Aviso:

Este texto apresenta cenas de sexo desapropriadas para menores.


Primeira parte: O Começo

Kurama gemeu e ergueu uma mão às sobrancelhas cobertas de suor. Ele rolou na cama. Os lençóis emaranhados restringindo seus movimentos. Piscou quando a luz solar, que fluía pela janela, bateu em seus olhos verdes, dilatando suas íris rapidamente.

Fora outro sonho. Com Botan.

O ruivo apertou os punhos e fitou o teto. Quantas noites ele tivera este mesmo sonho, ou um semelhante? Há quantos meses sua mente fora infestada por estas imagens? Elas eram tão reais. Botan, nua e submissa, cedendo ante seus desejos. Somente para acordar coberto em seu próprio sêmen.

Ruborizou-se. Certamente desfrutou os sonhos... embora se sentisse um pouco culpado. A guia espiritual e ele eram amigos. Amigos. Entretanto, mesmo que desejasse uma relação mais íntima, sabia que a garota não sentia o mesmo. Mas infelizmente tinha sentimentos por ela.

Os olhos de Kurama reluziram desejo enquanto pensava em todas as coisas que faria se a beldade de cabelos azuis fosse sua. A maioria delas eram muito pervertidas.

Suspirou e desenrolou o corpo flexível dos lençóis, levantou-se e parou ao lado da cama. Olhou para baixo ao linho pegajoso. Felizmente não morava mais com a mãe. O que ela teria pensado disso? Ele não estava em melhores condições, entretanto. Lançou um olhar enojado abaixo ao seu corpo nu, antes de tirar a cama e lançar os lençóis na cesta. " Hora da ducha fria. "

Hiei observava o amigo do canto do olho. Havia algo errado.


- Kitsune?

Os olhos vítreos de Kurama clarearam, ele tremeu a cabeça vagarosamente antes de se virar ao parceiro.

- Sim?

- O que está havendo com você?

Kurama ergueu as sobrancelhas surpreso.

- Nada, por que pergunta?

- Você estava disperso.

O ruivo lhe lançou um sorriso forçado.

- Você acreditaria que estava pensando neste problema de matemática?

Bateu o lápis no livro aberto. O koorime e ele permaneciam sentados em uma mesa do lado de fora de um café. O rapaz trouxera suas lições para se manter ocupado. Talvez tudo que precisava fosse sair de casa.

Uma carranca se afundou nas feições do youkai de fogo.

- Não. Você esteve mais distante que o habitual nas últimas semanas. Há sempre uma expressão sonhadora em sua face. Está começando a me aborrecer.

O demônio raposa sorriu com remorso.

- Desculpe-me. Eu não sei o que está acontecendo comigo.

- Kurama-kun! Hiei-san!

Uma voz alegre interrompeu o diálogo deles. Os olhos do ruivo se iluminaram e ele se virou no assento.

Botan correu até eles, um sorriso alegre iluminando seus traços delicadas, longos cabelos de um azul claro e brilhante ondulando as suas costas.

Hiei estreitou os olhos à visão extático na face do meio demônio.

A jovem habitante do Reikai chegou à mesa deles, arquejando.

- Oi, Botan-chan.

- Bom dia, Kurama-kun!

O Kitsune se pôs de pé e educadamente puxou uma cadeira.

- Obrigada! - Ela aplaudiu, antes de se sentar.

O sorriso do jovem estudante cresceu quando ele se sentou próximo a ela.

A garota sorriu brilhantemente. Ela acenou com a cabeça a Hiei que revirou os olhos em desgosto.

- O que a traz aqui? - O jovem hannyo perguntou-lhe, aproximando furtivamente, ainda mais, sua cadeira da dela.

- Oh, eu estava fazendo compras com Keiko esta manhã e vi os dois aqui. Pensei em vir dizer "oi."

- Estamos felizes com sua companhia.

O meio youkai disse suavemente.

O demônio de fogo bufou, então vacilou imperceptivelmente diante do olhar ameaçador que Kurama atirou em sua direção. A moça não notou.

- No que está trabalhando? - Perguntou-lhe, inclinando-se em seu colo inocentemente para olhar o livro.

O kitsune quase derreteu. Ela estava tão perto, praticamente lhe tocando! Seus cabelos deslizaram suavemente contra a bochecha dele. O corpo de ruivo enrijeceu. Por que estava tendo uma reação tão violenta?

- Kurama-kun?

Ele a fitou nos olhos, dois cristalinos orbes rosas que agora piscavam curiosamente.

- Oh! - Clareou a garganta. - São só cálculos.

A jovem olhou mais uma vez, agora atentamente, para o livro de ensino.

- Parece difícil. - Ela sorriu. - Mas estou certa de que pode terminar isso! Você é tão inteligente Kurama-kun!

Hiei rolou os olhos ligeiramente quando o meio demônio enrubesceu. Qual era o problema? Havia sempre um enxame de meninas ao redor dele. O kitsune nunca se ruborizou quando uma delas elogiara sua inteligência.

- Obrigado, Botan-chan.

Ela se endireitou na cadeira.

- Bem, eu não diria isto se não fosse verdade. O que vocês tem feito?

- Treinado. - O koorime grunhiu.

- Oh! Para quê? - A garota levantou a cabeça. - Não há perigos imediatos espreitando.

- Bem, no caso de algo acontecer, nós estaremos preparados, não? - Respondeu irritado.

Seu sorriso enfraqueceu ao tom severo do youkai.

O demônio de fogo se moveu desconfortavelmente no assento quando Kurama enviou outro olhar frio em sua direção.

O ruivo tocou amigavelmente no ombro da bela guia espiritual.

- É prudente estar preparado para o caso de haver uma surpresa, Botan. E treinar é a única saída para a raiva de Hiei, desde que não lhe permitem mais matar insensatamente.

A moça empalideceu, mas deixou passar uma pequena risadinha que deleitou os sentidos do kitsune.

- Aí está você, Botan! Sumiu sem me avisar!

O hannyo se virou e viu a namorada de Yusuke com as mãos nos quadris, encarando a garota ao seu lado.

- Ops, Keiko, desculpe-me! - Riu. - Eu há pouco vi Kurama-kun e Hiei-san, então corri até aqui para dizer "oi."

