Título: There's a Light... (ou a Cia. Hogwarts de Teatro apresenta Rocky Horror Picture Show)

Disclaimer: Fanfic escrita por diversão e para me botar de volta ao rumo. Os direitos autorais de Harry Potter pertecem a JK Rowling, a Warner Bros. e etc. Rocky Horror Picture Show também não é meu e eu não gostaria de ter problemas com quem possui os direitos. Eu não possuo nada e nem quero dinheiro por essa história.

Avisos: Slash, slash e mais um pouco de slash. Se você não sabe o que é isso, talvez seja melhor nem ler.


Prólogo

Era inacreditável.

Simplesmente inacreditável.

Tudo o que tinha acontecido comigo nos últimos três meses era simplesmente impossível de acreditar. Quem imaginaria que eu, Draco Malfoy, poderia ter saído da miséria emocional que vivia e alcançar uma das maiores felicidades da minha vida em tão pouco tempo e muito menos pelos motivos que me levaram até aqui. Mas talvez eu deva começar pelo começo. Se bem que agora eu não consigo realmente dizer quando tudo começou. Então vou me apresentar e dar algumas explicações de como eu era e como eu vivia a minha patética vida.

Meu nome é Draco Malfoy e eu era o único herdeiro de uma grande empresa de Comunicações. Na época em que as coisas começaram a mudar, meu pai era dono do maior jornal em circulação do país, algumas rádios e ele tinha acabado de comprar um canal de televisão. Sendo tão rico e abastado, eu me envergonhava de minhas atitudes passadas. Quando estava no colégio, eu era um menino muito metido e irritante. Vivia me gabando por ter coisas caras e por conhecer gente famosa. Além disso, eu e meus dois capangas, Crabbe e Goyle, atormentávamos os outros alunos, principalmente certo trio de amigos que me dava nos nervos.

Mas no meu segundo ano no ensino médio um incidente mudou minha atitude. Eu tinha me metido com gente bem barra pesada e tudo o que vou dizer sobre isso é que causar um incêndio que destruiria metade da escola e por muito pouco não ferir ninguém me fez pensar melhor sobre o jeito que as coisas iam comigo. Afastei-me de todos os meus amigos e não incomodei mais ninguém. Depois do colégio, passei um ano na Itália, onde conheci meu melhor amigo, e quando voltamos à Inglaterra, entramos na Universidade de Hogwarts.

Até três meses atrás, eu só conversava na universidade com meus dois amigos, Blaise Zabini e Pansy Parkinson, e meu padrinho, prof. Severus Snape. E foi num belo dia de primavera que Pansy me enchia o saco novamente para participar da tal Cia. de Teatro. Nós estávamos almoçando quando ela colocou um flyer colorido em cima da mesa e me olhou com cara de cachorro sem dono.

- Eu já disse que não.

- Ah, qual é, Draco. Eles não mordem e você precisa sair dessa rotina de só estudar. – eu apenas olhei para a cara dela – Isso não tá te fazendo bem. E você não sai de casa, não faz novos amigos e não se diverte.

- Eu me divirto bastante lendo livros e assistindo séries de TV.

- Mas você é tão novo para se divertir só com isso.

- Idade é uma coisa relativa, Pansy.

- E quando foi a última vez que você ficou com alguém? – Pansy sabia ser insistente quando queria. Bem, ela ainda sabe.

- Ficar, beijar e namorar não são parâmetros de medição de felicidade. – ela revirou os olhos. Ela sempre fazia isso quando eu argumentava sobre esse assunto. – O nível de serotonina no meu cérebro faria mais sentido como teste.

- E porque você não está fazendo medicina mesmo? – perguntou Blaise se sentando conosco.

- Porque Lucius Malfoy precisa que o herdeiro do império comunicacional dele seja um excelente administrador e comunicador.

- Eu já falei que você é meio doido de fazer duas faculdades só para agradar o seu pai?

- Várias vezes, Blaise. – ele sorriu sem mostrar os dentes – Várias vezes.

