Como Irritar a Ordem da Fénix

Sinopse:

A família Malfoy alia-se à fação dos heróis. Como tal, Draco está agora sob a proteção da Ordem da Fénix. Aborrecido, o jovem herdeiro decide encontrar novos meios de se entreter e talvez enlouquecer algumas pessoas no processo.

Nota da Autora:

A minha amiga Clara decidiu sair da reforma e betar esta paródia.

As personagens desta história pertencem a J. K. Rowling.

Decidi escrever este fanfic quando vi o vídeo "40 ways to tick off the Order" no canal do youtube de darkraven133. Espero que não me acusem de plágio. XD

Algumas ideias vieram do vídeo outras dos comentários. Espero que gostem e que se divirtam a ler tanto como eu a escrever.

Sirius está vivo e Lucius nunca foi preso.


Prólogo

Draco preparava-se para regressar a casa quando foi chamado à direção. Ignorando a sensação de desassossego que embargava o seu coração, o loiro guardou a varinha, alisou as rugas inexistentes da sua túnica e saiu do quarto no dormitório masculino da casa das serpentes.

O adolescente atravessou os corredores desertos e silenciosos do castelo. Todos os habitantes de Hogwarts encontravam-se a fazer o jantar ou a fazer as malas, como deveria estar a fazer o jovem Slytherin. O comboio partia de manhã cedo e ele não estava nem perto de acabar de fazer os preparativos para a partida.

Acaso tinham alguma ideia de quão difícil era arrumar espaço no seu "diminuto" baú para que pudesse albergar todos os seus produtos de higiene e cuidados para a pele e cabelo? Para não falar das suas elegantes e caríssimas vestimentas, que de forma alguma poderiam chegar a casa enrugadas. A sua mãe teria um ataque fulminante se encontrasse uma ruguinha ou sequer uma pequenina mancha nas suas roupas, quando ordenasse a um dos elfos para desfazer as malas.

Draco suspirou e pensou que não era preciso tanto problema, uma vez que muito provavelmente a sua querida mãe iria passar as férias de verão a comprar-lhe um novo guarda-roupa, pois como esta não se cansava de afirmar, que ele estava em plena fase de crescimento e que as suas roupas deixavam de lhe servir rapidamente.

Entre pensamentos, o jovem chegou à base da estátua que guardava as escadas para entrada do escritório de Albus Dumbledore. Espevitou a mente, abanando a cabeça com decisão e disse a senha. Deixou-se levar pelas escadas que se moviam sozinhas tentando adiar o momento o mais possível. Fosse qual fosse o motivo pelo qual fora chamado não podia ser coisa boa, afinal todas as vezes anteriores envolveram castigos, suspensões e ameaças de expulsão. Tudo bem… assumia que não havia sido exatamente um estudante modelo, na verdade dera mais problemas do que podia realmente contar, mas ser chamado no último dia do ano letivo era demasiado, até mesmo para ele.

Que se recordasse não tinha feito nada que valesse a pena ser chamado à atenção. Hmm… a menos que tivessem descoberto sobre a arena de duelos ilegal que montara nas masmorras. Nah, não tinha como terem descoberto, visto que todos haviam estado mais ocupados a procurar pela desaparecida professora Umbridge. Que Merlin a abençoe e zele pela sua alma imortal! Bom, não haviam certezas da sua morte, mas o slytherin gostava de ser otimista.

Quando menos se deu conta, as escadas ficaram estáticas e a porta que dava para o escritório surgiu à sua frente. Relutantemente, Draco bateu à porta e esperou permissão para entrar.

A porta abriu-se revelando o conhecido e familiar rosto da sua mãe.

― Mãe! Não sabia que também estavas aqui. ― A surpresa tomou conta do seu rosto, mas rapidamente recuperou a compostura. Acima de tudo era um Malfoy e não devia deixar transparecer as suas emoções.

― Passa, Draco ― respondeu a mulher com um pequeno e discreto sorriso que desapareceu no instante em que dera a volta para encarar o diretor e companhia. ― Senta-te devemos falar de algo importante.

