Disclaimer: EU n possuo nenhum direito autoral e isso eh uma mera...

Lullaby

Acordou sentindo um imenso frio, deitado no chão de metal, uma enorme dor de cabeça o atingiu. Com dificuldade ele se levantou, o pequeno cômodo quadrado era todo feito do mesmo metal frio e sem personalidade, uma pequena lâmpada fria no meio, estava fraca. Havia uma porta quase invisível se não fosse pela maçaneta.

Estava fechada... Ele procurou por mais alguma saída ou algo que pudesse o ajudar a entender porque estava naquele lugar, em vão.

Meia hora se passou, ele estava sentado no chão, entocado no canto superior esquerdo. Já havia tentado arrombar a porta, quebrar a maçaneta, qualquer coisa. Ele fora seqüestrado? A ultima coisa que se lembrava era que estava saindo da casa de sua namorada Sakura, ela havia terminado seu namoro de anos. A única pessoa que ele achou que poderia amar na vida... Ele ainda a amava... E agora estava fora de alcance. Brigou com seu melhor amigo, e seu avô, o homem que o salvou, havia morrido. Não podia ter um dia pior.

Sentia-se péssimo, tinha algo naquele lugar que o deixava tonto, talvez a pouca luz e a estranha textura do metal o deixasse com vertigem, ou o fato de que oxigênio talvez estivesse acabando. Seus olhos pesados se fecharam.

--

Ao abrir os olhos ele ainda estava naquele lugar, não era um sonho, não era um pesadelo. Sentiu-se mal novamente, levantou-se e cambaleou até a porta, numa tentativa final ele jogou seu peso na maçaneta, que abriu a porta e quase o fez cair.

Ainda confuso tonto e com sono, o lugar que ele estava agora tinha a mesma aparência que o ultimo, porém era um enorme corredor, com varias portas dos dois lados, como um hotel, uma prisão.

Sentiu-se pior, as coisas começaram á se distorcer. Ao longe havia uma porta aberta, ele se dirigiu até ela, se apoiando na parede fria.

Era igual a aquela que ele ficara preso, estava vazia.

"Syaoran"

Uma suave voz chamava-o, mas ele não via de onde. O corredor se iluminou intensamente, do outro lado, iluminada pela luz, ele viu uma silhueta, ela parecia o chamar. Quanto mais ele se aproximava, pior ficava, mas a silhueta do que parecia ser uma mulher continuava lá.

Andou e andou, mas não chegava, ela continuava no mesmo ponto, distante.

Suas pernas adormeceram e ele caiu de joelhos naquele chão frio. Se apoiou com suas mãos, e começou a se arrastar até ela, não sabia porque, mas ele continuara. Sentiu um choque, se contorceu de dor no chão.

"Não vá!" Gritou a garota.

Ele esticou seu braço para ela, por mais longe que estivesse ela não saiu do lugar, apenas continuou chamando.

Não tinha mais forças, ela continuava repetindo "Não vá, fique comigo! Não me deixe aqui!"

Outro choque, desta vez pior, a luz o consumia, e a silhueta parecia se distanciar. Ele se esforçava, seus músculos e seu corpo doíam, e cada centímetro era horrível, mas ele tentava.

"Não..." A garota disse, soava triste e sem fé. Ela apenas ficou imóvel. "Eu te amo, me desculpe..." Ele logo reconheceu a voz, era Sakura.

Ele não sentia mais suas pernas, seus braços já não se moviam mais, estava suando frio, chorando como nunca... Ele fechou seus olhos, sentiu-se em absoluta paz, seguro, feliz, entorpecido, como se nada agora pudesse o incomodar. Não sentia mais seu corpo, sentia-se voando como um pássaro sem rumo, sem arrependimentos, culpas, pena ou qualquer outra coisa, apenas livre...

Sua mente estava vazia, estava feliz, extremamente feliz, algo surreal.

Tudo ficou esbranquiçado, ele começou a sentir calor, como o toque do sol em sua pele, não sabia se seus olhos estavam abertos ou fechados, não sabia se estava acordado ou não.

Logo ele perdeu seus sentidos, suas emoções e sentimentos, tudo... Apenas aquela sensação de alegria.

Não se importava.

Era lá que ele queria ficar,

Para sempre...