LÚCIFER/SAMAEL

CASTIEL

Título: Antes da Rebelião

Autora: Vanessa W. Mutuca

Beta: CassBoy (obrigado, querido!)

Sinopse: O passado angelical de Lúcifer e de Castiel esconde segredos que, cedo ou tarde, os irmãos angélicos saberão. Será que tais revelações deflagrarão a rebelião de Lúcifer? Só lendo para saber!

Classificação: NC-18. Slash, tortura, violência.

Disclaimer aviso legal 1: Castiel, Zacharias, Miguel, etc., não me pertencem. Eu não lucro nada com esta fic, somente me divirto e espero que vocês também gostem.

Aviso legal 2: repetindo que a fic é NC-18. E tem relação incestuosa. Se não gosta, por favor, não leia!

Aviso legal 3: a foto de Samael eu encontrei na internet; acho que caracteriza bem o guerreiro; e a do Castiel, é uma foto do Misha, porque não há imagem de anjo que melhor personifique o Cass.

Aviso legal 4: dito isso tudo, boa leitura! E não se esqueçam dos reviews!

(... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...).

Antes da Rebelião –– 1ª parte

No Início

A Terra era um planeta em visível construção. Não havia muitos seres vivos a habitar o local. Apenas alguns tipos singulares de peixes e de aves, e outros enormes répteis bastante incomuns, além de uma expressiva quantia de plantas e de insetos dos mais variados tipos. Ainda assim, se tratava de um belo recanto. O Sol brilhava sempre que possível, de maneira forte em alguns períodos do que mais tarde se denominaria tempo – meses, anos, décadas, etc. –, ou até mesmo estações. E em outros, o astro-rei insidia com menor força. As chuvas pareciam ser calculadas por uma entidade oculta de poderio inimaginável, a fim de brindar os inúmeros exemplares de vegetais e de flores existentes no globo, como se o Ser Supremo medisse a hora exata que deveria chover, para o benefício de todas as espécies. A Lua, por sua vez, agraciava o planeta com sua cor prateada, e se apresentava de diferentes formas, tudo dependeria da fase em que ela se encontrasse.

Assim se estruturava o estupendo e vasto globo conhecido como Terra. Era belo, majestoso, magnífico. Mas era desconhecido para os servos de Deus, pois eles se atinham a missões mais relevantes do que vasculhar a galáxia. Sim, os anjos se detinham a cuidar dos bebês que ainda nasciam, o que sempre demandava um numeroso grupo deles a cumprir essa árdua tarefa. E como os pequeninos eram muitos, diversos seres alados tinham tal incumbência.

Mas, diferentemente do que se pensava, foi designado um desses puros seres celestiais para vir a Terra. Deus mandou que Samael Estrela da Manhã, o mais poderoso anjo da Criação ao lado de Miguel – este último fora escolhido para ser um Arcanjo juntamente com Gabriel e com Rafael – descesse até aquele mundo desconhecido por eles, e trouxesse aos irmãos suas impressões obtidas acerca do local visitado.

Como, porém, a figura do homem ainda não existia, os anjos poderiam ir ao planeta azul em sua forma corpórea, que mais tarde se descobriria semelhante à dos futuros habitantes do globo terrestre – exceto as asas e o poder angelical, os servos de Deus eram bastante parecidos com os humanos.

Enquanto voava até o local desconhecido, o anjo sentia seu corpo espiritual – que ganhava forma física a cada bater de asas em direção ao novo lugar – ser invadido por sensações estranhas. O sangue circulava, a cabeça latejava de dor por adquirir um corpo físico apenas por se aproximar da órbita da Terra. O coração batia apressado e a intensidade das sensações corpóreas chegava a ser insuportável, já que nenhum ser alado as experimentara de fato. Eles estavam acostumados a viverem nas formas espirituais, nunca passaram por qualquer experiência do tipo.

Ao pousar no sublime lugar, sentiu uma poderosa força tomar conta de si. Teve vontade de regressar ao Céu para perguntar ao Pai o que era aquilo, porém não quis incomodá-Lo com algo tão inapropriado. Mas, de qualquer forma, as sensações se mostravam cada vez mais fortes, mais insistentes. Prazer, bem-estar, alegria, amor, solidão e um inevitável aperto no coração... Quando se deu conta de que se sentia só, o anjo paralisou de medo.

