Título: Inimigo Secreto
Shipper: James/Lily; Marlene/Sirius
Tipo da Fic: Era dos Marotos; Hogwarts
Sinopse: Inimigo secreto é a brincadeira. Mas o que acontece quando James e Sirius se interessam pelas garotas opostas? Lily e Marlene precisam descobrir seus sentimentos antes de caírem nas graças daqueles que podem se tornar os verdadeiros vilões da história
Avisos: Primeiro: haverá NC/17, mas o palavreado será fino, pq sou rica hahahaha. Segundo: haverá troca entre os shippers. Terceiro: Mesmo com a troca de casais, eu shippo James/Lily para sempre, não tem jeito, basta checar minhas outras fics. E eles vão terminar juntos, pois é assim que tem que ser hahaha. Mas a alteração é necessária para que a fic funcione, ok? Quarto: espero que se divirtam com a leitura da mesma maneira que eu me divirto escrevendo.


Capítulo 1 – A ideia brilhante de Lene e Jay

Tédio! Era essa a palavra que James Potter e Sirius Black mais detestavam pronunciar. Ainda mais por serem os dois garotos que mais cumpriam detenções na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Além de serem populares por tamanha beleza e simpatia, eles gostavam da arte de aprontar para deixar o zelador da escola, Argus Filch, fora de si. Agora, com as promessas de final de ano, os dois melhores amigos buscavam maneiras de se entreterem. Além de gostarem das mesmas coisas, a opção favorita era chamar a atenção de qualquer pessoa – especialmente dos seus desafetos – da maneira mais bizarra possível.

Como qualquer outro dia desde que o ano letivo se encerrara, James e Sirius se encontravam no Salão Principal sem nada para fazer, ao lado dos outros dois melhores amigos, Remus Lupin e Peter Pettigrew. O quarteto estava sozinho na grande mesa da Grifinória trocando poucas palavras sem importância. Era meados de Dezembro e, aos poucos, a escola ficava vazia por causa das férias. Isso deixava James aborrecido, pois significava que teria que esperar até a virada do ano para infernizar Lily Evans. A garota por quem era apaixonado. A garota que tirava seu sono toda vez que recusava todos os convites que ele fazia para saírem juntos. A única garota da escola inteira que não caiu em seus encantos.

Para sua sorte, James não era o único a sentir o drama das férias. Sirius tinha perdido o direito de voltar para casa desde que fora expulso dela por causa de sua mãe que nunca aceitou ter um filho da Grifinória e, ainda por cima, que detestasse a ideia de ser um Comensal da Morte em ascensão. Por isso, ficava na casa dos Potter, sem aviso prévio para ir embora. Por mais que apreciasse a ajuda dos pais do melhor amigo, ele se sentia um estorvo. Toda vez que aquele período chegava, sentia-se mal por não ter para onde ir – teoricamente – , mas tentava disfarçar o sentimento como sempre fazia.

Remus e Peter também não eram muito a favor da folga de Hogwarts. Não porque eram apaixonados por alguém ou porque foram expulsos de casa. O primeiro era lobisomem e sofria muito a cada transformação que fazia sozinho sem a presença dos amigos que se tornaram Animagos por sua causa. E, o segundo, tinha uma vida tão pacata que o fazia ter certeza de que era um ser imaginário, pois ninguém de sua casa parecia notar que havia saído para estudar. Nem mesmo como estudante de Hogwarts as pessoas o notavam. Ele era constantemente ofuscado por James e Sirius e isso só aumentou sua insegurança com o passar dos anos.

Os quatro rapazes, de fato, estavam desolados, mas não tinham como mudar aquela situação. Apenas deveriam seguir conforme o curso dos acontecimentos.

- Almofadinhas, diga-me que você possui uma ideia brilhante para essas férias? - disse James, quebrando o silêncio. Jogar xadrez de bruxo o deixava amuado. - O Ranhoso vai sair de férias e não teremos mais ninguém com quem se divertir.

- O nome dele é Severus, Pontas. Ou Snape - disse Remus, cortando a conversa. Ele era o mais sensato do grupo. O status de monitor-chefe gerava um certo respeito por parte dos amigos que se controlavam nas travessuras. Tudo isso para não vê-lo em maus lençóis com o diretor da escola, Albus Dumbledore.

