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Á Distância

Sumário: Theodore Nott não compreende porquê que a sua colega não olha para ele e limita-se a observá-la. Á distância (TNxPP). Dedicado a Scheila P.


Um novo dia chegava a Inglaterra. Os alunos que estudavam na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts levantavam-se das camas quentes para começarem um dia escolar estafante. Um dia como todos os outros para Theodore Nott.

Theodore estudava em Slytherin. Era um aluno bonito, com suaves cabelos escuros e olhos claros, calado e frívolo. Theodore sabia quais eram os seus princípios. E os seus princípios não combinavam com Draco Malfoy. Nott não gostava de Draco. Considerava-o uma peste que dizia coisas sem nexo. Mas não era só essa a razão porque Theodore detestava Draco. Malfoy possuía uma coisa que deveria pertencer a Theo.

Pansy Parkinson era essa coisa.

Parkinson, aos olhos de Nott, era a rapariga mais linda do mundo. Pequena, frágil, maliciosa e astuta. Como gostaria Theo que a menina lhe sorrisse e lhe animasse em dias tristes. Como adoraria que ela escutasse os seus medos e receios.

Mas era impossível.

Pansy só vivia para Draco. Pansy ignorava Theo. Theodore era invisível para rapariga dos seus sonhos.

Mas nenhum dos dois tentava mudar isso.


Quando Theodore chegou ao Grande Comedor, desejou nunca ter saído da cama. Pansy estava abraçada, exageradamente, a Draco e levava-lhe o copo de sumo aos lábios. Contudo, o loiro parecia ignorá-la.

Isso irritou Theo. Como pode um rapaz recusar gestos bondosos de uma rapariga como Pansy Parkinson?

Ainda que os gestos tivessem outros significados.

Adoptou uma mascara fria e sentou-se na mesa das serpentes, na ponta perto da porta, o mais longe possível da cena que se manifestava noutro canto.

Olhou para a mesa rival, a mesa dos Gryffindors. Harry Potter era outra das pessoas que ele detestava. Theodore estava nas tintas para o que acontece com o herói. Nott só não gostava quando o herói insultava a Pansy.

A sua Pansy.

Sua.

Somente sua e de mais ninguém.

Ao menos em sonhos. Ele, como já sabemos, era ignorado por ela. Theodore consultou o seu horário. Teria poções agora. Com os Gryffindors. E Snape. E o desastrado do Longbottom. E Malfoy. E Pansy.


As masmorras eram o sitio que Theodore adorava. Porque as masmorras, não têm ouvidos como as paredes comuns.

Snape também comparte a opinião, se se dispõe a dar as suas aulas lá.

Como era costume, o Prof. estava com mau humor. Mandou-os fazer uma poção de nome latim e, para cumulo de ambas casas, em grupos. E, infelizmente, seria o homem a escolher. Infelizmente ou felizmente, Theodore teve vontade de beijar o Prof. de Poções. Calhara-lhe fazer par com a Pansy Parkinson.

Porém, os seus festejos foram abaixo, quando viu a cara aborrecida da garota.

- Que foi, nunca viste? – rosnou-lhe Pansy, reparando na cara impassível de Nott a olhar para ela.

- Uma slytherin que está aborrecida de trabalhar com um slytherin, que por acaso, entende as poções, é algo anormal de se ver.

- Vai passear, Nott.

Doeu. Theo não admite, mas doeu. Ambos trabalharam nas poções em silêncio. Quando a aula terminou, os dois haviam ganhado cinquenta pontos para Slytherin pela excelente poção. Mas Parkinson não agradeceu a Theo. Limitou-se a agarrar Draco e desapareceu pelos corredores frios.

Nott pegou na pasta e abandonou as masmorras, solitário, como era habitual na sua figura.

Refugiou-se na biblioteca, onde fez os trabalhos de casa; escreveu cartas ao pai e desenhou algumas paisagens.


Já era noite quando Theodore regressou á Sala Comum de Slytherin. Arrastou-se para o quarto e no caminho, deparou-se com a sua Pansy aos beijos com Draco.

Ignorou-os. Caiu na cama e chorou as lágrimas contidas durante muitos anos. Anos de ignorância.

Adormeceu a meio do choro.

Eram 20 horas quando Nott foi despertado por Blaise Zabini, o seu companheiro de quarto. Lavou a cara e ajeitou as vestes.

Entrou no Grande Comedor e comeu em silêncio. Retirou-se cedo para a cama e censurou as suplicas de Zabini, para conversarem.

- Nox.

Adormeceu, regressando aos mundos dos sonhos, onde sorria vendo realizados os seus sonhos. Uma rapariga de cabelos escuros. Pansy.

Fundou-se nos sonhos, tentando esquecer que amanhã, tudo se repetiria.

E que observaria a sua Pansy…

Á Distância.


Pandora N. Black

11 de Fevereiro de 2007