Notas iniciais: Explicações e considerações no final do prólogo.
Meu caro amigo - Prólogo.
3 de Fevereiro de 1921. Cidade Central de Drachma.
Ela observou com curiosidade o homem que se encontrava dependurado à escada. Repreendeu-se mentalmente ao fazer uma pequena assimilação entre ele e seu antigo superior, até mesmo porque só vira aquele homem pelas costas.
Mas era às costas dele que estava acostumada a lidar e assim, conhecia aquela parte dele como ninguém poderia fazê-lo. Observar que até mesmo o modo como subia em uma escada era semelhante. Deu alguns passos contra sua vontade racional a fim de vê-lo de perto.
Era impossível que ele estivesse ali. Tantos locais para se esconder e escolhera aquele país outrora inimigo do seu de origem. Bem como estar em uma biblioteca como se nada houvesse ocorrido também não era a escolha mais sábia. Roy não faria aquilo. Todavia ninguém acreditara que fugiria há um ano e ele o fizera, por motivos inexplicáveis até.
Deixou de realizar seu mais forte sonho, e porque? Ela não conseguiria responder. Só sabia que aquele homem o lembrava muito. O homem tomou um livro da última prateleira entre os dedos da mão direta, e com a esquerda retirou a franja negra que lhe cobria metade da face. Seu cabelo tinha um comprimento mais longo do que o de seu antigo superior, atingindo com fios lisos e negros os próprios ombros.
Com aquele simples gesto, seria possível avistar o que deveria ser sua face, mas estava coberta por uma máscara prateada ao lado esquerdo, o que impossibilitou que a mulher pudesse investigar aquela expressão. Inconcientemente ela recordou que era o mesmo lado que Roy possuia seu tapa-olho.
Assim, aproximou-se ainda mais e olhou para cima.
-O senhor vai continuar fingindo que não nos viu? Pelo que eu saiba é responsável por esta àrea da biblioteca. Terei de avisar meus superiores que a população de Drachma recusa-se a cooperar com o exército de Amestris?
Com o que se assemelhava a um grande susto, o homem tossiu fortemente como se houvesse se engasgado com o ar. Levou a mão a face e lançou um olhar a quem pronunciara aquelas palavras. Assustou-se com a visão que teve. Pigarreeou enquanto descia da escada e andava em passos largos para afastar-se.
Sumiu por trás de uma estante e a mulher logo o seguiu, contudo não sem antes indicar aos outros que a acompanharam até ali, que deveria ir sozinha. Deu passos apressados tentando acompanhar o homem que parecia apressar-se em sair dali o mais rápido possível.
-Eu sei que é você. Eu ainda posso lhe apontar minha arma, seu caminho se desviou e eu tenho o dever de colocá-lo no local. -Assim, com um autoritarismo incomum, a mulher percebeu que sua voz havia saído. Todavia parecia ter surtido efeito, pois o moreno parecia ter parado de fugir. Apenas caminhou um pouco em passos mais lentos e retirou alguns livros da estante, escrevendo alguma coisa indecifrável em um pequeno cartão de papel.
-Fox Mulder [1]. Bibliotecário da seção estrangeira da biblioteca central de Drachma. Não tenho autorização para falar com civis ou militares de Amestris sem a presença de um membro do governo de Drachma. Agora, o que faz aqui, Hawkeye?
-Idiota. -a loira resmugou enquanto afundava sua cabeça no peito do moreno e o abraçava. -eu pensei que estivesse morto. O General Grumman[2] que o encontrou e que você reagiu, sendo obrigado a matá-lo.
O moreno sentiu os braços dela o envolverem e sem uma reação muito original, retribui o gesto passando uma das mãos pelas costas de Riza e outra em sua nuca.
-Não há futuro no nosso sonho se o parlamento continuar. Nunca fariam primeiro ministro um militar, eles temem que a ditadura se reinstale. Eu preciso que você compreenda, Riza. Vamos chegar ao mesmo local por caminhos diferentes. -Ele pausou por alguns segundos ainda sentindo-a próxima de si. -Está é a lista de livros que procura, senhorita, não deve ser muito difícil encontrá-los.
Largaram-se e entreolharam-se. Riza levantou os olhos com algum tipo de receio, não era que duvidasse das palavras de Roy, mas tinha medo de deixá-lo naquela cidade. Como um civil, nem carregava suas luvas. Estava completamente desprotegido e distanciar-se era dar as costas a alguém importante, era abandoná-lo.
