Disclaimer: Ninphadora Tonks não me pertence. Nem mesmo qualquer outro personagem de Harry Potter. Mas a Phoebe me pertence.
¹Essa fanfic é paralela a duas outras, While Your Lips Are Still Red, da DarkAngel, no e Endless, das Threecutedolls, no É possível que você não entenda nada se não tiver lido While Your Lips Are Still Red antes, portanto eu aconselho você a aumentar sua cultura vampírica com essa fanfic. Eu realmente insisto que você leia While antes. Você vai se perder se não ler. E, depois, se quiser saber mais sobre a Phoebe, vá a Endless. ;)
http // www . fanfiction . net / s / 3657212 / 1 / While Your Lips Are Still Red
aqui está While, só tirar os espaços
http / www . fictionpress . com / s / 2399178 / 1 /
aqui está endless, com Phoebe, Mel e Lena. mesmo procedimento.
²Essa fanfic é uma femmeslash. Não gosta, não leia.
³Nome descaradamente copiado de um trecho de uma música da Françoise Hardy, La Mer.
Sous La Pluie
-
Mas e o seu companheiro, o... Andrew? – ela perguntou enquanto
encostava a porta.
-Ele
provavelmente deve achar que estou caçando. Palavras já
deixaram de ter sentido entre nós dois, fazendo com que apenas
a minha intuição saiba o que ele faz e aonde vai. Tudo
isso dá uma falsa impressão de confiança, uma
confiança que nós não temos nem em nós
mesmos.
-E
isso não é triste?
-Não.
Somos nós, nada mais do que vampiros que acham que se amam.
Vampiros que passaram quatrocentos anos juntos e não
conseguiram suportar o fato de que nada entre eles é
verdadeiro. Tudo que nós temos juntos é apenas
superficial.
-Então
é triste, sim. Como pode dizer que não?
-Pode
até ser nostálgico, mas triste não é.
Deixou de ser triste há muito tempo.
-Quanto
tempo?
-Muito
tempo...
X.X.X
-Me
conta?
-Contar
o quê?
-Sua
vida. Tudo o que te trouxe aqui. Como você se transformou numa
vampira.
-Mas
essa não é o tipo de historia que as pessoas querem
ouvir. É curta, triste e sádica.
-Há
todos os tipos de histórias para todos os tipos de pessoas.
Como você sabe que eu não quero ouvir a sua?
-Ninguém
quer. E ninguém a ouviu até hoje, exceto Ethan.
-O
Ethan que você fala é...
-Aquele
que mordeu Harry? Sim, é ele. Mas não pense que ele é
sem coração só porque transformou Harry. Entenda
que vampiros prezam a beleza e, quando a encontram, não
conseguem deixar de seguir seus instintos. Bem, a maior parte dos
vampiros.
-Então
você não é assim?
-Eu
nunca disse que não era.
E
um sorriso malicioso coloriu a face de Phoebe, enquanto a de
Nymphadora empalidecia.
X.X.X
-Você
quer mesmo saber?
-Claro
que quero!
-Só
te digo então, que a minha história não é
alegre, nem merece se recontada. É apenas a minha história
e provavelmente permanecerá nas sombras por muitos e muitos
anos.
X.X.X
-Ao
contrário de Harry, eu realmente quis ser mordida. Eu desejei.
E, tudo o que precisei para que tivesse tal desejo realizado foi um
pacto e amor.
-Mas
por que você queria ser mordida?
-Acalme-se,
já chegarei lá. Eu era apaixonada por Alex desde
criança. Tudo nele sempre foi o que desejei e, com a sua volta
depois de um longo tempo afastado da família – Melora é
sua irmã, e também minha amiga, por isso eu os conheço
desde que somos crianças -, ele voltou, mas como um vampiro e
acompanhado de Ethan. Só que ele e Celen acabaram se
apaixonando, o que o motivou a mordê-la. Eu não iria
desistir de ter Alex, nunca. Então, eu e Melora armamos um
plano para que ela fosse transformada em vampira e me transformasse
depois. O plano teve sucesso, como pode perceber agora.
-Mas
há uma falha, não há?
