Olá a todos! Essa é minha primeira fic de Shaman King, um anime/mangá que eu gosto muito. É U.A. e AnnaxYoh, meu casal preferido. Espero que gostem!

Shaman King não me pertence, e sim a Hiroyuki Takei (que, só pra constar, eu odeio desde que vi o final do mangá 64. Aquilo lá é jeito de finalizar a história??????????)

Right here where you left me

Cap.1 – Volta Triunfal

De manhã não tão cedo, um carro grande, preto e luxuoso parou em frente ao Aeroporto Internacional de Paris. O choffer desceu e rodeou o carro rapidamente para abrir a porta de trás. Dela saiu uma mulher jovem, de uns 21 anos, alta (mais ou menos 1,77m) e magra. Tinha pernas longas e bem torneadas que eram favorecidas pelo short no meio da coxa preto que ela usava, junto com uma blusa tomara-que-caia cor de berinjela e um bolero também preto que amarrava na frente, logo embaixo do peito, com mangas estilo kimono japonês, bem abertas. Ela usava grandes óculos escuros tipo máscara, que cobriam grande parte do rosto, mas mostravam a boca bem feita e o nariz perfeitamente proporcional, pequeno e um pouco arrebitado. Os cabelos dourados e lisíssimos iam até a cintura, mais ou menos. Ela ia andando para a porta decidida, com passos firmes, o som dos saltos de suas sandálias pretas de salto fino e alto (obviamente de grife) ecoando, já que todas as conversas tinham cessado quase que por completo, em parte pela beleza estonteante da mulher, mas também por quem ela era. Anna Kyoyama, modelo internacional, linda, famosa, e muito, muito rica. Outdoors, traseiras de ônibus, capas de revistas, comerciais de TV, era impossível não saber quem ela era. Atrás dela, o pobre choffer corria para acompanhá-la, empurrando um carrinho com cinco grandes malas. Ela passou direto pelos balcões das companhias aéreas e não esboçou nenhuma reação quando os flashes começaram a espocar na sua cara. Também não foi preciso, já que, no segundo seguinte, vários seguranças surgidos sabe-se lá de onde afastaram os paparazzi, até mesmo pegando o filme da câmera de um ou outro mais abusado. Ignorando tudo isso, a modelo seguiu até uma sala V.I.P. Seu choffer entregou o carrinho com as malas para o carregador e virou-se para sua chefe.

- Espero que a Senhorita faça uma boa viagem. Todos aqui em Paris sentiremos sua falta – disse ele, curvado, fitando o chão.

- Obrigada. Aqui está, não vou vir à Paris por um tempo, então... – ela não completou a frase, só tirou da carteira duas notas de cinqüenta euros e deu a ele.

- Obrigado, senhorita. Adeus – e, curvando-se novamente, se retirou.

- Senhorita Kyoyama? – chamou uma voz feminina hesitante – Está na hora.

Ela assentiu com a cabeça e seguiu a mulher até seu jato particular. Acomodou-se e esperou pacientemente pela decolagem, que não tardou a acontecer. Algum tempo depois, estava de pernas cruzadas, com uma taça de vinho branco na mesa à sua frente. Virou-se e levou os óculos ao alto da cabeça a fim de observar o vista. O mar brilhava e, de tão azul e alegre, parecia caçoar dela. Suspirou impaciente, abaixou os óculos e tomou mais um gole de vinho.

Era isso, pensou. Estava indo para casa. Estava voltando para o Japão.

Yoh Asakura caminhava de volta para sua casa pensativo, não parecendo notar o olhar desejoso que onze entre dez mulheres de idades e condições civis variadas lançavam a ele. Toda essa distração tinha um motivo. Para ser mais especifica, um nome. Anna Kyoyama. Top model famosa. Eleita uma das dez mulheres mais sexies do mundo e uma das três mais bonitas. E por último, mas definitivamente não menos importante, sua ex-namorada. Ele não a via desde que ela tinha ido para França, três anos atrás. De repente parou de andar e olhou ao redor, fazendo um reconhecimento do lugar para onde suas pernas o tinham levado. O parque da cidade. Sentou-se num balanço. O parque estava deserto, as crianças deviam estar na escola. Sorriu e começou a se lembrar de como o destino tinha unido ele e Anna.