- Eu sei disso, Aluado, não precisa repetir toda vez que digo o apelido carinhoso que ele tem. - James abriu um sorriso insolente e voltou sua concentração no jogo. Sirius iria ganhar, mas ele permanecia quieto, como se fosse apresentar alguma solução de mestre de última hora.

- Você perdeu, Pontas! - alertou Sirius tamborilando os dedos sobre a mesa. - E antes que repita a pergunta, não tenho nada em mente para melhorarmos as férias. O Ranh...Digo, o Snape vai passar as férias com a família. Evans também. Os nossos dois focos de zoação estarão fora de Hogwarts e isso quer dizer que nada temos aqui a não ser um bando de professores que querem se ver livres dos alunos o mais cedo possível.

James dera um suspiro e apoiou uma das mãos no rosto. Pela primeira vez, não queria voltar para casa. Queria ficar em Hogwarts e gostaria que sua estadia encontrasse algum tipo de divertimento que o fizesse sobreviver até Janeiro.

- Podemos acampar, o que acham? - sugeriu Peter com sua voz anasalada.

James e Sirius se entreolharam entre risos.

- Rabicho, não quero ter o prazer de dividir a barraca com você, com Almofadinhas ou com Aluado. Eu prefiro armar minha barraca sozinho com a ajuda de alguma mulher interessante - disse James cheio de si.

Os quatro caíram na gargalhada que logo se cessou com a chegada de uma jovem de longos cabelos avermelhados. Ela caminhava com passadas firmes na direção da mesa da Lufa Lufa e isso logo atraiu a atenção de James. Ele conhecia muito bem aquele andar e aquela expressão fechada de Lily Evans. E isso era o que mais o atraía para tirá-la do sério uma vez por dia.

- Pontas, não...

Sirius tentou segurá-lo, mas foi em vão. Quando se dera conta, James estava de frente para Lily, impedindo-a de continuar seu trajeto.

- Onde vai, Evans? - perguntou James, dando uma piscadela. - Pensei que estivesse arrumando as malas.

- Para sua informação, elas já estão prontas - respondeu Lily, ríspida. - E, para sua outra informação, estou contando as horas para ir embora e não ter que olhar para essa sua cara.

James boquiabriu-se expressando falso choque ao ouvir o que ela acabara de dizer.

- Evans, sabia que você me mata desse jeito?

- Você não viu o que posso fazer com a minha varinha. Posso te destruir - disse Lily sorrindo maldosamente.

- Eu também posso te destruir com a minha varinha. Com as duas, se você quiser – respondeu ele de maneira monótona.

Lily sentiu suas bochechas pegarem fogo. Sua expressão ficou fechada no mesmo instante. Sentiu uma vontade súbita de dar um tapa na cara de James, mas não o fez. Não diminuiria sua dignidade por causa dele. Nunca tinha feito isso e não seria agora que isso aconteceria.

- Você mal sabe usar a varinha que está no seu bolso, Potter. Duvido muito que você consiga usar a de baixo.

James realmente ficou desconcertado. A resposta não era típica da Lily que conhecia. Abriu a boca algumas vezes para responder, mas calou-se. A encarou emburrado devido a expressão vitoriosa estampada no rosto dela.

- Agora preciso falar com Amos, com licença.

- Amos Diggory? O que você e Amos andam fazendo juntos? - perguntou James, interessado. Na verdade sentia-se enciumado, mas era ótimo em esconder esse sentimento. Lily era durona e ele não podia agir feito um beberrão.

- Potter, você não tem mais o que fazer? - Lily cruzou os braços, aborrecida. - Black está te olhando, te querendo de volta. Por favor, volte a companhia do seu amigo marginal antes que tire pontos da Grifinória.

- Como? Vai tirar pontos da Grifinória só porque estou te fazendo uma pergunta? - James aproximou-se mais dela, fazendo-a recuar. - Você sabe o quanto foi difícil colocar a nossa casa no topo depois de ter quase perdido os dentes no último jogo de Quadribol?

Lily dera dois tapinhas no ombro de James com um sorriso presunçoso nos lábios.

- Fez mais do que sua obrigação, Potter - ela se desviou da companhia do garoto e lhe lançou uma olhada de canto. - Agora preciso resolver minhas coisas. Volte a sua inexistência, Potter.

