Hetalia não me pertence. A música usada é A Thousand Years, da Christina Perri. Aconselho que a escutem enquanto leem.
Enfim... Boa leitura~


Heart beats fast, colors and promises


O vento passava pela janela, fazendo o barulho de um assobio. O finlandês, um pouco incomodado se revirou na cama. Estava frio e a coberta não parecia esquentá-lo o bastante - talvez devesse aceitar a oferta de Berwald e dormir na cama com ele.

Ao pensar nisso, Tino se remexeu novamente na cama, corando um pouco. Sentia-se um idiota por não ter coragem para ir se deitar com o sueco. Quantas noites já passaram juntos? - Bem, isso acontecia mais quando o finlandês estava cansado demais e acabava dormindo fora de sua cama, então acordava ao lado do outro.

Quantas vezes já ficou abraçado ao outro porque sentia frio? - Na verdade, Tino se mantinha quieto até começar a tremer de frio, então o sueco abria seu sobretudo e o abraçava, colocando-o dentro da roupa quente. Então o finlandês sentiu suas bochechas queimarem um pouco ao se lembrar disso.

— Talvez... Eu poderia pegar um cobertor no quarto dele... — O finlandês sorriu um pouco nervoso, então se levantou da cama, tremendo um pouco ao sentir o frio que estava fora das cobertas.


How to be brave? How can I love when I'm afraid to fall?


Tino tomou cuidado para não fazer muito barulho ao passar pelo corredor. Caso pisasse forte demais, o dinamarquês poderia acordar e tentar atingi-lo com o machado de novo, achando que era um ladrão.

Assim que chegou na porta, pensou se devia bater antes de entrar. Talvez Berwald poderia estar acordado, então o finlandês o atrapalharia e ficaria com vergonha demais...

"São três da manhã, tenha dó", o subconsciente dele falou em sua cabeça. E tinha razão, tudo que o ele precisava fazer era entrar no quarto e pegar o cobertor. Então, respirando fundo, abriu a porta do quarto, tomando cuidado para que ela não rangesse.


But watching you stand alone...


Andou com passos leves até o guarda-roupa do sueco. Onde ele colocava os cobertores mesmo? Abriu uma de suas gavetas, encontrando suas roupas costumeiras. Abriu a outra - calças. Presumiu que suas roupas estavam na próxima gaveta, então não a abriu.

Se levantou e foi para o lado, abrindo um caixote que o sueco tinha feito - as cobertas estavam lá. Então o finlandês escolheu uma que o agradasse e, com cuidado, fechou o caixote, tentando não fazer barulho.

Sua intenção era sair do quarto sem olhar para o outro - achava desrespeitoso ver os outros dormirem -, mas não conseguiu evitar. O sueco tinha uma das mãos largada na barriga e outra ao lado de sua cabeça. Em seu rosto, uma expressão serena.

Mas uma coisa incomodou Tino... Berwald parecia sozinho.


All of my doubt suddenly goes away somehow


Permaneceu parado, olhando para o outro. Apesar da serenidade que o sueco aparentava, aquela idéia incomodou o finlandês. Será que Berwald realmente se sentia sozinho? O sueco e os outros nórdicos se davam bem - apesar das provocações de Aleksander, claro -, mas nunca pode dizer que ele foi próximo mesmo de alguém.

Por um momento, Tino pensou que era apenas impressão sua, mas então se lembrou de que era a pessoa mais próxima do outro. E, bem, mesmo com o apelido que Berwald o deu - e que fez Peter o chamar de mãe durante algumas semanas -, o finlandês gostava de ficar perto dele.

Então se aproximou um pouco da cama do sueco. Prendeu sua respiração, tinha medo que o mínimo som acordasse o maior. Se aproximou com passos lentos, mas parou. Ele definitivamente não devia estar ali, vendo o outro dormir, era errado...


...One step closer...


Mas não queria sair. Deixou o cobertor no chão e se sentou no pequeno espaço que tinha entre Berwald e a beirada da cama. Agora, mais perto, o finlandês poderia ver o rosto do outro. Apesar de sua expressão séria, o sueco parecia sorrir enquanto dormia.

Tino fechou as mãos em punho, resistindo ao impulso de tocá-lo. Qual foi a última vez que tocou o sueco mesmo? Ele sempre estava usando aquele sobretudo e luvas... E quando não, continuava com roupas fechadas. E mesmo se não usasse, Tino provavelmente teria vergonha de ficar muito próximo a ele.