Keiko sorriu aos dois rapazes.

- Bom dia, meninos. Sinto muito se Botan os interrompeu! - Ela disse, encarando com divertimento o livro aberto de Kurama.

- Eu não os interrompi! - Disse indignada. Em seguida piscou. - Sim? - Perguntou, apreensiva, dirigindo-se ao ruivo.

O rapaz sorriu suavemente.

- Não, nunca.

Hiei estava a ponto de bufar, mas o kitsune endereçou-lhe um olhar estreitado antes do som deixar a garganta dele.

- Está vendo? - Botan retrocedeu o olhar a amiga em triunfo.

Keiko riu.

- Certo! Mas vamos, nós temos que ir. Eu tenho que escolher um vestido novo para meu encontro de hoje à noite com Yusuke e você prometeu me ajudar!

- Eu sei, eu sei! - Acenou entediada. - Mas eu não vejo o motivo, ele provavelmente fugirá do compromisso novamente. - Sussurrou conspiratoriamente ao meio youkai.

Sua respiração acariciou-lhe a orelha, e ele riu ligeiramente.

- Bem, eu os verei por aí, eu acho! - Disse enquanto se punha de pé.

A mão de Kurama deslizou de seu poleiro no ombro dela, caindo desajeitadamente no próprio colo.

- Tchauzinho! - Ela sorriu, virando-se com Keiko.

- Até mais! - O meio demônio se despediu tristemente.

Ele as assistiu partir.

O koorime encarou seu amigo.

- O que há de errado com você Kurama! - Perguntou exasperadamente.

O hannyo o encarou surpreso.

O demônio de fogo notou a expressão vítrea do kitsune uma vez mais, agora as mãos dele tremiam, e havia gotas de suor em suas sobrancelhas.

De repente o moreno entendeu. Eram sinais! Maus sinais.

Abriu a boca para dizer algo... mas Kurama praticamente saltou da cadeira, juntando suas coisas apressadamente.

- Nada, Hiei. Vamos treinar.

Ele carranqueou novamente, mas se levantou do assento também.


Kurama estalou seu chicote de rosa pelo ar, cortando o vazio quando o demônio de fogo o evitou rapidamente se jogando para a esquerda. Hiei se arremessou adiante, fatiando em sentido descendente com sua katana, tendo seu ataque aparado quando o kitsune sacudiu mais uma vez o chicote. O koorime rangeu os dentes e saltou à uma distância segura da videira espinhosa. O meio demônio estava se movendo muito lentamente de uma posição ofensiva para uma defensiva . Hiei pulou velozmente o chicote, seus joelhos batendo no tórax esguio e definido do jovem ruivo. O hannyo bateu duro no chão, estremecendo. Imediatamente, a lâmina de aço frio foi apertada contra sua garganta.

- Sua falta de concentração nos ataques superou tudo hoje, raposa. - O youkai de fogo lentamente removeu a lâmina japonesa muito próxima da veia jugular de Kurama.

- Estou distraído. - O ruivo admitiu finalmente, sentando-se e apertando com uma careta o tórax contundido, dentes cerrados pela dor.

- Percebe-se. - Hiei se sentou à sua frente, fitando-o com olhos de rubi tão afiados quanto sua lâmina. - Conte-me o que lhe aborrece.

O youkai raposa se ruborizou, e o moreno soube que suas suspeitas estavam próximas de serem confirmadas.

- Eu… eu tenho… sonhado... muito, ultimamente. Acho que está começando a me afetar.

O koorime observou seu amigo.

- Que tipo de sonhos?

As bochechas do ruivo se avermelharam ainda mais.

- ...Eróticos.

O demônio de fogo meneou lentamente a cabeça, seus olhos centelharam conscientemente.

- Diga-me, Kurama... O que você sente por… Botan?

Ele piscou. Não era possível que Hiei soubesse… era?

- Bem... - Começou indecisamente. - Eu gosto dela.

Os olhos do moreno se estreitaram.

- Seja honesto comigo. O que você realmente sente por Botan?

O kitsune se mexeu desconfortavelmente.

- O que você quer dizer? - Perguntou inquietamente.

O koorime rodou os olhos.

- Certo, vamos tentar de outro modo. Quem é a musa desses seus sonhos eróticos?

Os lábios do hannyo tremeram.

- Botan. Mas isso não significa...

- Você se sente atraído por ela. - O outro interrompeu.

A afirmação gelou o rapaz de cabelos vermelhos.

- Desde quando se sente assim? - Hiei perguntou em um tom entediado.

- Há pouco mais de um ano. - O meio youkai admitiu, lambendo os lábios nervosamente.

- E desde quando tem tido estes sonhos? - O moreno bocejou fingindo desinteresse.

- Nos últimos quatro meses.

- Ah. E à quanto tempo você vem agindo como um filhote de cachorro carente perto dela?

O kitsune bufou indignado.

- Eu não tenho agi...

- Eu estava sentado com você quando ela apareceu hoje, lembra-se? Assisti de camarote.

O homem raposa carranqueou.

- Eu não percebi que estava agindo diferente perto dela. Foi ruim assim? - Kurama empalideceu. - Ela notou?

- Não. Entretanto, ela às vezes pode ser bem densa... - Vacilou quando uma folha cadente cortou sua bochecha.

- Ai! O que era aquela fo... - Ele viu faíscas douradas nos olhos do youkai raposa e parou.

- De qualquer maneira, o que isso tudo tem haver? - o rapaz perguntou.

- Você está no cio.

O ruivo gelou.

- Eu não posso estar. Não sou mais um demônio, não posso entrar no cio. Não há indícios disso. - Ele encarou Hiei que bufou.

- O que você quer dizer com "não posso"? Você ainda retém seu lado demônio, e Youko entrou no cio. Os sonhos, as reações que você tem na presença dela. Você está no cio. Além de eu poder cheirar isto em você.

Ele inalou o ar delicadamente, percebendo que ele pôde sentir também o leve odor. – Não... Isto é ruim...

O demônio de fogo estranhou o tom angustiado na voz do amigo.

- Não, não é. É natural. Já aconteceu com você antes, você sabe como...