O adolescente fez como ordenado e tomou assento em frente do escritório e ao lado do patriarca da família Malfoy.

― Jovem Draco! ― exclamou o velho diretor.

Este ergueu a cabeça rapidamente e começou a passar mentalmente as suas possíveis desculpas para o quer que fosse de que o acusavam e os respetivos álibis. Fazendo uma lista mental de todas as suas atividades de caráter duvidoso dos passados… três meses ou seria melhor regressar mais atrás e considerar seis meses?

Manteve a mente clara e subiu as suas defesas mentais por vias das dúvidas, não fosse o homem tentar ler-lhe a mente.

― Os seus pais acudiram a mim para pedir ajuda neste tempos escuros. ― O jovem ergueu uma fina sobrancelha em descrença.

Pedir? Os Malfoy nunca pedem nada e nunca admitem um erro mesmo que o tenham cometido. A menos que isto seja coisa da sua mãe. Amava a sua mãe, mas tinha de admitir que a mulher, como boa Black, dava um medo do carago e era exatamente por essa razão que esta tinha o seu pai a comer-lhe na palma da mão. Era segredo de estado, mas quem usava as calças naquele matrimónio não era exatamente o Lord, mas a terrorífica Lady Malfoy.

― A tua mãe fez-me dar conta que com o ressurgimento de tu-sabes-quem, não vai demorar muito até que este comece a reunir os seus seguidores e de forma alguma pretendo pôr a nossa família em perigo.

Tradução… "Senão colocares o nosso filho a salvo e longe das garras asquerosas daquele maníaco egocêntrico despede-te da tua ferramenta e dá as boas-vindas a uma vida de celibato!"

Sim, essas foram as palavras exatas e nada malfoyescas de Lady Malfoy.

― Como tal, decidimos que o seu pai atuará como espião, uma vez que Tom se apossou de Malfoy Manor.

O menor encarou fixamente o seu progenitor para de seguida ignorá-lo. Draco não podia crer que o seu pai deixara aquela coisa entrar na sua casa, pisar o seu solo, comer nos seus pratos, dormir sobre as suas camas. Ok! Era um facto, quando regressasse a casa iria queimar tudo o que este tocara. Muito certamente algum dos elfos saberia dizer-lhe exatamente do que seria necessário desfazer-se, caso contrário queimaria todo o conteúdo das áreas comuns da mansão e compraria coisas novas. A mansão podia perfeitamente passar por uma redecoração. Até que era uma boa ideia e de passagem desfazia-se de alguns quadros chatos do seus antepassados que não deixavam de criticar tudo o que fazia e como não era digno do nome que carregava.

― E nisto tudo onde é que eu encaixo? ― perguntou cruzando os braços e fulminando o seu pai com o olhar.

― O diretor aceitou de bom grado oferecer-te refúgio…

― E a mãe? - levantou-se insatisfeito com a resolução de Lucius.

― Infelizmente, Narcisa terá de permanecer na mansão ― interrompeu o diretor ao resgate. ― Tom já viu a Narcisa e sabe que esta está na mansão, pelo que levantaria suspeitas se desaparecesse do dia para a noite.

― E acaso não levanta suspeitas que eu não regresse à mansão pelo período inteiro das férias. Não estamos a falar das festividades natalícias onde podem dizer que estou no castelo. Hogwarts fecha durante o verão ― concluiu Draco nada convencido com a decisão dos adultos.

― No que lhe concerne, tu-sabes-quem acredita que estás a realizar um treino de sobrevivência nas montanhas em preparação para entrares nas suas filas ― esclareceu o patriarca.

― E quanto tempo acham que vai acreditar nessa mentira esfarrapada?

― Esperemos que o suficiente para que o novo ano comece ― respondeu Narcisa com voz calma e serena.

oOo

A porta de Grimmauld Place abriu dando passagem ao seu mais novo residente. Draco entrou e avaliou os arredores. Aquela era a casa da nobre família Black? Pareciam ruínas… as paredes estavam cobertas de mofo potencialmente daninho para a saúde de qualquer ser vivo. O teto não estava muito melhor. Os móveis estavam cobertos de pó e a iluminação era tudo menos decente. Acaso aquelas pessoas não sabiam quão importante era uma boa iluminação para os olhos e uma boa visão?

