O tempo não afetara muito a pequena vila, que com seus jovens que mais olhavam paara seus celulares do que para frente e com os novos modelos de carro que continham o dobro de botões de um controle remoto continuava a mesma. As mesmas casas pintadas igualmente cada qual com sua cor formando um arco íris uniforme, os mesmos comprimentos de bom dia e boa noite que formava uma rotina jamais esquecida, os novos membros da região que não se arriscavam em fazer crescer o lugar com a construção de prédios modernos, e sim iam para morar em velhas casas recém compradas reformando-as diversas vezes. E claro a neve única, que só se caia daquela forma ali, onde aquele tom de branco que só o inverno podia oferecer era possível no verão e não tinha data nem previsão de chegada.

É nesse ambiente que essa história de paixão, emoção e amor começa...

O fúrduncio era imenso, as câmeras, a plateia e o flash cegava qualquer um que se aproximasse.

-Eu consegui a resposta, eu posso dar a imortalidade a qualquer um que assim desejar – afirmava o cientista, que por muitos era considerado louco – Com a minha experiência posso reviver e prolongar a vida por quanto tempo for necessário.

- O senhor já a testou em pessoas de verdade?

- Quais são seus motivos para a criação desta experiência?

- O senhor não teme a Deus?

Essas eram apenas algumas das perguntas que sufocavam o vivido cientista, de nome mais que popular.

- Deus mais do que todos sabe meus motivos.

Antes que a conversa fosse prolongada, a TV já esta desligada sendo seguida de altas falas críticas por parte de mais um pai de família que compunha aquela antiga nova comunidade.

- O senhor vai ver sua imortalidade quando chegar nos portões do céu e do inferno...

- Mike, pare com isso e venha almoçar - repreendeu a bela dona de casa – Tantas coisas para as quais você pode ceder seu estres e fica ai o cedendo a alguém que nem suspeita da sua existência querido

-Tem razão Alice – concordou o marido se acalmando- Onde está a Eli?

- Você sabe ela ainda não aceitou a mudança...

-Eli! Venha almoçar!

-...

-Elizabeth! Venha pra mesa agora!

- O que você quer? – perguntou a garotinha, que em muitos momentos era mais que adulta e em outras deixava que a birra infantil a tomasse por inteira.

-Almoçar com minha filha oras

-Peça para um desses vizinhos chatos almoçar com você nessa cozinha chata- terminou ela com a beirada da cabeça estre as grades da escada

-Eli, vem almoçar agora e ponto final! – encerrou o pai

A mesma desceu, encheu seu prato, comeu em silencio e subiu para seu quarto. Passava horas e horas no mesmo, dentro do mundo da tecnologia, era a isso que se resumia as suas férias. Após muito tempo trancada, horas aliás, sua mãe adentrou o casulo desligando tudo que fosse ligado a tomada e até o que não era.

-Já chega, você precisa tomar um banho de sol bebe! – disse com o fio da TV na mão

-Ahhhh Mãe, não! – Implorou a menina se cobrindo, pra logo ser empurrada da cama, depois do quarto e por ultimo da casa seguida de seus tênis.

-É isso então Dona Alice? – perguntou com a cara na porta fechada

-É isso! Você precisa fazer amigos, DE VERDADE! – falou com sua voz de fada – Vá e se divirta, beijinhos da mamãe.

Após as ordens, se deu por vencida e saiu pela vila, seguiria o que fora dito pela mãe ou pelo menos parte daquilo, tomaria um banho de sol...

Quando começou a andar pelas calçadas, a neve começou a cair, aquilo a deixava com a pulga atrás da orelha, aquilo não era normal... E hoje, já que não tinha o que fazer, descobriria o que estava por detrás daquela façanha. Se pôs a seguir os caminhos que achava que levaria a origem daquela singularidade... Minutos depois andando deu de cara com um imenso morro, concentrou-se em não olhar muito mais acima para não desanimar diante do esforço físico que teria. Arregaçou as mangas da camisa que usava, dobrou o final da parte inferior da jardineira e começou a subir o longo morro que a esperava.

15 Minutos mais tarde estava na metade, olhou para trás e olhou para o lado positivo:

-Agora eu só tenho que andar mais isso – falou para si apontando para o caminho já conquistado por suas perninhas, depois tomou folego e continuou.

