Disclair: Para variar um pouco, os personagens não são meus, mas sim de Christopher Paolini (que quando o apanhar a jeito ainda recebe um convite de casamento...)
Sabes o que é voar?
Voar é o cúmulo do prazer
É seres senhor do luar
É conseguires o céu abraçar
É saberes-te levar
Pelo dever que é voar
- Mas de certeza que não consegues?
A dragão não respondeu, ocupada a engolir as tiras de carne seca que Eragon lhe levara. Ou estaria propositadamente a ignorá-lo? Era-lhe assim tão frustrante, tão humilhante, não conseguir ainda tocar o céu? Quanto tempo mais duraria tão negativo estado de espírito?
- Sabes, não tens de sentir vergonha por não conseguires voar tão alto...
Desta vez obteve um grunhido como resposta e duas finas colunas de fumo cinzento ergueram-se no ar, desvanecendo-se antes de atingirem a copa das árvore-abrigo de Saphira. Não era vergonha ou humilhação. Era desejo! Era o desejo de ultrapassar os pequenos voos experimentais que nada tinham de valor por tão rasos que eram! Era a ânsia de subir bem alto, até o céu abraçar, as estrelas beijar e o vento acarinhar! O que seria voar? Os pássaros ultrapassar, nas aragens encaixar, nos ares deslizar, o mundo de uma só vista encontrar...? Seria tudo isso e muito mais? Sentir-se senhora daquilo que queria, dama daquilo que tinha, ser Senhora dos Ar e Donzela do Luar...
Oh, quem te dera!
Estares na minha pele
Ires para onde quiseres
Sem que qualquer barreira te impeça
Estares em todo o lado
E num mesmo sítio só
O céu...
A ave erguia-se em círculos perfeitos e cada vez mais largos. Um ponto negro e orgulhoso, contrastando com a abóbada de céu azul celeste salpicada de resmas de nuvens brancas. Era uma águia-real cuja irracionalidade desmentia o nome, tão mal atribuído. Como poderia ser "real"uma criatura que não percebia, não sentia nem abraçava conscientemente a felicidade e a liberdade que era voar! Poder cortar os céus num único bater de asas, sem nada que impeça, sem ninguém que proíba... Oh! Quão insignificante era a ave de rapina quando com ela, a dragão, comparada! Como tão subitamente o seu porte orgulhoso de águia-real se tornava no porte indigno de águia-mendigo! Como podia tal criatura ter direito a um prazer que não sabia – como poderia saber? - aproveitar... Como poderia esse mesmo prazer ser negado ao ser que compreende e sente a virtude e o privilégio desse direito – ou seria antes um dever? Quem lhe dera no lugar da águia se encontrar! Sem obstáculos nem barreiras, em todo o mundo estar e num só lugar se encontrar!
O que há de melhor
Senão a liberdade
Tu! Eu! Nós!
Nem pensar...
Passaram dias, passaram semanas e ela cresceu. Um flectir de patas, um bater de asas... e o céu! Passado tanto tempo... tanta esperança... tanto desespero... Saphira fechou os olhos, voando instintivamente, escutando o zumbido do vento, sentindo as aves afastarem-se de si, temerosas e assustadas... Deliciando-se com o belo sabor da Liberdade.
N/A:O poema surgiu nas mesmas circunstâncias que o "Sabes..." mas pela mão de outro rapaz, ou seja, também foi feito numa aula de português e também o cravei P. O autor é o myo amiguito João (filho da minha professora de História e directora de turma, o que é muito estranho por motivos pessoais), fic dedicada a ele. Especial agradecimento para a minha beta, que tem um trabalhão a corrigir-me as fics e nunca vos expresseio jeito que ela me dá (por falar nisso, ela tem uma fic muito boa do Eragon... um Universo alternativo de Ancião). Ah, mais uma coisa, estão a ver esse botãozinho fofinho e amoroso aí em baixo? Através dele podem ajudar a Associação de Pobres Fanficwritters Esfomeados (APFE), não deixem de fazer o vosso donativo, estarão a ajudar pelo menos um Fanficwritter Esfomeado! Bjs;)
