N/T: Olá! Bem essa é a primeira fic q eu traduzo, por isso não esperem
grandes coisas! Ela é totalmente dedicada a Mary, minha amigona, hehehe, eu
vou demorar um pouquinho pra traduzir...por isso..
A fic pertence a Sahane, e está aki no ff.net!
Disclaimer: Harry Potter e derivados não nos pertencem, e sim a J. K. Rowling, mas a fic pertence a Sahane! E não há nenhum lucro aqui, é só uma coisa de fã.
Chapter 1 An unexpected detention (Uma detenção inesperada)
Harry não podia imaginar uma maneira pior de começar as aulas, uma detenção com o estúpido Malfoy na aula de Poções. Seis anos e ele ainda conseguia o irritar o suficiente para que ele mordesse o anzol. Como sempre, também era sua Casa a que havia sofrido um desconto de pontos e não a Sonserina, ainda que por uma vez a provocação de Malfoy havia sido tão descarada que Snape não havia tido mais remédio que castigar ao outro também mesmo que só foi uma detenção, visto que o feitiço Congelador surgiu da varinha do Sonserino, não era fácil de atribuir a Potter a parte da culpa de quem o lançou.
De qualquer forma, três estudantes com hipotermia na Enfermaria e uma mesa reduzida a fragmentos gelados, e o único que Malfoy levava era uma detenção por "perder a paciência com as provocações de Potter". Hn. E depois Dumbledore diria que Snape não era um bastardo e só um incompreendido espião.
Suspirou e esfregou com mais força uma mancha rebelde na mesa que somente Neville ocupava. A maldita mancha se resistia a soltar-se da madeira. Não se atrevia nem a pensar no que poderia ser, Neville era ainda mais desastroso que ele em Poções. Com um pouco de sorte, acabaria rápido sua parte e poderia ir pra sua cama, tão acolhedora, brandinha, fresca.... Levantou a cabeça surpreendido, quase havia dado uma cabeçada enquanto pensava em dormir. Olhou dissimuladamente até o outro extremo da classe e viu com alivio que Malfoy parecia não ter notado, o que evitava ter que suportar uma brincadeira de mau gosto do outro.
Agora que pensava, fora o grunhido de saudação no começo da detenção, o loiro não havia aberto sua boca em toda a noite, coisa estranha nele. Será que não fosse Malfoy e sim algum de seus guarda-costas disfarçado com a poção Polissuco? Esse esnobe faria qualquer coisa para livrar-se do trabalho manual...
Observou com cuidado o outro. Pela forma de mover-se, parecia ele, toda graça e arrogância, ainda que se movia muito devagar, e estava ligeiramente encurvado. Se fixou em que, mais ainda, parecia mais pálido do que o normal, e que seu rosto tinha um tom amarelinho. Definitivamente mal.
Será que estava doente? Mesmo sabendo que era um idiota pretensioso, não pode evitar preocupar-se. Não parecia estar em seu melhor momento. Devia dizer-lhe algo? Ou seguir limpando como se nada tivesse acontecido?
Seus pensamentos se viu interrompido quando de repente o outro deixou cair a escova e se agarrou a ponta da mesa como se ela fosse a vida. Seus joelhos se dobraram e se deixou cair ao chão semi-recostado na mesa.
- Malfoy! – Harry correu até onde estava o outro na maior velocidade que pode, e viu, horrorizado, que o estado do outro era muito pior do que havia imaginado: o rosto estava quase translúcido de tão pálido, e os olhos brilhavam febril com uma expressão de agonia que retorcia seu normalmente altivo trejeito. Sua expressão era de terror e dor, a testa encharcada de pequenas gotas de suor.
- Harry... – gemeu o outro, agarrando-se no antebraço com força, e o olhando com uma profunda concentração enquanto esculpia com esforço as palavras – Não... estou bem... procure Pom...
E então desmaiou, sem soltar o seu braço, que tinha preso por completo. Harry, olhou até o rosto contraído do outro e se sentiu dominado pelo pânico. Não serviria de nada gritar, a sala de Poções estava longe de tudo, até das masmorras da Sonserina, e duvidava muito de que estes se o ouvissem gritar, fossem a mover um só dedo sequer para ajudá-lo. Buscou sua varinha, mas a havia deixado ao lado da mesa que estava limpando, e não poderia cegar ate ali a menos que se soltasse do outro, o qual parecia bastante difícil já que sua mão estava firmemente agarrada pelo punho. Arrastá-lo até lá parecia uma má idéia, também.