– O que é isso agora? – perguntou-se, pois não conhecia a opressão que o temor poderia lhe causar.

Tentou ocultar as inexplicáveis sensações em seu peito e se deteve a cumprir a missão que lhe foi atribuída. Começou a voar pelo planeta. Percebeu incontáveis espécies: aves, peixes, répteis e insetos. O que mais admirava, porém, eram as árvores. Ficou a contemplar inúmeras delas por horas a fio, como se, de fato, as entendesse de um jeito único e indescritível. E quando sentia que elas conheciam sua energia, se aproximava de outro numeroso grupo delas. Passou um bom tempo a praticar aquele exercício inominável de bem-estar e de felicidade. Quando veio a noite, elevou o poder que possuía a um nível maior, e fez surgir o fogo ao seu redor, devido ao frio que o gelou. Lá, dormiu tranqüilo, ainda que julgasse não ser necessário fazê-lo.

No dia seguinte, resolveu permanecer na Terra, quando as ordens eram rígidas: não deveria demorar mais do que um dia e meio. Mas ele não ligava. Queria ficar ali, sentir a brisa refrescante de um final de tarde, curtir a beleza emanada pela noite e pela Lua, beber água nas mais lindas cascatas e se banhar nelas depois e, por fim, provar os incontáveis frutos que as árvores produziam; desejava experimentar tudo que havia ali.

Após o terceiro dia de uma arriscada estadia no planeta azul, tomou coragem para chamar a sua presença o único anjo da Criação que considerava apto a desfrutar de todas as maravilhas que vislumbrava: Castiel. Desde que chegara, tinha em mente convocá-lo mais tarde, apenas queria ter a certeza de que não dariam por sua falta e nem pela do companheiro. Embora fosse um ser importante dentro do sistema celeste, Samael podia ser substituído por algum tempo, o que o confortava e o deixava feliz. Teria a missão mais significativa da sua existência: mostrar ao anjo que considerava o mais puro da Criação, quão vívido era aquele local.

Tomado por uma sensação até certo ponto incompreensível de ansiedade e de alegria, decolou em direção ao Céu, no entanto não adentrou os portões celestiais; apenas pensou, com toda força de que dispunha, no irmão de Azrael. Não demorou muito para que ele surgisse, as asas completamente abertas, como se saudasse o poderoso Samael em uma reverência respeitosa. Mesmo que se encontrassem secretamente, mantinham as aparências, a fim de que ninguém descobrisse que eles se falavam com freqüência.

– Olá. O que quer? Precisa de mim? – a pergunta era de uma inocência imensurável.

– Bem... Creio que sim – estendeu-lhe a mão. – Está ocupado?

– Não, o Pai me retirou das missões pelos próximos Ciclos.

– Por quê? – questionou, as orbes azuis ganhando um tom obscuro. Não admitia que, de maneira arbitrária, excluíssem o inseparável amigo das atribuições.

– Eu não sei... Quer saber, tudo bem... Eu já estava cansado de cuidar dos pequenos – comentou, mas logo tornou a falar, a fim de arrumar o que disse: – Não me entenda mal, eu gosto dos bebês, é que realmente me senti...

– Exausto – completou o outro. – Eu compreendo bem, não se preocupe. – tranqüilizou-o, enquanto decolavam em direção a Terra.

– Para onde iremos? – quis saber, ao notar que se distanciavam do lar celeste.

– É surpresa – sentenciou. O sorriso franco acalmou o jovem anjo ao seu lado, enquanto que ele explicava ao mais novo como era complexa e estranha a sensação de ter um corpo físico.

Quando pousaram no belo planeta, o mais velho lhe mostrou quão límpidas eram as águas, quão lindas eram as árvores, quão sublimes eram os bichos que denominou pássaros, sem se esquecer das outras espécies existentes. Castiel, por sua vez, o observava contente. Percebia que ele estava totalmente encantado com aquele lugar, o que era perfeitamente compreensível.