- Sim, eu sei como funciona! - Ele estalou. - Se o que você está dizendo é verdade então eu reverterei em Youko. Com toda a probabilidade, eu me tornarei feral. Então… - Empalideceu. - Então eu caçarei Botan.

O moreno arqueou uma sobrancelha.

- É, ela parece ser o objeto de seu interesse.

O kitsune gemeu e levou uma mão à testa suada.

- Isso é ruim, Hiei! Ela não sente nada por mim, e é provável que eu a force!

O koorime pausou.

- Eu não... não tinha pensado nisso.

Kurama o olhou angustiado.

- O que vou fazer? Se estou no cio então não demorará até me transformar devolta em Youko. Quem poderá me segurar? Quem poderá protegê-la? Eu não posso estuprá-la!

O youkai de fogo piscou.

- Mas… eu não acho que seria uma boa idéia se segurar. Você ficará violento e então...

- Hiei!

Certo! Certo. Nós daremos um jeito.


Kurama estava firmemente preso a uma árvore com correntes pesadas que Hiei havia trazido de Mukuro.

- Tem certeza que elas agüentarão? - O kitsune perguntou, estremecendo.

O moreno carranqueou.

- Claro. Mas eu não estou certo do que espera conseguir com isso. Você permanecerá no cio até que faça sexo. Por que eu simplesmente não trago uma fêmea youkai disposta?

O meio demônio rosnou, seus olhos se tornando dourados.

- Nenhuma outra mulher servirá. Eu quero Botan.

O koorime assistiu chocado quando os fios ruivos de Kurama lentamente se transformaram em cinza prateados. Estar atento do cio parecia ativar o processo atual do rapaz. Ele estava iniciando a metamorfose.

- Escute! - Ofegou quando o corpo começou a se alongar. - Eu posso sentir as correntes enfraquecendo. Encontre Botan e leve-a à algum lugar seguro. Se estas correntes se quebrarem... eu não quero achá-la!

Hiei acenou afirmativamente com a cabeça e correu para longe do youkai tão rápido quanto sua velocidade de demônio permitiu.


- O que você acha deste, Botan? Yusuke vai gostar?

Era fim de tarde, e Keiko ainda estava procurando por um vestido. Botan não detestou fazer compras, ela gostava muito, como qualquer jovem. Mas exagero era exagero. Além deste vestido parecer exatamente como um outro que a amiga experimentara a uma hora atrás.

- Você sabe que sim, Keiko-chan! É perfeito.

A jovem de cabelos castanhos sorriu.

- Realmente?

A guia espiritual acenou com a cabeça entusiasticamente.

- Sim. Ele não resistirá a você!

A garota mordeu o lábio e examinou-se criticamente no espelho.

- Você acha mesmo? Eu não sei, talvez eu devesse ter comprado o da última loja.

A guia do Reikai gemeu intimamente. Quanto tempo mais isto iria demorar?

- Eu não penso assim, Keiko. Gosto deste aqui.

Encarou-se por mais um momento, então se virou para Botan, sorrindo.

- Você tem razão. Eu levarei este.

A moça de cabelos azuis aplaudiu as mãos alegremente quando a amiga deu um giro final. Enquanto a outra foi se trocar, caminhou pela loja. Havia muitos vestidos para escolher. Sentiu-se um pouco culpada com à exasperação que demonstrou mais cedo. Não estava certa se, para ela, teria sido fácil escolher o vestido "perfeito". Não, obviamente, que ela tivesse uma razão para escolher vestidos. Diferente da namorada de Yusuke, não tinha "alguém especial" para se vestir ou impressionar. Mas dava no mesmo. Ela gostava de olhar. Um vestido rosa particular chamou sua atenção, parou para examiná-lo. Era bonito, de seda delicada. desejou saber à toa como ficaria nele.

- Ooooh. Experimente, Botan-chan! - a garota de cabelos castanhos surgiu atrás dela.

Olhou indecisamente para o vestido, então devolta à amiga.

- Oh, não sei... eu não preciso de um vestido…

Keiko deu à garota um empurrão brincalhão.

- Experimente de qualquer maneira! Você sabe que também quer! - Ela piscou.

A Entidade do Mundo Espiritual apenas sorriu de maneira simples.

- Certo, certo! - Apanhou a roupa e levou para os vestiários.

- Oh… Botan! - Disse ofegante quando a moça emergiu.

Estava descalça na frente do espelho, o vestido passando um pouco dos joelhos, fluindo em uma bainha desigual. Aderindo-se a sua cintura e tórax, acentuando suas curvas suaves e amplo busto. Deu um pequeno giro para sua única espectadora que a aplaudiu sorrindo.

- Você deveria levar esse! Ficou lindo em você.

A jovem sorriu timidamente.

- Eu não preciso de um. Mas é realmente muito bonito. - Disse tristemente, admirando-se no espelho mais uma vez.

A namorada de Yusuke se moveu e postou-se ao lado da jovem.

- Você está deslumbrante. Eu estou certa de que Kurama também pensaria assim. - Ela declarou, piscando.

A moça enrubesceu profundamente.

- Sobre... o que você está falando!

Keiko a cutucou.

- Eu vi o jeito que ele estava olhando para você esta manhã! Não demorará muito até convidá-la para sair! - Sorriu marota. - Intuição feminina.

Sentiu suas bochechas esquentarem.

- Você está louca. - Resmungou.

A estudante somente sorriu pondo uma mecha de seus cabelos castanhos atrás da orelha.

As portas da boutique foram violentamente abertas e Hiei adentrou a loja, lançando um olhar aborrecido ao suspiro assustado da vendedora do local. Olhou apressadamente ao redor.

As duas trocaram um olhar preocupado.

- Hiei! Aqui! - Keiko o chamou.

Ele perscrutou o ambiente, alívio transformando sua expressão. Em uma piscadela, estava à frente delas.

- Eu senti seu ki aqui. - Disse a Botan.

Ela meneou a cabeça em confusão.

- Algo errado, Hiei? - Perguntou.

- Claro. Eu chegaria apressado aqui se algo não estivesse? - Ele as encarou. Então piscou em surpresa quando a guia do Mundo Espiritual pôs uma mão em seu braço.