Tratou de levantar um por um os dedos, mas não foi capaz de movê-los, pareciam de pedra tão forte era a pressão que exerciam, e suas tentativas se viram reduzidos a gritos de socorro um pouco histéricos quando o outro começou a convulsionar-se incontroladamente e a respirar com dificuldade. Rapidamente aquilo estava se convertendo em um pesadelo. Se agora ouvia as palavras "Mata ao outro", já estaria certo de estar sonhando.
- Malfoy! Malfoy! Pode me ouvir? – tratou de sacudir-lhe com delicadeza, devolver-lhe a consciência, mas sem resultado – Agüenta um pouco, cara, a ajuda virá rápido, já verá, estará bem, voltará a ser o mesmo de sempre, e nós lutaremos na escola, e nos castigaram, bom, me castigaram, no se renda... – as convulsões iam ficando mais escassas, mas mais intensas, e a respiração era cada vez mais entrecortada. Era um cenário de pesadelo. Ver morrer a alguem sem poder evitar, até mesmo se era Draco Malfoy, que o havia atormentado todos esses anos... - Não morra, Malfoy, resista um pouco mais, por favor, não nos deixe agora, com quem brigarei depois, por favor... – Harry só era capaz de sussurrar enquanto observava como a situação do outro piorava a olhos nus, e começou a chorar suavemente, agarrando o outro com tanta força quanto Malfoy o tinha prendido a ele. Não era justo, acabar assim. Sempre havia pensado que ele e Malfoy acabariam vendo-se frente a frente no campo de batalha, e que esse seria o final para um dos dois, e na numa sala de aula vazia, com ninguém para ajudá-los.
Sentia uma pena enorme, ninguém merecia que lhe passasse isso, acabar assim, no chão frio de uma sala de aula, com a única companhia de seu inimigo. E era estranho agora descobrir que a sorte de Malfoy lhe importava mais do que podia imaginar, que a pesar de serem inimigos acérrimos, se necessitavam de uma maneira retorcida.
Dependentes um do outro em seu ódio. Que era uma parte tão importante de Hogwarts como o trem, ou as classes, ou seus amigos da Grifinória. E agora que tudo estava mudando rapidamente, a sombra de Voldemort crescendo, o ministério em preocupação, as aulas de Poções medicinais, Ron e Hermione cada vez mais centrados em sua atração mútua... Malfoy era algo no que Harry podia confiar, algo fixo e seguro em meio da incerteza. Algo exclusivamente seu: ninguém detestava tanto Malfoy, nem ninguém detestava tanto Harry. E se isto também se perdia...
- Por favor, por favor, no me deixe, Malfoy, não vai e resiste um pouco mais... AJUDA POR FAVOR! – gritou, já quase tomado pelo pânico – Resiste, não se renda tão rápido, não nos abandone... Prometo que se o consiga tratarei de ser civilizado contigo... te ajudarei a treinar Quadribol... por favor... – Já estava começado a ser incoerente, mas no o ocorria o que mais dizer, e a respiração de Malfoy começava a ser muito irregular, as convulsões eram agonizantes, e Harry notou como algo dentro de seu próprio peito se extinguia com a luz dos olhos de seu inimigo, nublando sua visão.
De repente, o outro se arqueou muito fortemente, suas costas formando um arco quase impossível e um gemido escapou de seus lábios, mas não voltaram a abrir para pegar ar. Harry o sacudiu e gritou "Não!!", chorando agora abertamente, olhando aqueles olhos prateados que pareciam guardavam um ar de surpresa, o rosto agora relaxado em fim, escondida atrás do cabelo loiro pálido.
- Não, não, não, não, não tinha que se render Draco, devia ter agüentado, continuaríamos sendo como sempre, ou até poderíamos ter sido amigos, mas te necessitava, não podia deixar-nos assim, por favor, por favor...
Agarrou o outro punho, posto que Malfoy não o havia soltado em seus últimos momentos, e lhe buscou o pulso, mas não foi capaz de ouvi-la. Em choque, como um autômato, aproximou sua mão do rosto para fechar delicadamente os olhos, deixando rastros de suas lágrimas ao fazê-lo. Se sentou ao lado, sem soltar ainda sua mão, e agarrando seus próprios joelhos com um braço, começou a mexer-se inquieto, chorando já sem atenção, liberando sua pena e sua raiva ante outra morte estúpida ante seus olhos, esperando que finalmente aparecesse alguém pela porta, e lhe ajuda-se a ocupar-se dele...
