Summary: Imagine que a memória humana é um rolo de filme, do qual nós podemos cortar alguns quadros e transformá-los em palavras... Episódio 1, A+M WAFF.
Disclaimer: Rurouni Kenshin © Nobuhiro Watsuki.
Profecia de uma menininha
Você devia ter uns cinco anos. O dia era muito quente, o verão chegava arrebatador naquele mês. E você, dez anos mais nova, uma menininha que sequer alcançava minha cintura, você disse para mim, "quando eu crescer, você vai se casar comigo".
Assim. Não era um desejo, não era um pedido. Era uma ordem. Não me deixava nenhuma outra alternativa. Eu lembro de ter olhado para você sem saber que resposta dar; e você simplesmente sorriu aquele seu sorriso de olhinhos apertados e continuou saltitando pela rua, a trancinha balançando de um lado para o outro, sua mão puxando a minha com força (com toda a força que uma criança de cinco anos poderia ter), e nesse dia eu te levei ao festival da cidade.
Você sempre foi uma menina muito querida. Todos te adoravam, brincavam com você, davam presentinhos. Talvez por isso você tenha até hoje essa personalidade risonha e essa mania quase irritante de sempre dar um voto de confiança a quem quer que seja. E mesmo os outros quatro tendo feito um esforço homérico para te estragar, trazendo doces e bonecas e dando toda a atenção deste mundo, mesmo assim você nunca foi mimada. Porque você sempre soube o quanto era difícil, para nós, assegurar sua felicidade. Deve ter sido duro para você viver seus primeiros anos durante a guerra. Dias em que não podia passear, porque os corpos espalhados nas ruas atrapalhariam a passagem. Você tinha pesadelos com os gritos que entravam pela janela. Quando nós, os espadachins, voltávamos para casa cobertos de feridas, os outros te levavam para dentro para que não visse. Numa noite assim seu pai gritou seu nome. E você consegiu correr e ir até ele, e foi assim que aos três anos você entendeu o que era a morte. "A morte", você me disse, "é quando a gente derrete e vira sangue".
E um ano depois daquele festival de verão, um ano depois de você, na sua ingenuidade de menina, ter escolhido por mim o rumo da minha vida, nós nos separamos. Nós fomos para longe de você. Doeu, e como me doeu. Mas era preciso. Não havia outro jeito. Era preciso, e fomos. Talvez tenha sido melhor assim.
E assim continuou. Por tanto tempo, que eu perdi a noção de como você estaria. Eu tinha na memória aquela menininha serelepe que, num rompante, decidiu que eu já estava predestinado a ser dela. Encontrei foi uma mulher. E hoje, vendo você amamentar nosso filho, profecia realizada, é que eu percebi. Naquele dia, eu me apaixonei por você.
Nota da Autora: Esse episódio é o primeiro, pretendo eu, de uma série aos moldes de uma outra fic minha, "Morning After". Só que em "Trechos do Tempo" o tema é livre e o tamanho do capítulo-episódio também. O único pré-requisito para entrar aqui é ser um fragmento de memória de um personagem de RuroKen (além de ser em português, duh).
No próximo episódio... ah, sei lá o que acontece no próximo episódio. Tudo dependerá da minha imaginação insana e doentia. Nem sei se haverá um próximo episódio, pra ser sincera... me digam se gostaram. Se tiverem alguma idéia, podem mandar pra fox_lady_2000@hotmail.com. Se quiserem, eu até reviso ortografia/ gramática/ pontuação pra vocês.
beijos da Prudence-chan
PS: *olha para os lados pra ver se não tem ninguém do ff.net disposto a colocá-la numa enrascada* Estou me vendo forçada a criar um site pros meus NC-17...