Título original: Forbidden yet Foreseen | Autora: Anima Sola 86 | Tradutora: Maddie STT
DISCLAIMER: Nem eu nem a autora temos qualquer direito sobre os personagens e o mundo criado por J.K. Rowling. A fic e sua tradução não possuem fins lucrativos.
Proibido
Nascimento
"É para isso que servem os irmãos!"
- Fred! George! Fiquem com Ginny! - Sr. Weasley gritou por entre o barulho que varria o acampamento. Gritos ecoavam através da paisagem onde apenas há poucos minutos uma alegre multidão celebrava o fim da Copa Mundial de Quadribol.
Ginny olhou à sua volta, em choque. Entre as pessoas que gritavam e choravam, havia um grupo de figuras escuras vestindo pontiagudos chapéus pretos e, acima deles, voando pelo céu noturno, se via humanos que gritavam ainda mais alto.
- Comensais da Morte. – ela ouviu alguém sussurrar a seu lado.
- Eles estão ameaçando os trouxas. – disse outra voz.
- Corram. – Sr. Weasley respirou pesadamente para seus filhos. – CORRAM! Para a floresta!
Depois disso, as coisas ficaram bagunçadas. O mundo parou de girar e momentaneamente virou de cabeça para baixo. Ginny sentiu alguém pegando sua mão e outra pessoa a empurrando através da multidão em pânico. Ela, então, reconheceu as cabeças de seus irmãos Fred e George a seu lado, a levavam para a floresta próxima. De quem quer que fosse a mão que segurava, ela a apertou firmemente; o medo a tornava uma pilha de nervos.
Quando alcançaram a floresta, os gritos, choros e pânico enfraqueceram. Ela olhou em volta confusa, tentando encontrar seus outros irmãos, Harry e Hermione, que aparentemente haviam se perdido na escuridão. Quando virou o rosto novamente, quase topou com George que, de repente, parou à sombra de uma árvore. Ela colidiu com o irmão, sentindo Fred bater em suas costas.
- George, o que há de errado? – ele perguntou, mas seu gêmeo não respondeu.
Ginny tentou olhar além de George, mas se encontrou espremida entre seus irmãos extremamente altos, não conseguindo nem mesmo se mover. Ela, contudo, sentiu Fred inclinar-se sobre ela. Com suas mãos em seus ombros, ele olhava para a razão pela qual seu gêmeo havia parado.
Lá, na mais profunda sombra da floresta, passava um pequeno grupo de Comensais da Morte. As crianças Weasley não puderam ver seus rostos, mas escutavam sussurros malignos vindos por baixo de suas máscaras. Ginny sentiu algo rastejando por sua espinha. Isso era tão surreal. Sua respiração presa na garganta, suas mãos agarrando as costas da camiseta de George. Tão rápido quanto apareceram, os Comensais partiram novamente, desaparecendo por entre as sombras.
Ginny sentiu seu coração dar um pulo em alívio. Ambos seus irmãos também suspiraram ligeiramente. George foi o primeiro a sair detrás da árvore, fazendo com que Ginny soltasse sua camiseta. Ela então virou a cabeça para olhar para Fred, que ainda segurava-a pelos ombros.
- O que fazemos agora? – ela perguntou, sua voz não mais do que um suspiro.
- Eu não sei. – ele respondeu, sussurrando. – Nós poderíamos...
Mas ele nunca disse o que eles poderiam fazer porque George os chamou para ver algo que acabara de descobrir. Ginny andou até o irmão, Fred a seu encalço. Os três então encararam o céu noturno, onde algo verde cintilava. Fred arfou. Ginny simplesmente encarou, em choque.
- A Marca Negra. – ela suspirou após passar alguns instantes assistindo uma feia cobra sair da boca de uma terrível caveira. Ela de repente sentiu frio, como se seu corpo todo estivesse imerso em gelo. – Alguém... Alguém foi... – ela murmurou, sem conseguir dizer "morto".
Ela então sentiu a mão de Fred descansar em seu ombro, conforme ele se aproximava mais dela.