-Claro
que sim. Eu jamais tive Alex, exceto por uma noite há quase
quinhentos anos. Uma noite que ainda lembro claramente. A noite que
tive tudo que sempre quis e também perdi tudo.
-Vocês
dois...?
Phoebe
sorriu e seus olhos pareceram ficar desfocados. Era óbvio que
se lembrava da noite.
-Ah,
sim. E, pode parecer idiota, mas foi mágico. Algumas pessoas,
quando conseguem o que querem, dizem que a graça se perdeu e
desprezam o que conseguiram. Mas eu apenas queria ter Alex, todos os
dias e noites. Cada instante sem ele era agonizante. E, logo depois,
eu tomei aquela atitude invejosa e covarde. Decidi arrumar um
companheiro. E, depois de muita busca, encontrei Andrew. Ele passou a
me amar, mas esse amor parece já ter desaparecido há
muito tempo. E não houve nada que pudéssemos fazer.
-E
Alex?
-Eu
jamais o tive novamente, e ele jamais descobriu que eu o amava. Eu
tenho mentido para todos aqueles que me importo, mentira sobre
mentira para aqueles que eu amo, e acho que é melhor assim.
-Por
quê? O sentido do amor não é amar e ser amado em
resposta?
-Pode
até ser. Mas para mim, o amor não passa de uma palavra.
Uma palavra que me deixou viva pelos séculos.
X.X.X
-E
você, Nymphadora, o que me diz do amor?
E,
pela primeira vez desde sua infância, Tonks não se
importou em ser chamada de Nymphadora. Porque seu nome saia daquela
boca rubra, que era tão convidativa e suave. Phoebe era uma
vampira, afinal de contas. Ela precisava se controlar.
-O
que dizer sobre ele? Se eu amo alguém que parece não
ligar mais para mim, não há nada que eu possa fazer ou
dizer. Somente deixá-lo em paz, pois parece ser o que ele
deseja.
-Você
fala de Remus Lupin, não é?
-Como
sabe?
-Percebi
os olhares que você lançou para ele durante a "aula"
de Ethan. Eu não agüento mais ouvir aquela história,
por isso presto atenção nas outras pessoas. E você
chamou minha atenção. É uma metamorfomaga, sim?
-Ah,
sou. Como descobriu?
-Seus
olhos. Eles se tornam impossivelmente claros quando você o
olha. Agora, eles são escuros. Olhos escuros parecem olhos
desejosos. Mas quando lança olhares doces, eles parecem
adquirir um tom de mel.
-Ninguém
havia percebido isso antes.
-Ninguém
havia olhado para os seus olhos como eu os olhei.
X.X.X
-Gosto
do jeito como você parece uma criança, mas fala como uma
mulher. Seus olhos são as únicas coisas que te traem,
Phoebe. Se os fechasse, ninguém perceberia que você
deixou a infância há muito tempo.
E,
com os dedos, ela fechou os olhos de Phoebe.
-Ninguém
nunca me disse isso.
-Ninguém
nunca te analisou como eu te analisei.
X.X.X
-Seu
sorriso. Ele brilha. Eu poderia jurar que o conheço de algum
lugar.
-Meu
sorriso? Mas ele é único.
-Eu
nunca disse que não era.
E
risos ecoaram pela sala, risos de Nymphadora. Ela também
gostara do modo como Phoebe falava a palavra "nunca". Parecia que
o nunca era uma incerteza, não uma constatação.
E era a palavra com o tom mais leve que ela ouvira na voz de Phoebe.
X.X.X
-Quanto
tempo você passou com ele?
-Ele
quem?
-Lupin.
Tonks
hesitou antes de responder. Aquela moça era uma estranha, mas
seus olhos, grandes orbes azuis, pareciam pedir apenas uma coisa:
como era a vida dela.
-Bem,
não tenho certeza. Nós deveríamos estar juntos
agora, mas ele mal fala comigo! Essa instabilidade é
irritante.
-Mas
você sente falta dele?
-Não
exatamente. Se eu disser que nosso relacionamento era perfeito,
estarei mentindo. Era tudo tão... Monótono.
