Indigna Rosa Negra
by Ly Anne Black
Sinopse completa:
Quem é a paciente do quarto 12, da Ala de Danos por Magia do Hospital St. Mungus?
Ela não sabe a razão que a levou até lá, mas deve ter sido grave. Dizem que está internada há seis meses. Dizem que é importante que se lembre de quem é, mas ela não sabe o porquê. Ela sente que precisa ir para casa, mas o que é Lar, quando você não recorda o seu passado?
Nota Inicial: Essa fanfic foi publicada originalmente em 2008 e está sendo completamente reescrita. Se você conheceu a antiga versão, vale a pena reler.
Ela pertence ao mesmo universo fannon de Dossiê Bellatrix, mas pode ser lida de forma independente sem prejuízo para o enredo/compreensão.
Boa leitura!
Prólogo
Ela não disse nada por seis meses inteiros.
Pelo menos não acordada. A paciente do quarto doze falava muito quando estava dormindo. O Dr. Fritz tinha pergaminhos preenchidos do começo ao fim com o que ela murmurava - ou gritava - durante o sono. Eram peças soltas de um quebra cabeça cuja imagem final ele não conhecia.
O dia anterior fora uma segunda feira, e isso significava a entrega do correio-coruja semanal para os pacientes de cuidado intensivo do hospital. Às vezes era um evento conturbado, mas desta vez fora relativamente tranquilo. Nenhum baralho-mordedor. Nenhuma filipeta pic-a-boo.
Hoje era terça, e Dr. Fritz iniciava as terças dando uma volta pela ala e se atualizando do que acontecera no fim de semana. Ele checava as fichas penduradas nas cabeceiras dos pacientes dos quartos compartilhados, e às vezes havia uma nota de outro medibruxo direcionada a ele. "O Sr. Art voltou a pensar que é uma chaleira."; "Mme. Longbotton não aceita suas refeições há três dias". Ele montava a agenda de atendimentos de acordo com quem precisava mais dele. Os casos menos urgentes eram distribuídos ao longo da semana.
O medibruxo também passava pelos quartos, destinados aos internos que exigiam privacidade ou que não podiam dividir as enfermarias - os contagiosos e os perigosos. A ficha da paciente dentro do quarto doze costumava dizer "sem mudanças no quadro".
A frase fora escrita com a sua própria letra, e ninguém atualizara a informação. O medibruxo passava ali toda terça, mesmo que não houvesse nada a fazer sobre ela. Às vezes acontecia - pessoas tão machucadas que estavam além das habilidades dele.
Naquela terça, o doutor rolou os olhos pela ficha do quarto doze de modo automático, procurando a sua frase. Mas ela estava riscada, e alguém escrevera embaixo (provavelmente uma curandeira):
"Paciente verbal e lúcida. Demanda esclarecimentos sobre a sua situação."
Ele releu, surpreso, levantando o rosto para conferir se estava na frente da porta certa. Então ele riscou o primeiro paciente da sua lista de atendimentos, e colocou o nome dela no lugar.
A número doze não era uma urgência, mas o Dr. Fritz era um bruxo muito curioso.
(Continua...)
