mim.

Queria ser alguém importante para você. Nem que só por capricho, mas queria ser pelo menos alguém para você. Agora lembro. Tudo o que você me deixava ver de você eram suas costas: aquilo que eu conseguia enxergar quando via você ir embora. Sabe, eu ainda te amo. Mas mesmo assim, você não teve consideração comigo, me fez sofrer mais do que eu achava que agüentava. Eu e todos que gostavam de você.

Mas, mesmo assim, você ainda é a minha pessoa mais importante. Talvez agora, quando você se lembrar do meu nome vai perguntar "quem é ela mesmo?". Não me importo. Não me importo de ser uma sombra distante e esquecida da sua vida. Tudo que eu quero é que você não me odeie. Isso é tudo que mais tenho medo. Alias, agora não sou mais aquela Sakura que você conheceu. Lembra que eu não enxergava seus erros e te seguia cegamente? Não, agora não quero mais fazer isso. Sasuke, não vou aceitar seu jeito de agir quando você voltar. Vou tentar compreender seu jeito de pensar, suas atitudes e vou me adaptar a elas. Mesmo que me odeie, não lembre quem eu sou, prometo. Prometo que vou dar o meu melhor, mesmo que não queira. Não vou mais dizer o tempo todo que te adoro, que não sobrevivo sem você. Isso não é verdade.

Com esse tempo que você ficou longe eu me toquei que eu ainda estaria viva mesmo que você não existisse. Se você não tivesse nascido, eu estaria viva do mesmo jeito. Não dependo completamente de você. É só que eu te conheci. E agora, estou pagando o pato por isso. Estou morrendo, Sasuke. Morrendo de saudades.

Haruno Sakura"

Largou o lápis assim que terminou de escrever. Releu tudo, dobrou e guardou numa gaveta. Era a primeira vez que fazia isso. Aos dezesseis anos ela havia decidido escrever uma carta para ele. Mesmo que nunca a entregasse. Ela queria desabafar, mas não queria contar metades dessas coisas para ninguém.

- Que horas são?

Então olhou pro relógio. Eram duas e meia da madrugada. Não teria missão no dia seguinte, então decidiu que passaria a noite toda acordada só pela dúvida de saber como era. Bocejou, não queria dormir, mas a cama estava tão tentadora...

- Talvez um cochilo não faça mal...

Sacudiu levemente a cabeça. Não podia dormir agora. Desceu para a cozinha e começou a preparar um café. Tinha que descobrir por que era tão emocionante não dormir. Naruto e Neji sempre comentavam sobre isso quando voltavam de missões. Sempre falavam como era incrível a sensação de não dormir uma noite e depois usar o sono como pretexto para pedir favores às pessoas. Já tinha em mente várias coisas que podia pedir.

Bebeu o café e subiu de novo para seu quarto. Suas pernas estavam começando a fraquejar e, por um pequeno deslize, percebeu que estava mais lenta. Então decidiu. Se ela iria mesmo continuar desse jeito então, pelo menos, iria dar uma olhada no céu agora que nenhuma luz estava ligada em lugar nenhum da vila.

Ao chegar no quarto se aproximou da janela e começou a subi-la usando o hinobori. Quando estava andando nas telhas ela se sentou lá e passou a olhar as estrelas, que, agora sem luz para ofuscá-las, brilhavam mais.

- Que lindo...

Foi tudo o que conseguiu dizer. Estava realmente cansada, mas não se renderia ao sono. Olhou para a lua. Ela estava só um risco fino, logo sumiria. Em um ou dois dias talvez. Não importa a hora, a lua sempre parecia bonita. Poderia ficar alí para sempre. Então lembrou que a ultima vez que tomou banho foi há seis horas e que estava fedendo.

Desceu de novo e entrou pela janela. Entrou no banheiro e se despiu. Entrou no box e ligou a ducha na água fria. Devagar se sentou no piso de azulejo sentindo a água escorrer por suas costa. Levantou o rosto para ver a água cair, mas, ao fazer isso, se sentiu tonta. Achou melhor sair dali e desligou a ducha. Sua mão deslizou da trava e sua visão começou a escurecer. Tudo que ouviu antes de apagar por completo foi o som de sua própria cabeça bater no chão com força.