Não importava o que os dois brincalhões já haviam feito a ela apenas pelo sabor da piada e das risadas, ela na verdade estava feliz por tê-los por perto agora. Ela se virou para olhar para Fred, cujo rosto estava excepcionalmente sério e pálido. Até mesmo o rosto de George – idêntico ao de Fred com exceção de algumas sardas a mais no nariz – aparentava estar realmente surpreendido. Os três simplesmente permaneceram no meio da floresta, silêncio os rodeando, a Marca Negra pairando sobre eles.
Fred foi o primeiro a voltar a falar.
- Acho que é seguro agora... Vamos voltar para a barraca. – ele disse, pegando a mão de Ginny e assentindo em direção a seu gêmeo.
Os três então procuraram seu caminho de volta pela escuridão. Quando chegaram ao acampamento, uma imagem de total devastação atingiu seus olhos. Barracas haviam sido queimadas e destruídas e um silêncio assustador havia tomado o lugar. Ginny ficou feliz que ao menos a barraca dos Weasley permanecia intacta. Ela entrou na barraca escura apenas para encontrá-la vazia. Nenhum de seus irmãos ou seu pai ou Harry e Hermione haviam chegado. Ela abriu espaço para que Fred e George também pudessem entrar, trocando olhares inquietos.
- Eles ficarão bem, Ginny. – George disse após notar um brilho assustado nos olhos da irmã.
Ela olhou para ele sem emoção, até Fred a guiar ao outro lado da barraca, onde ela e Hermione deveriam dormir.
- Descanse um pouco, Gin. – ele a disse, parecendo bastante preocupado, seus olhos azuis brilhando no escuro. – Ficaremos acordados para checar por intrusos, está bem?
Ela deu uma última olhadela para ele antes de se sentar em sua cama, de repente se sentindo incrivelmente cansada. Acenou a cabeça para Fred, que então voltou até onde George já estava deitado em uma cama, do outro lado da barraca, parecendo igualmente cansado.
- Acorde. – disse Fred. – George! Acorde!
Ginny se deitou em sua cama rangente, olhando para o teto. Entre as tentativas de Fred para acordar seu gêmeo, ela podia ouvir George roncar levemente.
- Mas que droga! – ela ouviu Fred resmungar antes de outra cama ranger e, aparentemente, ele também ter ido se deitar.
Ginny escutou pelo que pareceram ser horas, mas tudo que conseguia ouvir eram os roncos de George. Ela encarou o escuro e pensou nas coisas que acabara de testemunhar. Sentimentos de medo e preocupação pairaram sobre ela. Ela suspirou profundamente, se virando para deitar-se de lado. Sua mente ainda trabalhava rapidamente, então parecia impossível conseguir dormir. Ela novamente virou-se e virou-se e simplesmente não conseguia ficar quieta. Suspirando novamente, afastou os lençóis.
- Você vai descansar logo, Gin? – ela ouviu uma voz calma vinda do outro lado da barraca.
- Não consigo dormir. – ela sussurrou para o escuro.
- Eu também não. – a voz, aparentemente de Fred, respondeu.
- Papai ainda não está aqui… - ela disse.
- É o que parece. – Fred concordou. – Mas ele e os outros ficarão bem, confie em mim.
Ginny se sentou em sua cama para poder olhar para o outro lado da barraca, onde ambos Fred e George estavam deitados em suas camas. Fred descansava os braços atrás da cabeça e contra a parede da barraca, seu olhar em direção a Ginny.
- Fred? – ela perguntou, calmamente.
- O que é?
- Posso... – ela começou, parando novamente. Ela pensou em quão infantil soaria quando perguntasse o que queria. Quantos anos ela tinha? Faria treze em breve, então não havia como pronunciar o que se passava em sua cabeça. Não a Fred, que provavelmente faria piada disso anos depois. Mas, nessa noite, ela meio que sentia como se sua vida dependesse disso.
- O quê? – ele perguntou outra vez.
Ela encarou, através do escuro, o ponto onde acreditava que seus olhos estariam.
