She's loving him still, after all this time.

Ela continua a amá-lo, depois de todo esse tempo.


Os meses se passaram rapidamente.

April e Matthew se mudam para Ruby e Harriet para uma casa ao outro lado da cidade, bem como para o Hospital Memorial Grey Sloan.

Os principais meses de trabalho foram totalmente introduzidos para o ano de Abril, diferente da época com Jackson. Extremamente diferente. Mas no começo era bom, era o que ela queria, ou que ela se apaixonava .

Eles com uma routine diferente. Mateus e suas orações para ele, orando antes de cada refeição, orando para a vida todos os domingos. E, em alguns momentos, ela foi pegando pensando com o Jackson e foi, assim, uma única vez que ele se lembrou com a vida e a morte. Abril nunca cobrou isso, é a conheceu so a amou daquela daquela forma.

Mas depois de um tempo, as coisas começaram a ficar diferentes em casa. Abril era uma cirurgia de trauma, era muito boa e estava começando a sentir-se entediada. Ela também salvava vidas com o trabalho da igreja, mas era muito mais calmo do que estava acostumada. Sentia uma falta de adrenalina, de ser realmente útil, de dormir com a sensação de que ela está tão sozinha quanto aos seus músculos, mas ela é uma salvada . E Matthew ... Matthew mudou muito e isso não foi feito como algo mais profundo para ela. E uma das brigas surgiu justamente como ela queria voltar a trabalhar em algum hospital.


- em algum hospital! - disse ele, enquanto retirava as almofadas da cama para se deitarem. Mateus a encarava com braços cruzados do outro lado do quarto.

- O que deu em você agora? Não está feliz com esse projeto da igreja? - ele perguntou, irritado - O Sloan Cinza?

- Por Deus, Mateus ... - ela se sentou na cama, encarando-a completamente incrédula - Eu disse hospital e não voltei pro Cinza Sloan, não foi encontrado anteriormente!

- Eu só não estou indo para o fim agora ... - ele continuou encarando-a - Estávamos bem, estamos felizes com as garotas, agora cuidando e saindo das coisas com Deus ... Essa notícia realmente me pegou de surpresa!

- A questão é exatamente essa! - ela se levantou, completamente irritada - intensificada para ser dona de casa, eu nasci para ser uma CIRURGIA - enfatizou - Você me conheceu sendo uma cirurgiã, você sempre soube disso! O que me deixou foi um pouco traumatizado, eo que eu realmente queria era que me afastasse de tudo. Ele queria a minha carreira - confessou, enquanto ele a encarava - Mateus! Agora, o que é muito gratificante, mas também me abriu os olhos. Isso é algo que é decidi de um dia para outro, é algo que venho pensando nos dias, semanas, meses ... - suspirou fundo, voltarei a trabalhar - E isso não é algo que está em discussão, voltarei a trabalhar, eu preciso disso!

- Isso não está em discussão? - ele riu, incrédulo - ISSO NÃO ESTÁ EM DISCUSSÃO? POR ACASO VOCÊ SE LEMBRA QUE EU SOU SEU MARIDO? - ele gritou e ela se afastou, assustada. Foram interrompidos pelo choro de Harriet vindo da eletrônica, Ruby estava com a mãe de Matthew, então era apenas uma criança assustada com os seus gritos dele.

- Você não grita comigo! - ela não está em discussão, e com licença que eu vou ver a Harriet!

April saiu, batendo um porta do quarto. No corredor, antes de entrar no quarto da filha, ela não está tentando chorar. Ela não precisava disso agora.

Eram causando momentos em que Mateus, A Bíblia, Idem, que ela seja perguntada ou que não seja interrompida pelo casamento pela segunda vez.

Meneou a cabeça, não acreditando que pensava nisso de novo.

Ele não interrompeu por que não queria.

Não interrompeu porque a história deles estavam encerrada há algum tempo.

Isso não era algo que ela precisava pensar muito para ter certeza.

– Oi joaninha. – ela sussurrou com a voz doce ao abrir a porta e ver Harriet em pé no berço, segurando o bico e com os olhos molhados.

– Mamá! – ela estendeu os braços, pedindo colo.

Ela pegou Harriet e sentou-se na poltrona de balanço, com ela em seu colo. Aninhou a filha em seu peito e cantou "Faith" de Sleeping At Last.