...0o0o0o0...

...0o0o0o0...

Corria insistentemente por entre uma floresta da qual não sabia onde ficava a saída. Estava olhando para seus pés, com medo de olhar para trás. Ouvia gritos horríveis vindos de suas costas. Era noite e não havia lua. Não havia qualquer luz que iluminasse o caminho. Podia sentir a escuridão às suas costas, como se ela fosse capaz de engoli-la a qualquer momento.

Em um deslize, ela tropeça numa raiz deveras grossa. Caiu e rolou duas vezes antes de parar de vez. Seus cabelos estavam completamente desalinhados e repleto de folhas secas e lama. Sua roupa estava quase toda rasgada e suja. Não havia chakra suficiente até mesmo para levantar. Estava fraca. Fechou os olhos. Tinha medo de abrir os olhos e olhar para cima, com medo de descobri não estar sozinha.

Tinha de abrir os olhos uma hora. Finalmente abriu-os. Se arrependeu profundamente disso. Involuntariamente olhou para cima. Viu, a poucos passos de distância, um vulto feito de sombras. Dois olhos a fitando intensamente. Com a pouca energia que tinha tentou se arrastar para trás, mas seu braço ardia e sangrava. Esforço inútil. O corpo de sombras se aproximou dela sem hesitar. Então ela pode ver um sorriso fino e longo marcado na face. Um sorriso de desdém. Tinha medo, muito medo. Então, as sombras todas se misturaram numa mancha irreconhecível, não podia identificar nada, mas sentiu algo perfurar sua barriga. Não via mais nada.

...0o0o0o0...

...0o0o0o0...

Sakura acordou de repente. Levantou-se rápido e constatou que estava em seu quarto. Não se lembrava direito do que tinha acontecido, mas sentia uma dor terrível em seu crânio. Ao por a mão no mesmo sentiu que estava frio. Olhou para o travesseiro e descobriu uma compressa de gelo. Provavelmente ela estava encostada à sua cabeça enquanto dormia. Que se lembrava, havia desmaiado no banheiro. Como podia estar em sua cama. Olhou para o relógio e se surpreendeu ao descobrir que já eram mais de duas da tarde. Então ouviu a porta ser aberta e olha para ela.

- Saku-chan? O que deu em você para dormir no banheiro, filha? – disse a mãe de Sakura indo para perto da filha.

Sim, era lógico. A mãe dela tinha a chamado para descer, mas não tivera resposta. Então subiu para ver o que aconteceu com a filha, não a encontra na cama, entra no banheiro e encontra a filha desmaiada no piso do banheiro e com um galo enorme na lateral da cabeça.

- Desculpe, mãe.

A mãe dela se senta na beirada da cama e olha nos olhos da filha.

- Tudo bem, Saku-chan. Mas da próxima vez que for dormir no banheiro, feche a janela do quarto e esteja, no mínimo, vestida.

Ambas riram do breve comentário. A mãe da Sakura deixou um almoço para ela e foi para a porta.

- Ah, aliás, a Hokage mandou um ANBU vir aqui lhe mandar esta mensagem – então volta para a filha e lhe entrega um envelope que tirou do bolso. Para, logo em seguida, sair de vez do quarto.

Sakura olhou para o envelope e tirou o lacre. Retirou o papel de dentro e pos o envelope ao seu lado na cama.

No papel dizia para ela estar no escritório da Quinta às três horas e que era urgente. Não tinha muito tempo então. Largou o papel sobre o criado mudo e se pos a comer o mais rápido que sua tontura permitia.

...0o0o0o0...

...0o0o0o0...

Ela já se encontrava na sala da Quinta juntamente com Naruto, Sai e Kakashi e os integrantes do time Gai. O clima estava incrivelmente pesado no aposento.

- Kakashi, Sai, Naruto, Sakura, Gai, Neji, Tenten e Lee a missão que vou lhes dar requer que tenham certeza de que querem tê-la. – disse Tsunade, com o tom de voz mais sério do que seu normal permitia.