James a viu caminhar até a mesa da Lufa Lufa onde se encontrava Amos Diggory. Parado no meio do corredor, lembrou-se do quanto detestava o lufano só em encará-lo. Ele era brilhante, tinha que admitir, mas tê-lo como concorrente primordial na missão Lily Evans fazia-o perder as estribeiras, só de pensar que poderia vencer. Quando se tratava de Lily, James não gostava de imaginar concorrentes, pois acreditava que ela seria sua namorada por direito. Ele a viu primeiro, então isso contava mais do que ser amigo dela.

Pelo menos, era isso que ele acreditava.

- Perdido?

O grifinório girou nos calcanhares e ficou aliviado ao ver Marlene McKinnon diante de seus olhos. Ela estava deslumbrante como sempre, mas nada podia fazer. Sirius gostava dela e, por mais que Marlene não admitisse, James tinha certeza que ela sentia o mesmo.

- Sim, muito! Sua amiga só acaba com a minha raça.

Marlene deixou ecoar uma gargalhada que chamou a atenção de Sirius. Não precisou de muito esforço para ele ficar aborrecido com a suposta conversa que James e ela poderiam estar tendo.

- O que ela fez dessa vez? - perguntou Lene, interessada. - Vai me dizer que você a convidou para sair e não deu certo mais uma vez?

- Essa foi a ideia de anos atrás. Agora estou à procura de uma nova abordagem.

- Jay, irritá-la não é uma nova abordagem.

- Eu sei...- James lançou um olhar pesaroso na direção de Lily. Ela estava animada conversando com Amos. Só Merlin sabia como ele queria estar no lugar dele. - ...Fazer jejum sexual não anda funcionando muito.

- Isso também não é uma garantia.

- Lene, eu estou desesperado aqui. Seja mais cooperativa - pediu James revirando os olhos. - O que eu faço para ganhar aquela garota?

Marlene dera uma olhada para trás e viu Lily entretida com Amos. Dera um suspiro e voltou sua atenção para James.

- Você precisa mudar, Jay. Estamos no nosso último ano e estamos em um período de guerra. Se você quer Lily Evans como namorada está na hora de assumir um lado mais maduro. Espelhe-se em Amos ou no Remus, sei lá.

- Você está colocando Amos e Remus como exemplo?

- Olhe a sua volta, James. Amos e Remus são os melhores amigos dela desde que Snape fez a porcaria de ofendê-la no quinto ano. Você pode tentar ser amigo dela, algo que acredito que não durará muito tempo, pois vocês possuem uma tensão sexual muito forte.

- Sabe que eu também acho. - James levou o dedo indicador ao queixo, falsamente pensativo. - Contei a Evans que minha varinha funciona e ela ficou muito vermelha.

- Você o quê? - Marlene dera um tapa no ombro de James. - Você bebeu?

- Ninguém mandou ela citar varinhas. Só aproveitei a oportunidade.

Marlene e James riram baixo ainda sob a supervisão de Sirius. Remus e Peter tentavam distinguir algo daquela conversa, mas preferiram ignorar. Os três não conseguiam entender como James e Marlene se tornaram amigos de maneira tão rápida. Alice, Emmeline e Dorcas, as três garotas que completavam o grupo das grifinórias mais conhecidas de Hogwarts, não suportavam a presença deles. Era só citar o nome de algum dos marotos que elas faziam exclamações horrendas com direito a risinhos debochados por detrás dos livros de capa dura. Sirius não admitia, mas se remoía para saber qual era o motivo deles se falarem com tanta frequência. Tudo bem que ele imaginava que James queria ganhar créditos com Lily, mas isso ainda não justificava a presteza com que Marlene agia toda vez que estava andando com ele pelos corredores da escola.

- Sirius parece aborrecido - disse James indicando o amigo com a cabeça. - Deve estar com ciúmes de me ver falando com a beldade dele.

Marlene parou de rir no mesmo instante. Fechou a cara e seus olhos se contraíram no formato de duas fendas, prontas para matar.

- Não sou beldade dele, Potter.

James riu meneando a cabeça negativamente.

- É só pegar um tico pesado e você fica de mau humor.

- Já disse: para que nossa amizade funcione, nada de Sirius Black.

- Tudo bem, foi o combinado, mas não posso negar. Há uma tensão sexual entre vocês dois.

Marlene não sabia se socava James ou simplesmente ia embora. Ela sabia que ele era insolente, mas para sua sorte não costumava ficar embaraçada com facilidade. Isso era tarefa para sua melhor amiga Lily.

- Vamos todos matar essa tensão sexual antes de nos formar – disse Marlene dando de ombros.

