Categorias: Bones.
Gêneros:Ação, Amizade, Aventura, Comédia, Drama, Horror, Mistério, Romance.
Avisos:Álcool, Nudez, Sexo, Violência.
Terminada: [x] Não ou [ ]Sim.
Nota do Autor: Para obter a continuação dos outros capítulos tem que deixar comentários!
Temperance Brennan massageou a nuca para aliviar os músculos doloridos. Estava, há horas, debruçada sobre uma pilha de ossos enviada direto da Itália, para que ela ajudasse a decifrar alguns mistérios, concentrada, como ela costumava dizer, "conversando com os mortos".
"Dra. Brennan, o Departamento de Arqueologia já terminou de catalogar os artefatos da dama misteriosa" - Fisher chegou trazendo uma caixa de madeira, não sem antes permitir que seu olhar se perdesse sobre aqueles ossos, divagando. "Uma bela donzela italiana... quase posso vê-la, sua beleza efêmera, a pele de alabastro, antes de encontrar o fim único para todo ser humano. A morte."
"Obrigada, Mr. Fisher." - Respondeu sem prestar-lhe muita atenção. Na verdade, mal se deu conta quando ele a deixou sozinha outra vez.
Abriu a caixa em outra mesa, retirando diários, livros antigos e um pequeno retrato oval. O governo desejava a confirmação ou não de que os restos mortais eram de Isabella Pulcinelli, uma nobre dama do século XV, mas com passado controverso, cercado de traições e mistérios.
Voltou aos ossos, tocando suavemente o crânio, examinando-o como a algum tipo de preciosidade, ao mesmo tempo em que, com a outra mão, segurava o retrato.
"Definitivamente... os marcadores básicos, a estrutura facial... pode ser ela" - Falava em tom baixo consigo mesma.
Ao fazer seu exame minucioso, não lhe passou despercebido que a mulher da pintura, de certa forma, possuía algumas semelhanças com ela, Temperance Brennan. Se vivessem na mesma época, seguramente, diria tratar-se de duas irmãs. Sorriu diante da idéia, antes de continuar.
Pouco depois, seus olhos foram ficando cada vez mais pesados. Firmou a vista, olhando no relógio: quase uma da manhã. Mesmo com o corpo pedindo descanso, ela se sentia ativa, como se pudesse trabalhar por dias seguidos sem parar. Trabalhar com restos antigos era fascinante para ela e, em especial, aqueles pareciam quase desafiá-la.
Reuniu outra vez os objetos da caixa, levando-os para sua sala, onde poderia "descansar" tomando uma dose reforçada de café e fazendo uma leitura dos livros e diários.
Sentou-se no sofá com as pernas esticadas, iniciando a leitura, que começava com a suposta narrativa de Isabella sobre o arranjo de seu casamento. Bocejou, cansada. Sabia que era preciso parar, mas a curiosidade a motivava.
De repente, pareceu-lhe estar sendo arremessada em um vácuo. Mergulhou no silêncio e na escuridão. Quis se debater, mas estava paralisada. Quis gritar, mas nenhum som saiu de seus lábios. Parecia estar sufocando. Aos poucos, sua respiração se normalizou. Abriu os olhos e deparou-se com um quadro que nunca vira antes: diante dela, uma Vênus sensual dançava com o deus Marte.
Temperance olhou ao redor. Viu colunas entalhadas e cortinas de veludo azul com cordões dourados. Só então percebeu que estava sobre uma cama. O voluptuoso quadro ornava o dossel.
Ela sentou-se. Foi quando teve nova surpresa: em lugar da camisa, calça e jeans e o jaleco do Jeffersonian que vestia há pouco, usava uma camisola finíssima de linho branco e um robe enfeitado com brocados vermelhos. Atônita, ficou admirando aqueles trajes suntuosos. Depois, seu olhar vagou pelo cômodo. Mais uma vez, Temperance pensou que estivesse delirando. Que outra explicação haveria para as alucinações que estava tendo? Fechava os olhos, mas, quando os reabria, via-se sempre no mesmo lugar.
Ela afastou a colcha e se levantou. Começou a circular pelo quarto. Em um canto, encontrou uma mesa posta, repleta de jarros de vinho, carnes e frutas. Franziu o cenho, intrigada. Aquela mesa parecia destinada a um farto banquete.
Mais adiante havia uma cômoda e, sobre ela, um pequeno baú aberto. Hesitante, Temperance revolveu o conteúdo: em seus dedos enroscaram-se correntes de ouro; na palma de sua mão, reluziram gemas raras. Ela olhou fascinada para aquele inesperado tesouro. A seguir, ergueu o rosto para o quadro sobre a cômoda. Era tão nítido que não resistiu à tentação de tocá-lo. Foi então que percebeu tratar-se de um espelho. Não acreditou nos próprios olhos. Traçou, com a ponta dos dedos, o estranho rosto ali refletido. Em vez dos cabelos curtos, com um leve encaracolado e castanhos, viu-se envolta em uma cascata de cabelos loiros ondulados que lhe desciam até a cintura.
Ela reconheceu a imagem refletida no espelho. Paralisada, continuou a olhá-la. Um minuto se passou. Depois outro. E chegou o momento em que não mais pôde negar o assombroso fato de que, por alguma explicação que ainda não tinha, ela, Temperance Brennan, estava na vida de Isabella.
Continua...