- Do que se trata? – Neji perguntou sem rodeios.

- "Não pode ser tão grave assim, pode?" – perguntou-se mentalmente, Sakura.

Sakura não entendia o porque de tudo isso. Sempre enfrentavam missões até de rank A e voltavam inteiros. Porque isso agora?

- Um de nossos times ANBU estavam fazendo vistoria nos arredores de Konoha. Um deles alega ter visto o time Taka aos arredores.- disse, para, logo em seguida, franzir o cenho em sinal de preocupação.

O time Taka. O time do qual Sasuke era o líder. O time que Sasuke havia aceitado para substituir o antigo time sete. Sakura não tinha aceitado ainda a idéia de ter outro time tão importante para Sasuke como quando ele ainda era de Konoha. Agora ele era um traidor.

Essa palavra tão pesada não devia pesar só sobre os ombros do que traiu. Pesava também sobre os ombros de todos do time Kakashi, exceto Sai, que não tinha convivido com Sasuke.

- E você quer que a gente vá verificar? – disse com seu sorriso falso de sempre, Sai.

- Não, quero vocês os capturem e tragam para Konoha.

"Como!?" – pensou Sakura – "Capturar o time Hebi? Isso seria... Trazer Sasuke como prisioneiro para Konoha!"

- Aceitam a missão? – perguntou com um pesar no coração, Tsunade – Existe a possibilidade de não voltarem vivos para Konoha.

Eu aceito! – respondeu, impaciente, Naruto assim que a Hokage terminou de falar.

- Não se apresse, Naruto. Vocês têm tempo para pensar. – falou Tsunade.

- Não, não temos! Se deixarmos essa chance passar, talvez não aja mais tempo para salvar Sasuke! – gritou Naruto batendo a mão na mesa.

- Ele tem razão, Tsunade-sama – falou Tenten como quem não se abala –Vai fazer três anos logo, você sabe. Pode ser a qualquer momento que Orochimaru decida agir.

- Eu aceito ir nessa missão – falou, com sua calma natural, Kakashi.

- Eu também – disse Neji.

- Eu também! – falou Lee, pela primeira vez desde que entrou naquela sala.

- Yosh! Eu também! – Falou Gai, como quem nunca se abala nem que já tivesse com um pé na cova.

- Tenho escolha? – Falou Sai, dando de ombros.

- Eu também aceito – falou por fim, Sakura.

O silêncio se fez no recinto enquanto Tsunade relia a prévia carta feita pelo ANBU que disse ver o time Hebi. Não importava o quanto pensasse, não queria mandar esses times para essa missão. Não tinha escolha. Eles podiam morrer, mas eles também queriam correr o risco.

- Está bem. É toda de vocês – disse se dando por vencida.

Assim que ouviu isso, Sakura entrou em um misto de emoções entre nervosismo, medo, excitação e preocupação. Não fazia a mínima idéia de o que faria se desse de cara com o Uchiha. Lutaria com ele? Choraria? Fugiria? Não sabia de nada. Só sabia que tinha que cumprir a missão. Mesmo que isso significasse ignorar tudo que sentia pelo moreno e trazê-lo a força de volta.

Kakashi se vira para os outros ninjas já pensando o que fazer e que tipo de estratégia usar.

- Ás quatro nos portões da vila? – o mesmo perguntou para o ex-sensei do time Gai.

- Ta ótimo! – Respondeu Gai, fazendo sua típica pose, deveras engraçada, de nice guy.

Logo em seguida foram se retirando, um por um, do aposento. Quando Sakura estava para sair, foi impedida.

- Sakura, fique. Ainda quero dar uma palavrinha com você – disse em tom de ordem, Tsunade.

Então ela fechou a porta e se virou novamente para a mestra. Estava contendo sua dúvida e a vontade repentina de ser direta e perguntar o porque. Não se sentia bem. Estava bem de saúde, mas, mesmo assim, sentia que algo a estava fazendo não ser ela mesma.

- Sim, Tsunade-shinshou?

O clima pareceu pesar ainda mais. Tudo que podia ser ouvido naquela sala era a respiração calma de ritmada das duas.