Passou um pouco, não sabia quanto, quando de repente notou que a mão que mantinha o aperto em seu pulso se abria bruscamente, e quando se virou olhando surpreso, com uma esperança louca no coração, viu como o outro se levantava em um gesto continuo e rápido, o que provocou que emitira um pequeno grito e saltasse para atrás, sobressaltado, antes de que o alivio o enchesse como uma onda tranqüilizadora, e o provocasse um sorriso histérico.
- Draco! Está bem!!!! Como se sente?? Pensei que...
Mas nesse momento a entrada apressada de alguém pela porta o sacou de sua balbuciante alegria, e olhou para ver, com mais alivio ainda, a presencia de Dumbledore, com a barba revolta e o rosto vermelho do esforço de chegar ali, a varinha na mão, pronta para atacar a quem quer que seja que havia provocado os gritos agudos de ajuda de Harry. Se deteve, congelado, obviamente esperava a presencia do Lorde das Trevas ou um de seus criados, não de um Harry Potter com a cara molhada de lágrimas e um Draco Malfoy sentado no outro canto da sala, com o rosto entre as mãos, com uma postura de tristeza como nunca poderia ter imaginado possível em um Malfoy, quer dizer, com uma postura que revelasse que tinha uma gama de sentimentos mais além do ódio e o desdém.
- Professor! É um alivio que tenha chegado – começou gaguejando Harry, um sorriso de alivio tão grande que supôs que amanhã lhe doeriam todos os músculos da cara da amplitude – É Draco, estávamos limpando, ele caiu, com convulsões, e logo... não sei, parecia como, como...
- Como morto - cortou a voz de Malfoy em meio a explicação de Harry, ressonando de uma forma que deixou sem palavras Harry, nunca antes tinha ouvido uma voz tão... linda, se é que essa era a maneira de expressá-lo, magnética, uma voz feita para se desfrutar... e obedecer. Olhou com surpresa a figura derrotada no canto.
Dumbledore também havia notado algo, já que abandonou a mirada preocupada que dirigia a Harry para observar ao outro com uma expressão de profunda contemplação.
- Assim é, Harry – disse, sem apartar os olhos de Draco, que estava sentado com o rosto ainda entre as mãos, e cuja figura tinha algo de intranqüilizador agora, algo que fazia que notasse uma sensação estranha no estômago, algo que lhe dizia que se fosse dali agora mesmo, apesar da pena e do alivio que sentia por ele, de forma muito estranha –, conte-me o que passou ao senhor Malfoy, disse que teve convulsões, não?
- Eeerrr... sim – Por que não perguntava a Malfoy em vez dele? Por que não tirava os olhos de cima de Malfoy mas se dirigia a ele? E o que passava com Malfoy, com sua pessoa? O alivio do primeiro momento estava começando a ser substituído por outra sensação muito menos agradável a medida que seu cérebro se empenhava em plantar perguntas – primeiro me pareceu que se encontrava mal, e quando me pediu ajuda, ficou inconsciente e começou a convulsionar-se e a respirar entre gemidos, e como me tinha agarrado muito forte comecei a gritar, e... – pegou ar e se obrigou a acalmasse um pouco para dar-lhe uma explicação coerente, com menos "e" – Y então teve uma convulsão muito forte, me pareceu que deixava de respirar e ficou imóvel, não fui capaz de encontrar o pulso e tive pânico, senhor. Fiquei a seu lado esperando que viesse alguém a... ajudar-nos – não quis dizer "ao lado do corpo " – E um pouco depois, notei como sua mão se movia e quando olhei vi que se levantava, e... então apareceu você, professor.
- Entendo, entendo – murmurou o diretor com uma expressão pensativa no rosto, como de fato estivesse vendo algo que os demais não – E você, Draco, se encontra bem agora? Quer ir a enfermaria?
- Perfeitamente, me encontro ótimo – o sarcasmo era tão claro que quase caia em pesadas gotas das palavras, enquanto observava uma de suas mãos com a cabeça mole, e o tom de sua voz ia aumento progressivamente sem perder aquela hipnótica nova qualidade – Creio que estou tão fudidamente bem que vou dan...
Sua voz se quebrou, e escondeu de novo o rosto entre as mãos, começando suas costas a sacudisse silenciosamente, e Harry se deu conta de que algo impossível estava sucedendo: Draco Malfoy estava chorando.