Tudo começou quando tinham seis anos. Ela estudava no internato de sua avó, em Osorezan, e era uma das melhores alunas. Quando sua avó, Kino Asakura, descobriu que a menina morava nos arredores de Izumo, não pensou duas vezes e convidou ela e seu primo para passarem as férias de verão em sua casa. O tio da menina, que era seu guardião legal desde que os pais tinham morrido, aceitou o convite, e eles foram. Foi naquele verão que Yoh, Hao, seu irmão gêmeo, e Ren, seu melhor amigo, conheceram Anna Kyoyama e seu primo, Lyserg Diethel. Desde então, eles não eram mais vistos sozinhos. Estavam sempre juntos, brincando, se divertindo. Yoh riu quando se lembrou do primeiro beijo que deu, ou melhor, roubou de Anna. Eles tinham onze anos. A partir dali, tudo começou. Joguinhos, olhares suspeitos, beijos roubados. Aos quatorze anos, finalmente, firmaram o namoro. Eles ficaram bem e completamente apaixonados por muito tempo, mas, quando tinham dezessete anos, brigaram por um motivo idiota, mas que mesmo assim fez ela o expulsar de sua casa gritando que nunca mais queria vê-lo. Na mesma noite ela se arrependeu, mas quando chegou a casa dele para se desculpar, encontrou-o na cama com Tamao, prima dele. Depois disso, ela reservou passagens para o primeiro vôo para França, inicialmente a fim de passar seis meses, mas foi descoberta e nunca mais voltou. Até agora, pensou, franzindo o cenho, lembrando o porquê de todas essas lembranças. Ryu, seu amigo e um dos seguranças da fazenda dos Kyoyama, havia lhe contado que a "Dona Anna" estava voltando. Nem precisava perguntar por que, era só pegar qualquer revista metida a besta para saber. Desde o começo de sua carreira, haviam surgidos muitos boatos amorosos envolvendo Anna, e todos ela apressava-se em desmentir. Mas, há um ano e meio, ela anunciou publicamente seu namoro com um idiota francês qualquer. E é claro que os tablóides fizeram a festa quando ele foi pego a traindo com... Um homem. É, o namorado de uma das modelos mais famosas do mundo era gay.

- Ei, Yoh! Tá fazendo o que aqui? – perguntou Hao, sentando-se ao lado do irmão.

- Pensando – respondeu ele.

- Nela? – tornou o homem, apesar de já saber a resposta. Seu irmão assentiu – É verdade mesmo que ela está voltando, então?

- É sim. O Ryu já tinha me dito, mas hoje eu fui à fazenda e confirmei com o Lyserg.

- E o que você vai fazer a respeito?

- Não sei – disse Yoh, suspirando – O que você acha?

- Eu não acho nada, vamos falar do que eu sei. Sei que você nunca a esqueceu durante todos esses anos. Sei que, mesmo tendo saído com várias depois de ela ter ido embora, você nunca amou nenhuma garota fora ela. E aposto que ela também não te esqueceu. Quer dizer, se ela não te amasse na época, porque ela teria ido para outro continente? – concluiu Hao.

- Talvez ela me amasse na época, mas agora... E além do mais, eu não culpo ela. Eu não podia ter feito o que eu fiz.