Time stands still, beauty in all she is


Um pouco tímido, o finlandês tocou a mão de Berwald - estava um pouco mais quente que a sua. Olhou para o sueco, certificando-se de que ele estava dormindo. Então voltou a olhar para a mão do outro. Distraidamente, acariciou-a com seu polegar, respirando fundo.

Tino sentiu suas bochechas queimarem mais. O que ele estava fazendo lá? Se Berwald acordasse, o que o menor falaria? "Vim me certificar de que você estava dormindo bem?" Ele estava nervoso. Respirou fundo, tentando manter a calma, então voltou a olhar para o rosto do sueco.

Seus cabelos, como eram curtos, mantinham-se em ordem mesmo quando ele dormia. Sem os óculos, Berwald parecia mais, digamos, inofensivo. Seu rosto tinha traços masculinos e, ao mesmo tempo, delicados. Sua pele parecia macia...


I will be brave, I will not let anything take away what's standing in front of me


Aproximou-se um pouco dele, um pouco receoso. Talvez, se ele tivesse cuidado e fosse delicado, conseguiria passar a mão sobre o rosto do outro sem acordá-lo. Engolindo seco e prendendo a respiração novamente, o finlandês estendeu a mão, tocando levemente a bochecha do sueco.

Por um segundo, pensou que ele fosse acordar. Apertou os olhos e esperou ouvir a voz do outro, mas apenas escutou um suspiro. Abriu um os olhos, curioso - Berwald ainda estava dormindo. Poderia ter ido embora naquele momento... Mas tinha que aproveitar.


Every breath, every hour has come to this


Então, com cuidado, repousou toda sua mão na face do sueco. Sorrindo levemente, acariciou sua bocecha com o polegar. Berwald era tão bonito. Apesar de ser tão sério e, algumas vezes, assustador, ele era lindo. E por mais que aquilo constrangesse o finlandês... Ele tinha assumir que se sentia seriamente atraído pelo outro.

Suspirando, Tino mordeu seu lábio inferior e olhou para a boca do outro. O sueco tinha lábios finos, mas com belos traços. O finlandês então tirou a mão do rosto dele, mas começou a contornar a sua boca com o indicador, tomando cuidado para que não fizesse cócegas nele. Eram tão macios...

Então encostou aquele mesmo indicador em sua boca, fechando os olhos.


...One step closer...


Tinha que ir embora. Tinha que correr do quarto de Berwald, se enrolar no cobertor e ficar naquela cama durante o resto da noite e, talvez, o dia seguinte inteiro. Mas não, ele queria continuar. Queria tentar. Mesmo que o outro acordasse.

Então Tino apoiou uma mão no travesseiro do sueco, prendendo sua respiração e aproximando seu rosto. Quando seus rostos estavam quase tocando, o finlandês percebeu uma coisa...

Os olhos de Berwald não estavam fechados. O sueco estava apenas com eles semicerrados, e Tino podia ver o azul dos olhos do maior o encarando. Sentiu seu rosto esquentar... Mas precisava continuar. Então aproximou mais seu rosto, fechando seus olhos ao sentir seus lábios sobre o calor dos do outro nórdico.


I have died everyday waiting for you


Um beijo casto. Apenas o toque dos lábios dos dois. Poderia ser apenas o que Tino precisava, mas ele ansiava por mais. Então, respirando fundo, beijou novamente o sueco - dessa vez, sua língua tomou passagem pela boca do outro.

Sentiu uma mão tocar sua cintura e a outra, seu rosto. Para não perder o equilíbrio, o finlandês apenas apoiou suas mãos nos ombros de Berwald. Aquele certamente não fora um beijo de curiosidade. Tinha algo mais. Os dois sentiam algo aquecer seus corações com aquele beijo. E quando se separaram, estavam sem reação.


Darling, don't be afraid I have loved you... For a thousand years


Tino, envergonhado do que tinha feito, se apressou em levantar. Mas antes que pudesse começar a andar em direção à porta, o sueco segurou a beirada de sua blusa, se sentando na cama. Tino se virou e Berwald estava o olhando. E, bem, de forma diferente. Ele não estava assustador...

— Durma aqui. — Não era uma ordem... Era um pedido. Berwald estava pedindo para Tino ficar com ele, para que o finlandês passasse a noite com ele lá.

Bem... Estava frio. Uma noite não faria problema.


...I'll love you for a thousand more.


Apesar de realmente não saber escrever com os nórdicos (e com esse casal, ainda por cima), eu até gostei do resultado, é.
Enfim, yuka, espero que goste.
Reviews, sim?