Quando Dois Se Tornam Um

Capítulo 1 – Sentimentos

Kagome estava estirada na cama pensando em como havia se deixado levar pela briga que tivera com Inu-Yasha há quase uma semana. Desde aquele fatídico dia não havia voltado para procurá-lo e estava realmente decepcionada que ele também não tivesse vindo lhe ver.

-Que droga, Kagome! Você tinha que ser tão dura com ele? Não seria melhor relevar e fingir que ele estava coberto de razão? Apesar dele estar sendo injusto?

Flash Back

Por quê você insiste em aceitar as cantadas daquele lobo fedorento? Falou ele com um tom que não agradou a ela.

Mas eu nem abri a boca! Eu só estava preocupada em te ajudar!

Feh! Como se eu precisasse de você para alguma coisa além de procurar os fragmentos! Falou irônico.

Inu...Yasha? É só para isso que eu sirvo para você? Os olhos já estavam marejados pelas lágrimas.

Mas é claro! E para que mais você serviria?

Eu pensei que nós......fossemos amigos....Inu-Yasha! Não sabia que minha companhia era tão desagradável para você! Já que é assim, EU VOU EMBORA!!!!!

VAI!!!! PODE IR!!! NÃO VAI FAZER FALTA NENHUMA!!!!!

ADEUS!!!!!!

Correu em direção ao Poço e se atirou para espanto do hanyou que não acreditava que ela pudesse cumprir com o que falara.

Fim do Flash Back

Do outro lado, o hanyou já estava achando aquela demora um tanto anormal. Já que ela nunca havia ficado mais que dois dias com raiva dele. Agora, já era quase uma semana e nada dela aparecer, nem que fosse para chamá-lo de idiota e mandar ele ao chão com aquela palavra que ele se arrepiava só de lembrar.

Kagome! Será que você ainda está muito brava comigo? Será que dessa vez eu exagerei? Como será que você está? Será que sente a minha falta, tanto quanto eu sinto a sua?Pensou com o olhar perdido dentro do poço.

Volte! Eu sinto sua falta!

Avançou como se fosse pular dentro do poço, mas se conteve ao ouvir barulho nos arbustos ao seu lado.

Quem está aí? Perguntou com uma veia saltando na testa.

.........Errr! sou eu, Miroku! Desculpe, mas eu te vi vindo para cá e não pude deixar de pensar que você talvez quisesse desabafar com alguém.

Feh! Eu? Desabafar? Sobre? Perguntou tentando disfarçar.

Deixa de ser criança Inu-Yasha! Eu sei que você sente a falta dela. Não precisa esconder isso de mim, afinal de contas, somos amigos, não é?

Eu....eu....sinto falta dela sim. Não queria ter sido tão estúpido com ela. Por que será que toda vez que a gente briga eu me sinto assim, tão miserável? Como se nada mais fizesse sentido sem ela. Será que você pode me explicar?

Mas é claro! Você está apaixonado por ela! Só não percebe porque é muito orgulhoso e não quer admitir que seu amor pela Kikyou acabou faz tempo!

Talvez você tenha razão! Não sinto mais a mesma coisa pela Kikyou. Desde que a Kagome apareceu na minha vida, não consigo sequer deixar de imaginar um dia sem estar ao seu lado. Ela me faz sentir feliz.

Então meu amigo? O que está esperando para ir buscá-la de volta para você?

E se ela não gostar de mim como eu gosto dela? Pois uma coisa é estar presa a mim por obrigação, e outra completamente diferente, estar comigo por vontade própria.

Você é burro ou se faz de burro para melhor passar? Será que realmente você não percebeu que há muito ela deixou de estar ao seu lado por obrigação? Ela se preocupa com você, se entristece cada vez que você fala ou se encontra com a Kikyou, deixa de voltar para a era dela só para ficar ao seu lado, quer que eu enumere mais um milhão de motivos para você?

Acho que eu fiz a maior burrada da minha vida! Será que eu a perdi para sempre Miroku?

Acho que ainda há tempo para vocês se entenderem, mas você vai ter que ter paciência meu amigo. Ela deve estar magoada com você!

Eu vou arriscar! Outra coisa, se você sair espalhando por aí que nós tivemos essa conversa, EU NEGO! Ouviu bem? EU NEGO E AINDA TE DOU UMA SURRA!

Ok, Inu-Yasha! Eu jamais pensaria que você admitiria que se declarou justo para um monge pervertido!

Ainda bem que você entendeu meu ponto de vista!

Falou com o monge já pulando no poço.

Saiu, levantou a cabeça e farejou o ar para sentir se ela estava por ali.

Sentiu o cheiro dela próximo à entrada do poço. "ela esteve aqui faz pouco tempo. Será que ela queria ir me ver?" pensou ele com o coração aos pulos. Colocou a mão sobre o parapeito do poço e sentiu úmido. " Ela....esteve....chorando. Será....que....foi....por mim?"pensou.

Saiu de dentro da casinha e caminhou pelo jardim, aspirando o ar para sentir o perfume dela. De repente, se virou, e olhou para a Árvore Sagrada, a mesma onde ficara preso por cinqüenta anos, onde a vira pela primeira vez. Ela havia estado ali também, podia sentir o cheiro dela. "Será que ela também sentia saudades de mim?", pensou tentando se controlar para não correr de encontro a janela dela.

Continuou andando até parar debaixo da janela dela. Se imaginou jogando uma pedrinha para chamar a atenção dela e então gritar que estava ali por ela. Mas logo afastou essa idéia da cabeça, afinal ele nunca agia como um garoto apaixonado, nem sequer sabia ser romântico e se amaldiçoava por nunca ter aprendido nada que uma garota pudesse gostar, afinal de que lhe valeria aprender frescuras se ele passava todo o tempo tentando provar que não era um nada.

Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho que vinha do quarto dela. Era como se fossem soluços e ficavam cada vez mais fortes.

Resolveu pular e ver o que acontecia. Estremeceu quando viu que ela soluçava sobre a foto que eles tiraram na última visita que ele havia feito a ela.

Inu-Yasha! Como eu queria poder te ver de novo. Te abraçar, sentir o seu cheiro, ouvir a sua voz.....se eu tivesse coragem de fazer isso antes de....acabar de vez com esse sofrimento! Me perdoe por ser covarde, mas prefiro morrer a ter que ver você nos braços dela!

Ele sentiu um arrepio percorrer sua coluna. Ele sabia que ela estava falando sério em se matar, e tudo por causa dele. Como ele não havia percebido antes, como pôde deixá-la sofrer sozinha por tanto tempo? Criou coragem e abriu a janela pulando para dentro e de um grito falou:

Eu te amo! Por favor....não me deixe! Eu preciso de você....e você precisa de mim. Fique comigo!

Ela estava surpresa, ele estava ali dizendo que a amava e que ela não devia deixá-lo. Ela devia estar delirando por causa dos remédios que havia tomado.

Adeus Inu-Yasha! Me perdôe! Falou e desmaiou em seguida, deixando cair das mãos o vidro de remédios que ela havia tomado.

Ele se desesperou, a abraçou e a pegou no colo descendo as escadas num só pulo.

Ela havia pensado realmente em tudo, pois estava sozinha em casa. A única coisa que ele pensou foi em levá-la para o poço e ver se a velha Kaede poderia ajudar e salvar-lhe a vida.