Fic nova!!

Eu sei que deveria estar postando um novo capítulo de "Mais uma história colegial", mas como eu disse no início desta, eu queria fazer uma fic U.A. sem ser colegial, mas não conseguia desenvolver idéia nenhuma.

Pois bem. Essa idéia me surgiu e achei que deveria aproveita-la. Esse capítulo está um pouco confuso e pequeno, mas os próximos estarão mais claros e maiores.

Eu não vou parar com "Mais uma história colegial", os capítulos só vão demorar um pouco mais pra sair, ok?

Espero que gostem da fic!

The spirits and I

Era uma manhã enevoada em Tókyo. Como sempre, as ruas estavam bem movimentadas. Em Tókyo, os dias começam cedo, sempre tem movimento nas ruas independente do tempo ou da hora. Nesse momento, uma jovem de cabelo castanho e olhos da mesma cor levantava de sua cama. Vestia uma blusa larga demais para o seu corpo e um short curto demais. Foi para o banheiro, lavou o rosto e olhou-se no espelho. Não gostou exatamente da imagem que viu: ela estava com olheiras enormes e uma expressão de profundo sono e desânimo. Tudo isso devido a um sonho que ela vinha tendo há muito tempo, não conseguia lembrar-se desde quando.

Foi para a cozinha preparar o café, já que não tinha como voltar para a cama. Tinha que trabalhar. Fritou ovos e preparou um café bem forte para ver se conseguia acordar. Sua mãe sempre brigava com ela por comer frituras logo de manhã, mas ela nunca a escutou. Tenten era jornalista, não podia dizer que adorava o seu emprego, mas era o que ela conseguira, então estava bom. Não o odiava totalmente, pois tinha incríveis colegas de trabalho.

Vestiu-se com uma blusa de mangas compridas preta, um casaco também preto, uma calça jeans e um tênis branco; pegou as chaves e rumou em direção à porta. Suspirou antes de deixar o apartamento em que morava, mas depois o abandonou rapidamente, carregando consigo a enorme bolsa onde colocava tudo o que se possa imaginar.

Quando chegou à portaria, encontrou o porteiro, Kaoro, que lhe abriu um enorme sorriso. Tenten retribuiu o sorriso com um pouco de dificuldade. Sempre sorria bastante, mas o cansaço andava lhe impedindo de faze-lo com tanta freqüência. Saiu do prédio e um vento muito frio passou por ela. Pegou um ônibus até o metrô e seguiu para o seu trabalho. O metrô estava vazio. As poucas pessoas que lá estavam se encolhiam por causa do frio.

Tenten encaminhou-se para um assento vazio, mas, antes que pudesse sentar-se, um garoto e uns cinco anos bateu com tudo de encontro com as suas pernas, o que fez com que ele caísse. Ao atingir o chão, o garoto começou a chorar desconsoladamente. Tenten abaixou-se e estendeu a mão a ele, sorrindo gentilmente. Sorrindo como não sorria há muito tempo.

-Anda, levante-se – disse Tenten, docemente, segurando a mão do menino. Este segurou sua mão, parando de chorar. – Qual é o seu nome?

-Meu nome é Touya! E o seu, tia?

-Por favor, não me chame de tia! Faz com que eu me sinta velha! – brincou Tenten, fazendo Touya rir. – Sou Tenten. E ainda sou novinha, ta? Tenho 22.

-Nee-san, 22 anos não é ser nova – informou Touya, convicto.

-Ora, seu... – Tenten começou a fazer cócegas no garoto que desatou a rir. – Cadê sua kaa-san, Touya-chan?

-Minha mãe dormiu – sussurrou Touya, como se fosse acordar sua mãe se falasse mais alto. Tenten abafou o riso pela atitude do garoto. – Ela está lá no final – apontou para o fim do vagão. – É que eu perdi meu carrinho e estava procurando-o...

-Quer ajuda?

-Claro, Tenten-nee-chan! – respondeu Touya com um enorme sorriso. Tenten retribuiu verdadeiramente alegre.

Chegaram na estação de Tenten. Ela despediu-se de Touya, que a abraçou e beijou, procurando retribuí-la por ela ter ajudado-o a achar o carrinho. Chegou à redação com um radiante sorriso em seu rosto. Sakura foi a primeira pessoa que ela viu ao entrar. Sakura pareceu um pouco surpresa ao encontrar com Tenten sorrindo, mas depois mudou a expressão, esboçando um sorriso malicioso.

