Título: The Smile

Autor: Tampoposensei

Tradutor: Max Randy

Sumário: YAOI. KakaIru. A relação de dois POV (Pontos de Vista). Kakashi intelectual, todo gênio. Iruka intuitivo, todo coração. Segue o mangá até aproximadamente o cap. 138 (morte do Sandaime).

Avisos: A fic É yaoi, então não leia se você não gosta desse tipo de coisa.

Essa fic foi originalmente escrita e criada na língua inglesa por Tampoposensei e o endereço para o autor se encontra nos favoritos em meu profile. Não pretendo clamar a fic como minha.

O Sorriso

Capítulo 1 - O Sorriso

Hatake Kakashi não estava só. Ele era só. Solitário. Ele gostava de outras pessoas o bastante, desfrutava da companhia delas enquanto estava com elas e ao trabalhar como parte de um time, mas sempre ficava aliviado em ir pra casa, para sua solidão. Ser famoso não ajudava. Lhe roubava o anonimato quieto que as pessoas mais auto-independentes, auto-suficientes preferiam. Mas até mesmo se ele não fosse famoso ele ainda se salientaria em uma multidão, cabelo branco, um olho, mais alto que a maioria. Assim ele escondia sua face em uma máscara e sua máscara atrás de um livro e fingia ignorar o mundo observando ele.

Então, foi com alguma surpresa, que ele se achou observando outra pessoa, por trás de seu livro, do modo que ele estava acostumado a ser observado. Claro que ele sempre estava atento a todo mundo ao seu redor, quem eram, o que estavam fazendo, o nível da ameaça potencial de cada um. Ele era um jounin, isso era uma segunda natureza. Mas agora mesmo ele estava focalizado no chuunin na escrivaninha de missões onde ele tinha vindo entregar o relatório de sua missão do dia. O homem de cabelo escuro estava ordenando documentos na superfície polida e escura com a eficiência automática de alguém que ordenava muitos documentos. Seus dedos ágeis e bronzeados estavam folheando, arrastando, juntando, arquivando as pilhas enquanto sua mente estava claramente em qualquer outra coisa. Kakashi não pôde evitar querer saber em que.

Foi a cicatriz que tinha chamado a atenção de Kakashi, uma linha em cima do topo de cada bochecha unidas por um arco no nariz. Não uma cicatriz de batalha, pelo menos não no sentido convencional. Não algo que poderia ter sido causado apunhalando ou cortando durante uma briga, e ele conhecia toda marca que uma lâmina poderia fazer no corpo humano. Não, esta tinha sido deliberadamente cortada. Alguém tinha passado a ponta de uma faca pelos contornos da face do chuunin, o marcando para sempre. Provavelmente enquanto ele estava amarrado ou enquanto alguém o segurava.

Ele devia ter visto o homem, e a cicatriz, antes. Era velha e tinha enfraquecido a não mais que uma linha na pele bronzeada dele. A razão que Kakashi estava notando ela agora era que ele tinha acabado de matar um homem com uma cicatriz quase idêntica. O homem tinha sido um bandido e a cicatriz dele tinha registrado como familiar, embora só agora ele percebia por que. Ele não tinha se sentido bem com o assassinato, não deveria ter sido necessário e ele sempre preferia capturar os ladrões de forma que se poderia negociar corretamente com eles. Mas os moradores do vilarejo que tinham pago por sua proteção tinham corrido no campo aberto, em vez de ficar onde ele tinha lhes mandado, assim que o resto dos homens saiu correndo eles foram pegos. Isso deu ao bandido cicatrizado a chance de pegar duas crianças pequenas como reféns. O único modo para ter completa certeza de salvar ambas as crianças, incólumes, era matar silenciosamente por trás.

Kakaski estudou o jovem homem de uniforme no outro lado da sala. A pele dele era naturalmente escura, não pelo sol, era muito bela e delicada. Provavelmente coceguenta também, Kakashi notou quando o homem empurrou um fio perdido de cabelo longe da face então arranhou a parte de trás de sua cabeça, traindo um rastro de agitação. Como este ordenado e modesto chuunin, liderando a escrivaninha de missões durante o último e menos popular turno do dia, veio a ter a mesma cicatriz que um bandido violento?

Ele era familiar, Kakashi sabia que tinha visto ele aqui em várias ocasiões diferentes, mas ele não ficava em tempo integral na sala de missões. Ele tinha que ter algum outro trabalho que consumia a maioria de seu tempo e apenas vinha aqui quando precisavam dele. Que ele estava disposto fazer isso sem a minima sugestão de ressentimento sugeria duas coisas. Que ele tinha pouco a fazer com seu tempo livre, e que ele tinha uma natureza disposta e generosa. O chuunin em questão olhou para cima, viu Kakashi esperando para entregar seu relatório e sorriu.

Era como se uma janela tivesse se aberto na alma de Kakashi, deixando a luz dourada do sol entrar, despertando algo que tinha estado dormindo lá a muito tempo. O sorriso era tão doce, tão morno, tão bonito que ele ficou em silêncio, atrás de seu livro, pouco disposto quebrar o feitiço.

