● Psicanálise ●
É louco! – Dizem aos gritos e aos sussurros. Escondem as crianças, protegem as mulheres, contorcem seus rostos em expressões de espanto. De medo. Tremem em uma dança assustada, sem coragem para olhá-lo nos olhos, enquanto oram, sempre covardes, para que seu cavaleiro das trevas venha, montado em sua batmoto ou batqualquercoisa.
Morrem aos gritos e risos, pálidos. Eterno sorriso forçado, olhos lacrimosos enquanto estendem os punhos para o céu, praguejando, rezando. Desejando. Estão sufocando.– E ele sorri. Porque aquele desespero exagerado, tal e qual em um teatro lhe parece fora do comum. Tudo ainda será valerá à pena enquanto o palhaço tiver talento para divertir-se através dos outros, do sangue e lágrimas dos outros. É um palhaço ao contrário, que se faz de rei e usa o cavaleiro de bobo da corte.
Os passos são calculados friamente, porém espalhafatosos, tomando território. Ágeis. Os cabelos para o alto, desarrumados. – Não fora Einstein quem tirara uma foto assim? E não era ele o gênio? Por que, então, ele era o louco? Porque se vestia de palhaço e ria do vermelho do sangue. Vermelho, cor de balão de gás. Como suas risadas histéricas, insanas, loucas e sem sentido que voavam para o céu, chamando pelo bobo da corte. Chamando pelo Batman.
Você é louco. – Lhe dizem. Acusam como se rir fosse uma doença. E o insano concorda, sorrindo plenamente, buscando naqueles olhos alguma hesitação. Alguma loucura. Mesmo que o louco não tenha consciência de sua loucura ou seja tão calculista a ponto de querer compartilhá-la. – Calculista? Você? Uma mera carta de baralho que sorri? Não. Você é caridoso o suficiente para fazer com que todos morram sorrindo. Como você e o Batman um dia morrerão. Morrerão se matando, porque é divertido.
Não. Não. Não. E não. – Jamais. – O palhaço diz. Morrer é para os plebeus assustados que não gostam de seus sorrisos. Morrer é para aqueles policiais sérios que não riem de suas piadas tão bem trabalhadas. Morrer é para os fracos. E o rei e seu bobo da corte – O Coringa e o cavaleiro - não são fracos. São grandes peças de xadrez com vida própria, desafiando-se e negando a lógica. Ou agarrando-se a ela.
O bobo da corte que se faz de rei irá desafiar eternamente o cavaleiro das trevas que se faz de herói. Para uma partida de xadrez ou um jogo de poker. E nunca ninguém irá perder. Porque eles não são racionais. Porque o palhaço é louco. Ou porque todo esse jogo lunático é muito mais divertido quando jogado a dois.
Notada Autora:
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Bom, eu sou o que se pode chamar de fã-maníaco-compulsiva do Coringa de Batman. Faz alguns dias que tenho duas idéias com ele para colocar no Word Sugador de Criatividade Quando Se Mais Precisa Dela. Vulgarmente chamado de Word. Uma delas era algo legível centrado na insanidade do dito e cujo palhaço psicopata. Ou a visão dele segundo um inocente civil. Não deu certo. Porque o que saiu foi isso e eu sinto muito, o final ficou medíocre porque eu estava de saco cheio de forçar a ideia a sair quando ela teimava em esconder-se no fundo de minha mente. Pois é. Sou uma autora medíocre. Porém, me aguardem. Meu orgulho em cacos não me permitirá não escrever a minha segunda ideia com o meu amado sorridente. Haha.
TOC-TOC!
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