Continua!!
N/T: hehehe, as explicações vem no próximo cap.! espero q gostem, e sim vai ser slash! Por favor deixem seus reviews!!
Disclaimer: Harry Potter e derivados não nos pertencem, e sim a J. K. Rowling, mas a fic pertence a Sahane! E não há nenhum lucro aqui, é só uma coisa de fã.
Chapter 1 An unexpected detention (Uma detenção inesperada)
Harry não podia imaginar uma maneira pior de começar as aulas, uma detenção com o estúpido Malfoy na aula de Poções. Seis anos e ele ainda conseguia o irritar o suficiente para que ele mordesse o anzol. Como sempre, também era sua Casa a que havia sofrido um desconto de pontos e não a Sonserina, ainda que por uma vez a provocação de Malfoy havia sido tão descarada que Snape não havia tido mais remédio que castigar ao outro também mesmo que só foi uma detenção, visto que o feitiço Congelador surgiu da varinha do Sonserino, não era fácil de atribuir a Potter a parte da culpa de quem o lançou.
De qualquer forma, três estudantes com hipotermia na Enfermaria e uma mesa reduzida a fragmentos gelados, e o único que Malfoy levava era uma detenção por "perder a paciência com as provocações de Potter". Hn. E depois Dumbledore diria que Snape não era um bastardo e só um incompreendido espião.
Suspirou e esfregou com mais força uma mancha rebelde na mesa que somente Neville ocupava. A maldita mancha se resistia a soltar-se da madeira. Não se atrevia nem a pensar no que poderia ser, Neville era ainda mais desastroso que ele em Poções. Com um pouco de sorte, acabaria rápido sua parte e poderia ir pra sua cama, tão acolhedora, brandinha, fresca.... Levantou a cabeça surpreendido, quase havia dado uma cabeçada enquanto pensava em dormir. Olhou dissimuladamente até o outro extremo da classe e viu com alivio que Malfoy parecia não ter notado, o que evitava ter que suportar uma brincadeira de mau gosto do outro.
Agora que pensava, fora o grunhido de saudação no começo da detenção, o loiro não havia aberto sua boca em toda a noite, coisa estranha nele. Será que não fosse Malfoy e sim algum de seus guarda-costas disfarçado com a poção Polissuco? Esse esnobe faria qualquer coisa para livrar-se do trabalho manual...
Observou com cuidado o outro. Pela forma de mover-se, parecia ele, toda graça e arrogância, ainda que se movia muito devagar, e estava ligeiramente encurvado. Se fixou em que, mais ainda, parecia mais pálido do que o normal, e que seu rosto tinha um tom amarelinho. Definitivamente mal.
Será que estava doente? Mesmo sabendo que era um idiota pretensioso, não pode evitar preocupar-se. Não parecia estar em seu melhor momento. Devia dizer-lhe algo? Ou seguir limpando como se nada tivesse acontecido?
Seus pensamentos se viu interrompido quando de repente o outro deixou cair a escova e se agarrou a ponta da mesa como se ela fosse a vida. Seus joelhos se dobraram e se deixou cair ao chão semi-recostado na mesa.
- Malfoy! – Harry correu até onde estava o outro na maior velocidade que pode, e viu, horrorizado, que o estado do outro era muito pior do que havia imaginado: o rosto estava quase translúcido de tão pálido, e os olhos brilhavam febril com uma expressão de agonia que retorcia seu normalmente altivo trejeito. Sua expressão era de terror e dor, a testa encharcada de pequenas gotas de suor.
- Harry... – gemeu o outro, agarrando-se no antebraço com força, e o olhando com uma profunda concentração enquanto esculpia com esforço as palavras – Não... estou bem... procure Pom...
E então desmaiou, sem soltar o seu braço, que tinha preso por completo. Harry, olhou até o rosto contraído do outro e se sentiu dominado pelo pânico. Não serviria de nada gritar, a sala de Poções estava longe de tudo, até das masmorras da Sonserina, e duvidava muito de que estes se o ouvissem gritar, fossem a mover um só dedo sequer para ajudá-lo. Buscou sua varinha, mas a havia deixado ao lado da mesa que estava limpando, e não poderia cegar ate ali a menos que se soltasse do outro, o qual parecia bastante difícil já que sua mão estava firmemente agarrada pelo punho. Arrastá-lo até lá parecia uma má idéia, também.