- Até parece que, falando assim, você ficaria com Sirius – duvidou James com um sorriso de canto.

- Claro que não! Não quero ser mais uma na listinha dele e ser cotada como...

Ela silenciou. As garotas que se aventuravam com Sirius geralmente ficavam com uma péssima reputação, mas elas pareciam gostar disso. Depois de uma ficada, não conseguiam largar do pé dele e Marlene não conseguia entender o motivo.

- Eu sei onde você quer chegar - compreendeu James, rapidamente. - Mas não se preocupe, tenho certeza que com você seria diferente.

- Da mesma maneira que trataria Lily?

- Sem sombra de dúvidas!

Marlene dera um sorriso e se entregou aos seus pensamentos por breves minutos. Dera uma olhada ao redor e fitou a grande árvore de Natal que se encontrava no meio do Salão Principal. Estava apinhada de enfeites, do jeito que o professor Flitwick gostava. Depois, direcionou sua atenção a Lily que parecia feliz com a conversa que estava tendo com Amos. Ainda deixando sua mente guiá-la, virou-se rapidamente e fitou Sirius, Remus e Peter. Eles ainda olhavam para ela na companhia de James com um grande ponto de interrogação na testa. Aquela cena, para ela, foi como se o papai noel estivesse na frente dela carregando o presente dos seus sonhos.

- Tenho uma ideia!

James se aprumou para próximo dela, interessado.

- Que ideia? Compartilhe!

- É arriscado, mas acho que pode ajudar.

- Desabafe, meu amor - pediu James, impaciente.

- Podemos fazer uma brincadeira - começou Marlene, juntando as mãos ansiosa. - Sabe como é...Natal, as pessoas tendem a ser mais caridosas umas com as outras.

- Diga isso a Lily Evans, por favor.

- Calado! Não interrompa o único momento que consigo ser inteligente.

James riu e aguardou com a audição aguçada.

- Lily me contou que a família dela sempre faz um tal de amigo secreto no final do ano. A gente sorteia os nomes de quem participa e, quem você tirar, você compra um presente - explicou Marlene, empolgada.

- E você acha mesmo que Lily vai querer participar de uma confraternização com o inimigo?

Marlene dera um pulo. Começou a bater palmas freneticamente e James teve a impressão de que ela gritaria a qualquer instante.

- É isso, James! - Marlene lhe dera um beijo na bochecha, frenética. Parecia que ela foi ligada na tomada. - Faremos um inimigo secreto.

James se surpreendeu com a atitude mirabolante de Marlene. A ideia parecia interessante e poderia finalmente tirá-lo do tédio que estava sentindo com a proximidade das férias.

- Inimigo secreto...Soa interessante! Mas eu meio que preciso tirar a Lily nesse negócio.

- Não se preocupe, tomarei conta disso - Marlene dera uma piscadela. - Reúna sua trupe e convide cinco meninos. Somos em cinco garotas. Lily, Alice, Emmeline, Dorcas e eu.

- Isso não vai ser difícil. Eu só irei precisar do meu quinto integrante.

- Frank Longbottom, tolinho. Alice tem uma queda por ele.

- O quê? - James boquiabriu-se. - Você 'tá de brincadeira com a minha face.

- Não! Ela já me disse que sonha em tirar a roupa dele com os dentes.

James chacoalhou a cabeça para tirar aquela visão infernal de Alice arrancando a roupa de Frank da mente.

- Visão totalmente deselegante - afirmou James com cara de nojo. - Tudo bem, irei convidá-lo. Oremos para que ele compareça.

- Ele irá! - Marlene dera um outro saltinho com um grande sorriso estampado nos lábios. - Vou reunir as meninas. Nos encontramos na Sala Comunal da Grifinória daqui 15 minutos. Tudo bem?

- Estarei lá com a minha gangue daqui cinco minutos.

- Combinado!

James cruzou o caminho de Marlene e logo se reuniu aos garotos que ainda estavam no mesmo lugar. Assim que se sentou, viu a morena tirar Lily da presença de Amos, fazendo-a caminhar para fora do Salão Principal totalmente confusa.

- Seguinte, cambada. Lene e eu temos um plano para acabar com esse tédio todo.

- Lene? Since when? - questionou Sirius com uma sobrancelha alteada.

- Almofadinhas, não seja gay. Não agora! Ela é minha amiga e eu a chamo de Lene e ela me chama de Jay. Formalidades não existem entre nós.

