Advertências:
Essa fanfic não foi betada [ Erros ortográficos corrigidos ]
Essa fic contém yaoi [ Relação homossexual entre dois homens ]
Ela será feita em vários capítulos [ Sem ordem ou roteiro pré-definido, abrigando apenas cenas e acontecimentos ]
Ela não possui referências históricas [ Apesar de tentar colocar um ambiente coerente com a mesma, não possuo conhecimento suficiente para ser capaz de transferir todos os acontecimentos históricos para situações das personificações. ]
Os nomes dos personagens utilizados estão na versão humana. [ Alfred é os Estados Unidos da America e Kiku é o Japão ]
Hetalia não me pertence, mas o mundo também não é do senhor Hidezaku.. Cada um rouba referências como pode!

Inviolado

Eu atirei em você.. Mas não é porque eu queria feri-lo, não é porque queria vê-lo chorar, não é porque queria fazê-lo me obedecer, é porque você merecia! Eu atirei em você e você ficou ferido, você começou a chorar, você se submeteu a mim, mas você mereceu e passou a me olhar..

O revolver é frio, sentiria desconforto se o segurasse com as mãos nuas, mas para aquela ocasião me preparei e coloquei luvas.. Seu olhar era amedrontado, seu corpo ferido era um alvo fácil, mas minha mira sempre foi perfeita e nunca tive problemas em disparar..

Eu atirei em você, Kiku! E não vou deixá-lo esquecer disso! Porque depois de tudo o que você me fez, você merecia!

Capítulo 1. - Hospital

Já haviam se passado quatro meses desde que Alfred tinha atirado em Kiku, mas alguns insistiam em dizer que o americano jamais seria perdoado pelos seus atos. Enquanto caminhava pelos corredores do hospital, Alfred sentia os olhares e ouvia os comentários, abaixando a cabeça e refletindo, tentando compreender o porque de discutirem tanto algo que já havia sido feito e não tinha mais volta..

Ferir alguém que estava em uma situação difícil era ruim? Talvez.. Mas não é como se Alfred tivesse desejado feri-lo apenas porque ele já não se encontrava em boas condições, ele queria feri-lo para mostrar como se sentia.. Muitos retrucavam dizendo que ele deveria ter usado palavras, mas ele usou e foi ignorado.. O que mais poderia fazer além de atirar?

Entrou no quarto do japonês, encontrando-o adormecido na cama. As paredes eram brancas, os lençois brancos, as cortinas brancas.. Até a pele do japonês estava mais pálida do que o de costume.. Aquele ambiente não era agradável? Exalava paz ao lado do forte cheiro de desinfetante, uma situação muito agradável quando comparada a um campo de batalha.

Acomodou-se na cadeira ao lado da cama, movendo os seus olhos curiosos por cada canto do quarto, procurando garantias de que tudo estava em ordem e o japonês recebia todos os tratamentos e o ambiente mais confortável possível. Sorriu pensando no conforto que o seu dinheiro estava proporcionando ao outro, depois de tudo o que estava fazendo, o menor ficaria em dívida, mas não tentaria causar problemas ao cobrar tal dívida, gostava de ajudá-lo.

Suspirou, voltando o olhar para o rapaz adormecido, analisando com cuidado suas feições.. Lábios finos, nariz pequenos, olhos alongados, cílios longos e negros e traços, mesmo que muito caracteristicos do oriente, pouco marcantes. Ele era igualzinho àquele quarto, pacifico e sem chamativos, do modo que tinha que ser.. Curvou o seu corpo para perto da cama, aproximando o seu rosto e sentindo o doce odor exalado pelo corpo do japonês, odor gerado graças aos sabonetes que havia providenciado para ser usado pelas enfermeiras quando ele fosse banhado.

Afastou-se lentamente, sem querer causar qualquer transtorno, mas vendo o menor aos poucos despertar por culpa da aproximação, piscando os olhos algumas vezes, tentando adquirir coragem para abri-los e lentamente focando o olhar no americano, deixando seus finos lábios tomarem a forma de um sorriso. Em outras condições a visita do americano não seria bem recebida, mas naquele momento era a única fonte de distração e isso lhe causava felicidade.

- Não queria acordá-lo, como está se sentindo hoje? - Perguntou o americano, retribuindo o sorriso e levando uma de suas mãos a face do japonês, acariciando-a com cuidado e removendo alguns incomodos fios que insistiam em cair nos olhos do outro e ocultar aquelas belas iris negras que o observavam com tanto carinho.

- Muito bem, obrigado.. Estou feliz que tenha vindo me ver, como foi o trabalho? - Quis saber Kiku, tentando elevar um pouco o corpo para se sentar sobre a cama, mas sentindo-se fraco demais para fazê-lo e desistindo, optando apenas por curvar o seu corpo para o lado para observar melhor o outro.

