Capítulo 1
Moore, Oklahoma
– Vou comer alguma coisa num bar aqui perto, OK?
Sam estava mexendo no laptop.
– Tudo bem, Dean. Mas vê se não demora. Não conheço as redondezas e posso precisar de você. Esse hotel não tem telefone.
– Por que você não vem comigo? Você não comeu nada hoje.
– Não, Dean. Não tenho fome.
– Qual é, cara? O que tem de tão interessante aí?
Dean se aproximou de Sam, interessado no laptop, e viu que Sam observava a imagem que uma espécie de animal estranho.
– Que bicho é esse, Sam?
– Não é bem um bicho, é o Baphomet, feito por Eliphas Levi. É um conhecido símbolo associado ao ocultismo.
– Onde você encontrou isso?
– Em um site de conhecimentos populares sobre ocultismo, crenças, fenômenos sobrenaturais...
– Ah, bom, to indo.
Dean foi com o Chevy Impala até um bar chamado "Mith". Sentou - se em um banco no balcão, e uma mulher lhe atendeu.
– Olá. Você é novo por aqui, não?
– Ah, é. Sou Dean.
Dean estendeu a mão para cumprimenta - la.
– Eu sou Anna Mith. Proprietária do bar.
Ela apertou a mão de Dean.
– Gostaria de alguma coisa?
– Uma cerveja.
Anna serviu a cerveja para Dean.
Ao lado de Dean estava sentada uma garota de cabelos loiros e lisos. Devia ter mais ou menos uns 25 anos de idade. Ela olhou para Dean e sorriu muito simpaticamente.
Dean cumprimentou – a:
– Oi!
– Olá!
– Posso saber seu nome?
– Bia.
– Eu sou Dean! Posso lhe pagar uma bebida?
– Uma cerveja.
Dean sorriu para Bia e pediu para Anna a cerveja. Dean notou que Bia usava um colar com um pentagrama e perguntou:
– E esse colar...?
– É um pentagrama. Sabe, proteção...
Dean se fez de desentendido para não dar uma mínima idéia de sua "profissão". Perguntou:
– Que tipo de proteção?
–Contra o mau... Satã...
– E você acredita nessas coisas?
– É claro. Bem, digo, há tantas coisas que não podemos ver mas mesmo assim elas existem...
Dean olhou - a com interesse.
– Ah, Dean... Esquece!
– Não, continue.
– Não, você vai me chamar de louca como todas as outras pessoas com quem converso. Ninguém acredita. Só eu e o Max.
– Quem é Max?
– Meu cachorro.
Os dois riram juntos.
– É sério, Dean. Não é nada de mais. É só que... sei lá, eu vi... bem, eu acredito
em certas coisas...
– Coisas? Do tipo fantasmas, espíritos...?
– É, esses e outros. Lendas, fenômenos... Faz algum tempo que qu sou assim, sabe, que eu acredito nisso. Tudo começou quando meus vizinhos passaram a morrer de uma forma estranha. O homem que morava na primeira casa da rua morreu. Depois morreu a mulher que morava na segunda casa. O mesmo na terceira, na quarta, na quinta e eu moro na sexta casa. E se isso continuar a próxima serei eu.
Nesse momento Dean esqueceu de tentar esconder como era sua vida.
– Você não é louca, você é inteligente.
– Ah, qual é? Você ta dizendo isso mas com certeza ta me achando uma idiota.
– Não, Bia. Eu acredito nisso tanto quanto você.
– Acredita mas nunca viu nada que provasse para você que essas... coisas existem mesmo, não é?
Dean sorriu e sussurrou para si mesmo: você nem faz idéia.