Foi a primeira música que ela cantou para a filha. Ela ainda se lembrava com exatidão do dia em que ainda estava no hospital e Jackson ligou dizendo que a pequenina não conseguia dormir.

Boas lembranças.

April continuou embalando a filha, completamente perdida.


Aquela não foi a última briga deles.

April conseguiu um emprego no Northwest Hospital & Medical Center, para desespero e raiva de Matthew.

E parecia que o fato dela voltar a ser cirurgiã, lembrava à ele tudo o que envolvia o Grey Sloan, e isso incluía Jackson.

Cada vez que o cirurgião plástico vinha buscar Harriet, ou ligava para saber como ela estava, era um motivo de briga entre os dois.

Matthew desenvolveu um ciúme doentio em relação à Jackson, e April não conseguia entender e muito menos controlá-lo.

Com o tempo eles se afastaram tanto, a ponto dela pedir o divórcio.

April sentiu muito em ter que se afastar de Ruby, mas para ela e Harriet era o melhor no momento. No entanto, a filha não sentiu falta de Matthew. A ligação dela com o pai era muito grande, e não permitiu uma interação maior com o padrasto durante o tempo em que ficaram juntos.

O casamento durou quase dois anos, e as únicas pessoas que sabiam do rompimento, que aconteceu há pouco mais de dois meses, eram Arizona e Callie.

April e Harriet, depois de instaladas na nova casa, viajaram para visitá-las em Nova Iorque.


– Hei! – Arizona correu para abraçar a amiga quando a viu entrar no saguão.

– Oi! – ela retribuiu o sorriso, abraçando a loira com força – Que saudades! Como você está? – perguntou ao se separarem – Você parece tão feliz!

– E eu estou! – sorriu feliz e olhou para Harriet – E você, joaninha? – sorriu para a menina que retribuiu com um sorriso fofo e branco – Você está tão grande! – se abaixou e a pegou no colo.

– Oi tia Ari! – balbuciou, enquanto Arizona beijava-a nas bochechas – Meu carro está no estacionamento, quanto tempo pretende ficar? – continuou com Harriet no colo, enquanto April empurrava o carrinho com as malas.

– Nosso voo sai segunda de madrugada, eu fiz algumas horas extras enquanto Harriet estava com Jackson, mas não quero gastar todas. – comentou – E como estão as coisas com a Callie?

– Melhor do que nunca! – ela sorriu – Sério, eu não pensei que seria tão maravilhoso. – suspirou – Nós estamos realmente apaixonadas, na verdade eu acho que nunca deixamos de... Ai meu Deus! – parou de tagarelar, olhando para April – Eu não devia estar me gabando na sua frente. Me desculpa! – April riu, negando com a cabeça.

– Está tudo bem! Não foi um divórcio complicado, na verdade. – deu de ombros – Nós nos casamos por conveniência, era o que parecia certo na época mas... Não era pra ser, nunca foi, na verdade, eu estou bem!

– Sério? – destravou o carro e colocou Harriet na cadeirinha, fechando a porta em seguida. Abriu o porta-malas e ajudou April a colocar as malas – Você contou ao Jackson? – perguntou.

– Sobre meu divórcio? – Arizona assentiu. April fechou o porta-malas e encarou a amiga – Não, não vi necessidade. Nos falamos poucas vezes depois disso, e sempre sobre a Harriet. – deu de ombros e a loira revirou os olhos.

Arizona e April entraram no carro e a cirurgiã fetal seguiu em direção à casa em que agora morava com Callie e Sofia. Quando chegou em Nova Iorque a ex esposa morava num apartamento, e depois de alguns meses morando em apartamentos separados, decidiram comprar uma casa maior e voltarem a morar juntas.

Harriet dormiu no trajeto, então as duas amigas podiam conversar livremente.

– Você sabia que o Jackson e a Maggie terminaram? – April encarou-a incrédula para Arizona, que balançou a cabeça confirmando a história.

– Como assim?

– Pois é, Amelia me ligou na semana passada e deixou escapar a nova fofoca do hospital!

– Deixou escapar? – April riu – Isso não é coisa que se "deixa escapar". – fez aspas com os dedos, e Arizona deu de ombros – Ela não falou o motivo?