Oh! Não é com Yukina, é?

O koorime se ruborizou.

- Não. É...

- Oh, ela está bem? Isso é ótimo. - Suspirou em alívio.

- Botan... - Keiko repreendeu suavemente.

- Sinto muito. O que houve, Hiei?

Ele carranqueou, tocando nervosamente o cabo de sua katana.

- É Kurama.

As meninas ofegaram.

- Oh, não! O que aconteceu! Ele está bem? - Botan agarrou firmemente o braço do demônio de fogo.

- Bem... Ele está no cio. - As jovens o encararam inexpressivamente. O youkai suspirou. - Eu não tenho tempo para explicar. Botan, você precisa vir comigo.

- Por que? Você vai me levar até Kurama? Ele precisa que eu o ajude?

O moreno gemeu.

- Não. Na realidade, ele a quer tão longe dele quanto for possível.

- O que?

Hiei assistiu alarmado quando os olhos da garota habitante do Reikai se encheram de lágrimas.

- Por que? Ele está com raiva de mim?

- Não, não! Ele está... - Gesticulou nervosamente. - No cio.

Elas carranquearam.

- Talvez você devesse explicar o que isso significa. - Keiko opinou.

O koorime a olhou impaciente.

- Eu não tenho tempo. Preciso...

Keiko pôs um braço protetoramente ao redor dos ombros de Botan.

- Ela não vai à qualquer lugar com você até que nos conte o que exatamente está havendo. O que é "cio"?

O youkai suspirou derrotado.

- É o período de acasalamento de um demônio, quando seus instintos ficam completamente desinibidos.

- ...E? - Botan questionou, elevando uma sobrancelha.

- E... - pausou irritadamente. - Eles procuram por um companheiro.

- Assim, você está dizendo que Kurama está passando por isso nesse momento? - Keiko indagou duvidosamente.

- Sim. - O moreno assentiu. - Quando demônios entram no cio, tendem a se tornarem ferais. Ele, provavelmente, está extremamente perigoso agora. - Pausou, olhando esperançosamente para as duas meninas. - Eu o acorrentei a uma árvore. - Somou.

As garotas piscaram.

- Eu sinto muito, mas… - A moça iniciou. - O que isso tem à ver com levá-la?

- Porque... Kurama precisa acasalar e ele procurará Botan se conseguir fugir.

- O que? Por que eu? - Indagou, agitada.

O demônio de fogo encolheu os ombros.

- Ele possui sentimentos por você. Hmph! Fraco. - Bufou.

Keiko sorriu para sua amiga.

- Eu disse a você!

A jovem corou.

- De qualquer maneira... - Interrompeu. - Ele não quer feri-la. Então, eu tenho que protegê-la e escondê-la onde ele, esperançosamente, não a encontrará. - Inclinou-se e agarrou a subordinada de Koema, içando-a nos braços. - Basta de perguntas. Eu desperdicei muito tempo aqui. - Com isso, foi-se da loja.

- Espere! - Chamou-o - Pelo menos deixe que ela troque de roupa primeiro!

Mas Hiei já havia ido e arrastado Botan com ele.

Uma vendedora se aproximou.

- Ahem... Quem vai pagar por aquele vestido!

Keiko caminhou alguns passos para trás. A mulher se aproximou mais, olhando firmemente para ela como uma galinha brava. Brandiu o cartão de crédito como uma arma e a mulher o arrebatou, sua fúria aplacada.

- Ah... Isto servirá. Obrigada por fazer compras em nossa adorável loja!

A jovem estudante a encarou, retirando-se do recinto.


Youko Kurama deixou à mostra seus dentes, puxando-se contra as correntes. Elas estavam muito perto de se despedaçarem, estava muito perto da liberdade…! Seu corpo relaxou, abandonando-se ao cansaço e ele arquejou, buscando desesperadamente por ar. Isso estava levando muito tempo. Precisava se libertar! Ele tinha que encontrá-la! Gemeu e fechou os olhos. Estava pronto, muito pronto para ela.

Abriu os olhos, determinação escrita em cada centímetro de sua face novamente. Chamando seu ki, ele tremeu a cabeça rapidamente. Sementes caíram e espalharam-se do cabelo cinza prateado dele, brotando do solo imediatamente em longas raízes. Lançaram-se em sua direção, embrulhando-se ao redor das correntes, apertando e puxando. Finalmente, uma ligação rangeu e estirou, depois de um momento, cedeu e a corrente se fragmentou em várias partes que voaram em diversas direções.

Kurama saltou longe da árvore. Estava livre, finalmente! Ergueu sua cabeça e cheirou o ar. Ele sabia onde procurar. Tudo que tinha a fazer era seguir o ki familiar. Youko sorriu maquiavelicamente. Era o momento de caçar, e a presa dele era a mais doce imaginável.


- Para onde vamos? - Botan exigiu, enquanto Hiei saltava de uma árvore à outra.

- Mukuro. É o lugar mais seguro em que posso pensar. - Interrompeu-se um momento para se recompor.

- Eu ainda não estou certa de que entendo. Por que você está me levando a Mukuro?

Carranqueou profundamente a ela.

- Eu lhe disse. Mantê-la protegida de Kurama.

A garota enrugou as sobrancelhas.

- Eu não tenho medo de Kurama. Ele tem excelente controle de si mesmo. Tenho certa que você está exagerando.

O moreno lhe lançou um olhar exasperado.

- Eu concordo. Normalmente, Kurama tem controle inquestionável sobre, bem, tudo. Mas ele está feral. Voltou à sua forma youkai e é completamente movido por instintos de demônio. Não é mais o Kurama que você e eu conhecemos. Está descontrolado. Se achá-la, irá acasalar com você, se quiser ou não. Agora vê por que ele a quer fora do caminho?

Botan tremeu e acenou com a cabeça.

- Bom. Agora fique quieta, estou tentando saber onde exatamente nós estamos. - Hiei pausou e fixou a moça no galho ao seu lado, um braço embrulhando sua cintura com firmeza. Ele usou sua mão livre para puxar o lenço da testa e fechou os olhos.

