Disclaimer: Vocês sabem que os personagens pertencem à Rumiko.

Sim, eu parei com a fanfic "Entre Ladrões" por enquanto. Estou revisando-a e pretendo continuá-la assim que terminar esta...

E sim, amo história sobre ladrões.

Bem vindos ao velho oeste.

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Há uma lenda. Não houveram apenas homens procurados. Uma mulher deixou uma marca também. O curioso é que nunca foi pega. Nunca souberam seu nome. Uns a chamavam por Demônio... Outros, a Sombra. Ela foi uma... Vamos ver... Isso! Uma Robin Hood egoísta. Roubava dos ricos e tomava tudo para si. Amiga de índios, inimiga de chefões e coronéis, fez sua marca na história.

Quer realmente ouvir a história dela?... Digo-lhe. Mas há partes em que não se sabe o que houve ao certo. Estamos no século XIX...

Entrou no Saloon e se jogou em uma cadeira. Resmungou sentindo dores nas costas. Já não bastava ter viajado por dias e dias, tinha que agüentar uma cadeira tão dura e rústica. Tirou o chapéu escuro da cabeça e suspirou, soltando os longos cabelos negros. Seus olhos violetas percorreram o local. Imundo, vazio e fedendo a mofo. Grande bar.

Olhou para o homem que limpava copos, logo atrás do balcão. Respirando fundo, levantou-se e caminhou até ele. Bateu a mão na madeira velha e sorriu, encarando-o.

"Qual a bebida mais forte que você tem por aqui?" notou o homem abrir um sorriso sádico no rosto.

"Então você é um forasteiro que está tentando ser corajoso?... Beba O Gosto do Demônio. Será que consegue?..." seu sorriso era debochado. Largou o pano e o copo ao lado para esperar a decisão.

"Faça logo então." Ergueu uma das sobrancelhas, desafiante. Olhou para baixo e encontrou um pequeno tamborete ao lado do balcão. Sentou-se para esperar.

Viu o dono do Saloon fazer diversas misturas. Ele lhe deu as costas e misturou mais ingredientes, terminando logo depois. O viajante recebeu um copo médio cheio de um líquido espesso em tom de sangue escarlate.

"Qual seu nome, viajante?" o dono perguntou, maroto.

"Inuyasha. E você é...?" retribuiu a pergunta, desviando os olhos da bebida ainda intocada.

"Miroku, prazer. Se conseguir beber tudo isso e não cair, será reconhecido por esta cidade pacata como o primeiro corajoso a domá-la." e sentenciando cruzou os braços.

Inuyasha pegou o copo e virou o líquido em um só gole. Sentiu um turbilhão de sensações. Primeiro veio a queimação garganta abaixo. Depois a sensação congelante impregnar a boca. Um leve toque de morango e maçã apareceu e sumiu rapidamente. No fim, sentiu todo seu interior formigar.

Percebeu o tal Miroku rindo. Quando deu por si, estava estatelado no chão empoeirado. Tinha perdido a noção do tempo, de si e do espaço. Ficou sem entender como viera parar ali.

"Achei que você conseguiria... Uma pena." Miroku continuou debochando, apoiado no balcão para olhar o forasteiro caído.

"C-como...?" Inuyasha ouviu-se gaguejar.

"Não criei essa bebida... Foi..." e ouvindo um som na entrada do local, levantou a cabeça. Sorriu como se não visse a pessoa há muito tempo "... Ela".

Inuyasha virou-se de lado, cambaleante, e se sentou. Quando levantou os olhos para ver quem havia chegado seu queixo caiu.

Era uma mulher. Mas não se vestia como as outras. Não usava longos vestidos com armação, bordados ou sombrinhas para se proteger do sol. Vestia uma calça de couro feita sob medida, botas escuras com um leve salto. A blusa vermelha escarlate lembrava a bebida. As mangas iam até o meio do antebraço e os botões reluziam. Ela deixou de abotoar os últimos e um decote leve poderia fazer a cabeça daqueles que não estavam acostumados a ver pele tão macia. Seus cabelos eram longos, escuros, lisos e brilhantes, pareciam até perfumados. Só que não foi tudo isso que chamou a atenção do forasteiro. Sua boca e seus olhos. Seus lábios eram corados, vivos. Davam a impressão de serem maravilhosos... E seus olhos eram... Eram...

"Inuyasha? Você está bem?..." Miroku tirou o viajante de seu transe.

"Quem...?" Inuyasha não entendeu porque sua voz não saía. Como poderia impressioná-la sem falar como um homem sóbrio?