– Hum, não que eu lembre.

– Quem terminou? Ele ou ela? – a ruiva perguntou.

– Acho que foi ele, não sei bem, sei que já faz alguns meses, foi bem antes de você se separar... – ela olhou para April, já que o semáforo estava fechado – Espera aí... Você está interessada nisso? – perguntou, confusa – Você ainda sente algo pelo Jackson? – April desviou o olhar, se endireitando no banco e olhando para frente – Ah. Meu. Deus! – colocou as duas mãos na boca – Você ainda ama o Jackson? – Arizona riu, totalmente encabulada.

– Você é quem está dizendo, não eu! – April deu de ombros, sem encará-la.

– Eu estou falando sério, April! – a loira voltou a dirigir, mas ainda encarando a amiga sempre que possível.

– Eu sei que sim, mas... – respirou fundo – Não é tão fácil, ok?! Nossa história ficou lá atrás e... Bem, de todo modo, eu não quero um relacionamento agora.

– Mas ele não te contou que terminou com ela?

– Não... Eu te disse, nós não conversamos sobre nossas vidas pessoais, é sempre sobre a Harriet. O que ela precisa, o que ela comeu, se ela está dormindo bem...

– É, eu sei como é! – Arizona murmurou, lembrando de quando era assim com Callie depois de se separarem.

April sorriu, grata pela conversa ser encerrada. Arizona estacionou o carro na entrada de casa e olha para a amiga.

– Deixemos o passado de lado e vamos aproveitar! – sorriu, empolgada.

A ruiva concordou e ambas saíram do carro para descer as malas e a pequena joaninha do banco de trás.


– Oi baby! – April sorriu ao ver a filha na creche do hospital. A emergência estava calma no horário de almoço e ela conseguiu alguns minutos para poder ir vê-la.

– Oi mamãe! – a pequena sorriu ao receber um beijo da mãe do rosto, ainda brincando com as peças de lego – É hoje?

– O que tem hoje, filha? – perguntou, acariciando os cabelos dela.

– Papai. Papai vem hoje?

– Ah – ela sorriu – Vem sim, joaninha! Ele disse que vem mais tarde te buscar.

Harriet sorriu batendo palminhas, e April sorriu emocionada. Ela adorava ver o quão feliz ela ficava ao saber que veria o pai.

Continuou brincando com a filha, até o celular de April apitar avisando que precisavam dela na emergência.

– Tenho que ir, joaninha! Nos vemos mais tarde! – deu-lhe um beijo no rosto e correu em direção à emergência.

April passou o restante da tarde cuidando de um casal ferido durante um acidente de carro. A mulher não precisou de cirurgia mas o homem sim.

Quando acabou a cirurgia, recebeu uma mensagem de Jackson em seu celular avisando que chegaria em uma hora.

Ela confirmou e pediu que ele avisasse quando estivesse no hospital.

Após isso, a cirurgiã deu seu expediente por encerrado. Trocou o uniforme pelo jeans escuro, botas e uma camisa rosa. Com o casaco em mãos, pegou Harriet na creche e se encaminhou com ela para a recepção. Dado pelo horário da mensagem enviada de Jackson, ele já deveria estar chegando. Não haviam se visto desde que ela voltou de Nova Iorque, e agora o fato dele estar solteiro pairava em sua mente.

Ela jurava que ele e Maggie iriam acabar se casando também.

– Papi, papi! – Harriet se remexeu no colo de April, querendo ir para o chão. April sorriu e deixou que ela corresse em direção ao pai.

Jackson se abaixou para pegá-la no colo e a rodou no ar, com um sorriso enorme no rosto.

– Oi joaninha, estava com saudades! – ele murmurou, abraçando a pequena e beijando-a.

– Oi papai! Também estava com saudades! – ela também sorria, e tinha os pequenos bracinhos em volta do pescoço de Jackson – Que abraço de ulso, papai! – gargalhou com os apertões dele. Jackson afastou-se dela, para olhar April.

– Mamãe, o papai está me apeltando! – ela comentou ao ver a mãe sorrir.

– Oi, Jackson! – ela cumprimentou-o, se repreendendo mentalmente por sentir um frio na barriga que não sentia há muito tempo.