- Você sabe que eu posso por alguém no seu lugar, não sabe?

- Faço idéia – respondeu calma. Já esperava aquele tipo de atitude de sua shinshou.

- Você não precisa ir.

- Eu quero ir! – disse, quase gritando, Sakura. Sentia-se na obrigação de ir atrás dele e trazê-lo de volta. Não se permitiria parar. Não permitiria ninguém pará-la.

- Você tem certeza? – a voz pesarosa de Tsunade pareceu ecoar no ouvidos da rosada. Não podia impedi-la, mas tentaria impedi-la. Não tinha um bom pressentimento da situação.

- Sim, eu quero ir! – Então se virou para a porta e saiu antes que sua shinshou pudesse inventar uma desculpa para mantê-la em Konoha ou trocasse ela por outra ninja de outro time.

Ao ouvir a porta ser batida com força, a Quinta nada mais podia fazer. Suspirou fundo e voltou a assinar no pequeno monte de papeis no canto de sua mesa.

Após sair da sala, completamente transtornada com a idéia de ser substituída em uma missão tão importante, começou a andar tão rápido que mais parecia estar correndo. O que sua shinshou estava pensando? Ela iria para essa missão, não importava como.

...0o0o0o0...

...0o0o0o0...

- Vamos nos separar em quatro times e olhar aos arredores – falou Kakashi, assumindo a liderança naquela missão.

Os dois times, Kakashi e Gai, estavam em uma rodinha, discutindo sobre como executariam a missão. De acordo com Kakashi, os dois times seriam divididos em quatro duplas para poderem se espalhar melhor. Kakashi iria com Tenten, Lee com Sai, Gai com Naruto e Sakura com Neji. Se um fosse atacado teriam o apoio do companheiro(a). Naruto e Gai iriam para o sul, Kakashi e Tenten para o oeste, Lee e Sai para o norte e Neji e Sakura para o leste.

Todas as duplas já haviam se separado e começado a busca. Sakura e Neji pulavam de galho em galho tentando ficar de olho em todas as direções. Neji com seu byakugan ativado não deixava um detalhe despercebido.

Sakura ainda não havia se recuperado ainda da tontura, mas não julgava ser nada grave. Dormir tanto com o calor do sol penetrando seu quarto definitivamente não era algo que queira repetir.

- "Maldita hora em que quis saber como era não dormir!"- pensou irritada por ter tomado uma decisão tão irresponsável.

De vez em quando escorregava do galho pela falta de concentração, mas não caia, pois assim que sentia que ia cair, acumulava chakra nos pés e se prendia ao galho. Fato que atrasava a busca.

Estava angustiada, se não conseguissem achar nada, a culpa seria dela. Mesmo que ninguém a julgasse, ela sentiria a cabeça pesar e não iria se aliviar até que pudesse corrigir o erro. Algo que duvidava que conseguiria fazer se tratando dessa situação.

Fazia o segundo dia que faziam aquela busca e não achavam nada. O sol já ia se pondo ao horizonte. A luz estava abandonando-os. Estava exausta, não paravam para descansar em momento algum. Não queria parar para descansar sabendo que talvez alguma pista do paradeiro de Sasuke estivesse tão próxima. Isso estava lhe atormentando muito.

Quando estava dentro da vila, não conseguia parar de pensar na possibilidade de dar de cara com o traidor Uchiha. Ainda não tinha plena certeza do que faria. Mas só sabia que quando o achasse sentiria vontade de gritar.

Continuaram pulando de galho em galho vidrados, só esperando o momento em algo desse errado. Ela e Neji sabiam que, se as palavras da Quinta estivessem certas, uma hora iriam achar o time Hebi. Provavelmente seria difícil encontrá-los. Tinha conhecimento de que Karin podia rastrear seu chakra a uma distância absurda, mas também sabia de que poderia ser mais rápida que ela e achá-los antes que consigam se esconder.

Os olhos de Sakura estavam começando a pesar e suas pernas a ter menos firmeza. Gritava mentalmente consigo mesma se chamando de fraca toda vez que sentia seus pés deslizarem sobre os galhos.

- "Assim nunca vamos achá-los! E também estou desperdiçando chakra!"