"Apresento-lhe o próprio Demônio..." Miroku sorriu e desviou a atenção para a recém chegada. "Algo novo para contar?".

"Esse aí tentou tomar meu coquetel?... Coitado..." ela sorriu, desviando os olhos do forasteiro caído para o amigo "Miroku, falei com a Sango. Ela disse que não quer nada com um cara como você... Fora isso, alguns roubos e fugas desse xerife metidinho..."

Inuyasha estava começando a conseguir voltar a si. Sentiu a dormência na língua sumir aos poucos, mas não era isso que estava tomando sua atenção. A voz dela era... Reconfortante. Realmente precisaria descobrir quem era ela.

"Mas... Pede pra Sango vir aqui. Realmente gostaria de conversar com ela..." Miroku estava com o rosto apoiado nas mãos, cansado.

"Endoidou, homem? A Sango vai assumir a liderança dos Apaches! Eles odeiam esses novos malucos que vieram 'dominar' o oeste. Estão querendo guerra com os 'brancos'! Ela vai te matar, isso sim." A dama bufou. Não entendia como fizera amizade com um homem tão burro como aquele.

"E como você fala com eles?... Você é tão ou mais branca que qualquer um aqui! Quero falar com ela... Por favor..." Miroku olhava-a, suplicante. Ele sabia que, por mais que ela se fizesse de durona, ela era uma mulher carinhosa.

"... Argh... Não entendo porque eu ainda faço o que você me pede... Tudo bem, falo com ela. Mas não garanto nada." Resmungou, passando a mão no cabelo solto. Desviou os olhos para o forasteiro novamente e o viu de cabeça baixa, meio tonto. "Miroku, faça o coquetel para mim e dê-me um revigorante aí."

Miroku sorriu e entregou um vidrinho para ela. Viu-a se abaixar ao lado do forasteiro e levantar sua cabeça pelo queixo.

"Não tente dar uma de corajoso em lugares como este. Não sabe o quanto as pessoas aqui são traiçoeiras." Sussurrou enquanto passava o vidrinho aberto perto do nariz de Inuyasha. Viu-o arregalar os olhos e espirrar logo depois. Sorriu, levantou-se e devolveu o vidro com líquido para o barman.

"Ainda tem um coração mole, não é?..." sorrindo, entregou a ela do mesmo coquetel que havia feito para Inuyasha.

"Cale a boca." Lançou-lhe um olhar frio e bebeu de um gole seu coquetel. Largou o copo de vidro no balcão e saiu andando sem dar nenhum aviso, do mesmo modo como chegara.

Minutos depois Inuyasha ficou de pé, sóbrio. Precisava colocar seus pensamentos no lugar, entender o que acontecera.

"Qual o nome daquela moça?" o forasteiro encarou o dono do Saloon, sério.

"Aquela MULHER não tem um nome, Inuyasha. Ninguém sabe..." vendo o olhar descrente do homem, suspirou "É verdade. Aqui nas redondezas é conhecida como Demônio. Em outros lugares, Escarlate, Sombra, Rubi. Ela sempre se veste de vermelho... E não é mulher para você" revirou os olhos, percebendo a atração que Inuyasha sentia por ela.

"Por quê?" sentou-se novamente no tamborete, mexendo no chapéu.

"Ela é uma ladra procurada e perigosa. Não viu quando ela comentou que estava tendo problemas com o xerife?... A cabeça dela vale milhões." Miroku voltou a limpar copos com um pano qualquer.

Inuyasha já suspeitava que algo assim envolvesse aquela mulher. No fim, era sempre assim. Ele se apaixonava por aquelas que nunca prestavam. A última fora aquela dançarina de cabaré. Kikyou. A maldita lhe trocara por um milionário...

"E você? O que lhe trouxe até aqui?..." Miroku puxou-o de seus devaneios.

"Estou em busca de uma propriedade. Ouro, riquezas... Uma vida nova." Inuyasha suspirou, colocando o chapéu.

"Isso é ilusão, homem. Não há ouro por estas terras..."

"Ah, existe. A cabeça dela vale milhões, certo? Será minha fonte de renda" e sorrindo, foi-se do Saloon, largando o dono sozinho.

"Um coitado... É perceptível a paixão que ele começou a sentir por ela. Mais um..." largou o copo de lado e ficou olhando a esmo, quando percebeu "Hei ele não me pagou o coquetel!!!" xingou, revirando os olhos.

Haja sorte para eles.

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Primeiro capítulo. Vamos ver a aceitação desta fanfic. O segundo já está sendo escrito, não se preocupem... Deixem sua review e obrigada.

Lua