An Oni and a Devil
Chapter 1 : Suou family strikes twice
Veja bem , eu não sou muito de contar histórias. Muito menos de contar a minha história. Mas para essa, eu abrirei uma exceção.
Meu nome? Eu sou Suou Ryuu. Ryuu-sama para você e para a maioria das pessoas, muito obrigada. Me acha arrogante? Pois sou mesmo, e, diga-se de passagem, é a minha melhor qualidade. Eu costumava achar-me a garota mais azarada deste planeta, mas isso mudou. Mudou graças a um certo demoniozinho.
Tudo começou no fim do ano passado quando acabamos o fundamental e estávamos ingressando no colegial. Nessa época eu ainda morava na França. Vocês devem estar estranhando o meu sobrenome ser Suou assim como o do idiota do meu irmão. Sim, Suou Tamaki é meu irmão mais velho. Meio irmão na verdade... Mas essa é uma história para ser contada em uma outra hora.
Nessa época eu morava na França com a nossa mãe Anne Sophie. Até que eu gostava de lá... OK, verdade não muito... Eu sempre fui do tipo de garota que nenhuma outra garota chega perto, alguns garotos tem medo e outros tem raiva. Sou o que chamam de "tomboy", uma garota com jeitão de menino. Não que eu não fosse um tanto feminina, mas eu nunca usei uma saia, eu odeio bonecas, também odeio a cor rosa e maquiagem. Sou uma viciada em vídeo-games assumida, e, acima de tudo, eu amo me meter numa briga. Por isso a maioria das pessoas tem medo de mim. Eu nunca fui como Tamaki, que passava o tempo com a mama, eu passava os dias depois da escola vagando por aí, ficava sentada em algum telhado de alguma casa pensando até o momento que a noite caía, quando eu voltava para casa, só para no meio do caminho ter que enfrentar algum grupo de garotos que tinha vindo se vingar.
Como eu ia dizendo, tudo começou no fim do ano passado durante a cerimônia de formatura. Estava lá eu sentada em uma das cadeiras, emburrada como sempre fico em cerimônias chatas como aquela, quando minha mãe se aproximou de mim. Ela estava acompanhada de um homem alto de cabelos loiros que me parecia horrivelmente familiar.
-Aurore – minha mãe me chamou pelo meu nome francês. – Tenho boas notícias! Este aqui é Suou Yuzuru, super intendente do colégio japonês Ouran. Graças a ele agora você tem uma bolsa de estudos! Não é maravilhoso?!
Eu olhava pasma para minha mãe e para o tal de Yuzuru. Afinal eu o conhecia. Ele seria a pessoa de quem herdei o nome Suou, meu suposto "quase-pai". Mas esse não era o motivo de eu estar pasma. O motivo era que, sem mais nem menos, eu ia estudar em um colégio fora do continente. Sim, essas coisas só acontecem comigo...
-Como assim mama? – perguntei revoltada para minha mãe. – Eu não quero estudar no Japão pra começo de conversa.
-Desculpe, ma chérie, mas agora já foi tudo pago... Até sua passagem para lá. – minha mãe disse meio tristonha. – Mas não se preocupe, sei que você vai gostar de lá! Olhe pelo lado bom, você vai conhecer seu irmão mais velho.
-Sei... – respondi descrente, mas realmente estava curiosa para saber como era meu irmão. Talvez ele fosse alguém confiante, durão, ou algo assim... Afinal, ele tem os mesmo genes que eu certo? Foi o que pensei, só para futuramente ser frustrada.
Passei o resto da noite pensando no meu mais novo futuro que se abriu diante de mim. Talvez nem fosse tão ruim eu pensava, talvez até seja melhor que viver aqui na França.
O dia da partida chegou. Eu me despedi da minha mãe. Apesar de estar triste, não derramei uma lágrima sequer... Não adianta eu não choro. Ou pelo menos era isso que eu pensava... O avião subia, eu olhava a França sumir e logo depois uma grande nuvem cobri-la. "É isso aí" pensei comigo mesma "Au revoir , France".
Yuzuru deve ter percebido o quanto eu estava pensativa e começou a conversar comigo.
-Não se preocupe , tenho certeza que você vai se adaptar bem ao Japão. – ele falou de um jeito até carinhoso. – Tamaki se dará muito bem com você.
-Hm..- foi o que eu respondi. Eu não estava triste nem com medo. Estava era muito revoltada.
-A propósito – ele falou novamente – pode me chamar de Pai daqui pra frente.
"Pai , heim?" pensei comigo mesma "não sonha", eu não chamaria-o de pai mesmo ele tendo o mesmo sobrenome que eu. Não chamaria aquele que deixou minha mãe e eu sozinhas na França por 15 anos.
Havíamos chego na tal mansão secundária dos Suou. Como era de se esperar, eu não tinha permissão de entrar na mansão principal. Ao entrar, um coral formado por todos os funcionários cantaram um "Irashai". Eu sorri. De uma maneira meio tosca, mas sorri. Logo um garoto alto , loiro de olhos azul-arroxeados veio correndo gritando "Otou-san!Otou-san!" da maneira mais patética possível.
-Yuzuru-san , quem é a figura? – perguntei de forma debochada, somente para receber a resposta que me frustraria.
-É seu irmão mais velho, Suou Tamaki.
Na hora eu fiquei pasma , depois frustrada e então derrotada. Aquele ser de aparência madura e mentalidade infantil era meu onii-san? Aquilo pulando como se fosse uma criancinha que sentira falta do pai era meu onii-san??
Ele se virou pra mim e perguntou.
-E quem seria você, garotinho? – ele perguntou inocentemente sorrindo. Foi seu primeiro erro Tamaki... Eu sei que eu não tenho um corpo muito feminino, mas era por que eu ainda estava em fase de crescimento! Eu sei que eu estava usando uma bermuda preta larga e blusão laranja de capuz. Mas pelo amor de Deus! Meu cabelo é comprido! Loiro, comprido e encaracolado! Apesar de estar preso e eu não ter franja , é claro que se nota que eu sou uma garota.
-Tamaki , eu sou sua irmã mais nova – falei entre os dentes. Ele se assustou e olhou para o Yuzuru que assentiu com a cabeça.
-Aaaah! Gomen gomen! – ele disse aflito mexendo as mãos freneticamente. – E qual seria seu nome imooto-chan?
-Suou Ryuu , ou Aurore Ryuu Grantaine – eu disse mais calma .
- E quantos anos você tem Ryuu-chan? – ele disse sorrindo. 'Talvez eu esteja enganada", eu pensei naquele momento "talvez ele seja um cara legal".
-15 – eu disse. Ele se assustou.
-15? – ele disse rindo um pouco. – Ryuu-chan parece ser mais nova ,ne?
Pronto. Segundo erro, Tamaki. Me confundir com um menino é ruim mas até vai. Já me confundir com uma criança... Aí sim é o fim da picada! Coloquei o dedo bem no nariz do loirinho, e disse em um tom nervoso.
-Tamaki nii-san! – comecei entre os dentes – Você pode até me confundir com um garoto, mas ninguém me chama de baixinha e sai vivo depois! Estamos entendidos?
Sinceramente, eu nunca assustei ninguém assim antes. Tamaki se escondeu atrás do Yuzuru e não chegou perto de mim pelo resto da noite.
Tinha certeza que aquele ano ia ser barra pesada.
N/A: Reescrevendo a fic de Ouran. Eu comecei a lê-la esses dias e cada erro gramatical me dava ânsia! Anyway... Enjoy?