- Posso... me deitar com você?
Ele pareceu considerar seu pedido antes de responder calmamente:
- Sim, pode vir.
Ela desceu da cama, cambaleando – praticamente cega – pelo escuro até o lugar de onde ela ouviu vir sua voz. Quase tropeçou em um par de sapatos ao pé da cama. Dali ela podia ver Fred sentado, a olhando. Ela pensou uma última vez em seu desejo de ter alguém a abraçando naquela noite sombria antes de subir para a cama de seu irmão.
Ele se moveu um pouco para lhe dar algum espaço. Ela deitou-se ao seu lado, encarando o teto.
- Por favor, não conte a ninguém que eu fiquei assustada demais para dormir sozinha. – ela sussurrou, sem olhá-lo. – Eu não deveria mais estar fazendo isso, não é?
- Não há razão para ficar com vergonha, Ginny. – Fred sussurrou, se virando de lado para olhar sua irmã. – Depois do aconteceu esta noite, é normal sentir medo.
Ela virou o rosto para encará-lo.
- E eu prometo não contar a ninguém. – ele disse com um sorrisinho.
Ela sorriu de volta, se aconchegando sob o lençol.
- Obrigada, Fred. – ela sussurrou, enterrando o rosto no travesseiro, mas ainda olhando-o.
Ele se moveu ligeiramente mais para perto.
- Não agradeça. – ele disse, chegando ainda mais perto para passar um braço em volta de sua irmãzinha. Ela descansou a cabeça em seu peito e suspirou levemente. – É para isso que servem os irmãos, certo?
Nota da Autora: Deixem-me dizer apenas uma coisa sobre esta história: "Um pouco de Weasley-cest não mata ninguém"!
Sim, essa é uma história sobre Fred e Ginny... É por isso que a classifiquei como T. Eu, na verdade, estou bem orgulhosa dela. Sempre quis escrever algo assim, mas nunca me senti bem a respeito. Bem, agora estou confiante o suficiente e minha mente já produziu a história toda (só preciso escrevê-la). Então, se você não gosta desse ship, sinto muito. Aos outros, por favor, leiam e me digam o acharam! Muito obrigada! *sorri*
Ah, é, quase esqueci: o primeiro capítulo se passa durante a Copa Mundial de Quadribo única sequência que "roubei" do quarto livro. Todos os outros capítulos se passam pós-CdF e eu ainda me recuso a aceitar OdF e EdP então não há spoilers a partir daqui!
E não, não tenho direito algum sobre os Weasley, Harry Potter ou qualquer outra coisa do mundo criado por J.K Rowling. Só sou dona desta história.
Nota da Tradutora: Vocês devem estar pensando "WTF, FRED/GINNY?", mas já aviso: me senti exatamente como vocês quando me deparei com essa fic pela primeira vez! Nunca tinha considerado esse casal e li mais por curiosidade do que por prazer... Me surpreendi! A Daniela (Anima Sola 86) conseguiu desenvolver esse ship de uma forma tão fofinha que é impossível não se apaixonar!
Se você está pensando em não continuar a leitura, eu peço para que reconsidere. Mesmo que você não concorde com o casal, faça um esforcinho para ler somente essa história. Ela não vai ser muito longa e prometo que você vai gostar! Eu estava completamente cética e agora olha onde eu estou! Tentando espalhar esse amor para o resto do fandom! Antes de formar sua opinião, espere acabar a fic e veja o que acha! Se não gostar, pode vir aqui me xingar o quanto quiser... E se gostar, bem-vindo(a) ao lado negro da Força! Nós temos cookies!
Volto na semana que vem com o próximo capítulo! Deixem suas reviews! Eu e a Daniela vamos adorar saber o que vocês esperam da fic e o que acham desse ship!
Quanto ao nome, o original é Forbidden yet Foreseen que em uma tradução literal seria "Proibido, ainda que previsto". Como eu achei que esse nome não soaria muito bem, deixei apenas Proibido. Espero que não se importem.
Até mais,
Maddie.