Tratou de levantar um por um os dedos, mas não foi capaz de movê-los, pareciam de pedra tão forte era a pressão que exerciam, e suas tentativas se viram reduzidos a gritos de socorro um pouco histéricos quando o outro começou a convulsionar-se incontroladamente e a respirar com dificuldade. Rapidamente aquilo estava se convertendo em um pesadelo. Se agora ouvia as palavras "Mata ao outro", já estaria certo de estar sonhando.
- Malfoy! Malfoy! Pode me ouvir? – tratou de sacudir-lhe com delicadeza, devolver-lhe a consciência, mas sem resultado – Agüenta um pouco, cara, a ajuda virá rápido, já verá, estará bem, voltará a ser o mesmo de sempre, e nós lutaremos na escola, e nos castigaram, bom, me castigaram, no se renda... – as convulsões iam ficando mais escassas, mas mais intensas, e a respiração era cada vez mais entrecortada. Era um cenário de pesadelo. Ver morrer a alguem sem poder evitar, até mesmo se era Draco Malfoy, que o havia atormentado todos esses anos... - Não morra, Malfoy, resista um pouco mais, por favor, não nos deixe agora, com quem brigarei depois, por favor... – Harry só era capaz de sussurrar enquanto observava como a situação do outro piorava a olhos nus, e começou a chorar suavemente, agarrando o outro com tanta força quanto Malfoy o tinha prendido a ele. Não era justo, acabar assim. Sempre havia pensado que ele e Malfoy acabariam vendo-se frente a frente no campo de batalha, e que esse seria o final para um dos dois, e na numa sala de aula vazia, com ninguém para ajudá-los.
Sentia uma pena enorme, ninguém merecia que lhe passasse isso, acabar assim, no chão frio de uma sala de aula, com a única companhia de seu inimigo. E era estranho agora descobrir que a sorte de Malfoy lhe importava mais do que podia imaginar, que a pesar de serem inimigos acérrimos, se necessitavam de uma maneira retorcida.
Dependentes um do outro em seu ódio. Que era uma parte tão importante de Hogwarts como o trem, ou as classes, ou seus amigos da Grifinória. E agora que tudo estava mudando rapidamente, a sombra de Voldemort crescendo, o ministério em preocupação, as aulas de Poções medicinais, Ron e Hermione cada vez mais centrados em sua atração mútua... Malfoy era algo no que Harry podia confiar, algo fixo e seguro em meio da incerteza. Algo exclusivamente seu: ninguém detestava tanto Malfoy, nem ninguém detestava tanto Harry. E se isto também se perdia...
- Por favor, por favor, no me deixe, Malfoy, não vai e resiste um pouco mais... AJUDA POR FAVOR! – gritou, já quase tomado pelo pânico – Resiste, não se renda tão rápido, não nos abandone... Prometo que se o consiga tratarei de ser civilizado contigo... te ajudarei a treinar Quadribol... por favor... – Já estava começado a ser incoerente, mas no o ocorria o que mais dizer, e a respiração de Malfoy começava a ser muito irregular, as convulsões eram agonizantes, e Harry notou como algo dentro de seu próprio peito se extinguia com a luz dos olhos de seu inimigo, nublando sua visão.
De repente, o outro se arqueou muito fortemente, suas costas formando um arco quase impossível e um gemido escapou de seus lábios, mas não voltaram a abrir para pegar ar. Harry o sacudiu e gritou "Não!!", chorando agora abertamente, olhando aqueles olhos prateados que pareciam guardavam um ar de surpresa, o rosto agora relaxado em fim, escondida atrás do cabelo loiro pálido.
- Não, não, não, não, não tinha que se render Draco, devia ter agüentado, continuaríamos sendo como sempre, ou até poderíamos ter sido amigos, mas te necessitava, não podia deixar-nos assim, por favor, por favor...
Agarrou o outro punho, posto que Malfoy não o havia soltado em seus últimos momentos, e lhe buscou o pulso, mas não foi capaz de ouvi-la. Em choque, como um autômato, aproximou sua mão do rosto para fechar delicadamente os olhos, deixando rastros de suas lágrimas ao fazê-lo. Se sentou ao lado, sem soltar ainda sua mão, e agarrando seus próprios joelhos com um braço, começou a mexer-se inquieto, chorando já sem atenção, liberando sua pena e sua raiva ante outra morte estúpida ante seus olhos, esperando que finalmente aparecesse alguém pela porta, e lhe ajuda-se a ocupar-se dele...