-Como
assim?
-Ele
perguntava se podia me beijar! Era tudo tão educado que se
tornou chato. Eu só queria uma surpresa, uma novidade. Eu não
me importaria se ele deixasse de ser um falso cavalheiro e se
tornasse um homem de verdade. Eu só queria Lupin, o homem por
quem eu me apaixonara. Não desejava Remus, alguém que
eu sequer conhecia.
-Ele
perguntava se poderia te beijar? – Phoebe sequer segurava o riso –
Mas isso é um tanto antiquado, até mesmo para mim,
porque se vocês estão juntos e...
-Eu
sei! Não é patético?
Ambas
riam de algo que poderia ser dramático, se não fosse
tão ridículo. A sonoridade do riso de Phoebe encantava
Nymphadora, era um som indescritível, que poderia parecer
ritmado, mas logo perdia a lógica. Possuía tantos tons
e volumes e, ao contrário de sua voz, era sempre leve e suave.
E
cada vez mais fascinada pelo sorriso da vampira, Tonks foi se
aproximando cada vez mais de Phoebe, até tocar em seus lábios.
Os lábios vermelhos que pareciam pintados de sangue, mas não
tinham o gosto agridoce daquele líquido, e sim um gosto que
todos conhecem. Parecia com o açúcar, com mel. Era
doce, como beijo algum já foi. Era compreensível o
porquê dos homens beijarem mulheres. Delicado, doce. Mas esse
beijo, que se aprofundava cada vez mais, tinha uma urgência não
característica, uma urgência que apenas aquelas duas
mulheres sentiam.
Quando
Phoebe se afastou, a outra a olhou com estranheza. Como se tivessem
retirado um pedaço dela. Mas logo pareceu cair em si,
adquirindo um olhar apreensivo.
-Isso
é certo?
-Eu
nunca disse que era.
E
mais um sorriso se formou no rosto de Phoebe, um sorriso que aumentou
a apreensão em Tonks. Lá estavam as presas da vampira.
Ela havia esquecido completamente. O frio no toque dela não
parecia mais tão irreal.
-Por
que o medo? Eu jamais lhe faria algo. A menos que me pedisse, é
claro.
-Então
você não é como Ethan.
Não
era uma pergunta.
Phoebe
rolou os olhos.
Agora,
quem sorriu primeiro foi Nymphadora. Ela desejava imensamente beijar
Phoebe. Sua boca, seus dentes. Suas presas. E seus lábios
foram de encontro aos dentes incrivelmente brancos da vampira, sentiu
os caninos, sentiu novamente os lábios. Ela desejava cada
parte, cada pensamento, cada anseio daquela mulher incompreendida.
Tudo
nela parecia lhe chamar, tudo que ela passou parecia aumentar seu
desejo por ela. O fato de conhecê-la de um modo que nem alguns
de seus amigos a conheciam deixava Tonks parecer vê-la
inteiramente. Ela era uma vampira que mentia há cinco séculos,
cada vez sobre mais coisas e para mais pessoas, e ela jamais deixara
sua máscara cair. E Phoebe parecia não se importar com
o fato de não poder deixar de mentir. Ela era fascinante. E
seus lábios eram como a seda. Seu toque era absurdamente
macio, mas frio. Tão frio quanto o gelo, mas tão
reconfortante quanto o toque de uma mãe a sua filha. Era
delicado. Era fascinante. Era fascinante como ela, como o gelo, como
o toque das rosas e como a noite. Como Phoebe, por ela ser aquela
mulher tão complexa escondida dentro atrás da crueza de
um rosto de criança. Como o gelo, que é frágil,
mutável e invencível por ser tão indiferente.
Como o toque das rosas, que pode ser suave e gentil em suas pétalas,
assim como pode ser afiado e cruel em seus espinhos. E como a noite
que as encobria, que as escondia. Que possibilitava aquele momento.
X.X.X
-Talvez
eu não devesse ter feito isso...
Tonks
parecia um pouco preocupada e ligeiramente arrependida, o que não
passou despercebido a Phoebe.
-Você
se arrepende?