- Você quer um murro no nariz ou no olho? - perguntou Sirius, ironicamente, com um sorriso falso nos lábios.

- Eu me amo e meu rosto é lindo. Nada de agressões, meu caro, ou você comerá sua ração do lado de fora de casa, no frio e sem carinho.

Remus e Peter caíram na risada fazendo Sirius fazer uma careta desgostosa.

- E não terá caminha para o pequeno cão - brincou Remus, apertando a bochecha de Sirius.

- Vou te mostrar o que é pequeno, já, Aluado! - disse Sirius, empurrando a mão de Remus para longe, aborrecido.

- 'Tá com ciúmes! - disse Peter entre risos.

- Não estou com ciúmes.

- Está sim! - disse James, com firmeza. - E, relaxe, eu gosto da Lily. Não sou traíra. Por um acaso sou da Sonserina?

- Não! - respondeu Sirius calmamente. - Ainda bem. Já me basta meu irmão.

- Ótimo! - concordou James com um sorriso. - Então...? Qual é o propósito mesmo do ataque de birra?

Sirius revirou os olhos descontente.

- O que diabos Marlene e você estão aprontando? - perguntou Sirius controlando a ironia.

- Você quer mesmo continuar agindo assim? - indagou James entre risos.

- Ai! Cala a boca, Pontas, e fale logo o que diabos você arrumou para nos entreter - pediu Sirius empurrando o tabuleiro de xadrez para longe.

- Teremos uma comemoração natalina para lá de diferente. - James abriu os braços como se estivesse apresentando uma atração de circo. - Participaremos de um inimigo secreto.

Sirius e Peter se entreolharam confusos. Remus enrugou o cenho, chamando a atenção de James.

- O que foi, Aluado?

- Inimigo secreto? Você está certo disso?

- Totalmente!

- Pontas, inimigo secreto é um inimigo secreto - frisou Remus. - Todo o tipo de presente é permitido.

- Desde calcinhas a shampoos para queda de cabelo? - perguntou Sirius, começando a ficar interessado.

- Exatamente! - respondeu Remus.

- Temos que chamar o Ranhoso então - disse Sirius, ficando empolgado e dando um soquinho na mesa.

- Vocês me tiram do sério - disse Remus meneando a cabeça negativamente. - Não sei o que vocês dois têm em mente.

- Não estamos desacatando a lei, Aluado. É uma brincadeira - explicou James tranquilamente. - Nós não nos suportamos. Teoricamente, as meninas não nos suportam. E elas, obviamente, nos odeiam com todo o ar de seus pulmões.

- Por isso, acho válida essa brincadeira. - Sirius estava gostando e muito da ideia e isso animou ainda mais James. - Estou pronto para comprar meu presente.

- Vocês não estão levando em conta uma coisa...- Remus ergueu o dedo indicador, como sempre fazia quando queria mostrar que tinha razão. - ...Será um sorteio entre nossos nomes e isso não quer dizer que nós quatro tiraremos as meninas.

- Podemos dar um jeito para que isso aconteça - disse Sirius, simplesmente. - Sou o gênio do boicote.

- Isso eu sei, Almofadinhas, mas eu não odeio as meninas - defendeu-se Remus. - O que eu daria de presente a uma delas?

- Calcinhas gigantes que nem coador de café - respondeu James, arrancando uma gargalhada de Sirius. - Acho que a professora Sprout deve ter muitas delas.

Remus não se aguentou e caiu na risada. Só James e Sirius para continuarem insolentes fora dos dias letivos.

- Tudo bem! Eu topo brincar disso, mas aviso que os danos podem ser permanentes - avisou Remus.

- Estou pronto para correr esse risco - disse Sirius dando de ombros.

- Eu também! Brincar ou não brincar não mudará o fato da Lily me odiar.

- As coisas podem mudar - disse Peter do nada.

- Você e suas palavras de inspiração, Rabicho. Fico tão emocionado que mal consigo chorar - disse James lhe dando palmadinhas no ombro. - Então, já que fechou, vamos para a Sala Comunal. Espero que a Marlene tenha convencido as meninas a brincarem.

- Agora é Marlene? - perguntou Sirius como não quer nada.

- Posso chamar de gatinha, se você permitir.

- E você será um homem que não acordará amanhã.

James passou os dedos pelos cabelos negros, bagunçando-os. Ao longe, ouviu-se suspiros de algumas alunas que passavam, fazendo-o acenar para elas sem o menor pingo de vergonha na cara.