A noite se mostrou mais linda do que as anteriores. Os dois anjos continuavam a voar pelos vastos campos que cobriam o planeta; estavam felizes por contemplar tão majestosa obra do Todo-Poderoso. Como o frio era bastante intenso, escolheram um canto apropriado para se abrigarem. Elevaram os poderes ao máximo e fizeram fogo ali mesmo. Como Castiel era bem mais jovem do que o maior, não gastou tanta energia em acender as chamas que os aqueciam ao redor. Para Samael, entretanto, faltava algo: comida. As necessidades físicas se tratavam de um enigma, e a fome era uma descoberta que fizera antes de buscar o amigo. Decolou, então, até uma das árvores escolhidas por si e colheu saborosas frutas para o acompanhante. Pretendia agradá-lo de todos os modos possíveis.

– Alimente-se, afinal estamos em um plano físico. Notei, com o passar do tempo, que precisamos nos abastecer por aqui – disse, sentando ao lado do menor. – E elas são pequenas e deliciosas.

– É, tem toda razão – respondeu, encantado com o gosto adocicado. – Diga-me uma coisa, por que não chamou nossos irmãos a virem conosco?

– Você sabe por quais motivos não os trouxe a este lugar ainda – e o olhou com profundidade nos olhos.

– Eu sei – Castiel baixou a cabeça frente ao modo um tanto sedutor do outro.

"Não pode ser", pensou. "Acho que estou vendo coisas", concluiu, ao cogitar a hipótese de que o maior o encarava de outra forma, embora mantivessem um relacionamento bem mais próximo do que uma simples amizade.

– Ficou tão quieto de repente, o que foi? – Samael perguntou.

– Nada, eu só... Não sei se foi bom nós termos vindo sozinhos para cá.

– Por quê?

– É que os nossos irmãos podem nos seguir até aqui...

– Hum... Não, eu cuidei quando cruzamos a fronteira dos mundos espiritual e físico; nós não fomos seguidos – explicou, sem tirar os olhos dos de Castiel, seu Cass... – Relaxe – pediu, o tom mais lânguido do que de costume.

– Bem, eu... Estou tentando... – Samael riu frente à encantadora inocência de seu companheiro.

– Creio que você não precisa fazer tanto esforço assim – falou, enquanto se aproximava do menor.

Em um ágil movimento corpóreo, Samael o puxou para perto de si e o beijou. Não sabia se era correto ou não fazê-lo, mas não podia observar os mais expressivos, divinos e puros olhos azuis de todo o Céu, sem deixar de ter qualquer reação. Como trocaram poucos beijos em território celeste Ciclos antes, não foi algo novo para Castiel a atrevida investida daquele que deveria chamar de irmão - mas que, por motivos óbvios, não conseguia ver dessa maneira.

– Eu não sei... – murmurou o menor, assim que se afastou do outro. – Não sei se é o mais adequado.

– Eu também não – Samael retrucou, o olhar perdido em perguntas que não seriam respondidas. – O Pai sequer tem tempo hábil para me explicar o que sinto, como lidar com essas coisas... Eu não me controlo... Você entende o que digo? Prefiro que façamos isso aqui, que tenhamos essa localidade como um seguro refúgio, a sermos descobertos por Miguel, por Rafael, ou pelos outros. Não quero prejudicar você, mas não sei como devo proceder para aliviar essa estranha sensação.

O jovem anjo pensou, analisou a delicada situação por breves instantes, sempre de cabeça baixa. Quando a ergueu, vislumbrou os profundos olhos de Samael a encará-lo de um modo visivelmente sedutor. E obteve a resposta dentro de si: o desejava, não como um integrante da família angelical.

– Mas eu sei o que você deve fazer – disse, puxando o maior para perto e o beijando em um ritmo acelerado, firme, forte.

Os seres celestes permaneceram um sobre o outro, a trocar carícias íntimas e beijos por imprecisos minutos. Como se encontravam em um plano físico, tinham uma certa noção de tempo, ainda que lhes parecesse estranho sentir o passar das horas através do movimento solar. Agora, entretanto, pouco lhes importava se era dia ou noite, se chovia ou não; apenas desejavam um ao outro, e eram livres para admitir esse fato.

Pararam de se beijar, e Samael partiu para uma investida mais arriscada; não queria assustar o puro ser, mas necessitava prová-lo sem o mínimo pudor. Assim, lhe retirou a única e enorme peça de roupa que vestia: um manto azul-marinho e largou o traje ao lado de ambos. Em seguida, jogou longe a própria vestimenta negra e pediu a Castiel que continuasse deitado. O jovem ia perguntar ao maior o que iria fazer, no entanto não teve tempo hábil. Somente conseguiu se deleitar com os beijos que recebia no peito, no tórax e na barriga. Em seguida, o outro lhe abocanhou o órgão sexual com um só movimento. O menor gemeu frente aquele contato indescritivelmente mágico. Jamais sentira algo semelhante antes, e agradecia por estar ali com o único ser corajoso o suficiente para lhe proporcionar todas essas sensações de prazer que, apesar de confusas, valiam à pena.