- Primeiro, se ela te amava de verdade, como eu acho que sim, não te esqueceu. Você só ama uma pessoa na vida, Yoh. Veja o Fausto. Que ele é doido é, mas nunca esqueceu a Eliza. E depois, eu já disse que a culpa é da Tamao. Ela sabia que se tava triste, te encheu de sakê, e provavelmente avançou pra cima de você. Você não tava pensando. – disse, severo – E depois, hoje é o último dia do ano letivo. A vovó volta hoje de Ozorezan, e praticamente toda cidade vai jantar lá em casa. Anda.

- Tem razão, não quero me atrasar – e os dois foram.

Yoh riu de alguma coisa que Horo-Horo, o filho do chefe de uma aldeia num bosque nos arredores de Izumo, disse. Todos estavam lá. Horo-Horo e sua irmãzinha, Pirika. Fausto, o esquisito médico da cidade. Viu também, ao longe, Matilda, Marion e Kanna conversando baixo com Tamao. Era raro ver elas ali desde que Anna fora embora, já que Hao expulsou Tamao da casa dos Asakura, e, por associação, suas melhores amigas também não eram bem-vindas. Elas só vinham em ocasiões como está, porque, insuportável ou não, Tamao era sobrinha-neta de sua avó. Desviou seus olhos para porta e viu Lyserg chegando, acompanhado por Ryu, que era, afinal, seu guarda-costas. Embora, na opinião de muitos, o homem fosse um pouco obsessivo pelo patrão. O garoto de olhos verdes olhou feio para Tamao e as amigas, já que ele considerava Anna uma irmã mais velha que sempre cuidou dele e as culpava por todo sofrimento dela. Ryu foi beber alguma coisa e Lyserg veio cumprimentá-los.

- Olá Yoh, Hao, Horo, Piri – ele saudou, chegando perto.

- Oi – responderam os outros. Conversavam coisas sem importância e riam. Sentiam-se leves. Em pouco tempo, Ryu e Fausto estavam bêbados, abraçando-se pelos ombros e cantavam juntos músicas sem nenhum nexo entre soluços.

- Olha! É o Chocolove! – exclamou Pirika, sorrindo, acenando freneticamente para o namorado – Aqui! – gritou ela, fazendo-se ouvir apesar do barulho. Ele os localizou e foi até lá.

- Oi pessoal! – disse animado – Tudo bem com vocês?

- Tudo ótimo – respondeu Lyserg, sorrindo.

- Sinto lhe dizer, Chocolove, mas o papel de atração-tão-sem-graça-que-é-triste já foi ocupado – falou Hao, apontando os dois amigos bêbados.

- Tudo bem, eu tenho coisas melhores pra fazer – ele disse e, sem esperar, puxou Pirika pela mão.

- Vocês vão me dar licença – disse Horo-Horo com um brilho assassino nos olhos, que fez seus amigos desistirem de lhe dizer que Pirika tinha dezoito anos e, agora, era dona do próprio nariz.

- Então... – começou Lyserg para os gêmeos depois de alguns instantes – Quem diria que esse ano vai completar quinze anos desde aquele verão...

- É mesmo... – disse Yoh, pensativo.

- Parece bem mais, não acham? – perguntou Hao. Eles assentiram – Anna está voltando mesmo? – perguntou, olhando para o amigo.

- Está. Eu não sei quando ela chega, ninguém disse a mim, mas sei que dessa semana não passa. E vocês, tiveram notícias do Ren? – ele perguntou. Ren era chinês e sua família tinha uma filial de sua empresa no Japão, por isso, ele foi para terra do sol nascente ainda novo, e hoje era o presidente da filial japonesa. Era muito ocupado, então falavam-se mais por telefone.

- Não, nada desde a semana passada. Seria bom que ele viesse, não? Os Estrelas todos reunidos, quinze anos depois, no mesmo local – os três riram. O sensei particular dos gêmeos, Amidamaru, um dia, tinha sugerido a eles dar um nome ao grupo, há muito tempo, quando eram pequenos, pois ele dizia que com um nome os laços ficariam mais fortes. Funcionou ao contrário, já que Ren, Hao e Anna passaram uma semana sem se falar, pois o chinês queria batizá-los de The Rens, o de cabelos castanhos de Os Estrelas, enquanto a garota insistia em Balneário Funbari, que seria o nome que a mãe dela ia dar a pousada que estava abrindo antes de morrer.

