Antes de tudo, esse mundo nunca foi igual ao "mundo real" embora compartilhem o mesmo nome. A história se inicia no ano de 1793, no Continente Eiskönigreich (1)

Disclaimer: Inuyasha e seus personagens não me pertencem, infelizmente. Todos os direitos reservados a Rumiko Takahashi.

Fragmentos de uma vida

Capítulo 1 – As engrenagens do destino.

País de Gelo, Terras Inexploradas Lado Norte (2) - 11:30 A.M.

- Estão rodando... – Disse uma esbelta mulher, de negros cabelos até a cintura e serenos olhos castanhos.

- O que está rodando, Kikyou? – Perguntou a criança de cabelos brancos e um olhar vazio, se aproximando da adulta.

- As engrenagens do destino... Agora, nem ele pode pará-las, Kanna...

País de Fogo, cidade do oeste – 11:37 A.M.

Admirava as belas jovens da rua. Lindas, era tudo o que conseguia pensar. Parou de andar ao ver um grupo em especial, que se vestia de maneira vulgar e indiscreta. "Vadias – Pensou, sorrindo. – Apesar de que prostíbulos foram proibidos no País de Fogo...". Continuou a andar, tentando descobrir a localização de prostíbulos clandestinos.

- Miroku! – Ouviu alguém gritando, ao longe. Era Kouga, um amigo de longa data que, na maioria das vezes, o acompanhava às escavações, embora não se vissem a um bom tempo.

12:55 A.M.

- Que inferno! – Disse aquela bela jovem, suspirando. Como os prostíbulos haviam sido proibidos, e quase ninguém se arriscava nos clandestinos, os negócios andavam parados. – Ayame, se a coisa continuar assim, vamos à falência! Amaldiçôo o com todas as minhas forças o Rei desse maldito país!

- Kagome, quem mandou você seduzir o príncipe Houjo? – Disse Ayame, virando os olhos. Kagome apenas bufou. – Você sabe que no fundo a culpa foi sua...

- Se as coisas continuarem assim, terei que ir embora! – Ignorando o comentário de Ayame, passou a andar de um lado para o outro naquele pequeno quartinho...

- Você não se cansa de dizer isso?

- Agora é sério! Dependendo do movimento desta noite, vou embora amanhã mesmo!

01:45 P.M.

Kagome estava conversando com Ayame animadamente quando sentiu algo estranho. Era uma sensação inexplicável, a presença de algo poderoso, diferente de tudo o que já havia sentido antes. Algo... Algo estava lhe chamando... Algo estava lhe procurando... Deixou Ayame falando sozinha e saiu em direção ao norte da cidade, onde a cada passo aquela estranha sensação aumentava...

02:05 P.M.

- Então Miroku... – Disse Kouga, sentando-se no sofá de sua humilde moradia. – O que descobriu com a escavação das ruínas de Breeze (3)? – Miroku apenas sorri. Contar ou não contar? Optou por não contar.

- Nada de novo... Bem, Kouga... Obrigada pelo almoço, estava delicioso... Eu realmente tenho que ir... – E sem deixar Kouga dizer mais nada, se retirou daquela pequena casa. Passou a andar pela cidade distraído, quando sem querer esbarrou em uma das garotas que estava com o grupo de vadias mais cedo. Pegou a mão da jovem e, em uma respeitosa reverência, beijou-a. – Perdoe-me senhorita.

- Ah certo... Mas... O que é isso? – Disse, apontando para o bolso direito do casaco que Miroku vestia. – O que é... Essa luz rosada?

- Vejo que a senhorita tem bons olhos... – Falou, um pouco assustado. Afinal, pessoas normais nunca conseguiriam enxergar tal luz... – "Será que... É ela...?" Que tal fazermos um acordo...?

- Hã...?

País de Terra, Dorf des Berges (4) – 03:49 P.M.

Estava na varanda de sua casa, dando uns retoques finais em seu mais novo quadro.

- Ssssenhor Sssesshomaru... O Ssssenhor Taissssho e ssssua filha vieram busssscar o quadro... – Disse Jaken, um pequeno e asqueroso serviçal, que lembrava muito um sapo.

- Mande-os entrar... – Respondeu friamente, como de costume. Após alguns minutos, Taisho e sua filha, a jovem Rin, já se encontravam na varanda.

- Perfeito! – Exclamou Taisho. – Perfeito Sesshomaru! O senhor não poderia fazer um quadro de minha pequena?

- "Pequena? – Pensou Sesshomaru, olhando divertido para a expressão de aborrecimento de Rin com o pai. – De pequena a Rin não tem nada..." Certo...

Após se despedir, Taisho vai embora com seu quadro, deixando Sesshomaru e Rin na varanda. Rin senta em um banco e Sesshomaru começa a pintar...

06:45 P.M.

- Rin... – Diz Sesshomaru, olhando preocupado para a garota sentada à sua frente. – Você não está... Pensando em ir embora... Está?

Um incômodo silêncio, sendo quebrado apenas pelo canto dos pássaros, pairou perante aquela linda varanda.

- Eu... Bem...