– Oi, April! – ele sorriu. Aquele sorriso.

Um silêncio constrangedor ficou entre eles, e April decidiu quebra-lo rapidamente.

– Bom, as coisas dela estão aqui. Ela ganhou uma girafa da Arizona e agora não consegue dormir sem e está... – olhou para a mochila, procurando – Que mer... – Jackson pigarreou e ela não completou o palavrão – Joaninha, você não pegou Sra Adelaíde? – April perguntou e Harriet colocou as mãos na cabeça, como se tivesse feito algo muito errado.

– Eu esqueci, mamãe!

Jackson sorriu ao ver a expressão da filha e meneou a cabeça, ela era tão dramática. April também riu e lhe soprou um beijo.

– Não se preocupe, o papai pode ir até lá buscar conosco, não pode? – ela olhou para Jackson, e ele assentiu.

– Sem problemas. Vamos buscar a Sra... Adelaíde? – Jackson franziu a testa para April e ela deu de ombros.

– Não me pergunte o motivo!

Jackson tentou não rir e saiu em direção ao estacionamento com April ao seu lado.

– Você vai com o papai? – April perguntou à Harriet, que concordou – Ok. Jackson, eu vou na frente e você me segue, acho que ainda não conhece a nossa casa nova! – informou.

Jackson assentiu, e enquanto April se encaminhava em direção ao seu carro e entrava no veículo, se deu conta de que ele não conhecia a casa nova.

A casa nova sem Matthew.

Ela era muito burra. Onde estava com a cabeça que não se lembrou desse mero detalhe?

– Hei, esqueceu como se liga o carro? – Jackson gritou, em meio a risadas, ao emparelhas o carro ao lado dela e vê-la sentada de frente ao volante com as mãos na cabeça.

– Ah, não! – ela riu, respirando fundo – Estou indo!

Ele sorriu assentindo, April ligou o carro e seguiu em direção a casa.

Jackson seguia-a, e Harriet cantava as músicas infantis que o pai colocou para ela ouvir. Ela também contou que adorou ver a Sofia, que a Sofia era sua amiguinha preferida e que queria voltar pra casa da Tia Ari e da tia Ca.

Jackson mordeu a língua para não perguntar à filha sobre Matthew. Ele sempre se continha, e vez ou outra a própria Harriet o citava nas conversas, mas isso fazia algum tempo e... Bem, ele sabia que April nunca deixaria que ele fizesse algo que a maltratasse, mas continuava achando estranho a falta dele nas conversas.

Não teve tempo de pensar a respeito já que April estacionou em frente a uma bela casa, que chegava a lembrá-lo da casa para qual ela se mudou depois que deixou seu apartamento.

April desceu do carro e Jackson, com uma curiosidade enorme, também desceu e retirou Harriet do cinto de segurança. A ruiva não esperou por eles e já foi entrando e abrindo a porta da frente.

A verdade é que ela estava nervosa, e decidiu que apenas mencionaria o divórcio se Jackson perguntasse.

– Filha, pega a Sra Adelaíde, por favor! – April disse ao vê-la entrando em casa, seguida por Jackson.

– Me espera aqui, papai! – ela empurrou Jackson para que ele se sentasse no sofá – Eu já volto, não vá fugir! – ela sorriu.

– Cuidado com as escadas! – April alertou ao vê-la correndo. Harriet parou, olhou para April e Jackson e voltou a subir as escadas, uma de cada vez – Você quer tomar alguma coisa? – ela perguntou à Jackson.

– Não, mas obrigada! – ele sorriu, olhando pela casa e parando o olhar em April – Eu perdi alguma coisa?

– Do que você está falando? – franziu a testa, estralando os dedos, nervosa. Ela sentou-se no outro sofá, bem distante dele.

– Hum... – pensou por um momento, tentando abordar o assunto da melhor forma – Aqui não parece uma casa em que mora um casal e duas crianças. – ela continuou encarando-o – Matthew! – finalmente disse.

– Ah... Isso! – ela deu de ombros – Nós nos divorciamos! – ela sorriu, sem jeito.

– Quando? – encarou-a com as sobrancelhas erguidas.

– Acho que... Acho que tem quase dois meses! – ela agradeceu mentalmente por ouvir os passos de Harriet descendo as escadas.

