Disclaimer: Os personagens de CSI não me pertencem. São criação de Anthony E. Zuiker e propriedade da CBS e suas afiliadas.
O título faz referência ao filme "Um amor para recordar", mas as coincidências acabam aí. O referido filme é propriedade de seus criadores/produtores e não me pertencem.
Não divulgue ou publique esta história em qualquer meio sem a prévia autorização do autor - euzinha! ;)
Uma noite para recordar
Desde o dia em que Sara foi salva, Grissom se tornou um novo homem. Para alguns ele parecia mais fraco, mas seu time - seus melhores amigos - sabiam a verdade: ele havia se tornado um rochedo. O homem antes contido e formal se transformara em alguém a quem se podia confiar os medos, as alegrias, a vida. Ele não era mais apenas um chefe que eventualmente dava alguma abertura. Ele era um Mentor, um Oráculo.
Sara era o motivo de tudo. Todos sabiam que havia algo entre eles, mas haviam passado por tantas fases, tantos altos e baixos que tentar entende-los se tornou dispensável. Descobrir que eles estavam juntos, definitivamente, desde Nick; que se casaram assim que Grissom voltou da licença - ao descobrir que não podia mais viver sem ela; que Brass e Robbins foram testemunhas; que eles moravam juntos e tinham um cachorro, foi até certo ponto um choque. Mas o estranho, no fim das contas, seria se fosse outra pessoa ao lado dele que não ela.
Naquela noite, estavam todos - exceto Sara, de folga - na Sala de Reuniões, revisando o caso em andamento. Uma mulher de mais de trinta e cinco anos havia sido morta. Sua filhinha de quatro anos não largou Grissom do momento em que pisaram na cena do crime até quando ele a deixou no hospital. Em meio à acalorada revisão e discussão dos fatos, todos perceberam um grissom alheio, na cabeceira da mesa.
- Gil, você está aqui? - perguntou Catherine.
- Não! - Foi a resposta sincera dele. - Eu... eu preciso dela! Me bipem se precisarem. Volto logo.
Ele se levantou e saiu deixando sua equipe boquiaberta atrás de si.
Sara acordou assustada com Grissom ajoelhado em frente ao sofá no qual havia adormecido.
- Oi, Babe - ele falou alisando os cabelos dela.
- Grissom?! Tá tudo bem?
- Tudo. Posso deitar?
- Claro!
Ele se posicionou atrás dela e a puxou até que as costas dela se moldassem em seu peito. Depois a envolveu e ligou a TV, procurando algo para ver. Quando Sara percebeu que ele realmente ia assistir "Maternidade", a pergunta foi inevitável:
- Amor, você tem certeza que está bem?
- Estou, honey!
- E vai ver isso?
- "Isso" é um programa excelente e vou vê-lo sim. Volte a dormir, sweetheart.
Ela apenas balançou a cabeça e fechou os olhos, acomodada no calor dele. Já havia conversado com Catherine sobre as mudanças nele, que estava tentando se adaptar ao novo e emotivo Grissom, que tinha um plano, que era tudo uma questão de tempo. mas até aquela noite não tinha certeza se havia tomado a decisão certa. Agora ela tinha certeza!
O parto da mulher de 34 anos com pré-eclampsia foi difícil e fascinante. Grissom assistiu atento por entre os cabelos de Sara. Como ela amava aquele cheiro. O cheiro dos cabelos dela. O cheiro dela! Ele a amava cada dia mais!
A câmera filmou os pais se beijando emocionados enquanto a enfermeira colocava a recém-nascida sobre o peito da mãe. Uma lágrima percorreu a face de Grissom.
- Sar, você viu isso?
- Uhum... - ela respondeu.
Parecia sonolenta, mas ele insistiu:
- Sar, me dá um filho?
Seu coração se apertou durante os segundos silenciosos. Então, Sara pegou uma das mãos dele e deslizou sobre sua barriga.
- Eu já te dei, amor.
Ele demorou um pouco para absorver o que ela disse. Seria verdade? Então as evidências vieram como um flash em sua mente: ela andava sonolenta, irritada, faminta. Seu corpo estava diferente.
Grissom a virou para si e viu os olhos marejados dela. Sim, era verdade! Então ele se enfiou novamente no perfume dos cabelos dela, a abraçando o mais forte que podia.
- Eu te amo, Sara! - ele sussurou por entre as lágrimas.
Ela o beijou e soube que aquela sempre seria uma noite para recordar.
FIM
