1. Stupid, Stupid!
Eu sou uma idiota. Eu sei, isso não é e nem nunca foi grande novidade. Mas agora, exatamente nesse momento, eu tenho certeza que eu sou a pessoa mais idiota do PLANETA. Como é que eu pude fazer isso? Que tipo de pessoa eu sou? Ah, peraí, essa eu sei. Eu sou exatamente o tipo de pessoa que trai o namorado mais lindo, maravilhoso e perfeito do mundo, aquele por qual TODAS dariam a vida para ter. Mas é claro, do jeito que eu sou BURRA, é lógico que mais cedo ou mais tarde eu iria estragar tudo.
Eu vou explicar. Numa maldita noite, Edward foi caçar. Era uma sexta feira. Só que, como ele fora com Emmett, eu sabia que demoraria mais, já que Emmett é sempre exagerado em suas caçadas. No sábado, ele ainda não estava de volta. É claro, eu estava com saudades, mas ainda assim, não tinha nenhum motivo plausível para dizer não a Charlie quando ele me chamou para ir com ele à La Push, visitar Billy e Jacob, em vez de ir à casa dos Cullen para ficar com o meu namorado, que estava ausente.
Era dia de jogo de basquete, então logo Charlie e Billy se sentaram à frente da TV para assistir. Não querendo ser mal-educada, sentei-me ao lado de Jacob, e comi um pouco do famoso peixe frito de Harry Clearwater.
- Onde tem água? - Perguntei ao Jake, já que o peixe tinha me deixado com um pouco de sede.
- Tem na geladeira – Ele me respondeu com seu sorriso onipresente – Mas tá quente. Porque você não bebe um pouco da cerveja?
Por essa eu não esperava. Charlie, que ouviu o último trecho da conversa, não se demorou em responder.
- Pode beber, filha. – Nossa, que pai legal. – Só não exagere. Mas pode deixar que eu dirijo na volta.
- Tá, pai.
Peguei uma lata, meio relutante, sem saber o que esperar dela. Ora, Bella! Era só uma lata, que mal iria fazer? E então eu provei um gole. O gosto era estranho, meio amargo, mas ainda assim tomei um gole maior, só neste instante percebendo que a minha sede era maior do que eu imaginava.
Logo a lata estava vazia. Nossa, que sede. Abri mais uma lata, sem esperar por permissão, apenas com pressa para aplacar a maldita sede inexplicável. A lata que logo secou também, e, graças a Deus, a sede parecia ter passado.
Fiquei mais um tempo conversando com amenidades com Jacob, meio zonza, por causa da bebida, mas ninguém parecia ter notado. Então Jacob me puxou pela mão, para me levar à garagem, para que eu visse os progressos que havia feito no seu Volkswagen Rabbit 1986.
Com Jacob segurando a minha mão, a probabilidade de uma queda era menor, mais ainda assim, tudo parecia girar por causa da bebida, além da minha habitual falta de coordenação.
Quando chegamos à garagem, Jake me chamou pra entrar no carro, para que eu visse o rádio que ele havia consertado. Sentamos-nos no banco de trás, para conversar melhor, já que o carro era tão pequeno.
Ficamos um tempo conversando banalidades, sobre como iam a escola, os amigos, etc. E então de repente eu espirrei. E foi um espirro enorme. Jake começou a rir de mim, e, na verdade, até que era engraçado. Eu ri também.
Quando finalmente paramos de rir, houve algo. Nossos rostos estavam perigosamente próximos, e a minha cabeça estava terrivelmente confusa. O que fazer?
Não conseguia pensar, muito menos agir. E, quando eu dei por mim, Jacob estava me beijando. Isso era... Confuso. Eu queria parar, pois eu já tinha namorado, e eu o amava, amava muito, mais até do que a minha própria vida, que eu lhe daria de bom grado se ele assim pedisse. Mas... Jacob era diferente. Desde que o conheci eu senti algo estranho, uma espécie de amizade fraterna inexplicável.
E o seu beijo era tão... Quente. Não que eu não fervesse todas as vezes que Edward me beijava, mas ainda assim a temperatura de sua língua, de sua boca, de seu corpo, era muito fria. Não que eu me incomodasse.
E havia também mais alguma coisa. Talvez o fato de Jake ser um humano, de sangue quente, o que já seria absurdamente diferente, já que o único cara que eu já havia beijado na vida era um vampiro.
Mas Jake não se contentava apenas com beijar, não, ele queria mais. Num segundo de sanidade, tentei afastá-lo empurrando o seu peito com as mãos, mas ele entendeu isso como um sinal de incentivo para que ele continuasse.
