O Sol.

O centro do sistema solar. Fonte de luz, calor, e vida.

E apesar disso, uma Caixa de Pandora, que contém alguns dos maiores males do universo...

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O manto negro se movia rapidamente pelo campo de batalha, deslizando sobre os numerosos cadáveres no chão.

Porém, algo o deteve.

Na frente do outrora grandioso castelo de Solaris, agora em ruínas, havia uma Sailor. Seus longos cabelos prateados esvoaçavam com o vento, e uma espada cintilava em suas mãos.

- Saia da minha frente, Sailor Senshi.

A sinistra voz ecoou vindo da massa escura. Ela começou a tomar uma forma que lembrava muito de longe uma forma humana feminina, completamente negra e gigantesca; cabelos muito longos e esvoaçantes, e dois olhos vermelhos em forma de fendas se abriram bem na frente da Sailor.

- Não. Daqui você não irá passar.

Sailor Sun não se amedrontou com a aparência de sua inimiga. Ainda que estivesse ferida e com as roupas rasgadas, uma intensa aura de poder a rodeava, lembrando a outra de que esta não poderia ser subestimada. Uma risada desdenhosa ecoou pelos escombros.

- Eu não vim dos confins do universo para travar palavras com tão insignificante ser. Onde está o Cristal Dourado?

- Você não sente sua presença, não é mesmo? - Foi a vez de Sailor Sun sorrir. - Pois ele não está aqui. Quem o protege é meu irmão Helios, e seu paradeiro não interessa a você.

A entidade não pareceu nada feliz. Os olhos se estreitaram, e a voz tornou-se mais sibilante e sinistra.

- Quanta insolência...Não deixarei alguém como você se meter em meu caminho. É meu último aviso.

- Eu já lhe disse. Daqui você não irá passar.

O vento parou subitamente. O ar ficou completamente parado, uma energia malévola pairava sobre o castelo.

- O que acha que pode fazer sozinha contra mim? Eu sou a escuridão que suga toda a vida no universo! - A figura negra começou a aumentar, e seus olhos a brilharem cada vez mais. - Se quer tanto morrer, realizarei seu desejo!

Os cabelos, que se agitavam sem vento, engrossaram e tornaram-se tentáculos, que agarraram os braços e pernas de Sailor Sun, erguendo-a no ar. Ela sentiu-se queimar por aquela energia, mas não gritou; ela já sabia o que devia ser feito.

Sailor Sun estendeu Fire Blend e golpeou a inimiga, que soltou um grito agudo, enquanto uma aura dourada cegante saía da espada e envolvia o corpo de ambas.

- LIGHT SACRED SEAL!!

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Uma enorme explosão dourada pôde ser vista de todos os Castelos do Sistema Solar.

E restou somente o silêncio...

SAILOR MOON SUN WARS

Capítulo 1: O Despertar da Primeira Guerreira

Mai caminhava sonolenta pelas ruas arborizadas da cidade, indo em direção da sua casa. O pôr-do-sol tingia a paisagem de um tom vermelho-alaranjado, e ela não sentia pressa em chegar na casa vazia. Sentou-se em um banco do parque, observando o bosque.

Sentia um pouco de falta de Yokohama; do cheiro de mar e do sol se pondo. Se sentia muito sozinha em Tóquio, morando sozinha e sem amigos na escola. Seria melhor desistir dessa história de estudar em Tóquio e voltar?

Já estava sentada a uns 2 minutos quando o ar ficou parado de repente. Uma luz brilhou no meio das árvores. Primeiro achou que era só impressão, mas o brilho insistente deixou Mai intrigada. Levantou-se e andou até ela.

Chegou até uma pequena clareira vazia. Não havia luz alguma.

De repente, uma fenda luminosa surgiu bem na frente da garota, e uma rajada de vento jogou-a no chão. A fenda foi se alargando, cada vez mais brilhante, até que tudo parou.

Mai não se pôs de pé imediatamente, pasma com o que tinha acabado de presenciar. Tirou os longos cabelos negros do rosto e olhou para o local onde o vórtice estivera.

Primeiro viu um par de botas, e depois sua dona: uma menina de olhos cor-de-rosa e cabelos prateados presos em odangos no alto da cabeça. Vestia uma roupa que lembrava estranhamente um uniforme escolar prateado e rosa, e em seu pescoço havia um colar com um sininho de gato. Ela parecia assustada, e quando viu a garota no chão, correu até ela e pegou-a pelo braço, levando-a para o meio das árvores.

- Mas o que...??

- Não é hora para perguntas! Corra!

Mai olhou pra trás. Um novo vórtice se formava, e um som muito alto e agudo começou a sair dele. Então da fenda luminosa saiu uma enorme pata de inseto, que alargou-a, para sair um enorme corpo de louva-a-deus. A criatura guinchou novamente, e o som agora era insuportável; Mai achava que seus tímpanos iriam estourar, quando as duas garotas pararam atrás de uma árvore. De repente, a criatura ficou quieta.