- Você diz isso todos os dias, se sentiria triste se eu não viesse te ver? - Perguntou Alfred com um sorriso malicioso, querendo testar as respostas do japonês em uma tentativa de constragê-lo. Kiku, porém, apenas manteve o seu sorriso, refletindo por alguns longos segundos aquela pergunta.

- Sim, sentiria que não se importa mais comigo.. - Confidenciou sem qualquer constrangimento, levantando uma de suas mãos de baixo dos lençois e pousando-a cuidadosamente próximo a sua face, ao lado do travesseiro, fazendo um movimento curto com a cabeça para sinalizar um pedido de aproximação.

- Mas eu me importo muito! Então venho todos os dias.. - Fala o americano, aceitando a sugestão e aproximando sua mão da do japonês, segurando-a com cuidado. - Meu trabalho é sempre muito chato, o Ivan está implicando comigo cada vez mais, a hora mais feliz do meu dia é vir lhe ver! - Contou, movendo os seus dedos em uma tentativa de entrelaça-los com o do menor.

- Não diga algo assim, ele tem sido muito gentil, até mesmo enviou alguns presentes para me ajudar na recuperação.. - O tom da voz foi um pouco decepcionado, não era capaz de repreender Alfred, mas a última coisa que desejava naquele momento era vê-lo se envolvendo em um conflito. E se pudesse, usaria todos os argumentos que conhecia para convencê-lo a mudar suas atitudes com Ivan e acabar com as brigas.

- Você fala isso, mas também não gostava dele! - Retruca, mordendo de leve os lábios e deixando-os semelhantes a um biquinho de insatisfação. Não querendo que suas horas mais felizes do dia fossem substituidas por um diálogo onde tentavam mostrar que o russo possuia pontos positivos.

- Haha.. - O japonês tentou rir daquela expressão feita pelo outro, mas a dor em seu corpo logo impediu de prosseguir com sua risada, forçando-o a mover um pouco o corpo para não sentir mais tanta dor.

- Está doendo? - Perguntou Alfred, ganhando uma atitude completamente diferente com o oriental, deixando sua insatisfação ser substituida por extrema preocupação. Se lhe perguntassem se gostava de ver o Kiku com dor, diria que não, mas entre vê-lo lutando e vê-lo inválido naquela cama, amava sem dúvida a segunda opção.

- Estou, perdoe-me por preocupá-lo.. - Respondeu sorrindo após encontrar uma posição que lhe trazia algum conforto. Não era fácil respirar, muito menos rir, mas estava tudo bem naquele momento, enquanto o loiro estivesse cuidando dele, toda a dor que sentisse seria suportável.

- Semana que vem o médico vai deixá-lo se sentar na cadeira de rodas e passear pelo hospital, então não vai sentir tanta dor por ficar horas deitado.. - Disse em uma tentativa de animá-lo, segurando o braço do japonês com cuidado para erguê-lo, verificando algumas escoriações em sua parte interna, necroses causadas por ficar tanto tempo deitado.

- É feio, não olhe.. - Pediu o japonês, puxando sem muita força o seu braço, escondendo-o nos lençois novamente. Não gostava de parecer fraco e debilitado, mas as várias manchas vermelhas e a falta de sensibilidade em boa parte do seu corpo estava incomodando-a cada vez mais, apodrecia mesmo que ainda vivo.

- Eu não acho feio.. - Disse, sem saber definir ao certo se suas palavras eram uma tentativa de consolo ou seus pensamentos sinceros. - Você fica lindo quando está assim, fraco e sensível.. - Sorriu, aproximando-se do japonês e depositando um beijo em sua face. Tais palavras eram sinceras, não tinha dúvida de como lhe agradava ver o outro tão delicadamente pousado sobre aquela cama.

- Por que fez isso? - Perguntou em um misto de surpresa e nervosismo, levando sua mão até a área que havia sido beijada, acariciando-a na procura de uma confirmação que aquele beijo havia mesmo ocorrido e não era apenas sua imaginação.

- Mesmo quando você sair desse hospital não vai poder mais andar sozinho por algum tempo, por que não vem morar comigo? Nós podemos nos casar.. - Sugeriu Alfred, apesar de a princípio suas palavras desmotivarem o outro, seu pedido era confiante e pensado e repensado dezenas de vezes, confiante de que seria um bom meio de vencer os problemas que ainda estavam por vir.

- Não diga essas coisas, não desejo causar problemas para ninguém.. - Respondeu em um tom suave e irritado, desviando o olhar do americano, deixando claro que não estava disposto a conversar sobre assuntos surreais como aquele.

- Case comigo! - Insistiu, olhando-o determinado mesmo diante de uma possível rejeição. - Ou você não quer? Não invente desculpas, apenas responda-me se quer ou não casar comigo.. - Deixou tudo as claras, sem hesitação alguma na voz, querendo por um início e um fim naquela questão.