E ele continuou, e como continuou. Suas mãos saíram de meus cabelos, e foram parar na minha cintura, depois na minha barriga, e então por baixo da minha blusa. E então se afastaram.
Enquanto eu pensava que estava livre, Jake tirava a camisa. Uau, que músculos. Queria ter a força para poder me mexer, mas eu parecia estar completamente paralisada, tudo o que podia fazer era respirar, ou melhor, hiperventilar.
Jacob voltou a me beijar, e as suas mãos votaram a percorrer pelo meu corpo, viajando lentamente, até que elas se seguraram à alguma coisa: minha blusa, que logo foi puxada pela minha cabeça, revelando o meu sutiã azul. Se eu pudesse corar mais do que já estava corada, não vermelho-tomate, mas vermelho maçã-do-amor, eu o faria, certamente.
Mas que fraca eu era, não conseguia nem ao menos balbuciar um 'não' que me libertaria. Devia ser culpa da cerveja que ele me havia feito tomar. Mas pensar em me culpar ou culpar ele certamente só pioraria as coisas, então eu resolvi simplesmente não pensar, antes que a minha cabeça explodisse enquanto ele passava a mão por cima do bojo do meu sutiã.
Mas quando eu finalmente consegui reunir forças para olhar para Jacob, as mãos dele já estavam longe, mais precisamente, na sua... Calça.
Oh, não, pelo amor de Deus, alguém me ajude!
- Bella? – Ouvi a voz de Charlie me chamar ao longe – Já está tarde, nós temos que ir.
Wow, isso sim parecia um milagre, minhas preces haviam sido atendidas.
Nessa hora, Jake saiu rapidamente de cima de mim, com um sorriso no rosto, sorrindo para mim, com o que talvez fosse o seu 'sorriso encantador'. Não funcionou. Não mesmo.
Depois de ele se afastar, foi infinitamente mais fácil pensar com clareza. E o quê eu pensava? Ah, acredite, seriam palavrões demais para uma só noite. O ódio transbordava por meu sangue, e eu sabia que ele podia ver isso em meus olhos, mas estava tão 'feliz' que nem ao menos se deu ao trabalho de se importar.
Peguei a minha blusa sem dizer nada, e a vesti o mais rápido que pude. Saí do carro num átimo, me parabenizando internamente por não tropeçar ou cair. Isso estragaria a minha saída.
Charlie me esperava na frente da casa, com um sorriso triunfante no rosto e olhos brilhantes que eu fingi não perceber. E foi assim durante todo o caminho de volta, Charlie sorrindo de orelha a orelha, mas sem falar nada.
Era notável a preferência que Charlie fazia questão de mostrar que tinha por Jacob. Edward era rico, bonito e filho de um respeitável médico, Dr. Carlisle Cullen. Mas Jake era filho de Billy Black, melhor amigo de Charlie desde a sua adolescência, e isso realmente contava alguma coisa em sua cabeça.
Ao chegar em casa, saí do carro e fui direto para o meu quarto, sem dizer nem 'Boa Noite'. Peguei a minha nécessaire e fui tomar um banho. Demorei o máximo que pude, tentando me acalmar e imaginando como lidaria com isso na manhã seguinte.
Depois que saí do banho, o qual eu ainda acreditava ter sido curto, eu sequei e escovei meu cabelo. Meu reflexo no espelho parecia doentiamente pálido. Mais pálido até do que quando eu desmaiei na aula de Biologia na qual foi feita uma tipagem sanguínea. Eu odiava ver sangue.
Fui para o meu quarto e vesti um velho pijama de flanela, com pressa para ir dormir e entrar em um mundo onde talvez eu pudesse me esquecer da minha péssima noite. Mas ainda assim com medo do que eu viria a sonhar.
E eu temia com razão. No meu sonho, eu beijava Edward, mas, quando as suas mãos tocavam a minha cintura, estavam quentes, não como as mãos de um vampiro deveriam ser, e quando eu abri os olhos, não era Edward, e sim Jacob, aquele que eu beijava. Quando eu me desvencilhei dele, o pesadelo foi ainda pior: Edward via tudo, e me fitava com um olhar reprovador e decepcionado.
Finalmente abri os olhos para a manhã chuvosa de Domingo. A primeira coisa que vi foi um par de olhos dourados me encarando.
N/A: Oiii, povo! Booom, essa é a minha primeira Fic, então eu espero que vc's gostem, a idéia apareceu na minha cabeça quando eu tava esperando um táxi, e não é que era boa? Resolvi postar. Enjoy!