- Vamos nessa! - exclamou James, empolgado.

Os marotos caminharam tranquilamente em direção a Sala Comunal da Grifinória. Os corredores agora estavam tranquilos já que boa parte dos alunos tinham ido para suas casas celebrar o Natal. Isso era bom, pois eles poderiam dominar cada espaço de Hogwarts com o auxílio do mapa sem correrem o risco de serem interrompidos.

Ao surgirem no local, encontraram uma Lily emburrada, uma Dorcas jogada no chão com as vestes desalinhadas, uma Emmeline aparentemente confusa e uma Alice fora da sua órbita. Marlene estava em pé, de braços cruzados, aparentemente emburrada.

- Isso só pode ter sido ideia dessa mula.

Lily disparou na direção de James sem pensar duas vezes. Quando ela fez menção de levantar a mão, ele a segurou fazendo-a voltar a si com um tranco.

- Você nem é doida de fazer isso, Evans - disse James, segurando seu pulso com gentileza.

- Não duvide de uma doida, Potter.

- Vocês me dão sono - disse Sirius dando um falso bocejo. - Por que não dizem logo que se amam e acabem logo com isso?

James soltou o pulso de Lily. Ela alinhou o uniforme de Hogwarts e voltou a ocupar a poltrona que estava antes deles chegarem.

- Tentei convencê-la, mas Lily não quer - avisou Marlene.

- Evans, deixa de ser medrosa. O que você tem medo de ganhar? Um zero em uma prova?

Lily umedeceu os lábios com a língua e respirou fundo. Não queria perder a cabeça por causa de James Potter. Não hoje e em nenhum outro dia.

- Isso é estupidez! Brincar de inimigo secreto é ridículo.

- Desculpe, mas a ridícula aqui é você, minha cara Evans - disse Sirius dando um sorriso presunçoso. - Você precisa se divertir.

- Eu me divirto o bastante, obrigada.

- Conversar com Amos Diggory não é uma diversão - questionou James olhando para os amigos. - Alguém da Lufa Lufa é legal?

Os três menearam a cabeça negativamente.

- Remus, eu preciso do seu apoio. - Lily voltou a ficar de pé. - Diga que isso é uma estupidez.

Remus lançou um olhar de pesar na direção de Lily. Aquilo não poderia estar acontecendo.

- Remus está do nosso lado - disse James em um tom vitorioso. - É só ela que está dando trabalho, Lene?

Lily e Sirius ergueram os olhos na direção de Marlene no mesmo instante. Lene?, pensou Lily estupefata. Como assim?

- Sim, só ela. As demais concordaram - respondeu Marlene de prontidão.

- Lily precisa ter a cabeça arremessada na parede. Ela não tem culpa de ser a virgem da turma - lançou Dorcas fitando as unhas. Ela era a garota do grupo que tinha a personalidade forte e que sempre saia nos tapas com qualquer pessoa de Hogwarts. E, além do mais, sempre falava o que surgia em sua mente, sem arrependimentos.

- Dorcas Meadowes, calada - pediu Lily contendo os nervos. Ficou ainda mais embaraçada ao ver James e Sirius rindo com a declaração dela.

- Virgindades a parte, Evans você precisa participar - disse James ajeitando a postura. - Vai ser divertido!

- Vamos, Lily! Nós teremos regras para os presentes não afetarem a segurança à vida. - disse Marlene, ganhando um olhar confuso da amiga.

- É sua chance de encher a cara em um bar ou algo do tipo - disse Dorcas, calmamente. - Liberte-se, mulher!

Emmeline e Alice lançaram olhares esperançosos a amiga. Lily conhecia as duas e sabia que ambas só queriam brincar para aloprarem. Nada mais.

- Tudo bem! Eu participo! - disse Lily, rapidamente. - Façam o sorteio logo antes que eu me arrependa.

- Já está tudo pronto!

Marlene ergueu um pequeno saco de camurça vermelho sacudindo-o para que todos os presentes na Sala Comunal pudessem ver.

- Podemos fazer uma confraternização no dia da entrega dos presentes, o que acham? Poderia ser na minha casa - disse Remus com um tom de voz dócil.

- Se alguém sobreviver a isso, podemos pensar no caso - disse Alice dando um sorriso.

- Reze para que Lily não tire James e vice-versa - disse Peter passando a mão na barriga.

- Já pensando em comida, Pettigrew? - indagou Dorcas, rindo.