Passou um pouco, não sabia quanto, quando de repente notou que a mão que mantinha o aperto em seu pulso se abria bruscamente, e quando se virou olhando surpreso, com uma esperança louca no coração, viu como o outro se levantava em um gesto continuo e rápido, o que provocou que emitira um pequeno grito e saltasse para atrás, sobressaltado, antes de que o alivio o enchesse como uma onda tranqüilizadora, e o provocasse um sorriso histérico.
- Draco! Está bem!!!! Como se sente?? Pensei que...
Mas nesse momento a entrada apressada de alguém pela porta o sacou de sua balbuciante alegria, e olhou para ver, com mais alivio ainda, a presencia de Dumbledore, com a barba revolta e o rosto vermelho do esforço de chegar ali, a varinha na mão, pronta para atacar a quem quer que seja que havia provocado os gritos agudos de ajuda de Harry. Se deteve, congelado, obviamente esperava a presencia do Lorde das Trevas ou um de seus criados, não de um Harry Potter com a cara molhada de lágrimas e um Draco Malfoy sentado no outro canto da sala, com o rosto entre as mãos, com uma postura de tristeza como nunca poderia ter imaginado possível em um Malfoy, quer dizer, com uma postura que revelasse que tinha uma gama de sentimentos mais além do ódio e o desdém.
- Professor! É um alivio que tenha chegado – começou gaguejando Harry, um sorriso de alivio tão grande que supôs que amanhã lhe doeriam todos os músculos da cara da amplitude – É Draco, estávamos limpando, ele caiu, com convulsões, e logo... não sei, parecia como, como...
- Como morto - cortou a voz de Malfoy em meio a explicação de Harry, ressonando de uma forma que deixou sem palavras Harry, nunca antes tinha ouvido uma voz tão... linda, se é que essa era a maneira de expressá-lo, magnética, uma voz feita para se desfrutar... e obedecer. Olhou com surpresa a figura derrotada no canto.
Dumbledore também havia notado algo, já que abandonou a mirada preocupada que dirigia a Harry para observar ao outro com uma expressão de profunda contemplação.
- Assim é, Harry – disse, sem apartar os olhos de Draco, que estava sentado com o rosto ainda entre as mãos, e cuja figura tinha algo de intranqüilizador agora, algo que fazia que notasse uma sensação estranha no estômago, algo que lhe dizia que se fosse dali agora mesmo, apesar da pena e do alivio que sentia por ele, de forma muito estranha –, conte-me o que passou ao senhor Malfoy, disse que teve convulsões, não?
- Eeerrr... sim – Por que não perguntava a Malfoy em vez dele? Por que não tirava os olhos de cima de Malfoy mas se dirigia a ele? E o que passava com Malfoy, com sua pessoa? O alivio do primeiro momento estava começando a ser substituído por outra sensação muito menos agradável a medida que seu cérebro se empenhava em plantar perguntas – primeiro me pareceu que se encontrava mal, e quando me pediu ajuda, ficou inconsciente e começou a convulsionar-se e a respirar entre gemidos, e como me tinha agarrado muito forte comecei a gritar, e... – pegou ar e se obrigou a acalmasse um pouco para dar-lhe uma explicação coerente, com menos "e" – Y então teve uma convulsão muito forte, me pareceu que deixava de respirar e ficou imóvel, não fui capaz de encontrar o pulso e tive pânico, senhor. Fiquei a seu lado esperando que viesse alguém a... ajudar-nos – não quis dizer "ao lado do corpo " – E um pouco depois, notei como sua mão se movia e quando olhei vi que se levantava, e... então apareceu você, professor.
- Entendo, entendo – murmurou o diretor com uma expressão pensativa no rosto, como de fato estivesse vendo algo que os demais não – E você, Draco, se encontra bem agora? Quer ir a enfermaria?
- Perfeitamente, me encontro ótimo – o sarcasmo era tão claro que quase caia em pesadas gotas das palavras, enquanto observava uma de suas mãos com a cabeça mole, e o tom de sua voz ia aumento progressivamente sem perder aquela hipnótica nova qualidade – Creio que estou tão fudidamente bem que vou dan...
Sua voz se quebrou, e escondeu de novo o rosto entre as mãos, começando suas costas a sacudisse silenciosamente, e Harry se deu conta de que algo impossível estava sucedendo: Draco Malfoy estava chorando.
Continua!!
N/T: hehehe, as explicações vem no próximo cap.! espero q gostem, e sim vai ser slash! Por favor deixem seus reviews!!