A guia do Mundo Espiritual observou o terceiro olho na testa do koorime brilhou intensamente. As sobrancelhas do demônio de fogo enrugando em concentração. De repente, os olhos dele estalaram abertos.

- Merda! - Praguejou.

Antes que a jovem tivesse tempo para reagir, o moreno a ergueu novamente em seus braços e voltou a se arremessar pelas árvores mais rápido do que antes.

- O que houve? - Ela perguntou, apavorada.

- Ele está aqui! Está logo atrás de nós! - O youkai arquejou, pulando pela folhagem espessa.

- Como?

Um cipó se tornou visível agarrando o tornozelo de Hiei em meio a um dos saltos. O demônio de fogo se remexeu violentamente, derrubando Botan. Ela gritou quando se percebeu caindo, mas foi pega quase imediatamente por videiras que a alcançaram, colocando-a no chão suavemente.

Ela viu Youko Kurama em pé à sua frente. Sua face obscurecida por sombras.

- K... Kurama... - Sussurrou, avançando lentamente para trás.

O homem raposa deu um passo intencional para ela, erguendo a mão para tocá-la...

- Kyah! - Hiei gritou, posicionando sua katana na frente do kitsune e protegendo Botan com o corpo. Youko parou. Os olhos dele se arremessando da garota para o koorime e devolta a ela.

Esse youkai quis afastá-lo de seu prêmio. O Youko de cabelos prateados descobriu seus dentes ao moreno, agachando-se em uma posição de ataque. Ele materializou seu chicote de rosa, estalando-o ameaçadoramente.

O demônio de fogo atacou primeiro, optando pela aproximação direta. Lançou-se na direção de Kurama.

- Botan! - Ele a chamou, enquanto se ocupava de uma falsa batalha tentando distrair o kitsune. - Chame seu remo e dê o fora daqui!

A jovem de cabelos azuis ergueu uma mão trêmula. O remo se formou à sua frente e ela o agarrou firmemente. Mas não montou. Não pôde. Assistiu horrorizada como Youko atacava viciosamente o próprio amigo.

Hiei estava em defensiva. Ele não quis ferir Kurama. Pulou por cima do chicote de Youko novamente e novamente, cortando o kitsune pelo tórax. Por que aquela menina estúpida não estava se movendo? Ele gritou mais uma vez. - Botan! Rápi...

Dor rasgou por ele. Então afundou no chão, desfalecido.

Botan ofegou.

O youkai raposa olhava de cima para o corpo caído do demônio de fogo. Nenhum remorso transparecendo em seus traços. Ele cutucou Hiei com a ponta dos pés, mas o koorime estava inconsciente. O som dos movimentos da jovem mulher chamou sua atenção. Dirigiu-se em sua direção, o frio olhar de cor âmbar se esquentando imediatamente à sua visão. Ele deu um passo adiante.

Ela ofegou sobressaltada e rapidamente saltou sobre o remo, urgiu o transporte para cima tão rápido quanto pôde.

Youko estava debaixo dela. Por que a menina tentava escapar? Isso era um jogo? Ela quis jogar? Sorriu maliciosamente, enquanto sacudia o chicote. Isso era muito fácil, certamente ela quis ser pega. O chicote se embrulhou ao redor da manivela do remo de Botan e ele puxou. A moça sentiu um solavanco seguido da perda do remo e viu-se caindo pelo ar, para em seguida pousar suavemente em uma enorme pilha de folhas.

Sentou-se depressa e olhou desesperadamente ao redor. O kitsune se aproximava lentamente, um sorriso brincalhão nos lábios. Botan gemeu amedrontada rastejando de costas para se afastar. Mas para onde iria? Ela não poderia escapar.

O youkai se ajoelhou em frente a ela. Alcançando sua face, tocou-a suavemente. O homem raposa estremeceu com o contato entre suas peles. Isto estava certo, ela era sua. Os lábios de Botan tremeram quando Youko envolveu sua cintura possessivamente com um braço.

Ela estava tão apavorada. Não pôde resistir à tensão e o medo. Só sentia a visão escurecer rapidamente.


Em meio ao entorpecimento, percebeu que estava deitada sobre algo macio. Sentiu um aroma delicado de rosas ao seu redor.

Botan abriu os olhos lentamente, piscando até sua visão clarear e assim poder ver o ambiente onde se encontrava. Estava em uma caverna parcamente iluminada, deitada em um colchão fofo. Ela se sentou lentamente, gemendo quando uma onda de vertigem a atingiu.

As paredes se achavam cobertas por videiras, delas saiam milhões de minúsculas flores brancas. A garota ergueu a mão e indecisamente tocou os brotos. Eram macios contra a ponta de seus dedos... e eles estavam brilhando, percebeu de repente. As pequenas flores eram responsáveis pela luz da caverna. Sorriu. Elas eram tão bonitas.

Um movimento súbito captado pelo canto dos olhos fez Botan se virar rapidamente para longe das plantas.

Youko não estava nem a dez passos distante, observando-a de perto por intensos olhos dourados. Uma de suas orelhas de raposa se moveu ligeiramente e sua cauda balançava lentamente de um lado para outro. Ele deu um passo significativo até ela.

Botan abriu bem os olhos, amedrontada, e começou a procurar por algo... qualquer coisa com o que se defender. Este não era o Kurama que ela conheceu, ele nunca atacaria Hiei do modo que Youko tinha feito mais cedo. Por um momento, suas mãos tatearam desesperadamente ao longo do solo de terra enquanto ela o assistiu se aproximar. Suas juntas esbarraram em algo duro. Era uma pedra, pequena, mas ainda era algo. A jovem agarrou depressa o mineral e lançou-o ao kitsune com toda a força que pôde. Ele não esperava por nada assim. A pedra o atingiu solidamente no ombro. O youkai tocou a contusão, seus olhos se alargando em choque, para depois se estreitarem ameaçadoramente quando rosnou. A jovem mulher empalideceu. O que fez? Ela só conseguiu atiçar sua ira!

Youko descobriu seus dentes por mais um momento antes de continuar seus passos.

Botan se encolheu e continuou avançando lentamente tão longe quanto pôde, até que suas costas bateram contra a parede.