E a angustia crescia cada vez mais, tanto que sentia poder explodir. Estava com raiva de si mesma. Por ser tão fraca, tão estúpida. Ela só estava atrapalhando. Exatamente como fazia quando era pequena, quando Sasuke ainda era do time sete.

"- Você é realmente irritante."

As palavras de Sasuke no dia em que ele abandonara Konoha não paravam de ecoar em sua cabeça, estava ficando louca.

De repente parou de pular entre os galhos. Neji, ao seu byakugan notar que ela havia parado, copiou o ato e olhou para trás, já que ele estava mais adiantado.

- Sakura, o que está fazendo? – perguntou abismado. Tinha que fazê-la se mexer se queriam achar o time Hebi.

- Eu estou bem, vai na frente! – disse começou a descer da árvore usando o hinobori.

- Está doida, não posso te deixar sozinha!

- Vai na frente, eu vou logo atrás! Eu te alcanço!

Ambos sabiam. Ela estava atrasando. Não perdeu mais tempo, sabia que aquela discursão não iria dar em lugar nenhum. Voltou a pular de galho em galho como fazia antes da parada brusca.

Sakura passou a correr, agora por terra. Pelo menos não iria mais escorregar e talvez até poderia alcançá-lo. O caminho entre as árvores estava bastante estreito. Estava mergulhada na escuridão. Não havia qualquer luz desde de o sol ter sumido no horizonte. Pensou que isso passaria, e que era só uma nuvem cobrindo a lua. Estava começando a ficar com raiva da ética por ela impedi-la de ligar uma lâmpada. Chamaria muita atenção do inimigo se fizesse isso.

Meia hora tinha passado e sua paciência não estava das melhores. Olhou para cima não viu uma nuvem sequer. Então se lembrou que era noite de lua nova. Agora sim estava perdida.

Que idiotice fora cometer. Como encontraria o caminho agora? Estava escuro e não conseguia raciocinar direito devido ao nervosismo. É, só estava sendo um estorvo. Não estava ajudando em nada. Como sempre foi.

- Parabéns, Sakura. Está sendo idiota de novo – disse depois de tropeçar pela segunda vez.

Levantou-se, estava suja, suada e irritada, podia ficar pior? Tentou parar um pouco, se acalmar e pensar que várias pessoas podiam estar em situações piores, mas não conseguiu. Só conseguiu se irritar cada vez mais. E os sons irritantes e agudos das cigarras daquele verão não ajudavam em nada. Voltou a correr mais rápido do que antes pensando que aquela era a direção que Neji havia seguido.

Levou um susto ao ouvir um som estranho no meio da mata. Parou suando frio. Era o som de um galho no chão se quebrando. Impossível ser um animal de pequeno porte, pois, devido à intensidade do som, pode notar que era um galho grosso demais para ser quebrado pelas patas macias de um animal pequeno. Suas suspeitas pioraram ao notar que emitia um chakra. Não reconhecia aquele chakra, não podia ser de nenhum de seus amigos. Voltou a correr. Se fosse o time Taka estaria perdida. Sozinha seria facilmente derrotada. Tinha de encontrar Neji, e rápido!

Esbarrou três vezes em algumas árvores, primeiro pela falta de iluminação, segundo, o nervosismo e a preocupação. Maldita a hora em que decidiu não dormir a alguns dias. Se tivesse dormido mais cedo não teria uma noite de insônia e estaria mais bem recuperada. E com mais chakra de reserva alias.

Os arbustos por onde passava apressada arranhavam-na nas pernas e nos braços, além de rasgar de leve suas roupas. Um galho entrou em seu braço direito, segurou um grito de dor e o arrancou. Tinha certeza de que aquilo iria infeccionar se não tratasse logo. Ouviu agora, sons mais nítidos de passos as suas costas. A adrenalina fez com que, involuntariamente, acumulasse chakra em suas pernas para que pudesse continuar a correr, e mais rápido, mesmo estando tão cansada.