- Se eu soubesse que as coisas tomariam esse rumo... Eu jamais teria te ensinado a pegar numa maldita espada...

- Sesshomaru... Você não entende! Eu tenho que ir embora... Eu tenho que ir embora do País de Terra, Sesshy... Eu estou sendo procurada por tudo que é canto e...

- Mas eles nem sabem que é você, Rin! Só sabem que o assassino tem uma tatuagem no ombro esquerdo de uma adaga minúscula perfurando uma borboleta menor ainda!

- Eu sabia... Você... Não entende mesmo...

- Rin eu...

- Sesshomaru! Eu vou embora e não vai ser você que vai me impedir! – Disse, irritada.

- Rin... Eu irei com você...

País de Água, porto principal - 08:55 P.M.

Levantou-se vagarosamente e dirigiu-se até a sacada de seu quarto, sem perceber que era acompanhada pelo olhar furtivo de seu marido. Passou a admirar a lua cheia e o seu glorioso reflexo naquele mar sem fim.

- Minha querida, o que está lhe preocupando?

- Oh, céus! – Falou, em meio a um pulo. – Não me assuste assim! – Seu marido apenas sorri graciosamente.

- Mas então, o que aconteceu?

- Elliot, será que Sango está mesmo preparada para se casar?

- Não se preocupe, querida... O jovem que escolhemos é um bom rapaz.

- Pena que ela não ache isso...

- É, realmente é uma pena...

10:00 P.M.

Não muito longe, um navio Pirata, também conhecido como Aranha Cadáver, chegava à costa daquele vasto porto.

- Capitão! Não é muito arriscado pararmos num porto onde mora o amigo mais íntimo do Rei? Deve estar cheio de guardas... – Perguntou um dos marinheiros. O capitão apenas sorri sinistramente.

- E alguma vez guardas foram um problema? – Escandalosas gargalhadas podiam-se escutar vindas daquele clandestino navio, que adentrava lentamente aos mares do país.

Meia-Noite

Sango brincava com a justa camisola de seda e fitava o teto de seu quarto distraidamente, pensando no seu noivo e em seu casório, que ocorreria ainda naquela semana. Foi tirada de seus pensamentos por gritos do primeiro andar da mansão e por cheiro de fumaça.

- Não! Não a machuquem! – Sango deu um pulo na cama e se aproximou da porta, ao perceber que a voz era de seu pai.

- Não vamos machucá-la... Apenas estamos tratando-a como você e seus oficiais da marinha trataram nosso companheiro...Disse uma voz máscula e áspera.

- Assaltem o cofre e matem todos, imbecis...

- Mas Capitão... Que tal darmos uma outra utilidade a essa vadia? – Só podiam ser... Piratas! Entreabriu a porta do quarto na tentativa de escutar melhor, o que foi um erro, afinal, uma quantidade absurda de fumaça adentrou o cômodo, lhe causando uma certa dificuldade respiratória.

- Nunca soube desse seu gosto com velhas...! Em prostíbulo encontramos coisa muito melhor, Bankotsu! – Sango estava começando a suar frio... Piratas... Provavelmente não viam mulheres há meses... E se a vissem? Ela estava de casório marcado, mas afinal, que tipo de homem iria querer uma mulher impura?

- Quietos! Mas, então... Tens uma filha, certo?

- "Talvez assim ele desista do casório..." – Pensou, enquanto fechava a porta do quarto. – "Sango, o que você está pensando? Deixar que piratas imundos lhe possuam? Eles nem sequer casam!"

- Não... Não a machuquem! – Agora sim estava ficando desesperada. Quer dizer que iriam atrás dela!

- E se... Ao invés de levarmos o homem... Levarmos a garota? – Gargalhadas escandalosas e maliciosas puderam ser ouvidas. Começou a sentir muito calor. O fogo deveria já ter se expandido até este andar. Por causa da fumaça que ainda pairava no quarto, Sango estava começando a ter tonturas. Não estava conseguindo mais respirar. Jogou-se no chão e apoiou-se sobre suas coxas. Percebeu que o teto de seu quarto estava prestes a desabar. Ouviu passos em seu andar e, em seguida, a porta de seu quarto ser escancarada. Não pode ver nada mais que um vulto antes de desmaiar.

Continua...

oOoOoOo

Olá! Como estão? Espero que bem...

Provavelmente lá pelo terceiro (ou quinto...) capítulo eles se encontrarão e só pelo sétimo (talvez um pouco depois...) vocês conseguirão entender o título...

(1) – Reino do Gelo em alemão. Eu sei, a tradução fica muito estranha, afinal "Continente Reino do Gelo" (que tem um país de fogo...) é escroto... Mas, na falta de nome melhor...

(2) – O País de Gelo é como se fosse o coração deste continente, embora tendo o lado noroeste e norte nunca explorados (quem se aventurou a ir para aqueles lados nunca voltou)

(3) – Breeze é brisa em inglês, fica no País de Ar e é uma "cidade de ruínas".

(4) – Significa Vila da Montanha em alemão.

Um agradecimento especial aos tradutores onlines encontrados no Google, que eu abusei sem piedade... (rs...).