Samael, tomado por uma onda de violenta luxúria e de irrefreável desejo, iniciou um movimento para os lados com a língua. Ora lambendo com rapidez, ora o fazendo de maneira lânguida... E assim continuava a abocanhar o membro do companheiro e a lambê-lo em sua base. O maior enlouquecia a cada gemido abafado do outro, a cada mudança de expressão que conseguia notar nos olhos dele. Quando sentiu que Castiel estava prestes a atingir o ápice do prazer, o futuro rebelde retirou a boca do órgão e pegou o parceiro no colo, de maneira a poder penetrá-lo e a masturbá-lo ao mesmo tempo.

Aquela sensação era ainda mais maravilhosa do que a anterior. O menor nada podia fazer, apenas conseguiu virar um pouco a cabeça a fim de beijar o companheiro, como se não o permitisse escapar. O orgasmo de ambos veio rápido, preciso, urgente. E, melhor que isso, o tiveram juntos. As estocadas que Samael dava eram firmes, contudo carinhosas. Em momento algum ele descuidou, pois não objetivava machucar Castiel, embora soubesse que a dor fazia parte do ato.

– Lúcifer... – foi a única palavra que o jovem teve condições de proferir, em um murmúrio de satisfação, em meio ao quente gozo – o apelido que fora dado ao mais velho, devido ao destaque que ganhara como Arauto de Deus, ou seja, como um dos mais aplicados anjos do Senhor.

– Cass... – sussurrou o outro em seu ouvido. Adorava que o parceiro o chamasse de Lúcifer em uma circunstância tão íntima.

Ao findarem o ato, deitou o menor em uma cama improvisada, que montou com folhas de árvores, e se posicionou ao lado dele. Eles se beijaram com extremo carinho e ficaram em silêncio abraçados.

– Tudo bem? – perguntou, o olhar preocupado. O anjo que tomara a forma de rapaz assentiu em um movimento de cabeça e completou:

– Foi ótimo... Inesquecível – balbuciou, entreabrindo os olhos. – Nunca tive uma experiência semelhante...

– Hum... Isso é porque não convive comigo em minha morada – brincou, depois de lhe beijar a testa.

– Que tentador, Lúcifer – ambos riram e se uniram com mais força; o frio era intenso e os motivava a colarem os corpos.

Permaneceram ali, juntos, a se amar e a curtir o ambiente que, por breves momentos lhes pertenceu, embora não vivessem na Terra. Sentiam que levar tal relacionamento em frente era arriscado demais, mas precisavam tentar. Para isso, usariam o planeta descoberto, sem, contudo, deixar de contar aos irmãos angélicos o que viram no deslumbrante globo.

Samael, por fim, ponderou que seria melhor se encarregar dessa tarefa sozinho, já que não pretendia dar pistas de que Castiel estivera com ele em um recanto praticamente vazio.

Decolaram para o mundo celeste dois dias depois de terem chegado ao futuro planeta dos homens. Sentiam-se tão felizes, que teriam de tentar ocultar tamanha alegria, afim de não despertar maiores suspeitas. Próximos da fronteira dos planos físico e espiritual, os anjos se separaram. Combinaram de adentrar o divino lar em ocasiões distintas, tudo para não responderem às diversas questões provocativas, principalmente vindas de Rochel – irmão de Zacharias –, um dos seres mais atentos do local.

Nota do Beta: Gente, não é que você voltou ao princípio dos princípios? Muito interessante a idéia de contar uma estória que remonta a um passado tão distante! Cas com Lúcifer? Hmm... então o nosso anjo não é tão inocente assim... Curioso para saber onde isso tudo vai dar! Vamos logo para o próximo capítulo!

Nota da autora: Oi queridos leitores! Espero que gostem da fic e que, do mesmo modo que eu tenho prazer em escrevê-la, vocês tenham em lê-la! Muito obrigada ao CassBoy por betar a fic! Valeu mesmo LINDINHOOOOOOOOOOOO!