Estava toda suada, os arbustos rasgavam sua roupa, deixando a mostra à armadura de seu busto e a rede de aço que a cobria. O frio da noite penetrava em sua carne e endurecia seus músculos. Sentia que não poderia dar mais nenhum passo, mas continuava a correr. Então, novamente, as palavras de Sasuke voltaram a ecoar em sua cabeça.

Seus pensamentos borbulhavam a mil. Estava perdida, provavelmente sendo seguida. Suas reservas de chakra estavam no fim. Agora tinha certeza de que estava sendo seguida. Desde que havia começado a correr começou a ouvir os passos atrás de si cada vez mais nítidos. Não conseguia parar de imaginar quem poderia ser, o que fariam com ela se fosse pega. "Que bela hora pra se perder, heim", pensava.

O suor pingava de seu rosto e parava perto do que havia restado da rasgada gola de sua blusa. A ferida em seu braço ardia, como se milhares de agulhas penetrassem ao mesmo tempo, mas estava com o corpo tão dormente devido ao frio que sequer sentia. Não poderia conseguir sentir nada mesmo que quisesse, parecia que sua cabeça estava dando voltas. Estava tonta, cansada, suada, sem chakra... Realmente estava se odiando por se dar ao luxo de ter tudo isso.

Em um momento de distração tropeça na raiz de uma árvore e cai. A terra se misturou ao suor já frio de sua pele e se prendeu entre o aço de sua armadura. Involuntariamente seus olhos haviam se fechado quando estava caindo. Não tinha forças pra nada. Sua respiração estava mais acelerada do nunca se lembrara, metade de sua face ficou encoberta pela terra, seus cabelos estavam completamente desalinhados e entremeado de terra e suor. Não queria abrir os olhos, estava com medo. O beneficio da dúvida a sufocava. Duas partes de si diziam coisas diferentes. Uma parte dizia para abrir os olhos e por um fim ao benefício que tinha, e a outra, dizia para não abrir, que assim logo o medo poderia consumi-la mais lentamente do que se abrisse.

Não sabia ao certo o que estava fazendo, mas abriu os olhos para poder acabar com aquilo de uma vez. Sua visão estava embaçada. Droga, estava perdendo os sentidos. Tudo o que pode enxergar foi um vulto feito de sombras quase que misturado à escuridão que tinha aquela noite. Tentou inutilmente continuar fugindo, arrastando-se para trás. Mas foi forçada a parar pela falta de energia e a grande dor em seu braço direito havia resolvido voltar. Por fim desistiu enquanto observava o vulto de sombras se aproximar. Quando estava perto o suficiente para ver, tudo o que pode ver antes de perder completamente os sentidos foram dois olhos de um estranho tom branco a fitando e um sorriso de desdém naquela sombra.

Ao fechar seus olhos pode sentir sua mente deixar o corpo, estava desacordada.

...0o0o0o0...

...0o0o0o0...

Aos pouco abriu os olhos. Não fazia a menor idéia de onde estava. Aos poucos pode sentir seus sentidos ficarem mais nítidos. Estava deitada em uma cama em um quarto totalmente fora de seu conhecimento. Sentia algo úmido na cabeça. Pos a mão sobre a mesma e pode constatar que se tratava de um pano, provavelmente usado para tentar abaixar sua temperatura. Estava com muito calor e sua garganta parecia que ia se rasgar de tanto que ardia. Sentou-se na cama pensando que talvez Neji a tivesse achado, ido atrás dos outros e levado ela para algum lugar para alguém cuidar dela. Olhou para o criado mudo e notou vários frascos de remédios. Com certeza ela estivera aos cuidados de um ninja médico. Qualquer coisa, suas roupas estavam devidamente dobradas em um canto reservado do criado mudo.

Ainda estava se sentindo tonta. Olhou para si, estava usando um simples kimono branco, dos que sempre oferecia a seus pacientes quando ia fazer algum exame. Achou estranho não ter qualquer janela em lugar algum. Olhou para seu braço direito e o viu enfaixado. Ainda ardia, mas a dor tinha diminuído consideravelmente. Tinha de lembrar de agradecer ao médico que tratou dela.

Levantou-se da cama, tinha a intenção de descobrir onde estava e voltar para a cama antes de o médico voltar.