O homem raposa se ajoelhou no colchão e engatinhou predatoriamente até ela, um resmungo macio que emana de sua garganta. Parou de repente, a meras polegadas longe da moça, que havia fechado firmemente os olhos.

Notou algo estranho. Sua doce menina cheirou a medo e a respiração dela estava irregular. O kitsune a olhou curiosamente, então percebeu... ela tinha medo dele. Youko constatou alarmado. Foi esse o motivo dela ter tentado escapar... não tinha sido um jogo! Foi por isso ela o atacou...

Ele a puxou pelo braço. Botan abriu os olhos rapidamente e olhou-o com uma expressão assustada.

- K... KURAMA! Por favor! - Ela pleiteou, incerta sobre o que quis dizer. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Youko estava longe de entender palavras neste momento, mas podia sentir as emoções e também entender a linguagem do corpo dela. Ele a puxou suavemente sobre seu colo, envolvendo-a firmemente em seus braços.

Ela gelou. Sabia o que viria a seguir e estava apavorada.

O demônio raposa roçou suavemente o pescoço da moça com seus lábios. Ela piscou surpresa e virou-se para olhar o youkai que a segurava cativa nos braços.

O kitsune prateado sorriu marotamente, então trouxe uma das mãos dela aos lábios e depressa deslizou a boca em cima da palma rosada e dedo anular. Ele deslizou sua língua ao redor dos dígitos, chupando-os descaradamente por um momento.

Os olhos da jovem guia se arregalaram mais tamanho seu choque. Uma sensação morna se espalhou imediatamente por seu interior. Era um sentimento... Bom.

Não que fosse ignorante de como sexo funcionava; Simplesmente ninguém havia parado para realmente explicar a ela. Soava realmente doloroso e Botan sempre imaginou que seria doloroso. Nunca ouviu sobre preliminares. Contudo, a única coisa que chamou sua atenção no momento era que Youko não tinha arrancado as roupas e colocado... aquilo dentro dela ainda. Ao invés, ele parecia estar interessado em qualquer outra coisa. Deixou sair um suspiro de alívio e relaxou ligeiramente.

O homem raposa removeu a boca dos dedos dela e fossou-lhe o pescoço suavemente. A garota riu à sensação coceguenta, os cantos dos lábios do kitsune se arquearam num sorriso ao som suave. Ela ainda estava nervosa, mas não tão amedrontada quanto a um momento atrás. Libertou os cabelos de seu rabo-de-cavalo, apreciando sua maciez quando correu os dedos pelos fios azuis. Mordiscou o lóbulo de sua orelha e rosnou, encantando-se quando ela liberou um suspiro macio. Abraçou-a durante mais alguns momentos antes de se mover para olhá-la novamente.

Encararam-se e ele colocou uma das mãos dela silenciosamente contra seu tórax vestido, um convite aberto para tocá-lo se desejasse. Botan entendeu a implicação do ato e ruborizou-se. Ainda não estava preparada para isso, ele percebeu. Mas ela o pegou de surpresa quando tocou sua bochecha suavemente, correndo seus dedos umedecidos ligeiramente em cima da pele quente. O kitsune fossou a mão dela, ansioso por mais, então enrugou as sobrancelhas em decepção quando a moça apartou a mão. Mas seus olhos se iluminaram quando dessa vez, ela correu indecisamente o dedos pelos fios prateados de seu cabelo. Gemeu ligeiramente e seus braços apertaram involuntariamente a cintura da jovem. A garota parecia não notar enquanto corria os dedos pelas mechas acinzentadas novamente, sentindo-as fluindo por seus dedos. Os cabelos do belo youkai eram como seda. Perdeu-se na sensação. Ela desejou tocá-los desde que presenciou Kurama se transformar em Youko pela primeira vez. Como poderia saber que um dia teria a chance?

Pausou por um momento, distraída pela visão das orelhas de raposa acizentadas de Kurama. Avançou indecisamente para tocar uma. O hannyo fechou os olhos, suas orelhas se contraindo em antecipação. Ela sorriu ofegante, então acariciou-as lentamente. O meio demônio gemeu baixo e enterrou a face no pescoço delicado da garota.

Botan sorriu suavemente. Engraçado como poderia ir de apavorada a quase complacente com só alguns beijos e toques bem colocados deste ladrão do Maikai. Ela lhe deu um arranhão experimental atrás da orelha. Youko rosnou e recompensou-a com uma lambida quente ao longo do pescoço.

Os olhos da jovem se alargaram, então ela deixou sair um suspiro macio quando a língua morna e molhada do hannyo deslizou novamente ao longo do pescoço dela. Era disso que teve tanto medo? Sentiu-se derreter nos braços dele.

O youkai raposa a sentiu ceder e imediatamente a inclinou até deitar as costas da jovem sobre o chão. Ele permanecia ajoelhado, suas mãos ainda a segurando suavemente pela cintura. Ela o encarou com as faces coradas. Sentou-se e deu um beijo ingênuo e rápido nos lábios sensuais do kitsune.

O meio demônio piscou bastante surpreso. Nunca uma fêmea havia feito algo assim enquanto acasalavam antes. Foi considerado desnecessário. Ele olhou abaixo curiosamente à guia espiritual inocente que se ruborizava mais uma vez. Foi uma sensação deliciosa, os lábios dela contra os seus eram puros e macios. Quis senti-los novamente. Inclinou-se sobre ela e roçou os lábios lentamente nos dela. Botan deslizou um braço ao redor de seu pescoço devolvendo a carícia.

Kurama gostou disto. Era novo. Mas precisou de um tempero mais excitante. Ele deslizou a língua suavemente lambendo os lábios dela, que abriu a boca suspirando surpresa, então mergulhou em sua cavidade úmida e doce. Os olhos da garota se abriram perplexos, mas ela os fechou depois de apenas segundos. A língua habilidosa deslizou suavemente pela boca da moça e tocou a dela.

- Mmmmm. - Botan gemeu.

Ele foi inclinado a concordar. Retirou a língua e rosnou em sua boca.