Deveria confiar nele como sempre fizera, e caminhou para longe até encontrar-se com seus subordinados.
-Só consegui descobrir seu nome, Fox Mulder. todavia não parecia saber muito sobre o que está acontecendo na fronteira com Briggs.
Com a menção daquele nome, alguns homens se sobressaltaram. Seus nomes eram Vato Falman, Kain Fuery, Heymans Breda e Jean Havoc.
Com um sorriso disfarçado em cada uma daquelas quatro faces eles se deram conta que Roy Mustang não estava morto como o exército dissera. Estava vivo e escondido, mas isto não era assunto para ser discutido naquele exato momento.
Um nome poderia significar grandes descobertas. Fox Mulder era o heterônimo utilizado pelo Coronel Roy Mustang, obviamente ele não era mais Coronel, nem atendia pelo seu nome real, mas ainda vivia e aquilo que importava. Bastava que descobrissem porque fugira.
Riza observou o cartão que lhe fora entregue por Roy. Apesar de saber que ninguém poderia ver aquilo, sua curiosidade a fez ler rapidamente aquelas palavras.
A Barreira Universal por Sopwith Camel Oberste.[3]
Fokker - Utilidades por Lord Lewis.[3]
Mensagens Esquecidas nas Trincheiras por Albert Leo Schlageter. [3]
Provavelmente aquilo conteria alguma mensagem codificada, mas no exato momento, não poderia se atentar aos detalhes e guardou o bilhete no bolso da farda. Se alguém ousasse acreditar que havia alguma intereção eentre Riza e o suposto bibliotecário, ambos estariam com grandes problemas. Assim que se encontrasse sozinha, a loira olharia aquilo com mais cuidado e descobriria qual o motivo da fuga de seu antigo superior.
[1]Fox Mulder - Quem viu Arquivo X sabe muito bem que este é o nome do personagem principal. A realidade que eu fiquei meio viciada na série e nos filmes. E quando eu vi o primeiro filme The Ex-Files(the movie) eu realmente passei a ver os agentes Mulder e Scully como semelhantes ao casal RoyxRiza, pois ambos são afastados de seus "parceiros" para que percam força. Além do típico "chove-não-molha" dos dois casais... xD Como eu necessitava de um cognome para o Roy nesta fic, eu resolvi usar este nome.
[2] General Grumman - Para quem não se recorda, é o General velhinho que costuma jogar xadrez com o Roy no mangá.
[3] O código é fácil de ser decifrado então eu nem traduzi. xD
Coloquei estes nomes seguindo a Arakawa, todos são nomes de pessoas, armamentos ou cargos durante a primeira guerra mundial =p
Sopwith Camel é um avião.
Oberste é um cargo com a maior hierarquia do exército alemão.
Lewis é uma metralhadora produzida nos Estados Unidos.
Albert Leo Schlageter foi um herói alemão.
Eu tinha este projeto há algum tempo, mas não sabia por onde começar. De repente, eu escrevi este prólogo na capa de um livro enquanto eu o lia em uma viagem de ônibus. Espero que tenham gostado e vou continuar explicando alguns detalhes.
A fic é divida em duas partes. Passado e futuro.
Este prólogo é o que separa as duas partes, marcando o presente.
Os primeiros capítulos serão a parte Passado. Parte onde será explicado o que aconteceu até aqui. Sendo a parte com o sentido amizade e drama, sem muita ação e com um romance RoyAi bem suave. Há principalmente presença dos personagens militares no mundo alquímico.
A segunda parte é o Futuro e é mais carregada de romance, aventura, ação, tragédia. Nesta parte o Edward aparecerá e o mundo além do portal também aparecerá.
Achei que começando deste modo iria prender mais a atenção do público. Só para esclarecer, o romance não vai escapar desta fic, com casais como RoyxRiza e EdxWin.
Só para avisar, atualizarei a fic antes do dia 9 de março, mas as atualizações não serão frequentes, pois eu estou escrevendo muitas fic e elas possuem maior prioridade.
Preview do próximo capítulo: Comportamento incomum.
Roy não agia naturalmente, pois quando não se encontrava atrás de um livro, tornava-se ausente e pensativo. Não era normal que ele trabalhasse sem ser exigido e deixasse de tirar seus cochilos.
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