– Pronto, eu peguei a Sra Adelaíde e vou levar o Sr. Rodrigues para conhecer a casa do papai, ele não queria ficar sozinho e eu disse que o papai não iria se importar. – ergueu a girafa e o hipopótamo de pelúcias.

– Com certeza não, filha! – ele sorriu carinhoso, e ajudou-a sentar-se em seu colo.

– Eu sei, você é meu super papai! – beijou-o na bochecha – Estou pronta pra irmos! – sorriu, animada segurando seus bichinhos.

Jackson retribuiu o sorriso e se levantou, colocando-a no chão.

– Então vamos, joaninha! Dá um beijo na mamãe! – indicou April que se aproximava deles.

Ela pegou Harriet no colo e recebeu vários beijo no rosto.

– Se comporte direitinho, viu?! – a ruiva pediu – Mamãe vai ficar com saudades!

– Eu te vejo domingo, mamãe, não precisa ficar com saudades!

April abençoou-a com o sinal da cruz e a colocou no chão, Harriet saiu em disparada na frente deles em direção ao carro e ela e Jackson a seguiram, sem pressa.

– Você não me contou que estava divorciada. – ele comentou, com a voz baixa. Harriet esperava com a mão na maçaneta da porta do carro e Jackson destravou para que ela pudesse entrar.

– Hum, não foi algo que eu achei necessário espalhar. – ela deu de ombros, cruzando os braços e encarando-o quando chegaram no carro.

– Mas você... Você está bem? Você está precisando de alguma coisa? – ele olhou-a, preocupado – Se você estiver pode...

– Jackson! – ela o interrompeu, rindo – Não se preocupe! Eu estou bem... Na verdade... Estou ótima! – corrigiu, pausadamente – Foi melhor assim, nós nunca deveríamos ter nos casados, foi um erro completo e... Eu estou bem! Obrigada por se preocupar!

Ele assentiu, sorrindo um pouco nervoso.

– É melhor você ir, ela está inquieta! – ela disse, observando a filha encará-los já em sua cadeirinha.

– Sim... Me liga, sabe... – passou a mão nos cabelos raspados, nervoso – Se você precisar! Eu estarei de folga neste fim de semana, então... Me liga!

– Obrigada! – sorriu e ele foi para o carro.

Jackson colocou o cinto de segurança em Harriet, checando-o duas vezes. Beijou a testa da filha e fechou a porta. Deu uma última olhada em April e entrou no carro, indo em direção ao seu apartamento.

Era bom pensar naquele lugar sendo apenas dele e de Harriet. Era bom estar sozinho de novo, desde que Maggie e ele terminaram o namoro.

Depois que April se casou com Matthew, consequentemente ele e a ex namorada passaram mais tempo juntos e isso incluía as noites juntas. Jackson achava que aquele era um, dos vários, motivos que levou ao término deles. Ele não queria ter entrado tão fundo numa relação depois do que viveu com April, mas Maggie parecia não ter entendido bem isso.

Queria ter tido coragem de contar à ex esposa que também estava solteiro, mas como fazer isso sem contar que o motivo do término foi que ele ainda estava apaixonado por ela? Ele nem sequer sabia se ela ainda tinha algum sentimento, que não fosse mágoa, por ele.

E saber que April e Matthew estavam divorciados o pegou completamente de surpresa.

Quando eles se casaram de novo, Jackson achou que era o certo e a apoiou. Ela parecia feliz e bem convicta de que deveriam ficar juntos.

Era bem grosseiro de sua parte estar feliz com o fato de não ter dado certo mas... Ele estava! E muito!

E era bem convencido de sua parte achar que uma parte dela ainda o amava.

O que ele tinha certeza era de seus sentimentos em relação à April.

E Maggie também


Ao encerrar seu turno no hospital, Jackson foi até a casa dos Taylor's (sua cabeça latejava toda vez que pensava assim) para buscar Harriet.

Como sempre, os encontros dele com Matthew e April eram tão constrangedores. Parecia que a fuga dos dois, há alguns anos, ainda pairava na mente do atual marido de sua ex esposa.

Eles já estavam casados a mais de um ano, mas Jackson ainda sentia o gosto amargo da derrota ao vê-los juntos.