Quando chegou na parede apoiou a mão na mesma e a sentiu áspera. Parou e olhou melhor. Não tinha engano, era pedra maciça! Só se lembrava de um lugar onde as paredes eram de pedra.

- N-não pode ser... – sussurrou com a voz tremula.

Voltou-se novamente para o criado mudo e pegou suas roupa. Empurrou-as para dentro do kimono, pegou a bolsa de shuriken e prendeu-a em sua coça e calçou suas botas ninja, que estavam encostadas ao pé da cama. Não fazia qualquer mal se prevenir. Sua cabeça latejava e as memórias borbulhavam. Todas memórias de momentos desagradáveis. Lançou mais um olhar para o criado mudo e viu sua hitaiate. Pegou-a e amarrou como de costume entre seus cabelos. Então se virou para a porta e a abriu silenciosamente.

Não estava sentindo nenhum chakra muito próximo, era a hora certa. Pegou a chave, que estava no lado de dentro da fechadura em relação ao quarto, saiu, fechou a porta atrás de si e a trancou. Empurrou a chave para dentro de seu kimono começou a correr. A ardência das feridas estava voltando, mas não parava de correr. Então sentiu um chakra se aproximando, se espremeu contra a parede para não ser vista. A pessoa, posteriormente denominada como um servo do provável dono daquele lugar, passou por Sakura, e assim que sumiu em outro corredor, Sakura voltou a correr por entre o mesmo.

Sua respiração estava descompassada e acelerada. Não tardou para que sentisse mais um chakra diferente se aproximando, dessa vez com pressa. Tentou se esconder em um dos corredores perpendiculares ao que estava. Mas o chakra continuava se aproximando, como se estivesse indo exatamente na direção em que ela estava. Então, por um instante, um pensamento se tornou bem claro para ela.

- "Porcaria! Ele sabe que estou aqui!" – pensou, para logo em seguida começar a correr no corredor onde estava.

Droga, como foi descoberta? Havia trancado o quarto e dado um sumiço na chave para que perdessem tempo tentando arrombar a porta, a não ser que tenham uma chave mestra ou reserva. Maravilha! Tinha se esquecido dessa possibilidade! Então ouviu uma voz feminina atrás de si.

- EI, VOCÊ, PARE ONDE ESTÁ!!

Tinha a impressão de que já havia ouvido aquela voz. Mas onde? Tentou ignorar e continuou correndo. Mas suas feridas tornaram a arder e seus passos foram se tornando mais lentos. Aos poucos foi sendo alcançada. Não tinha mais jeito, se não revidasse seria pega. Deu uma olhada pra trás para saber quem a seguia. Confirmou todas as suspeitas que teve naquele quarto. Era uma menina mais ou menos com sua idade. Seus cabelos e olhos eram de um vermelho vivo, quase fogo. Era a prova viva de que tinha acertado.

- "Karin!"- pensou.

Se aquela era mesmo a Karin, então ela realmente estava no esconderijo de Orochimaru. Só de pensar nele um ódio acelerou seus batimentos. Sentiu uma pontada de dor próxima ao pescoço, mas ignorou, afinal, sequer lembrava de metade dos machucados que tinha levado. Então se virou, parando de correr, e tentou acumular chakra no punho para poder desferir um soco no meio da cara daquela recalcada, já que, cá entre nós, ela merecia. Mas, quando estava no meio do processo, a pequena ardência em seu ombro tornou-se pior, quase insuportável. A dor pareceu se apossar de sua espinha e se instalar completamente em seu cérebro, num pedido mudo para que parasse o que estava fazendo. A mão que antes acumulava chakra agora esta sobre seu ombro, como se pudesse parar a dor. Novamente sua visão se tornou embaçada. Então, antes que se dê conta e perdesse a tontura, tinha sido pega. Karin apertava as faixas de seu braço direito, onde tinha entrado um galho antes, e a arrastava de volta para o quarto com uma kunai no pescoço da kunoichi.