-Não,
mas foi algo tão impulsivo e...
-E
se eu tivesse te pedido para me dar um beijo?
A
vampira lançou um sorriso, só para provocar Tonks.
-Se
você tivesse me pedido, eu jamais teria feito.
Mas
o rosto delas não estava sério, apenas descontraído.
Risonho. Phoebe não ria assim há muito, muito tempo...
Estar com Nymphadora a deixava tão... Leve. Talvez por não
exigir aquela máscara constante. Ela estava sendo ela mesma e
aquilo era bom. Fazia falta.
Fazia
alguma falta para alguém que mentia por vontade própria?
X.X.X
Ela
pegou a mão de Tonks, a puxando para fora, pela porta de vidro
da sacada. O céu estava escuro, muito escuro. As estrelas
foram apagadas. O céu só brilhava fracamente na lua,
que era apenas uma fina marca na escuridão. As nuvens que
anunciavam uma tempestade eram tão negras quanto o céu.
Elas se misturavam ao infinito. Elas escondiam as estrelas, para que
apenas elas próprias pudessem desfrutar da visão dos
pontos brilhantes. Elas eram egoístas, privando aqueles que
não poderiam ver o sol de ver as estrelas. Esse era o
pensamento de Phoebe durante os séculos. Durante as noites
escuras.
Um
trovão ecoou nos céus, como um sino ecoa numa igreja.
Tonks estremeceu, talvez pelo frio, talvez pelo trovão. Ou
talvez ela só não gostasse de tempestades.
-Você
não gosta de tempestades?
-Não.
-Quer
voltar para dentro?
-Não.
Vai que eu comece a gostar delas?
Um
beijo, um risada, tudo se misturou. Elas só queriam uma a
outra. Apenas o querer, apenas naquela noite. Ninguém se
importaria, ninguém saberia. Jamais seria amor, seria apenas
uma lembrança. Uma lembrança de risos e beijos.
X.X.X
Um
pingo gigantesco atingiu a bochecha de Phoebe, respingando em Tonks.
Ambas olharam para cima, quase que automaticamente. Mais gotas
começaram a cair a uma velocidade espantosa do céu.
-Eu
já gosto delas.
-Eu
sei. Eu também passei a gostar.
-Eu
achei que gostasse. Eu não sabia que você não
gostava.
-Eu
nunca disse que gostava.
-E
de mim, você gosta?
Antes
de juntar seus lábios aos dela, Phoebe murmurou, para que a
chuva não ouvisse.
-Não
é óbvio?
X.X.X
Elas
estavam completamente molhadas, suas roupas extremamente pesadas, se
beijando na sacada.
Mas
quem disse que aquilo era ruim?
A
tempestade durara um bom tempo, com uma força espantosa. Não
que elas tenham notado o tempo que se passou ou a chuva que caiu, se
podiam se focar na boca uma da outra. Elas se convidaram várias
vezes para entrar, mas sempre voltavam para fora antes de conseguir
fazê-lo.
Agora,
apenas garoava.
-Eu
amo os seus lábios.
-Por
quê?
-Porque
eles parecem estar cobertos de sangue, mas têm gosto de mel.
-Mas
o mel se torna repulsivo se provado em excesso.
-Eu
sei. Eu sei...
X.X.X
-Você...
Você inventou tudo isso... Toda a sua história, todos os
seus sentimentos. Você sabe que algum dia terá que
contar tudo isso, não sabe?
-Eu
evito ao máximo esse tipo de pensamento.
-Mas,
por quê? Por que você não pode simplesmente falar
tudo?
-Ia
mudar toda a minha vida. E eu não desejo mudanças.
-Phoebe,
será que mesmo depois de cinco séculos você ainda
não entendeu? Você vai viver para sempre. Para
sempre .
Tem idéia da dimensão dessas palavras? Você verá
primaveras e jamais poderá admirar as flores brilhando durante
o dia. Sentirá verões, mas jamais participará
deles. Você sentirá a neve no inverno, mas não
verá como ela irá derreter. Você verá as
folhas no outono, mas não verá como elas voam com o
vento e o sol. Você vai continuar a viver, e as chances desse
segredo continuar a viver junto são mínimas. Segredos
não existem, Phoebe.