Correu as mãos pelas costas do kitsune, arranhando-o devagar dos ombros fortes aos quadris, parando quando suas unhas alcançaram a base da cauda. Curiosamente, ela o acariciou nesse ponto, onde houve reação imediata. Youko se enrijeceu, a boca gelou contra a sua. Os olhos se fecharam firmemente. Suas garras se dobraram e ele se apertou tenso contra ela, gemendo ruidosamente.

A inocente guardiã de almas se tranqüilizou, um pouco surpresa. O meio demônio escondeu o rosto no pescoço sedoso, arquejando. Ela experimentou acariciar sua cauda novamente. O belo espécime masculino gemeu, seu rabo-de-raposa ondulando repetidamente. Ele os girou, puxando-a em cima dele. Montada sobre o lendário youkai, firmou os longos dedos em seus ombros.

Ele a olhou fervorosamente, o olhar dourado invadindo seu ser. Os lábios entreabertos expondo a ponta dos caninos perolados, o tórax se elevando com o esforço da respiração irregular.

A jovem mulher o examinou extasiada. Ela tinha causado isso? As mãos do poderoso ser a agarraram firmemente. Estava repentinamente cansado deste traje escondendo o corpo dela de sua apreciação, então dobrou as garras para livrá-la primitivamente do vestido.

- Não! Pare! - A guia espiritual segurou os pulsos dele.

O homem raposa a observou inquisitivamente. Ela estava assustada? Precisou de mais tempo? Ele não sabia o quanto ainda podia esperar.

Botan mordeu o lábio inferior. Sabia o que ele queria. Mirou-lhe a face, os olhos de Youko procuraram o seus. A guardiã de almas suspirou e alcançou o zíper do vestido situado nas costas e puxou-o. Seria uma vergonha se fosse arruinado no primeiro dia de uso. Ela sorriu. O que Keiko diria sobreisso? Ergueu o tecido, passando-o pelas coxas e quadris, deslizou-o suavemente pelo corpo e despiu-o pela cabeça, derrubando-o no chão ao lado do colchão. Ela escarranchou o hannyo vestindo apenas suas roupas de baixo rosas. Enrubesceu-se calorosamente e desejou saber o que significava aquele sentimento ardente se intensificando em seu baixo ventre.

O kitsune explorou com olhar abrasador cada ponto descoberto, seu membro endurecendo imediatamente à visão da pele seminua. Gemeu e sentou-se com ela em seu colo, firmando-a em seu corpo enquanto se apoiava contra a parede. Ele sofregamente rasgou a faixa que prendia seu hakama, lançando-a ao lado do vestido da moça. Seu longo gi branco, como toda a indumentária, seguiu depressa o mesmo percurso.

A guardiã encarou a pele descoberta que o meio demônio apresentou a ela. O tórax liso de alabastro avariado pelo golpe da katana de Hiei. Viu também uma contusão se formando no ombro onde ela havia atirado a pedra. Sua garganta emitiu um choramingo abafado, com extrema doçura seus dedos tocaram ao longo do corte limpo e também a mancha arroxeada. Youko estremeceu, mas não tentou pará-la, o contato da pele dela contra a sua era o bastante para enfraquecer qualquer dor que poderia ter sentido.

Inclinou-se sobre ele, embrulhando os braços ao seu redor e descansando a cabeça em seu ombro.

- Eu sinto muito. - Sussurrou.

O youkai raposa não entendeu, mas podia sentir o remorso dela e o confundiu. Ela lamentava o que estavam fazendo juntos?

A garota habitante do Reikai se recordou das táticas que ele usara mais cedo. Sua língua rosada deslizou da boca e arrastou-se lentamente ao longo do pescoço dele. As orelhas de Kurama se suspenderam e ele a olhou surpreendido.

Ela sorriu corando timidamente.

O homem raposa sorriu maliciosamente, e rapidamente a deitou de costas no solo sobre o colchão. A jovem guia do Reikai piscou, então deu um gemido estremecido quando recomeçaram os beijos pelo pescoço, demorando-se em sugar e mordiscar. Ele moveu um dos joelhos entre suas pernas as separando e puxou-a contra a cintura. Ela ofegou quando sentiu o comprimento do membro endurecido do kitsune contra a coxa.

Youko lhe acariciou os seios arredondados, e correu uma garra ao redor do mamilo enrijecido, circundando-o pelo tecido fino da lingerie, os lábios se arrastaram pelos montes macios.

Botan imediatamente experimentou diversas sensações. Afogueada, sentiu uma deliciosa volúpia. Fechou os olhos, e passou uma das mão pelo cabelo do meio youkai. Ele rosnou, os lábios vibrando contra o tórax feminino. Ela riu da sensação. Não sentia mais medo, só as emoções incandescentes que ele lhe proporcionava, uma doce antecipação para qualquer outra coisa… Não estava completamente certa do quê.

O hannyo rasgou o sutiã dela, pausando somente para lançá-lo à pilha de roupas. O suspiro atônito da moça foi depressa transformado em um gemido quando ele moveu a boca quente ao vale entre os seio, sua língua rastejando por um montículo e tomando o mamilo rosa pálido entre os dentes. Uma mão prendeu a cintura dela e a outra apalpou suavemente o outro seio, sacudindo o mamilo esticado com o dedo polegar.

A bela guia espiritual gemia delirante enquanto ele trocava a boca de um seio à outro, beliscando e sugando. A guardiã de almas cerrou os olhos em prazer.

Youko recomeçou a descida, deixando um rastro molhado de beijos com os lábios e língua no estômago plano. Cessou por um momento para introduzir a língua no umbigo sensível, rodeando-o e sorrindo inflamado de desejo quando Botan se arqueou. Parou quando alcançou o material macio da calcinha, correndo uma garra por baixo do elástico, fitou a face cálida da moça, que se apoiou nos cotovelos e fitou-o nervosamente. Ele puxou o tecido rosa, afastando-o das pernas esbeltas em um passo lento e sensual, seus olhos nunca deixando de mirá-la até que removeu completamente o pedaço de pano e lançou-o aparte.

Mordeu o canto do lábio quando o meio demônio lhe separou os joelhos e contemplou abertamente sua feminilidade palpitante. Ele suavemente correu um dedo pela fenda molhada, ela gemeu e flexionou-se levantando os quadris do colchão. O kitsune se curvou e beijou-a nos lábios inferiores, então estendeu a língua entre as dobras úmidas.