O corpo todo de Sakura ardia, como se milhares de agulhas a perfurassem ao mesmo tempo. Pensava claramente, mas toda vez que se movia tinha a sensação de câimbra por todo o corpo. Portanto, não conseguia revidar em momento algum. Depois de alguns minutos alcançaram o quarto. Karin tirou de Sakura a chave que havia usado, abriu a porta e atirou Sakura para dentro, fechando e trancando a porta logo em seguida.

- Não entendo como essa retardada vai nos ajudar. Orochimaru-sama anda tendo idéias estranhas ultimamente. – sussurrou enquanto ia embora, Karin, bufando de raiva e praticamente trotando.

Dentro do quarto, Sakura continuava jogada no chão. Havia desistido de levantar assim que notou não estar em condições para tanto. Aos poucos pode sentir que seus movimentos voltavam. Tentou mexer os dedos da mão. Tudo certo. Levantou-se aos poucos. Quando ficou de pé suas pernas tremiam. Teve de se apoiar na parede para não cair. Andou até a cama e se sentou nela. Abraçou os joelhos e passou a olhar vidrada para a única vela que iluminava o lugar. Agora era prisioneira do homem que mais odiava no mundo, isso é, com certeza.

Não lhe restavam dúvidas. Já esteve naquele lugar antes. Ela, Naruto, Sai e Yamato estiveram ali, quando havia reencontrado Sasuke pela primeira vez em dois anos e meio. Lembrava bem de todas as duras palavras que ouvira dele naquele dia. Então se lembrou de que havia sentido uma dor repentina em seu ombro, quase no pescoço. Passou a mão por ali, nada.

- "Não deve ser nada demais"- pensou. Era médica, sabia muito bem que a eletricidade contida em seu corpo poderia ter lhe pregado uma peça e resolvido torturar seus músculos com um choque involuntário.

E agora, será que notaram sua falta em Konoha? A julgar como era sua shinshou, provavelmente ela logo teria um ataque de fúria ao saber que uma de suas melhores kunoichi havia simplesmente desaparecido. Retirou suas roupas de dentro do kimono e tornou a deixá-las sobre o criado mudo. Descalçou as suas botas ninja e deitou. Ficou bastante tempo a compreender o teto, tentando se manter acordada. Sentia-se insegura. Não podia evitar.

- Fraca – disse quase num sussurro.

Tomou decisões erradas, atrapalhara, se deixou ser pega... Era mesmo uma fraca. Tal como Sasuke dizia. Naquele momento concordava com cada palavra opinada por ele. Se não tivesse sido fraca, será que teria conseguido impedir ele de ir embora. Todo esse tempo ela só conseguia pensar nele. Única e completamente nele. Pedir para ele voltar nunca adiantaria, ela sabia disso. Chorar não o faria voltar, ela também sabia disso. Todo esse tempo, ela nunca havia feito nada para que ele voltasse. Sempre estivera um passo atrás de seus amigos. Sentiu raiva de si mesma. Era uma besta mesmo. Queria somente sumir para qualquer lugar. Talvez até fosse melhor se ela nunca tivesse conhecido ele. Agora pagava o pato. Era isso que tinha escrito naquela carta.

- A carta! – disse se sentando na cama.

Quando soube da missão tinha posto a carta em um fundo falso da sua bolsa de shuriken. Desprendeu-a da coxa e a virou de ponta cabeça, fazendo todo o seu conteúdo parar em cima da cama. Enfiou a mão dentro da bolsa e tirou um pedaço de madeira do fundo. Olhou para dentro, ali estava a carta, fazia dois dias. Tirou-a dali. Aquela era a prova do que sentia pelo Uchiha. Algo que estava determinada a apagar de sua vida. Olhou para a vela. Sua mão foi levando a carta para próximo do fogo, mas parou no meio do caminho. Lembrava-se claramente de o que sentiu escrevendo-a. Um alívio incomparável. Tudo ali tinha saído involuntariamente. Tudo sem qualquer leviandade. Um sentimento que, fora o sofrimento que causou, a fazia se sentir acolhida, protegida. Por fim tirou-a de perto do fogo. Guardou-a exatamente onde estava antes de tudo e tornou a se deitar.

Em algum tempo o fogo da vela havia se apagado. E, junto com ele, as forças de Sakura para continuar acordada.