- Estou com azia.

- Hum...e os hipogrifos não possuem asas - disse Dorcas, ironicamente, voltando a dar atenção para suas unhas.

- Cadê o Frank? - perguntou Marlene, sentindo falta do garoto.

- Não o encontramos, mas entregaremos o pergaminho a ele - disse James, solícito, sem mencionar de que nem se dera ao trabalho de procurá-lo.

- Nem pensar! - exclamou Lily na mesma hora. - Eu entregarei. Se Frank por algum motivo me tirar, você vai trocar.

- Como você é metida, Evans. Depois eu que sou cheio de si.

James ajeitou a ponte dos óculos enquanto fitava Lily. Estava contendo uma gargalhada com tremendo esforço.

- Ok! Lily entregará o pergaminho a Frank. - Marlene começou a sacudir o saco de camurça. - Vamos começar então. Lily?

Lily já pressentia que seria a primeira a tirar o pergaminho de dentro da "cartola". Tentou conter a frustração de estar ali, mas estava evidente em cada músculo de seu corpo.

- Seja boazinha! - pediu Lene, sorrindo.

A ruiva colocou a mão dentro do saco e pegou o primeiro pergaminho. Hesitou para abri-lo, pois James já a observava interessado, esperando que ela encarasse a pessoa que ela havia tirado. A tática era certa, mas Lily era mais esperta que isso.

- Emme?

A loira colocou a mão com as unhas bem feitas dentro do saco. Sentiu os olhos de Remus caírem sobre ela, mas ignorou, jogando os cabelos longos para longe dos ombros.

- Ai! Não tô acreditando! - exclamou a loira fazendo com que Lene desse um sobressalto. - Não tem como trocar?

- Não, Emme. Sinto muito!

Emme rasgou o pergaminho e tacou fogo com um aceno de varinha. James e Sirius estavam se divertindo com a cena.

- Alice?

A morena pegou seu pergaminho e o abriu.

- YAY! Agora vi vantagem!

Os garotos se entreolharam. James sentiu um comichão dentro do estômago. Queria que sua vez chegasse logo.

- Dorcas?

A contragosto, a jovem pegou seu pergaminho e demorou para abri-lo. Esticou a mão e acenou para que Marlene continuasse a fazer o sorteio.

- Sua vez, Jay!

Sirius fitou a morena chocado com a cara de pau dela em chamar James daquela forma. Queria muito tirá-la no inimigo secreto só para ter o gosto de ver aquele sorriso sumir.

- Vamos lá, galera! - James roçou uma mão sobre a outra, empolgado, e tirou seu pergaminho e o abriu. - Sério?

Marlene o encarou e viu o desânimo tomar conta da sua face.

- Não tem mesmo como trocar?

- Sem chance, Jay. - Marlene caminhou mais alguns passos até ficar próxima de Sirius e manteve uma distância segura. - Black?

- Por que para ele é Jay e eu sou Black? Pode me chamar de Sis.

Lene gargalhou gostosamente.

- Sis? Sério? - Lene mal conteve os pulmões. A risada começou a fazê-la sentir falta de ar. - Sis é abreviação de sister e eu chamo minhas amigas assim, pois elas são como minhas irmãs.

- Na sua face, Sirius Black - disse Alice, entre risos.

- Ok, acho que mereci essa. - Sirius revirou os olhos e colocou a mão dentro do saco. Tirou seu pergaminho e deu um largo sorriso. - Essa brincadeira vai ser a melhor da minha vida.

Marlene afastou-se de Sirius o mais rápido que pode e partiu na direção de Remus. O jovem pegou seu pergaminho sem jeito e enrugou a testa ao ver o nome que estava no pergaminho.

- Ih! Vai ser difícil fazer um presente - comentou Remus colocando o pedaço de pergaminho nas vestes.

- Peter?

O menino atarracado pegou seu pergaminho e, como sempre, o deixou cair no chão. Tentou ser rápido, mas Sirius foi mais ágil.

- Se você abrir irá anular a brincadeira, Black - avisou Marlene, aborrecida.

- Calminha, Lene! - Sirius entregou o pergaminho a Peter. - Não quero boicotar a sua ideia brilhante e do Jay.

James abafou um riso e ajeitou-se no braço da poltrona da qual Dorcas ocupava. Logo ficou em pé ao sentir o cutucão da jovem, nada gentil, nas suas costelas.