- Nós não nos amamos para nos casarmos.. Mesmo que eu aceitasse, não seriamos felizes.. - Falou Kiku um pouco triste, sabia que sua vida não seria tão fácil ao sair do hospital, tinha muitas dívidas com o americano e seu estado não lhe permitiria cuidar de si mesmo sem ajuda, mas não queria ter de casar com alguém para resolver isso, sempre achou que o melhor meio de crescer era estando sozinho.

- Eu amo você e posso ajudá-lo a se recuperar, não vou exigir muito em troca.. Quero apenas que você fique assim, vulnerável para mim.. - Disse, vendo os olhos negros de Kiku voltarem-se para si com surpresa. Não esperava que o amasse? Mas sempre o amou, pensava ter deixado isso claro várias vezes.. Não estava ajudando-o porque todos queriam obrigá-lo a ajudar, estava ajudando porque era seu desejo.. Não queria que Kiku morresse ainda, queria estar ao lado dele por muito mais tempo.

- Quer que eu fique inválido em uma cama? E do que isso lhe serviria? - Perguntou confuso, não entendendo a profudidade das palavras do ocidental, ou até mesmo se elas possuiam profundidade. Ele estava falando sério? Coisas assim não deveriam ser ditas apenas por falar, precisavam ser analisadas com calma!

- Não foi isso que eu disse.. O hospital que você está agora, o quarto que você está ocupando, a cama na qual está deitado.. Tudo isso é meu! Eu posso tirá-lo daqui se desejar, abandoná-lo sozinho em uma casa destruida e sem qualquer valor.. Mas não vou fazer isso, porque quero vê-lo capaz de andar, ser tão ou até mesmo mais forte que antes.. O que estou pedindo é que continue deitado em minha cama, mostrando-me todas as suas fraquezas! Em troca irei protegê-lo, dar conforto e segurança, além de minha exclusiva dedicação.. - Explicou, expondo as vantagens de tal união, apesar de não querer tratá-la apenas como uma negociação e sim como laços de afinidade entre os dois.

A resposta mais racional era sim, mas os sentimentos de Kiku não o permitiriam aceitar o americano tão fácil.. E por mais que desejasse se enganar pensando que o tempo o faria amá-lo, nunca poderia amar com todo o seu coração o responsável por colocá-lo naquela cama.. Ele era o culpado pelas noites mal dormidas, repletas de dor e lágrimas, era culpado pela infelicidade e preocupações de perder tudo o que tentava conquistar e era também o principal culpado por Kiku passar a desejar se superar utilizando os outros como ferramentas..

- Você realmente me ama..? - Perguntou Kiku com um sorriso gentil, não porque desejava saber a resposta, nunca em sua vida duvidou das palavras do americano, mas porque desse modo faria-o pensar que sua preocupação era em fazê-lo feliz.

- Sim, mais do que qualquer outro.. - Disse Alfred determinado, mas sentindo as bochechas esquentarem e sua face ganhar um tom rosado. Não estava preparado para ouvir aquela pergunta de modo tão doce vinda do oriental, acabaria acreditando que sua preocupação era não fazer uma união vantajosa, mas sim uma união emocionalmente agradável.

- Então ficaria feliz se pudesse ouvir sair de seus lábios aquele pedido novamente.. Desse modo poderia dar uma resposta adequada.. - Falou, forçando o seu corpo a curvar-se para a frente, suportando a dor para poder olhar de perto os olhos azuis do americano quando ele dissesse novamente aquelas palavras.

- Quer casar comigo, Kiku? - Respirou fundo, não impedindo que o moreno fizesse aqueles movimentos exagerados numa tentativa de se sentar, ciente que deveria ser o desejo dele parecer adequado a receber uma proposta dessas. Se perguntou também se havia escolhido uma má hora para fazer tal pedido, porque sua insistência poderia causar ainda mais exaustão ao outro e prejudicar sua recuperação.

- Sim, Alfred.. Desejo me casar com você.. - Respondeu Kiku, sorrindo com ternura enquanto observava Alfred aproximar-se e envolver seu pescoço com os braços, abraçando-o nervoso e feliz, contente com a resposta. Kiku apenas esticou as mãos com cuidado, tocando delicadamente nas costas do outro e fechando os olhos por um breve segundo, pensando nas próprias palavras.. Seu corpo não doia mais, estava morto por dentro e só restava esperar que seu corpo apodrecesse por fora.

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Notas da autora: Escrevi essa fanfic em uma hora e meia em uma madrugada de insônia, espero não ter desagradado ninguém e nem que a narração esteja fraca e pobre em detalhes. Deixe um REVIEW (Comentário) sobre a história, dizendo de que modo posso melhorar o meu modo de escrever. Caso essa fanfic não seja uma "causa perdida" planejo escrever o capítulo seguinte com um lemon (Relações sexuais), abordando temas mais fortes.