Dumbledore avançou pelo corredor, guiando o menor até à cozinha. Ao avaliar as condições, Draco pôde constatar que ao menos essa parte da casa era habitável e sem riscos para a saúde. Ponto positivo, pois estava faminto e mal podia esperar pela hora de jantar.

Conforme a hora se aproximava e o odor da deliciosa refeição que Molly preparava se ia espalhando, os residentes foram descendo dos seus quartos e reunindo-se na cozinha.

― Mas que merda faz o furão aqui? ― Ron apontou para Draco ao mesmo tempo que gritava desconcertado.

― Eu também tenho muito gosto em ver-te, amor! ― respondeu com ironia.

― Fred, vem conhecer o nosso cunhado ― disse George aos saltinhos pela falsa emoção.

― Para quando é o casório, Ron? ― Fred deu uma cotovelada amistosa ao irmão mais novo.

― No dia de São Nunca à Tarde ― respondeu chateado.

― Oh! Porquê de manhã estás muito ocupado, docinho? ― perguntou Draco fazendo beicinho e esperando um beijinho.

Os gémeos fizeram aparecer um calendário adulterado por eles mesmos e começaram a analisar as datas.

― Ora… isso seria… aqui ― exclamaram em uníssono apontando para uma data. ― Daqui a três dias exatos. Ronny, querido devias ter-nos avisado. Tanta coisa para preparar…

― … o buffet, as flores…

― … o vestido de noiva – disse Draco com gozo ― que número vestes, doninha? É muito em cima da hora e ainda me deves um pedido de casamento adequado, mas alguma coisa se há-de arranjar ― concluiu sem se aperceber do olhar extasiado dos gémeos Weasley.

― Fred / George, é perfeito ― exclamaram em uníssono uma vez mais.

― O irmão que sempre quisemos…

― … que nos irá apoiar nas nossas travessuras…

― … finalmente está aqui – concluiu George.

― Onde é que escondeste essa personalidade fantástica todo este tempo? Aprovado! ― exclamaram com o dedo grande apontar para cima ― Temos de começar os preparativos para o casamento…

― Mas de que merda estão a falar? Ninguém se vai casar.

― Acaso já não me amas, Ronny? ― Draco abraçou-se ao ruivo e fez olhinhos ― Acaso… acaso vais abandonar-nos!? ― Os gémeos ao perceberem a ideia, fizeram cara de completa deceção ao mesmo tempo que o loiro colocava a mão sobre o ventre de forma aparentemente protetora.

Nesse momento haviam entrado os restantes membros do Trio de Ouro, que apresentavam reações completamente distintas. Harry estava de boca aberta e olhos esbugalhados e por mais que tentava falar a boca movia-se mas nenhum som era emitido. Hermione denotava a sua expressão de sabe-tudo.

― Já sabia eu que tanto ódio desmedido tinha de ter alguma razão. Que bem escondido o tinhas, Ron. ― O ruivo jogou Draco para longe que foi rapidamente "consolado" pelos gémeos e palavras como cruel e despiedado eram escutadas dos seus lábios.

Sem poder conter mais, o loiro escangalhou a rir-se sendo acompanhado pelos gémeos.

oOo

Poucos dias depois, os gémeos saíram de Grimmauld Place para retomar as suas obrigações nos seus negócios e só e abandonado, Draco foi tomado pelo aborrecimento, pois havia perdido os seus comparsas.

Mais tarde, nessa mesma noite, Draco encontrava-se sentado na sua cama com um caderno sobre os joelhos e rabiscava algo ao mesmo tempo que se ria para si mesmo.

Aqueles que passavam em frente da porta do seu quarto corriam cada vez que ouviam a sua risada, não demorou muito para que passassem a evitar aquele local em particular.

Draco olhou para lista e sorriu. Havia sido inicialmente meramente hipotética, mas com tamanho aborrecimento que o acometia, o loiro decidiu colocar em prática os métodos que havia reunido no seu pequeno caderno, de como tirar a ordem do sério.