A garota gemeu mais alto e estorceu-se. O youkai raposa sorriu de forma pervertida e empurrou um dedo em sua entrada úmida e apertada, não parando enquanto a língua investia contra a pérola escondida. Ela virou a cabeça de um lado a outro em doce agonia, agarrou-se à nuca de kurama firmemente e emitiu um grito exaltado quando ele levou o pequeno broto entre os dentes, sugando suavemente enquanto somava um segundo dedo em seu interior. Iniciou os movimentos lentamente, entrando e saindo, dando-lhe uma amostra do sentimento que ela experimentaria completamente, em breve. Libertou o clitóris e sacudiu a língua travessamente por toda extensão do pequeno cume. Então chupou nitidamente o montículo túmido.

- Ah...! - A guardiã de almas arqueou as costas, uma mão enroscada nos cabelos do homem raposa, a outra agarrando o lençol do colchão firmemente.

Poderia sentir algo se formar dentro de si... algo intenso.

Youko parou, retirando os dedos de seu interior e voltou a se sentar. Ela gemeu em decepção e fitou-o acusadoramente.

O kitsune sorriu atrevidamente e apoiou os braços no chão, um de cada lado da cabeça da jovem, para lhe dar um ardente, longo e profundo beijo, mordendo-lhe o lábio inferior quando se retirou. Arrancou a roupa de baixo asperamente, lançando a última barreira entre os corpos na pilha com o resto. Encontrava-se agora totalmente nu. Levantou a garota e inalou o perfume suave misturado com a essência almiscarada que seu corpo quente exalava, a cauda trilhando lentamente às suas costas.

Botan olhou curiosamente para a potente ereção. Ele era… bem grande... Tinha quase certeza de que era até maior que a média... Gotas de um líquido claro fluía ao longo da gorjeta de sua masculinidade que estava completamente desperta. Encarou Youko inquisitivamente. Ele lhe deu um olhar fixo quente, e então começou a lambiscar o lóbulo e a curva de sua orelha. A moça lhe tocou a virilidade indecisamente, surpresa com uma ligeira contração. O meio demônio gemeu sensualmente em seu ouvido. Envolveu os dedos ao redor dele, para ver até onde iria. Pulsou, mantendo o ritmo com a própria batida do coração de Kurama.

Tivera o bastante. Estava pronto e ela também. Era o momento.

O hannyo prendeu a cintura da guia espiritual com ambas as mãos, erguendo-a e posicionando-a à extremidade do membro trêmulo.

A jovem habitante do Reikai não estava mais amedrontada, mas estava nervosa. Esta era a parte dolorosa, lembrou-se. Apoiou-se nos ombros de kurama. O kitsune lhe endereçou um olhar interrogativo e ela se contorceu sobre a coroa, acenando que estava preparada.

O youkai raposa a desceu firmemente em direção ao falo, penetrando-a com todo seu comprimento. A garota apertou os dentes em pura dor.

Youko a deitou lentamente enquanto permaneciam unidos, não se movendo dentro dela contudo, controlando seu ardor... esperando até que estivesse pronta para continuar. Depois de um momento, a moça experimentou se mover, embrulhando as pernas ao redor da cintura do meio youkai. O homem raposa entendeu o gesto como um aviso e retirando-se mergulhou outra vez, agora suavemente, em seu corpo. Botan ofegou. Ele o fez novamente, assistindo-lhe a face. A guardiã de almas cerrou os olhos extasiada.

- Sim! Ah! - Suas mãos se movendo dos ombros às costas alvas, meneou seus quadris contra os dele, choramingando em prazer. Ainda, ele se moveu lentamente, cuidadosamente dentro dela. A jovem fez beicinho, ela queria mais. Deslizou as mãos por suas nádegas e asperamente arrastou as unhas pela cauda felpuda.

Imediatamente, a Entidade do Mundo Espiritual emitiu um chiado aflitivo quando os dentes do youkai raposa se sobressaíram cintilando e ele mordeu severamente seu ombro esquerdo. Retirou-se e impeliu-se contra ela novamente, a cadência das investidas se tornando urgente e impetuosa. Botan se arqueou contra o kitsune. O sentimento era incrível!

O hannyo gemeu e sorveu nitidamente o ombro ferido, deixando o sangue fluir por sua língua como vinho.

Soluçou convulsivamente, arrastando as unhas abaixo as costas de Kurama. A fricção entre eles a trazendo mais próxima de algo... Movimentou-se de encontro a ele, afastando os quadris do colchão, acompanhando os empurrões duros, cada vez mais intensos e urgentes.

Os músculos internos de Botan se apertaram ao redor dele e ela chegou ao ápice do prazer, ofegando e gemendo.

- K-Kurama! - Ela sussurrou suavemente, antes de ser dominada pela languidez.

O youkai continuou se impulsionando ativamente por mais alguns momentos, antes de sucumbir ao próprio prazer, rosnando quando derramou sua semente bem fundo nela. Logo se desmoronou sobre ela, arquejando e puxando-a para perto de si.

A guardiã sorriu sonolentamente e ele a beijou suavemente, então abraçou com firmeza sua companheira. Ela descansou a cabeça contra o ombro dele, normalizando a respiração e desfrutando o sentimento do ar fresco contra sua pele nua e suada.

Ela sentiu Youko inalando a fragrância de seu pescoço, a boca se fechando sobre o ferimento da mordida, sugando suavemente a contusão. Gemeu quietamente e seus olhos se fecharam, então, entrou distraída em um sono exausto. O meio demônio a seguiu.

Continua...


Título original:

The Chase

Autora:

Volpone


N/T: Como já observaram esta fanfic é uma tradução. Fiz o meu melhor e espero que gostem. Utilizei um pouco de liberdade poética, pois muitos termos quando traduzidos para o português não ficam bem colocados, nem tão interessantes.

Se alguém já leu, ou vier a ler, esta fic em Inglês, irá constatar que está bem diferente da versão original... Espero que para melhor. Como já notaram, também, há uma segunda parte, e se alguém quiser a continuação... avise-me!

Críticas positivas e negativas são igualmente bem vindas... e aceitas!