- Pode fazer o favor de me explicar o que é que está acontecendo? - Mai perguntou, ofegante.

- Parece que está indo pro outro lado...- a garota, também ofegante, parecia mais estar falando consigo mesma do que com a outra. - Desculpe ter te colocado nessa situação...Sou Diana.

- Sou...Sou Mai. Yoruno Mai. - Mai ficou impressionada com aquele momento de normalidade no meio da situação surreal. - De onde você veio?

- É uma longa história...- Diana mudou de expressão de repente e estendeu a mão. Usava uma pulseira também prateada, decorada com uma pedra, que agora brilhava estranhamente azulada.

- Pela grande Rainha Serenity! Dentre todas as pessoas deste mundo...

- Quê? - Mai já estava começando a ficar irritada. A garota parecia não falar coisa com coisa.

Do nada, metade da árvore saiu voando. As duas garotas se esquivaram uma para cada lado, e se viram de lados opostos da criatura.

Agora Mai podia vê-la inteira: parecia uma mistura de louva-a-deus com um grilo, pois além das duas grandes garras em forma de foice na frente, nas costas haviam duas estruturas em forma de serrote, que agora se atritavam, produzindo aquele barulho horrível.

- Pega!

Diana jogou alguma coisa, e Mai pegou no ar. Era uma espécie de caneta azul escura, com detalhes em prata, e uma estrela na ponta também prateada.

O movimento de Diana chamou a atenção do monstro, que pegou-a com uma das patas e levantou-a do chão.

- Diana!

- Diga...Sirius Star Power, Make Up!

Mai olhou para a caneta, olhou para Diana e olhou para a caneta de novo, sem reação.

Logo percebeu que não devia ter ficado parada. Uma enorme garra a levantou do chão e a aproximou dos olhos da criatura. Mas esta não pareceu muito interessada, e no instante seguinte, Mai havia sido atirada vários metros para cima, e agora estava caindo.

Era isso? Iria morrer assim, em uma tarde fatídica, sem mais nem menos?

- SIRIUS STAR POWER, MAKE UP!!

Nesse momento, Mai tornou-se apenas um corpo de luz. Fitas azuladas transparentes a envolveram e um facho de luz passou por todo seu corpo, unindo-as, formando um uniforme preto e azul. Por fim, um símbolo azulado em sua testa formou uma tiara prateada.

Tudo parou. Não havia passado mais de 1 segundo. Sailor Sirius ainda estava caindo, mas agora ela sabia o que fazer.

- SILVER IMPACT!!

Seus olhos brilharam intensamente, e uma espécie de campo de força amorteceu a queda. Pôs-se de pé prontamente, no meio da cratera que havia feito no chão.

A criatura então pareceu subitamente interessada. Largou Diana, prendendo-a a uma árvore com uma espécie de gosma, indo furiosa em direção à outra Sailor.

Ela sentia o poder fluir por seu corpo, mas nenhum ataque se fazia óbvio. Como atacaria? Como se lesse sua mente, Diana gritou de onde estava.

- Sailor Sirius! As luvas!

Sirius olhou para as mãos, e duas lâminas saíram das costas das luvas, uma em cada lado.

Quando olhou, o gigantesco inseto estava a poucos metros, ainda fazendo aquele barulho horrível, levantando a foice para um último ataque. Sailor Sirius deu um pulo, e quando a foice fincou-se no chão, pousou sobre ela e correu, até pular bem no rosto da criatura.

- SILVER FANGS!!

As duas lâminas adquiriram uma aura azul, e como se tivessem a velocidade de um jato, perfuraram a carapaça do enorme inseto, cortando-a ao meio. Com um último grito, ela tornou-se um pequeno cristal, que se despedaçou e desapareceu.

Sirius pousou levemente do outro lado, retraindo as lâminas. O material que prendia Diana desapareceu, e ela desvencilhou-se, indo em direção da outra.

Sirius viu sua boca mexer para dizer algo, mas não estava mais ouvindo. Suas roupas voltam ao normal e ela cai desmaiada no chão.

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- Scythe falhou, mestra.

A figura nas sombras apenas continuou a contemplar o planeta Terra de sua janela.

- A pequena Sailor Luna Cat...fugiu? Quanta incompetência, Soundera...

- Mas, ela não estava sozinha...- Soundera não ousava olhar para sua mestra, mergulhada em uma profunda reverência. - Aconteceu. Uma das Star Senshi foi despertada.

A outra ficou calada por uns momentos. Impossível saber o que pensava.

- Pois bem...Então certifique-se de que nenhuma outra Sailor Senshi despertará. Os planos de nossa Imperatriz não devem encontrar nenhum obstáculo.

- Sim, Mestra Vermillien!

A porta então fechou-se, e Vermillien continuou observando o planeta azul, maquinando seu próximo passo...