Fazia uma bela noite, observou Lovino, do parapeito da janela, enquanto uma leve brisa refrescava sua face e balançava seus cabelos. Havia acordado a pouco e, no entanto, já se encontrava completamente desperto. Olhou para trás, focalizando a imagem daquele que dormia profundamente nem em meio aos lençóis amarfanhados. Era difícil acreditar que até alguns minutos atrás estava deitado ao seu lado e que à apenas algumas horas atrás haviam...
O rapaz não teve coragem de completar o pensamento, corando violentamente. Aquilo não era certo, afinal, embora ele não fosse a melhor pessoa para se discutir sobre o que é ou deixa de ser correto. Tratava-se de um mafioso, um EX-mafioso, na verdade, mas tanto fazia, o importante é que sua ficha não era limpa.
- Lovi... – murmurou o outro, embebedado pelo sono, em meio aos sonhos. Corou ainda mais, deslocando-se para o lado de seu amante a fim de acariciar seus cabelos. Eram tão macios...
A expressão serena do italiano de apenas rubra foi passando ao desespero. Ele era bonito, galante, mas também... Era simplesmente o maior idiota que conhecia, conseguindo até mesmo superar o paspalho de seu irmão mais novo! Como ele podia ter deixado algo assim acontecer?
Sim, como e quando eram as perguntas que martelavam sua mente, uma vez que o "porque" ele já havia desistido de tentar compreender. E provavelmente, Lovino Vargas passaria o resto de sua vida e não descobriria, embora ao menos uma dela fosse nitidamente respondida de pela data de exatos um mês e três dias atrás, quando pisara pela primeira vez no restaurante mexicano.
Se bem que, a história em si, tem início ainda antes, na delegacia de polícia da cidade.