Aproximadamente meia hora depois do começo da subida , conseguiu chegar ao final do morro e com sede se atracou a catar flocos de neve com a língua, o que se tornou algo divertido, claro até se dar de cara com o imenso portão coberto de plantas mal cultivadas a sua frente, que pareciam dar o aviso de ''Vá embora'', entretanto a curiosidade de Eli era sua característica mais forte e era preciso mais que aquilo para desanima-la.

Depois de muito esforço e apelo a força bruta ela abriu o portão, e ficou chocada com o que viu ...

-Meu Deus! –murmurou boquiaberta – É lindo!

Diante dela estavam esculturas e arbustos mais que perfeitos, cada um com uma forma diferente do outro, havia uma flor gigante, um dinossauro, uma mão (o que era algo mais do que único), uma fada... Era tudo incrível. Mas Eli tinha que ser forte, e não se deixar maravilhar com aquelas preciosidade, precisava continuar sua tarefa por mais que os flocos de neve realçassem a beleza daquele local a fazendo implorar por dentro para continuar ali só olhando a linda imagem da mão imensa pegando os flocos de neve em volta a diversas flores de demasiados tipos...

Se concentrou, e recuperou o controle continuando a seguir os flocos que davam para a parte superior da mansão, com muito esforço mas não tanto quando o usado na abertura do portão Eli abriu a porta gigantesca, e entrou.

A casa era velha, mas ao mesmo tempo muito bonita. Subiu as escadas judiadas pelo tempo, e deu de cara com o que deveria ser o teto, mas se transformara em escombros que fariam qualquer um se maravilhar pelo céu aberto que ali brilhava. Quando finalmente retirou sua atenção do jardim que podia ser visto dali e também do céu, se deu conta da falta da neve naquele momento.

-Ahhh, só o que falta agora que eu cheguei aonde queria a neve para!- brigou Elizabeth com sabe-se lá quem indignada

Presa em sua auto conversação quase não percebeu o leve movimento no fim do ambiente que a fez olhar para algo tão chocante e diferente quando o lindo jardim, um escultura de uma mulher, que parecia mais uma fada dançando...

-Que lindo, que lindo- repetiu diversas vezes com medo de tocar

Ficou um tempo só olhando a bela mulher gelada que se fazia única a sua frente, até que reparou novamente no leve movimento no final do ambiente. Havia alguém ali, e ela saberia quem era.

-Olá? Desculpa a intromissão, mas é você que faz essas esculturas? – perguntou sorrindo, sem obter resposta- Meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Eli também se assim preferir... Qual o seu nome? –perguntou mais uma vez, tentando se aproximar, daquele o qual ela só via a sombra

3 minutos

5 minutos

8 minutos e 34 segundo depois...

-Bom já vi que você não é muito sociável... Sabe, se for você quem faz essas esculturas... Parabéns, elas são divina! – elogiou, e logo se calou para pensar um pouco - Haha, gostei de você embora não queira falar comigo, isso o torna diferente, e o diferente desperta minha curiosidade, e minha maior qualidade com certeza é a curiosidade por isso... tenho uma má noticia, você acaba de virar uma meta.- Sorriu mais uma vez Eli – Eu terei que voltar nem que seja mil vezes e conhece-lo, espero que uma hora você aceite se deixar ser conhecido por bem ou por m... uma forcinha maior haha- sorriu mais uma vez passou a mão da boneca de gelo e se foi.

Eli parou no jardim admirou mais alguns minutos as belas artes e quando quase estava na portão, se virou direcionada para a ''fada de gelo''

-Diga para ele que eu voltarei, e também agradeça-o por sua beleza! – passeou mais um pouco pelo jardim e quando estava saindo gritou – Adeus senhor Criador de Belezas!

Com a certeza da ida definitiva da garotinha, as tesouras balançaram, e Edward se pôs de pé ainda surpreso com a coragem da pequenina para se por a pé pelo morro inteiro e por ter entrado naquela imensa mansão negra sem medo. Por um momento chegou a pensar que seria interessante conversar com ela, e ver até onde ia sua imaginação, entretanto sabia que seu lugar era longe das pessoas que simpatizava, faria quantas vezes fosse preciso fazer o que fez no passado por aqueles que gostava, e dessa vez não seria diferente com a pequena sorridente que em tão poucos minutos capturara sua atenção.

Ele não se aproximaria dela... Ou assim achava que seria...