Última Chance
Nota da autora: Mais uma fanfiction MinakoKunzite. =D
Mas dessa vez é um acontecimento referente ao começo de Tóquio de Cristal.
Capítulo 1
Era praticamente uma visão divina. No meio daquela imensidão vazia estava ela. Continuava da mesma forma que lembrava, era um anjo loiro. E o simples fato de defini-la como um anjo o fazia se sentir inferior. Era uma pancada no estomago pensar que ela era imaculada, em sua fidelidade à princesa, e ele marcado pela traição.
Ele nunca havia dito a ela como se sentia quando a via se aproximar. Era como se o sol nascesse exclusivamente para ele. Ela era um raio de sol que iluminava a vida dele, regando tudo com alegria e amor. Mas, por mais que ele ficasse feliz em vê-la ali, não entendia o motivo para isso e, talvez por isso, não conseguia agir de outra forma a não ser agressiva.
"O que você faz aqui?" – era a única coisa conseguia pensar.
"Vim te buscar." – a resposta foi simples.
"Me buscar?" – a surpresa era genuína – "É algum tipo de brincadeira?"
"Eu pareço estar brincando?" – ela perguntou seriamente – "Acredita que eu viria aqui apenas para... brincar com você?"
"Me buscar..?" – ele repetiu baixo sem conseguir assimilar o verdadeiro significado daquelas palavras.
"É tão difícil sair daqui?" – ela abriu os braços sinalizando o lugar onde estavam.
Depois de um breve momento de silêncio, ele voltou a falar.
"Aqui é meu lugar de expiação, Venus..." – a resposta dele era sombria, sem mascarar o sentido real daquelas palavras.
"Minako..." - ela falou depois de um tempo. – "Meu nome agora é Minako."
"Você não deveria me falar isso..." – Kunzite murmurou sem consegui encará-la.
"Por que não?" – Kunzite podia afirmar com certeza que ela estava sorrindo apenas em ouvir o tom de voz dela.
"Porque nós somos..." – ele não conseguia achar uma palavra para falar, não enquanto ela sorrisse daquela forma.
"Seja lá o que for dizer, em minha defesa só posso afirmar que eu vim aqui para te buscar." – ela disse olhando-o detalhadamente.
"Não vou a lugar algum." – ele falou um pouco depois.
O sorriso do rosto dela se desfez.
O sol se apagou.
Kunzite se sentiu abandonado na escuridão de novo e por um instante desejou não ter dito aquilo para ela ou falar qualquer coisa que fizesse aquele sorriso voltar.
"Por que não?" – ela parecia ter dificuldade em aceitar a decisão dele.
"Não é obvio?" – ele perguntou com sarcasmo – "Eu fui indigno com meu soberano. Trai meu reino. Enganei... meu amor. Não fui leal ao meu coração. É aqui que devo permanecer, pagando pelos meus pecados. Vivendo em um lugar vazio sem um corpo físico, entre o plano dos vivos e o plano dos mortos. Me lembrando de cada traição, cada ato vil contra aqueles que confiaram em mim, relembrando de minha fraqueza e da forma como ajudei a um reino ruir. Não me olhe com essa expressão assustada, Venus, foi o seu reino que eu ajudei a destruir! Foi você a quem eu enganei!"
Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Ela imaginava que Kunzite se sentisse culpado pelo ocorrido em Silver Millennium, mas ao ouvi-lo expor em palavras aquela culpa a fez sentir uma agonia inexplicável. Mesmo sabendo que tudo o que ele falava era real, a única coisa que queria era... abraçá-lo e sussurrar que agora estava tudo bem.
"Não faça isso...' – a voz dele chegou agressiva aos ouvidos dela.
Quase que por reflexo, ela levantou o olhar até ele, surpreendida como se tivesse feito algo errado, mesmo não tendo idéia do que podia ser.
"O... o que?" – ela realmente estava confusa.
"Vá embora, Venus..."- ele sussurrou cansado – "Vá antes que..."
"Antes que o que?" – ela murmurou a pergunta, se aproximando dele com cuidado. – "Eu não posso sair daqui sem você..."
"Por que está fazendo isso?" – ele perguntou agressivo.
"Estou aqui para passar uma mensagem..." – ela suspirou cansada – "Seu príncipe exige sua presença."
"C-como?" – ele abriu os olhos em surpresa – "E-ele..."
Venus respirou fundo como se criasse coragem para continuar:
"Seu príncipe exige sua presença." – ela repetiu monotonamente –"Apesar que agora ele é Rei..."
"Rei?" – ele continuava com o mesmo tom de surpresa.
"Kunzite..." – ela suspirou fracamente, continuando a falar em um tom neutro – " Endymion casou-se com Serenity, os dois foram coroados como Neo King e Neo Queen... São os soberanos da Terra... Depois de quase 2 mil anos de provações, os dois estão juntos e felizes ... Ou quase felizes. Ele quer os generais próximo a ele, assim como nós, as senshis, estamos como Serenity."