-Ohayou, Tenten-chan! – cumprimentou Sakura, recebendo um animado "ohayou" de Tenten. – O que foi? Viu um passarinho verde?

-Acho que sim, Sakura-chan – Temari, Ino e Hinata apareceram também. A última carregava muitas pastas na mão e tinha um olhar realmente aflito.

-E qual é o nome dele? – perguntou Temari, cúmplice, fazendo a pergunta que Sakura queria fazer.

-Touya.

-E ele é bonito? – perguntou Ino, parecendo realmente interessada.

-Ele é muito kawaii.

-Quantos anos ele tem? – perguntou Sakura, afobada.

-Cinco – as outras quatro ficaram boquiabertas após a resposta da Tenten, fazendo com que a morena risse. – Encontrei um garotinho adorável no metrô e ele melhorou muito o meu humor, que não estava nada bom – Sakura e Ino foram embora desapontadas e Hinata saiu, desculpando-se e dizendo que precisava arrumar aquelas pastas. Quando todas foram embora, Temari aproximou-se de Tenten e perguntou:

-Aquele sonho de novo? – o silêncio de Tenten foi a única resposta de que Temari precisava. Abraçou a amiga e deu leves tapas em suas costas. Temari era a única para quem Tenten havia contado sobre o sonha que vinha tendo todas as noites.

No sonho, Tenten estava em um lugar com muita neve, tinha um garoto ao seu lado. Um garoto que ela sabia que nunca havia conhecido. Tenten não conseguia distinguir muito bem as características físicas do garoto, mas conseguia perceber que ele era mais alto do que ela, era muito branco e tinha cabelos compridos, mas o que mais ela se lembra são os olhos do garoto: tão brancos quanto pérolas. Ela e o menino caminham pela neve até que um barulho é ouvido. Ambos se viram e deparam-se com um prédio desabando. Tenten e o tal garoto entreolham-se assustados, o prédio antes encoberto pela neve estava caindo e ao que tudo indicava, havia ocorrido uma explosão. Tenten sai correndo em direção ao prédio, não sabia porque exatamente fazia isto em seu sonho, mas fazia. O garoto de olhos brancos grita para que ela esperasse, mas ela continuava a correr. Tinha um menino no prédio. Tenten correu muito rápido e o tirou de lá, antes que os tijolos o soterrassem. O menino gritou alguma coisa, apontando para o prédio e Tenten voltou para lá. Mas, quando estava entrando, ruínas começaram a cair em sua direção. Não tinha para onde fugir. Fechou os olhos com força. De repente, sente-se ser empurrada. Quando abre os olhos, percebe que quem a empurrou foi o garoto que estava ao seu lado. Levantou-se para ajuda-lo, mas foi inútil. Ele já havia sido soterrado. Tenten gritou, mas de nada adiantava. Então tudo ficava escuro e era nessa parte que Tenten acordava.

-Você não sabe mesmo quem é o garoto de olhos brancos e o menino do prédio? – indagou Temari. Tenten negou. –Pare de se atormentar com isso. É só um sonho... – Tenten desvencilhou-se do abraço de Temari e a encarou firmemente.

-Eu sei que é um sonho, Temari. Mas por que eu o tenho todas as noites? – Tenten possuía um tom de angústia na voz, mas seu semblante era firme e sério.

-Você precisa arrumar um namorado e se desligar dessas coisas estressantes – retrucou Temari, dando o assunto por encerrado.

-É mesmo, problemática? – brincou Tenten, fazendo uma clara alusão ao jeito como o designer do jornal chamava sua companheira estressada. Temari corou. Tenten sabia muito bem da queda que Temari tinha por Shikamaru, pois esta vivia indo reclamar que o Shikamaru não lhe dava atenção, só vivia dormindo. Fora isso, era óbvio para qualquer um com olhos. Era também óbvio que o sentimento era recíproco, mas as pessoas apaixonadas tendem a não enxergar o que está bem na sua frente.

-Vai trabalhar, garota! – Tenten riu e foi para a sua "sala" ( que na verdade era um quadrado separado dos outros por divisórias), mas, ao chegar lá, suspirou e deixou-se jogar na cadeira. A maioria das pessoas não se incomodaria tanto por causa de um sonho, mas, Tenten não sabia explicar porque, ela não conseguia parar de pensar nele.