-Eu
sei. Mas rezo para estar errada.
E
lágrimas, grossas e vermelhas se misturaram à chuva que
caía fraca no rosto dela. As lágrimas de Phoebe eram
feitas de sangue, constatou Tonks ao, delicadamente, limpá-las
do rosto da vampira. Não queria que o sangue maculasse a
perfeição que existia naquela mulher. Nada poderia
maculá-la. Nem o sangue, nem as suas mentiras.
X.X.X
A
tempestade parara totalmente, mas o céu continuava escuro. Não
havia chovido o suficiente.
-Você
quer que chova?
-Eu
já não me importo. Eu gosto da chuva.
-Eu
também.
-Você
percebeu que vai chover novamente? Daqui uma ou duas horas,
provavelmente. Outro temporal vai acontecer e vai limpar o céu.
As estrelas mal terão tempo de aparecer novamente, porque o
sol irá nascer logo em seguida. E a aurora terá um
esplendor maior do que nos outros dias, porque haverá
triunfado sobre a chuva.
-Como
você sabe disso?
-Eu
vejo isso há tanto tempo... Embora você não
necessite saber as razões.
-Por
quê?
-Porque
você não iria querê-las.
-E
o que eu quero?
-Não
sei.
-Nem
eu. E você, o que quer?
-Eu
quero ver o nascer do sol novamente. Nem que seja por uma última
vez.
-Há
quanto tempo você deseja isso?
-Desde
que me tornei uma vampira.
Nymphadora
a abraçou.
X.X.X
A
chuva recomeçara. O barulho das gotas batendo no telhado podia
ser ouvido em toda a casa. Casas de madeira.
-A
gente vai se ver de novo?
-Provavelmente
não.
-Eu
esperava isso. Mas não é como se eu não
estivesse decepcionada.
-É
que... Simplesmente não dá. Mas eu gostaria de te ver
de novo, Nymphadora, com toda a certeza.
-Eu
vou sentir a sua falta.
-Mas
eu não vou embora amanhã.
-Eu
estou falando de você, não daquela que eu encontrei na
reunião ontem. Estou falando daquela que conheci na sala que
deixamos agora há pouco.
-Não
se preocupe. Ambas sentirão a sua falta.
E
ela deu um beijo na testa de Tonks, antes de se virar e ir para o seu
quarto.
X.X.X
Uma caixa de madeira escura estava sobre o cobertor da cama que Phoebe dividia com Andrew. Ele provavelmente não havia a visto, pois se tivesse, já estaria aberta. Era pequena, com uma fita de cetim turquesa a lacrando. Um envelope estava preso no laço da fita. Endereçado a ela.
Phoebe
Não
esqueça que quando o sol triunfa sobre a tempestade ele nasce
com todo o seu brilho.
Quando
a mulher mais bela de um baile de máscaras revela seu rosto,
ela se torna ainda mais interessante. No
momento que decidir ser sincera, lembre-se de mim. Mesmo que eu já
esteja morta. Lembre-se de mim. Nymphadora
Tonks
O
laço foi desfeito com pressa, a fita caiu no assoalho de
madeira. A tampa da caixa deslizou, revelando um livro e uma máscara.
A
máscara era de prata, os detalhes eram tantos e tão
delicados, feitos tão minuciosamente que a fazia parecer
frágil. Cobria metade do seu rosto, e parecia realmente ter
sido feita para ela, pois imitava com perfeição os
traços da sua face, quase dispensando a fita negra nas
laterais para prendê-la na cabeça. A prata realçava
de um modo quase sobrenatural os seus olhos azuis. Era uma peça
lindíssima.
O
livro continha fotografias. Fotografias bruxas do nascer do sol. Ela
fechou os olhos para segurar suas lágrimas. Desgraçada!
Era tão... Delicado. Amável. Generoso. Não havia
nada no mundo que ela pudesse retribuir. Aquilo era impagável.
Ela sempre seria grata à Tonks.
Não se preocupe. Eu não poderia lembrar de outra pessoa se não você.