- Não me lembre disso... Eu e o Yoh tivemos que passar uma semana servindo de mediadores para vocês! – reclamou Lyserg, ainda que rindo. E continuaram perdidos em lembranças de tempos mais simples, onde seus mundos se resumiam a suas casas, suas famílias, seus amigos, suas escolas e o riacho que lhes servia de ponto de encontro.

Em outra fazenda tão grande, talvez maior, que aquela onde os três amigos se divertiam, Uma bela mulher loura descia do carro e entrava na casa.

- Senhorita Kyoyama! Já esperávamos a sua chegada... – disse a governanta.

- Há alguém em casa? – ela perguntou, levantando os óculos escuros e olhando ao redor.

- Não, senhorita. Seus tios, os senhores Kyoyama e Diethel, estão nos Estados Unidos a negócios, sua tia, senhora Diethel, está em Tóquio para um evento e seu primo, o senhor Lyserg, foi a festa de início de verão na casa dos Asakura – respondeu a mulher prontamente, sem parecer notar que a última frase afundou o espinho de uma ferida em que Anna há muito tempo não mexia.

- Tudo bem. Vou me deitar, estou exausta. Não me acorde, sim? E peça a Lyserg para me acordar depois das galinhas, e não antes, para ouvir o "lindo som" do canto do galo, como sempre – e, dizendo isso, subiu as escadas para seu quarto. Não precisou desfazer as malas. Havia as mandado direto para a fazenda ao invés de levá-las com ela para a reunião com seu agente, por isso todas as suas coisas já estavam nos lugares certos. Olhou ao redor. Por mais que estivesse relutante em voltar, era estranhamente reconfortável saber que, ao contrário dela, seu quarto havia parado no tempo. Em tempos mais simples, pensou, mais felizes. Dirigiu-se para sua mesinha de cabeceira e pegou um porta retrato. Na foto, cinco crianças de uns seis anos sorriam. No meio uma menina de cabelos dourados e lisos e olhos muito negros sorria, exibindo covinhas nas bochechas, e tinha os braços cruzados. De seu lado direito, havia um garoto de sorriso tranqüilo, fones de ouvido grandes e laranjas, que tinha o braço ao redor da cintura da menina, e do lado dele um menino de cabelos e olhos verdes sorria encolhido timidamente. Do lado esquerdo da menina estava uma garoto extremamente parecido com o dos fones, mas esse tinha o cabelo mais comprido e o sorriso mais sapeca. Por último, um menino de cabelo azul escuro e olhos dourados, que também sorria. Sua turma, pensou. Seu primo-irmão Lyserg Diethel, filho da irmã de seu pai, uma mulher bondosa e honesta, mas meio doidinha, e Francis Diethel, um homem completamente detestável. Tao Ren, o chinês esquentadinho de cabelo esquisito que vinha um feriado ou outro a Izumo, acompanhado sempre apenas por seu professor e guarda costas, Bason. E os gêmeos Asakura, Hao e Yoh, netos da mulher que ela mais admirava no mundo. Devolveu a foto ao seu lugar, tomou um banho e se trocou. Seu primo demoraria. Ganharia mais falando com ele amanhã cedo. Deitou-se e dormiu quase imediatamente, o vôo havia sido desgastante.

Bom, esse foi o primeiro capítulo. Foi mais para explicar umas coisas, mas espero que tenham gostado. O segundo capítulo não deve demorar muito, mas não prometo nada. Claro que acelera o processo se vocês mandarem reviews... Mandem mesmo. Quero muito a opinião de vocês, como eu já disse, é minha primeira fic de Shaman King, então... Beijos e até o próximo capítulo!

Lemmie