─ Lembre-se, lembre-se de como era bom... De como era magnífico sentir-se livre. - Bellatrix Lestrange sussurrava em meio à escuridão de sua cela, dialogando com as sombras nefastas cravadas nas paredes. A bruxa sabia muito bem que aquele era o único meio de manter-se sã. Dia após dia, mês após mês, ano após ano... As lembranças eram as únicas a lhe fazer companhia. Bella tinha consciência de seu destino; como uma Comensal da Morte, não poderia esperar por um final menos digno: presa em Azkaban, cercada por Dementadores e pela ameaça daquele beijo mortal tão aterrador.
─ Vamos, concentre-se... - Ela forçava os olhos a se fecharem, enquanto, ainda deitada em sua cama dura como pedra, imaginava um mundo melhor no qual poderia ser livre, no qual poderia andar livremente e voltar a servir o seu Mestre.
Mas, infelizmente, para Bellatrix tudo não passava de um triste sonho.
Terras Fantasmas, parte I: Morta para o Mundo.
─ Bellatrix Black, desça já aqui! - A voz de sua mãe, pela primeira vez em anos, era como música aos ouvidos. A morena terminava de se ajeitar em frente a um espelho enorme, tomando o cuidado de deixar os cachos o mais alto possível – apesar de seu esforço, eles teimavam em cair-lhe pelos ombros. Com um sorriso no rosto, Bella desce as escadas de sua mansão, segurando a barra de seu vestido roxo como uma perfeita dama. Os convidados, apesar de conhecê-la tão bem quanto os seus próprios pais, não escondiam uma expressão de total deslumbramento com tamanha imagem. De fato, Bellatrix se tornara uma mulher bastante sensual e elegante, apesar de seu gosto um pouco sombrio.
Deixando os olhos circularem pelo salão, a mulher encontra alguém deveras interessante – seu primo e único homem, até então, a deixá-la instigada. Apesar da experiência vasta com rapazes de muitas idades, Sirius Black permanecia um mistério.
─ Ora, veja só! Nada mal, primo. - Bella, sempre que podia, adorava tentá-lo. Aproximando-se o máximo possível, a mulher deixa o seu rosto tocar o dele por um breve instante, enquanto fingia cumprimentá-lo, e sussurra:
─ Você está bem elegante e eu adoraria inspecioná-lo mais de perto...
Como resposta, Sirius se afasta e bebe um pouco da sua champanha, com um sorriso condescendente estampado em seu rosto.
─ Bellatrix, não se rebaixe. As suas cantadas só funcionam com os perdedores que insiste em seduzir.
Ah, como ela adorava um bom desafio... Era como se mandassem uma corrente elétrica pelo seu corpo. Sentia-se viva.
─ Siri, você sabe muito bem que adoraria que o seduzisse, como faço com esses tais perdedores. Vamos, confesse! Confesse que adoraria me ter em sua cama, nua, pedindo por mais, gritando o seu nome...
As últimas palavras saíam como um sussurro, enquanto a mulher abria um sorriso diabólico. Aquilo era demais, até mesmo para ele. Toda a sua vida, Sirius ostentara uma pose de rebeldia e de apatia para com a ideologia de sua família; secretamente, no entanto, desejava algo que ainda pertencia a essa regra retrógrada do Toujours Pur: Bellatrix Black.
─ O meu quarto está vazio, basta dizer...
"Tudo bem. Você ganhou." Era isso o que aquele olhar dizia. O rapaz a agarrara pelo braço, sem dizer uma palavra, e a levara escada acima, até o quarto em que estivera muitas vezes, mas nunca com a intenção de agora. Agora, tudo o que passava pela sua mente era tê-la em seus braços, gritando de dor e de prazer. Sim, ele a torturaria, como ela fizera com ele por muitos anos.
Ao adentrar o quarto, Bella fora lançada em direção à cama, sem o menor cuidado. Enquanto ria e se divertia com a situação, Sirius tratava de desabotoar a sua camisa, deixando à mostra um peitoral jovem com apenas alguns pelos traçando um caminho que descia verticalmente até o cós de sua calça. Bellatrix sorria de satisfação.
─ Você é uma cadela...
─ Nomes feios, hm? Titia não lhe ensinou a ter uma boca suja, Siri. Mas eu concordo, não é justo o que fiz a você, primo... Todos esses anos, sofrendo por minha causa. Eu posso ver que a dor não fora pouca pelo volume em suas calças.
Mal terminara de falar e sentira as mãos do rapaz agarrando o seu quadril. Era delicioso sentir a pele daquele homem em cima da sua, roçando em lugares até então desconhecidos. Sofrendo por antecipação, ele deixa que uma das mãos de sua prima explore o seu peitoral e, depois, a parte interior de sua cueca. Sentia dedos finos e macios acariciando o seu membro, com uma delicadeza inesperada. Em contrapartida, Bellatrix também era violada: ambas as mãos do rapaz trabalhavam em seu corpo; uma desamarrando o seu espartilho e massageando um dos seios e a outra subindo pela sua coxa direita, até chegar ao tecido fino de sua calcinha. A peça de roupa estava molhada e Sirius podia sentir, pelos espasmos no corpo da prima, que Bella não aguentaria muito tempo.
─ Vamos, Siri, seja gentil comigo...
Atendendo ao pedido, ele enfia dois dedos ansiosos em sua vagina, dando estocadas rápidas e poderosas. Ao menor sinal de contato, a mulher soltara um gemido baixo, mordendo, instintivamente, o lábio inferior. Um terceiro dedo se juntou aos anteriores e Sirius aumentara o seu ritmo, mordendo, ao mesmo tempo, o lóbulo da orelha esquerda da prima. Ele podia sentir as pernas da mulher se debaterem por baixo das suas; um sinal inquestionável do prazer que ele podia proporcionar.
─ Não... Não! NÃONÃONÃONÃO! - De súbito, Bella abre os olhos para encarar o concreto desgastado de sua cela em Azkaban. Lentamente, a mulher remove as mãos de dentro de sua roupa à medida que a decepção toma conta do seu corpo cansado. Era difícil manter-se concentrada num lugar como aquele; nem mesmo uma lembrança tão maravilhosa fora capaz de prender-lhe a atenção por muito tempo.
Ela não se masturbava há semanas, quiçá meses ou mais, e mal podia distinguir a sensação de prazer e a de dor... No entanto, quando enfiou dois dedos esqueléticos em seu próprio centro de prazer, enquanto recordava o dia em que transara com o próprio primo até não aguentar mais, o que sentira, definitivamente, era dor... Mas uma dor boa e que enchia o seu corpo de vida.
Sem saída, a Comensal vira o corpo, ficando com a cabeça próxima à parede, e fecha os olhos, desejando sonhar com gemidos, mordidas, arranhões e muita dor. Verdade seja dita, ela era uma sádica em toda a extensão da palavra. E agora, mais do que nunca, – oh, como desejava sangue...
