Uive Para a Lua, Dean

Crowley prendeu os olhos na pele branca e sardenta do outro. Um Winchester tinha virado um demônio, um dos melhores, sedento por sangue, com desejo insano por morte, flertando com a Primeira Lâmina enquanto cortava e dilacerava pescoços, sorrindo daquele modo doentio e tão característico de um ser das trevas. O prazer corria por todo o corpo do Rei do Inferno, o arrepio sinistro em sua coluna enquanto as mãos suavam, a cada passo daquele corpo sem alma em sua direção, Crowley engolia em seco. Droga! Ele era o Rei do Inferno, tinha milhões de demônios querendo ser seu preferido, mas quem ele escolhia? Para mimar e levar a bares sujos com bebidas baratas e garçonetes em roupas minúsculas? Quem ele desejava que lhe prensasse contra a parede? Muito irônico! Não tinha como ser mais clichê.

Sorveu o resto do whisky e viu, pelo canto dos olhos, o loiro sentar ao seu lado, os nós dos dedos sujos de sangue. Viu quando ele levantou a mão, pedindo uma dose ao garçom, aqueles... Que maravilhas aqueles dedos podiam fazer? Reprimiu o pensamento quando os olhos verdes fixaram-se em seu rosto, procurando por algo, talvez tentando adivinhar no que estava pensando.

_Não. - ele disse rouco, fazendo o outro levantar as sobrancelhas.

_Desculpe, esquilo? - perguntou, não entendendo o porquê da negativa, aparentemente sem motivo.

_Não vai acontecer. - e tomou em um gole só a bebida. - Eu não sou como os outros, Crowley, você devia saber disso.

Os olhos verdes eram perturbadores, toda aquela raiva, aquele desejo por vingança (mas contra quê?), todo aquele verde que se manchava em um negro profundo. Crowley suspirou.

_Não sei do que está falando. - e tomou mais um pouco de seu whisky.

Dean levantou, estalou o pescoço e chegou perto, bem perto. Os lábios quase tocando o ouvido direito do moreno, enquanto a mão dele se apoiava no balcão, e quando os lábios se moveram Crowley sentiu o cheiro de álcool invadir sua mente.

_Não vou me deitar na sua cama, não vou te comer e nós, definitivamente, não vamos uivar para a lua juntos. - ele enfatizou a última palavra.

Crowley dobrou os lábios em um bico carrancudo, que Dean teria tirado sarro se já não estivesse de costas para ele.

_Ainda se guardando para o anjo, esquilo?

Dean não respondeu, mas Crowley sorriu vitorioso. Afinal, ele sempre estava certo.


N/a: Oie... Gente, só eu estou gostando do Dean demônio? Porque, sério, o Jensen tá interpretando ele maravilhosamente. Enfim, é bem provável que venha muitas fic's do Deanmon! Beijos.