Aquilo era um verdadeiro tapa na cara.

Não que ele pudesse exigir alguma coisa dela.

Em parte, foi ele mesmo quem tornou as coisas complicadas para os dois.

Jackson e April trocaram poucas palavras na porta da casa dela, e ele podia sentir Matthew encarando-os com uma feição nada amigável.

Precisava sair dali.

– Vamos princesa? – ele perguntou à filha, lhe estendendo a mão e querendo ir embora o mais rápido possível – Diga tchau pra a mamãe!

Harriet se despediu de April com vários beijos e sorrisos. O tchau para o Tio Matthew também foi sorridente.

Jackson tentou não demonstrar, mas sentiu ciúmes da cena. Agora ele conseguia imaginar o que April sentia ao ver Harriet com Maggie.

April e Jackson trocaram acenos de cabeça amigáveis, e ele seguiu com Harriet em direção ao carro.

Provavelmente Maggie já os esperava em seu apartamento.

Ele gostava dela. De verdade.

Ela era uma pessoa legal, engraçada e muito competente.

Mas, às vezes, o irritava de uma forma inimaginável.

Ele não queria se casar. Não de novo e não agora.

A experiência com April havia sido maravilhosa (antes de Samuel morrer) e parecia errado querer substituir todas as lembranças com um casamento tão repentino. Assim como ela havia feito com Matthew, ele pensou, um pouco amargurado.

Ao chegarem em casa, Maggie recebeu Harriet feliz e sorridente. A menina brincou um pouco com a Tia Maggie, e depois Jackson a levou para jantar, tomar banho e dormir.

Nessa rotina, ele não pedia que a namorada o acompanhasse, e ela também nunca interrompeu. Sabia que era um momento dos dois.

Quando Harriet dormiu, Jackson lhe deu um beijo na testa e foi para a sala. Deitou-se no sofá, se sentindo exausto. O dia no hospital havia sido uma verdadeira loucura.

– Hei, tudo bem com você? – Maggie perguntou, aparecendo de repente e assustando-o.

– Hei... – ele tentou sorrir – Sim, por quê?

– Você está meio estranho... Aéreo! – comentou, levantando as pernas dele para que pudesse se sentar, mas ele se sentou, dando espaço para ela se acomodar.

– Hum, é impressão sua! – deu de ombros – Estou cansado, só isso. O dia no hospital foi uma verdadeira loucura.

– Matthew estava lá? – ela cruzou os braços, se virando para encará-lo.

– Como é? – franziu o cenho – Sim, estava. Qual o motivo disso agora? – também a encarou, sério.

– Eu reparei que você fica assim quando busca a Harriet e o Matthew está lá – ela disse, o que fez Jackson engolir em seco buscando algo para dizer. Ela não estava errada. A presença dele o irritava de maneiras que não conseguia explicar – E você nem consegue disfarçar, inacreditável. – ela se levantou do sofá, rindo irônica e indo para a cozinha.

– Maggie... – ele foi atrás dela – Não é assim... As coisas só são estranhas quando estamos pertos, só isso!

– Estranhas por quê? Você queria ter impedido o casamento de novo mas não conseguiu?

– Mas o quê... – arregalou os olhos, incrédulo – Que merda você está falando?

– Eu tentei esse tempo todo dizer à mim mesma que você está comigo, que você não a quer, que você não a ama mas... Porra, Jackson! – ela bateu os braços na bancada, se exaltando, totalmente irritada. E ele a encarou, com os braços cruzados no peito e sério.

– Fala baixo, você não quer acordar a Harriet! – ele pediu.

– Não, não quero! – ela concordou – Mas eu preciso da verdade!

– Que verdade? Você enlouqueceu! – ele meneou a cabeça, se escorando na parede – April é a mãe dos meus filhos, a minha melhor amiga, sempre vai ser... Sempre vamos estar interligados, você precisa entender isso.

– Eu realmente tento entender, mas não é fácil vendo o jeito que você chega aqui toda vez que a vê com o Matthew. O MARIDO dela! – Maggie enfatizou com um tom de ironia que irritou Jackson.

– Ok... – passou as mãos no rosto, perdendo a paciência – Não é legal chegar pra buscar a minha filha e vê-la casada com o cara que ela deixou no altar alguns anos atrás pra se casar comigo... É isso que você queria ouvir? Então pronto, está dito!