"Hatake-san? Hatake-san, você tem um relatório para mim?"

Kakashi abaixou seu livro e cruzou a distância entre eles em um momento, estabelecendo contato de olho durante um segundo antes do homem abaixar seus cílios, cílios escuros e grossos que qualquer mulher invejaria, e se curvar educadamente.

"Er sim, aqui." Kakashi colocou o livro em seu bolso de trás e tirou de um pedaço ligeiramente amassado de papel. O chuunin alisou-o cuidadosamente contra a escrivaninha. O sorriso tinha se ido e Kakashi se sentiu repentinamente perdido, da próxima vez ele manteria o papel liso.

"Ele parece estar em boa ordem. Obrigado por seu trabalho duro."

Ele se curvou de novo e sim! Seu pulso acelerou. Outro sorriso. Os olhos e lábios de Kakashi se encurvaram para cima felizmente. Ele ficou tentado a demorar mas na sala de missão estava oficialmente fechada agora. Assim ele se virou e partiu com um aceno alegre. Mas ele iria descobrir quando este homem estava trabalhando antes de entregar seu próximo relatório. Ele queria ver aquele sorriso de novo.


Umino Iruka gostava de trabalhar na sala de missão. Claro que ele era um professor e amava ensinar, ele nunca deixaria isso. Mas ele realmente gostava de passar algumas horas na companhia dos shinobis que estavam lá fora todo o dia. Ele tinha feito só algumas poucas missões desde sua indicação para a academia, e sentia um pouco de falta da empolgação. Não que ensinar não fosse empolgante de seu próprio modo, e era um desafio que poucos ninjas, até mesmo os mais talentosos poderiam aguentar. Mas ele gostava de ouvir as histórias das aventuras de todo mundo, suas batalhas, e os jutsus que tinham usado. E, por ser esperado que todos entregassem seus relatórios pessoalmente, ele tinha a oportunidade de passar um tempo com alguns jounins de elite com quem caso contrário ele nunca teria falado.

Havia um jounin de elite em particular que ele gostava de observar. O mais elite de todos em sua opinião, Hatake Kakashi. Ele tinha o visto aqui cinco vezes no passado e tinha sido muito tímido até mesmo para olhar pra ele. Mantendo seus olhos abaixados, se curvando, e agradecendo pelo trabalho dele. Mas tinha sido o suficiente simplesmente respirar o mesmo ar durante alguns minutos. Ele nunca ficava muito tempo mas nunca corria também. Era na esperança de vê-lo que Iruka pegava os turnos noturnos sempre que podia, porque Hatake-san tinha a reputação de entregar relatórios no último momento possível, se não depois.

Hoje ele estava com sorte. O homem que ele estivera observando entrou na sala aproximadamente dez minutos antes de fechar. E ele não entregou seu relatório imediatamente, apenas ficou parado contra a parede lendo seu livro, como se tivesse esquecido por que estava ali. Iruka não olhou diretamente para ele mas tentou pegá-lo em sua visão periférica enquanto ordenava relatórios em pastas e os arquivava. Depois que um tempo ele teve a impressão distinta que ele estava sendo observado, então ele olhou para cima para ver quem mais estava lá, mas eles eram os únicos na sala. Claro que agora ele tinha que reconhecer a presença do outro. Assim ele pediu o relatório.

"Hatake-san? Hatake-san, você tem um relatório para mim?"

Por apenas um momento seus olhos se encontraram. Iruka ficou tão surpreso com a velocidade com a qual o outro homem se moveu e a intensidade tranquila no único olho azul o encarando, que pela primeira vez ele não ruborizou. Ele pegou o relatório que parecia ter estado num bolso durante uma semana, e endireitou-o. Com qualquer outro ele teria feito fazer um novo, mas ele duvidava que pudesse sequenciar tantas palavras juntas em frente a este jounin em particular. De qualquer maneira era legível, e Iruka ensinava crianças de doze anos, ele tinha visto pior.

"Ele parece estar em boa ordem. Obrigado por seu trabalho duro."

Então algo maravilhoso aconteceu. Hatake Kakashi sorriu para ele, direto para ele. Iruka poderia distintamente ver a curva da boca dele debaixo da máscara, e o olho dele ondulou em um arco que o azul quase desapareceu. A face fria, quase escondida, do assassino se tornou a mais morna, mais aberta, mais bonita coisa humana que ele alguma vez tinha visto. Emoção inundou-o como uma onda. Felizmente Hatake-san se virou e não o viu ruborizando enquanto ele lutava furiosamente para controlar seu chakra. Ele ficou surpreso que o jounin de elite não notou. Talvez tenha notado, mas claro que ele devia ter coisas mais importantes para pensar que nas reações de um humilde chuunin de escrivaninha. Mas as estacas foram elevadas para Iruka, agora não seria o suficiente apenas estar na mesma sala que Hatake Kakashi. Ele queria ver aquele sorriso novamente.

N/T: E aqui estamos com mais uma tradução, desta vez nada muito dramático como Nove Vidas, e mais longo também (esta fic tem 9 capítulos ao todo). Espero que gostem!