-Tenten – a menina olhou para a voz que a chamava. Era o Sasuke, O cronista do jornal. Com "o" maiúsculo mesmo. Todos adoravam as suas crônicas e a editora-chefa, Tsunade, fazia questão de colocar a foto dele em alguma página do jornal, o que já garantiria muitos exemplares comprados por menininhas apaixonáveis e até mesmo velha..., ou melhor, senhoras na flor da idade que ainda procuram explorar todo o fogo da juventude que ainda lhes resta, como diria o Lee, amigo de Tenten.

-Diga, Sasukezito – Sasuke fez uma cara de bravo e bateu a frágil porta do cubículo que era a sala de Tenten, aproximando-se perigosamente da menina.

-Já lhe disse para não me chamar assim – disse Sasuke num tom ameaçador. Tenten esboçou um sorriso, fazendo Sasuke corar. Sasuke e Tenten adoravam se provocar. Não podia-se dizer que eles eram apaixonados um pelo outro, mas existia uma forte atração entre os dois. Por isso, ambos evitavam festas no escritório, um pequeno gole de qualquer bebida e eles não se responsabilizariam por seus atos.

-O que quer? Por que me chamou? – perguntou, por fim, afastando-se de Sasuke, que não aprovou tal ato, assumindo um ar profissional.

-Já olhou os papéis que Tsunade-sama te mandou?

-Papéis? – Tenten olhou para sua escrivaninha, encontrando uma pasta, reconhecendo imediatamente como uma das pastas que estavam nos braços de Hinata. Abriu-a e encontrou um recado de Tsunade: "Tenten, hoje o Takiho iria realizar uma entrevista com o prefeito sobre as obras que ele pretende fazer na cidade, mas, infelizmente, ele está resfriado e eu preciso que você o cubra. Quebra esse galho pra mim? Nessa pasta estão uns papéis com os principais pontos a serem abordados na entrevista. Estude-os e encontre com o prefeito depois do almoço. Muito, muito obrigado." Tenten arqueou uma sobrancelha e olhou para Sasuke. – Você sabia?

-A sala do Takiho é perto da minha. Perguntei pra Tsunade-sama se estava tudo bem com ele. Ela respondeu que ele estava doente, enquanto se descabelava em busca de uma solução, pois fora muito difícil conseguir agendar uma entrevista com o prefeito e ela não podia dar um bolo nele. Eu disse que hoje você ficaria na redação o dia todo e ta-raaamm! – respondeu Sasuke.

-Cretino! Você sabe que eu odeio entrevistas com políticos! – esbravejou Tenten.

-Eu sei, mas eu tenho um compromisso perto da prefeitura e queria almoçar com você – disse Sasuke, sedutoramente.

-Cretino – repetiu Tenten, mas não mais tão brava. – Onde é que você vai perto da prefeitura?

-Vou me encontrar com um amigo. Ele vai me ajudar com uma idéia que estou tendo...

-Tudo bem. Agora me dá licença que eu tenho muito o que fazer até a hora do almoço – enxotou-o, empurrando-o para fora de sua sala. Sasuke saiu rindo. Tenten voltou a se sentar e, suspirando, pegou os papéis que estavam dentro da pasta e começou a lê-los.

-Finalmente – exclamou Tenten. – Terminei!

-Tenten-chan...

-Oi, Hina. Está tudo bem? – Hinata estava apoiada na parede com a respiração descompassada. Após um tempo tentando recuperar o fôlego, posicionou-se de forma correta e olhou para Tenten.

-Muito trabalho – Tenten concordou, espreguiçando. – Sasuke disse que vai almoçar com você. Vai cobrir a matéria do Takiho, não é? A entrevista com o prefeito – Tenten acenou em concordância. – Sakura ficou arrasada.

-Por quê?

-Por ser você quem vai almoçar com o Sasuke – Tenten a olhou confusa.

-E que mal há nisso?

-Como?! – Hinata estava, incrédula. Tenten sobressaltou-se por ouvir a voz de Hinata tão alta. – A Sakura sempre foi apaixonada pelo Sasuke – disse Hinata, mais calma.

-Eh? – Hinata bateu na testa, não acreditando na desatenção de Tenten. – Então eu não posso almoçar com o Sasuke...

-Creio que isso não vá ajudar muito.

-Por quê?