"Eu não posso ir!" – era possível sentir um leve desespero na voz dele – "Foi uma traição terrível..."
"Você está recebendo o perdão pela suas faltas" – ela argumentou suavemente.
"Eu não mereço..." – a resposta dele era fraca.
"Não é você quem decide isso!" – Venus suspirou quase exasperada.
"Eu te machuquei mais do que eu pensei ser capaz" – Kunzite falou em um tom sombrio enquanto encarava a mulher a sua frente com seriedade.
"Sim..." – a expressão dela endureceu, não era mais um rosto suave – "Doeu intensamente e continua a doer... Pelo menos eu sei, agora, qual o meu limite..." – a última frase foi acompanhada por um sorriso fraco.
"Por que você veio até aqui?" – a agonia que ele sentia estava estampada nos olhos dele. Venus conseguia absorver o sentimento em uma intensidade incrível. – "Qualquer outra pessoas poderia ter vindo... Por que você?"
Por um instante, Venus olhou para o horizonte, atrás de Kunzite. Aquele lugar era amplo e vazio, não tinha vida alguma. Começou a falar, ainda sem olhá-lo:
"Inicialmente, eu quis me convencer que era por segurança..." – murmurou sem muita ênfase – "Mas sou uma péssima mentirosa... Não minto bem nem mesmo para mim."
O olhar dela parou de vagar pelo lugar e se fixou sobre ele.
"Eu precisava te ver..." – ela falou enquanto andava em direção a ele – "Te convencer a vim comigo..."
Ela parou a alguns passos de distância dele, sem conseguir decidir o que fazer.
"É algum tipo de tortura, Venus?" – ele perguntou baixo, não precisava falar mais alto do que aquilo – "Para mim e para você?"
Os olhos dela se abriram em surpresa e, quase automaticamente, avançou mais dois passos.
"Essa é a sua chance..." – ela falou suavemente, apesar de sua expressão não ter nada de suave. – "Sua chance de se redimir. Endymion está te dando uma segunda oportunidade, Kunzite..."
Kunzite observou o rosto dela com cuidado. Apesar de toda a fragilidade que ela apresentava, ele sabia o quanto ela podia ser letal, principalmente para ele.
Ele ousou a se aproximar dela com passos incertos e sem qualquer aviso segurou o rosto dela entre as mãos. Mesmo diante do olhar surpreso dela, ele aproximou os rostos sendo possível sentir a respiração insegura dela contra os próprios lábios.
"Por que, Venus?" – ele sussurrou em um tom difícil de interpretar.
"E-eu... já disse" – ela gaguejou, definitivamente aquela proximidade estava a deixando desnorteada.
"Eu sou um monstro..." – ele falou simplesmente trazendo o rosto dela um pouco mais próximo – "Um monstro que a qualquer momento vai te ferir..."
Os olhos dela se arregalaram mais para em instantes depois, assumirem uma expressão miserável. E era exatamente este o estado de espírito dela naquele momento. Ela apenas fechou os olhos e deixou os ombros caírem. Kunzite sentiu que a tinha frustado e, apesar de não querer aceitar que ainda podia fazê-lo, a tinha magoado.
Ao perceber que aquilo ainda era possível, Kunzite soltou o rosto dela com rapidez e se afastou como se ela fosse repugnante demais para se estar perto. Ele estava horrorizado com o que ele ainda podia fazer a ela. Mesmo quando tentava a repelir para protegê-la dele mesmo, a magoava. Estava tão entretido em seus pensamentos que não chegou a notar que Venus o encarava.
"Não me faça implorar..." a voz dela era um fio.
Kunzite apenas a olhou. Não sabia o que fazer. Não sabia o que falar.
"Apenas venha comigo..." – a voz dela era cada vez mais fraca – "Se for da sua vontade, não precisa se quer falar comigo. Nós não precisamos nem nos vermos no Palácio... Eu não vou... estar no seu caminho. Apenas venha... Endymion te espera."
Kunzite sentiu seu estomago embrulhar. Ela agia como se ela fosse o problema e não ele. O tom de voz que ela usou era de partir o coração, assim como a expressão magoada dela. Ele abriu a boca tentando falar algo, mas a boca ficou aberta sem som algum. Venus ainda mantinha o olhar fixo nele com a mesma expressão.
"Não precisa dizer nada... Só venha comigo." – Ela falou depois de algum tempo de silêncio e se virou meio de lado indicando o caminho.
Kunzite acenou com a cabeça em uma confirmação muda e a seguiu.
To be continue...
Huahuahuhauhauhauahahauhauhauha
*autora lesada que gosta de drama oO*
