Eu preocupo-me!
- Eu sei que não te interessas, não te preocupes, que eu não tenho essa ilusões – Disse Hermione.
As palavras dela perfuraram a tão bem colocada armadura, que durante tantos anos o servira.
Ela não sabia, não podia saber, o quanto ele se preocupava, o quanto cada expressão de dor, sofrimento ou angustia, que ela expressava o magoava. Mas ela nunca poderia saber, jamais saberia o quanto ele se preocupava.
O destino deles tinha sido ditado por uma lei maldita, que a tantos tinha violentado.
A Lei do Casamento, aprovada pelo malfadado Ministério da Magia a 16 de Setembro de 1999, a Lei que os tinha juntado.
A guerra acabara, Voldemort morrera e o famoso Rapaz-Que-Vivera não viveu mais!
Após a batalha final, a essência do mal enclausurada, o Rapaz-Que-Vivera , não resistiu e pereceu nas mãos do seu mentor.
Severus Snape nunca esqueceria o olhar de Albus Dumbledore, nesse momento, nem jamais esqueceria o desespero da pequena jovem senhora, órfã, ao ver o último dos seus pilares soltar o último dos suspiros.
A equipa de sonho tinha acabado! Só um dos seus elementos restava.
Os dias, semanas e meses seguintes foram confusos, passaram muito rapidamente.
Contagem de mortos, recuperação dos vivos, crianças que lutaram uma guerra que nunca deveriam ter travado. Tantas decisões tomadas por eles, por todos, umas certas outras não.
Ela merecia a liberdade mas até isso se lhe escapara por entre os dedos, o tempo de revogação demasiado curto, a informação escassa, o atraso fatal.
Dumbledore, velho idealista, continuava a achar ser possível o milagre do amor. A ele o milagre do amor, ele que nem pela mãe fora amado.
" Só a minha morte a libertará!"- Mas antes é preciso preparar, contornar o voto feito num momento de desespero a um velho caduco que nele confiara e que era o ser mais próximo de um amigo que ele tinha.
- Sim minha cara, é agradável ver que os últimos meses não te afectaram o cérebro, nem te inundaram de ilusões – disse Snape com uma forte sensação de perca, como se as palavras fossem veneno puro que o inundava ao serem ditas.
Ele tudo fizera por ela, tudo; minimizava contactos físicos, dava-lhe toda a liberdade e meios financeiros, vendera o pequeno pedaço de céu que poderia ter tido, o seu último raio de esperança, de vida ao dar-lhe a poção que a fizera abortar.
Não, ela merecia mais, melhor, não um filho dele, mas sim com alguém que realmente amasse. Ele morreria por ela, e ela jamais saberia.
Ah as vantagens de ser um Mestre em Poções, sem rasto, sem vestígios, sem sabor, sub-repticiamente uns gotas no chá matinal e pronto, tudo resolvido.
Mais um pecado, mais uma alma que ele destruíra, o selo não sua condenação eterna.
Ela saíra, batera com a porta com toda a força. Deverá ter ido ter com Minerva, ela a consolaria.
Ele tinha muito que pensar….
Autora: Então pessoal vale a pena continuar? Final triste ou feliz? Ok, ok, sou escritora de primeira viagem! LOLOLOLOLOLOL