-Porque já existe uma atração entre vocês dois e você não sair com ele um dia não vai mudar muita coisa.

-Certo – Tenten suspirou. – De fato, eu e o Sasuke temos uma atração e uma afinidade muito forte, mas... ele não é... eu não sou apaixonada por ele. Não é com ele que eu quero passar o resto da minha vida – Tenten sorriu. – Hinata, faz um favor pra mim?

-Qual?

-Me ajuda a sair sem o Sasuke ver? – Hinata riu em acordo.

...

Tenten caminhava em direção à prefeitura. Não havia almoçado, mas não estava com fome. Seus amigos sempre conseguiam fazer com que ela se distraísse, mas era só pisar fora da redação que seus problemas voltavam direto pra ela. O caminho estava vazio, pois ainda era muito cedo para a hora do almoço e todos deviam estar no trabalho. Tenten preferira ir a pé já que estava adiantada, assim ela poderia se acalmar e se concentrar na entrevista.

De repente, um tremor muito forte fez com que ela caísse. No entanto, Tenten não caiu direto no chão: algo amorteceu sua queda. Olhou para baixo e viu que tinha alguém embaixo de si. Corou ao perceber que era um menino. Mas como? Não tinha ninguém na rua além dela! Como ele...?

-Sai de cima de mim! – gritou o menino, empurrando-a.

-Ai, desculpa! – pediu Tenten, levantando-se e balançando as mãos.

-Você... pode me ver? – perguntou o garoto, espantado.

-Que tipo de pergunta é essa?

-Pessoas normalmente não podem me ver...

-Ah é? – perguntou Tenten, desafiadora. – E por quê?

-Humanos não podem ver espíritos – disse, simplesmente. Tenten espantou-se, mas depois desatou a rir.

-Que coisa, né? Está dizendo que é um espírito?

-Exatamente – Tenten parou de rir diante do tom sério dele. De fato, ela havia percebido que ele exalava uma energia diferente, mas daí a ser um espírito.

-Você quer que eu chame um médico... ou um psiquiatra? – o "espírito" arqueou uma sobrancelha.

-Se você não acredita o problema é seu, mas eu não posso perder o meu tempo conversando com você.

-Por quê? Você tem paredes a atravessar? – perguntou, assumindo o tom brincalhão novamente.

-Por isso – explicou, apontando para frente. Tenten virou-se e deu de cara com um monstro enorme vindo na direção deles. Ela queria gritar, mas não o fez. Sua voz não saía.

-O... o quê...?

-Cuidado! – exclamou o garoto, empurrando-a. Depois disso, ela viu que ele havia sido atingido por alguma coisa que tinha saído da boca do monstro. O menino caiu, contorcendo o rosto em puro sofrimento. Era pra ser ela a estar desse modo. O monstro estava prestes a pisar no menino, mas, sem pensar em nada, Tenten pegou um cano que estava jogado na rua e se posicionou na frente do garoto.

Tentou empurrar a pata do tal monstro com o cano, mas não estava conseguindo. Achava que ia morrer, mas não podia, não podia morrer assim...

Uma luz começou a ser liberada pelo cano e a pata do monstro foi afastada. Tenten ficou confusa, mas sem pensar muito, pôs toda a energia que conseguiu reunir no cano e o tacou na direção em que deveria estar o coração do monstro. Atingiu em cheio e o monstro se desintegrou. Mal pode arregalar os olhos, pois seu corpo cedeu e ela desmaiou.

O menino levantou totalmente aturdido e pegou Tenten em seus braços.

-Que tipo de garota é essa? – perguntou-se.

...

-Ai! – reclamou Tenten pondo a mão na cabeça. – Que dor... – parou ao olhar ao redor e não reconhecer o lugar onde estava. – Onde estou?

-Num motel – respondeu um garoto, entrando no quarto.

-M-motel!? – gritou Tenten, levantando-se num salto com o rosto extremamente vermelho. – O que eu estou fazendo num motel?

-Não se lembra?

-Lembrar do quê?

-Do que aconteceu antes de desmaiar.

-Eu... desmaiei...? – Tenten procurou se lembrar de tudo o que havia acontecido antes de perder a consciência. – Você é o fantasma!! – gritou Tenten, apontando acusadoramente para o garoto.

-Não sou fantasma – corrigiu com uma gota. – Sou um espírito. E me chamo... Hyuuga Neji.

...

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