Maggie o fuzilou com o olhar, sentindo o coração acelerar de raiva.

– Sim, obrigada pela sua sinceridade, Jackson. Eu aprecio isto! – ela agradeceu – Só que eu não quero mais ficar no meio. Está estampado na sua cara que você ainda a ama, e está estampando pra quem quiser ver que você se arrepende de não ter interrompido aquela merda de casamento e fugido com ela de novo!

– Quem está dizendo essas coisas é você, não sou eu! – ele deu de ombros.

– Não mente pra você mesmo, é muito pior você negar! E eu não vou ficar com sobras de ninguém. April pode estar casada, apaixonada ou sei lá o que ela está fazendo com o Matthew, mas acho que ela sempre vai amar você também. Ainda acho que se você tivesse interrompido o casamento de novo, ela teria fugido com você de novo!

Jackson ficou calado, não tinha o que responder. Ele não precisava dizer à ela que a ideia de fugir com April àquele dia realmente havia passado em sua cabeça. Mas ele não teve coragem o suficiente. Nem sequer sabia se ela iria com ele como Maggie afirmava com tanta convicção.

Observou calado enquanto Maggie ia ao quarto e voltava de casaco e com a bolsa em mãos.

– Maggie... Por favor, fica! – ele pediu, se aproximando dela – Vamos conversar melhor amanhã, com a cabeça fria. Estamos de cabeça quente e...

– Não, Jackson! – o cortou e negou rapidamente, se afastando dele – Eu mereço uma pessoa que me ame, sabe? Nós estamos completamente distantes e não é de hoje, é algo que está acontecendo há um tempo! Enquanto eu estou aqui, disposta a tudo com você, você está sempre com um pé atrás... Você não me quer. Foi um erro... Só nos enganamos! – ela sorriu, com os olhos tristes mas demonstrando entender a situação – Nós tivemos momentos maravilhosos juntos, mas não somos o amor da vida um do outro. Nos deixamos levar pela atração, e eu cansei disso, não quero ser segunda opção de ninguém.

– Eu... – tentou dizer e nada saiu. Jackson respirou fundo, encarando-a – Eu sinto muito, de verdade. Não queria te magoar!

– Está tudo bem! – ela sorriu e o puxou para um abraço.

Jackson apertou-a contra seu corpo, sentindo-se um verdadeiro idiota.

Todas as suas atitudes precipitadas nos últimos meses haviam machucado pessoas que não mereciam.

Maggie saiu do apartamento dele com um aceno de mão.

Quando Jackson chegou ao hospital na segunda feira de manhã, após deixar Harriet com April, a fofoca no Grey Sloan era que, aparentemente, Maggie havia o traído com DeLuca.

Ele sabia que isso não era verdade. Mas não deixou de rir da situação cômica que era sua vida amorosa.

Ele havia terminado com Lexie pois ela ainda amava Mark Sloan.

Maggie havia terminado com ele e horas depois estava com o ex.

April se casou com o cara que ela deixou no altar.

É, sua vida daria um péssimo livro de romance.


– Papai... Papai! – ouviu Harriet gritar o tirando de seus pensamentos.

- Oi joaninha, o que foi? - ele perguntou, se virou para a filha no banco de trás.

- O senhor estava no mundo das borboletas? - perguntou, rindo.

- Não, sapequinha! - ele riu, apertando um calçado com uma sapatilha rosa.

- Então me tira daqui! - ela fez uma cadeirinha, cruzando os braços e fazendo biquinho.

Jackson riu e concordou, percebendo que já foi alcançado ao seu apartamento. Pegou Harriet no banco de trás e entrou, sentindo-se feliz por estar com uma filha.


N/A: Bom... Venho trabalhando com pequenos shots de Japril há alguns meses e agora resolvi fazer algo maior (depois da catástrofe que foi o final deles na série). O título da fic foi inspirada na música "After All This Time" de Simon Webbe, que é bem antiga mas muito linda, vou deixar o link do youtube para quem quiser ouvir.

É isso... se você leu e quiser deixar seu comentário/crítica serão sempre bem vindos.

Beijo grande! :*

Link da Música: watch?v=p7L0LJCzXbE