Nós ficamos quietos por algum tempo comendo, apesar de Pansy ter continuado a tentar me convencer a entrar para a tal Cia. Não que eles fossem ruins, eu havia assistido a todas as estreias porque Pansy me fez ir e tinha achado que todos tem muito talento. Mas eu não servia para atuar e algumas das pessoas do meu passado estavam na Cia., então eu achava melhor não me meter naquela história. Eu não poderia estar mais errado.

Mais tarde naquele dia, eu recebi uma ligação. Essa ligação não era nada mais nada menos que uma Pansy histérica tentando me convencer a entrar na Cia. O motivo da histeria? Rocky Horror. A Cia., após muitas discussões entre o prof. Lupin, coordenador do projeto, e sua assistente, algum nome bem estranho Tonks, iria ensaiar e apresentar o musical. Meu musical preferido. O musical que havia me tornado honesto comigo mesmo e com as pessoas que eu amo. O musical que havia me expulsado do armário e contado sobre minha sexualidade para minha mãe, meu padrinho, Blaise e Pansy.

- VOCÊ NÃO PODE DIZER QUE NÃO! – gritou minha amiga mais querida e espalhafatosa. – SIMPLESMENTE NÃO PODE.

- Posso sim e vou. – respondi firmemente.

- Mas Draco...

- Pansy, eu não posso. – falei definitivamente, a interrompendo. – Não sei atuar.

- Claro que você sabe. – ela falou carinhosamente, o que me deixou surpreso. E um pouco assustado. Pansy nunca falava daquela forma. – Você atua todo dia para o seu pai. E para o resto do mundo. Você não sabe a quantidade de garotas que vem atrás de mim para falar do meu amigo multimilionário e lindo de morrer. Todo mundo naquela faculdade acha que você não namora ninguém porque se acha superior a todas as garotas.

- Quando a verdade é exatamente ao contrário disso. – comentei tristemente. Apesar de ter escolhido viver assim, eu não gostava nenhum pouco de ser solteiro e um pouco solitário. – Mas minha vida romântica não tem nada a ver com entrar para um grupo de teatro.

- Entrar para a Cia. faria maravilhas pela sua vida social.

- Não me importo com vida social... – respirei profundamente antes de continuar – E eu estudei no colégio com a maior parte deles e eles não me aceitariam.

- Você faz questão de esquecer que eu também estudei com eles no colégio e que eu também os atormentava. – Ela fez uma pausa, talvez para enfatizar seu argumento. Ou para ser dramática. – Mas eles me aceitaram e a gente convive bem agora. Às vezes a gente até sai pra beber junto, mesmo quando não tá rolando peça.

- Mas você é naturalmente carismática, Pansy.

- Você só é fechadão e emburrado porque quer. – ela suspirou, se dando por vencida. – Presta atenção, Draco, porque essa é a última vez que falo. A Cia. vai fazer Rocky Horror e você seria um Frank'n'Furter melhor que todos os membros de lá. As audições são semana que vem e você conseguiria o papel sem nem ensaiar.

Ela desligou o telefone e me deixou pensando. Eu estava mentindo. Para Pansy e para mim mesmo. O que eu mais queria era entrar para aquela peça e interpretar meu personagem preferido. E eu sabia atuar. Não só a atuação diária que todo mundo faz o tempo todo a não ser sozinho ou com quem se confia mais. Eu tinha tido aulas de teatro quando era mais novo, afinal de contas, Narcisa Malfoy não poderia ter um filho não-ator.


Notas: Aqui estou eu novamente, depois de muito tempo.

Para quem nunca leu uma fic minha, espero que gostem dessa e não se incomodem muito com meu estilo de escrita e com os erros de português.

Eu não tenho beta e se alguém quiser se candidatar a posição é só falar comigo.

Também aconselho a quem quiser ler a fic e nunca assistiu Rocky Horror, que assista o mais rápido que conseguir. Até porque o musical vale a pena por si!

Espero que se divirtam.