- Deselegante! - exclamou James.

- Bem, agora é minha vez. O que sobrar é do Frank. - Marlene sacudiu o saco pela última vez e pegou seu pergaminho. - YAY! Agora vai ser divertido!

Alice sorriu para a amiga ao vê-la exclamar a mesma palavra que havia dito segundos antes.

- Lilynda, esse aqui é do Frank. - Marlene entregou o pergaminho para Lily.

- Infelizmente assustarei o pobre coitado com mais uma ideia brilhante by James Potter.

- E Marlene McKinnon – completou Sirius com a testa enrugada.

- Era de se imaginar. - Lily revirou os olhos e deu uma boa olhada no local. - É só isso?

- Sim! - respondeu Marlene, rapidamente.

- Precisamos decidir que dia entregaremos os presentes - disse Remus, recebendo o apoio dos colegas.

- Bem...Hoje é dia 03 de dezembro. - Marlene silenciou matutando consigo mesma. - Vocês pretendem passar o feriado em Hogwarts?

- Precisaremos sair para comprar os presentes - disse Lily, imediatamente. - A professora McGonagall não ficará nada feliz em saber que queremos sair para comprar presentes aos nossos "inimigos". - Lily ergueu as duas mãos, desenhando aspas no ar. - E eu tenho que avisar em casa que ficarei aqui. Petúnia ficará enfurecida comigo.

- Você sempre com suas crises, Evans - disse James, revirando os olhos. - Bom...Se cada um vai para sua casa, o que faremos?

- Podemos ficar! - disse Remus, calmamente. - Mas a professora McGonagall não precisa saber que compraremos presentes aos nossos "inimigos" - ele imitou o gesto de Lily fazendo-a sorrir. - Podemos pedir via coruja.

- E há o último passeio à Hogsmeade, não se esqueçam. É nesse sábado - lembrou Emmeline, empolgada. - Podemos aproveitar esse dia para comprarmos alguma coisa.

- E entregarmos uma semana antes do Natal - completou Alice, empolgada.

- Ou na véspera de Natal. Acho mais trágico - disse Sirius, pensativo.

- Não quero que minha véspera de Natal seja estragada com algum tipo de presente bizarro que irei ganhar - disse Lily, inconformada.

- Evans, o objetivo é se divertir. É nosso último ano nessa escola. Pense nisso!

Lily e James se fitaram e causaram o silêncio da sala. Ela tinha que concordar com ele, pela primeira vez, e resolveu fazer o possível para se divertir. Mesmo que custasse a testar sua tolerância com relação a James Potter.

- Tudo bem! Podemos seguir em frente.

- E a confraternização na casa do Remus? - perguntou Peter, desolado.

As meninas riram e os amigos de Peter menearam a cabeça negativamente. Isso foi a brecha para que Alice e Emmeline se dispersassem e Dorcas voltasse ao seu mundinho.

- Bom, preciso fazer minhas rondas - disse Lily ajeitando as vestes. - Bem...Acho que nos vemos por aí.

- Eu vou dar uma saída por aí também. Estou com fome. Irei filar alguma coisa da cozinha e já volto. Quer alguma coisa, Peter? - perguntou Sirius já sabendo a resposta.

- Se tiver bolo de chocolate, eu aceito - respondeu Peter, dando um largo sorriso na direção de Sirius.

- Perfeito! - exclamou Sirius. - Como diz a desagradável da Evans, acho que nos vemos por aí.

Sirius cruzou o retrato da Mulher Gorda e partiu no encalço de Lily Evans. Praguejou baixo, pois a garota parecia ter aparatado naquele imenso corredor, pois havia sumido muito rápido. Aliviado, ficou feliz ao contornar a escadaria e encontrá-la ajudando alguns primeiranistas a voltarem para suas salas comunais.

- Evans!

Lily ergueu a cabeça e mudou sua expressão dócil para uma mais enojada.

- O quê?

- Precisamos ter uma conversinha.

Lily esperou Sirius descer as escadas de braços cruzados.

- Que tipo de conversinha? - perguntou ela, confusa.

- Vamos dar uma volta! Acho que temos algumas coisas em comum - disse Sirius, passando um braço pelo dela, arrastando-a corredor a fora.


N/A: Estou postando essa fanfic por extrema pressão. Faz tempo que não escrevia nada de comédia dos Marotos e resolvi me inspirar nas festas de final de ano. Espero que gostem.

Bjos.