Nome do autor: Fla Cane
Título: Amar
Sinopse: Clow deveria ter me preparado para isso.
Ship: Yue/Sakura
Gênero: Romance/Friendship
Classificação: T (por segurança)
N.A.: Apenas algo que decidi escrever após assistir novamente a série toda. Yue consegue – e sempre vai conseguir – que eu o ame cada vez mais.
Bom, se gosta, aproveite.
Se não gosta, boa sorte e clique em Voltar ou X.
Se vai se arriscar, valeu!
Não ganho nada com essa fanfic e por escrever com esses personagens. Nenhum deles me pertence, pois se me pertencessem tudo seria muito diferente.
Boa Leitura.
Amar
por Fla Cane
Para Just, dividimos o amor de Yue.
Ela não deveria ser forte, ou poderosa, ou minha Mestra. Na verdade, eu deveria ter mostrado a ela que tudo aquilo que ela me disse sobre amar, era uma grande mentira. Sempre, sempre perdemos quem mais amamos. Ela fica a me olhar quando estou na forma do humano. Ela é apaixonada por ele, mesmo que saiba que estou a ver, ouvir e sentir tudo que ele sente. Semanas atrás quando ele foi ao encontro dela, ela sorria debilmente.
Não posso negar que ele sente algo por ela, mas isso também acabará em nada, por que esse amor também é impossível. Como ela acha que pode ficar com ele algum dia? Quando Kerberus me chamou aquele dia por que precisava falar comigo sobre algo que estava acontecendo com a Mestra, achei que seria algo de interessante. Mas ele veio a falar que sabia que ela gostava do disfarce Yukito, que nos considerava duas pessoas distintas.
Não me choquei com isso, sabia bem. Apesar de ainda achar criancice, fiquei a observar atentamente como ela se portava perto de mim, sem o disfarce. Suas atitudes mudavam, mas por vezes, ela não se continha e me fitava, assim como fitava o grande amor dela. Minha ira foi maior do que minha razão, e mesmo que ela seja minha Mestra, não consegui não expressar exatamente o que pensava.
Lágrimas verteram de seus olhos e Kerberus quis me matar. Por um momento temi ter feito um estrago, mas ela apenas chorava, não respondia a meus desafios e desabafos. Ela era ainda mais humana e fraca do que pensei. Passei dias sem estar perto, preso dentro do disfarce, vendo-a pouco olhar dentro dos olhos dele.
Touya percebeu a mudança e a tristeza nos olhos da irmã, eu apenas continue preso dentro do disfarce como um observador de fora. Não queria ser visto, a menos que fosse necessário. Olhei-a por vários dias, até que Kerberus me chamou outra vez, dessa vez para me dizer que ela já não era mais a mesma. Chorava, pouco falava e agora pouco estava comendo.
-Arrume isso.
Kerberus consegue ser um insuportável quando quer algo. Eu não deveria de jeito algum ter dado poderes a essa pequena garota, ela não entende o que é preciso, a força para não se deixar abater. Mas ela me venceu, e aquela história de amor ela levou a sério demais. Ela nunca poderia ficar com Yukito. Ela deveria saber disso. Me transformei, assumindo minha forma de verdade e andei até seu quarto, abrindo a porta e sabendo que ela estaria na cama a chorar. Dias e dias de choro por que lhe disse a verdade.
-Yue-san... aconteceu algo? – perguntou limpando as lágrimas e consegui sentir sua tristeza. Ela era a Mestra das Cartas Clow, não deveria ser fraca.
-Você ainda chora pelo que disse? – ela não respondeu, apenas ficou me olhando, mais lágrimas descendo de seu rosto. Uma bela resposta pelo que vi. – Não pode amá-lo, por que não ama o garoto... Li?
Ela chorou mais, encolhendo-se e eu não quis mais escutar aquele choro, era angustiante ter que ficar a escutar aquilo. Me aproximei de sua cama, fitando-a, enquanto tentava não deixar meu sentimento de dor por ter perdido quem eu amava interferir. Minha mão tocou uma mecha de seus cabelos e os olhos vermelhos dela me fitaram. Grandes, verdes e molhados. Ela era apenas uma garota que não poderia de amar quem queria.
-Escolha um outro amor.
-Por que não... o Yukito? – seus soluços me deixavam nervoso. Era quase como estar a me ferir pessoalmente.
-Por que ele, sou eu. – meu disfarce estava a me deixar sentir, ouvir e ver tudo que ele veia, não que tivesse escolha de não deixar. E se ela seguisse em frente de querer amá-lo e realmente levar esse amor a diante, estaria amando a mim, estaria tocando a mim. Isso simplesmente não era concebível.
Sakura se sentou na cama, me olhando, as lágrimas já não caiam e seu rosto estava sério. Eu temi que ela começasse a usar seus poderes sobre mim. Não que eu fosse fazer algo de bom grado, apenas achava que ela poderia começar a usar certos privilégios e fazer com que eu controlasse o disfarce para seu amor acontecer. Ainda sim, ela deveria saber que era eu. Não havia escapatória disso. Não com ele.
-Não controlo isso. – ela quase sussurrou. Essa parte eu já sabia. – Mas você pode aprender...
-Não seria certo usar meu disfarce para isso. – ela não estava falando sério. Mas se estivesse queria entender sua lógica. Aquilo seria amor? Ela iria considerar aquilo amor? Um controle sobre alguém poderia ser considerado amor?
-O quê? Ohhh, não... – as mãos dela foram até o queixo, atitude que tomava quando estava envergonhada. – Não isso... Você poderia aprender sobre amor...
O rosto dela estava queimando de vermelho ao dizer isso. Eu a via como uma garotinha fraca e sem possibilidade alguma de ter o cargo que tinha. Mas ela estava se mostrando forte ou talvez eu estivesse me tornando um fraco. Esperei pacientemente, fitando-a enquanto ela ficava esperando por uma palavra minha.
-Assim como amou seu Mestre... poderia aprender...
-Amor se sente. – ela queria que eu amasse? Era realmente isso?
-Claro... – ela riu envergonhada, levantando-se da cama e indo de costas para a porta. Seus olhos verdes, ainda avermelhados pelo choro recente, estavam fitando meus pés e não meu rosto. Ela realmente dissera que queria que eu a amasse. – É só... eu...
Kerberus empurrou a porta, a abrindo, olhando Sakura sorrindo e para mim, e de volta pra ela. Não perguntei nada, não esperei mais nada. Kerberus poderia muito bem terminar esse problema. Sai do quarto, andando até a porta de entrada e transformando-me no disfarce do rapaz que ela alegava amar. E pensei sobre como amava meu Mestre, como amava por ele ser quem era. E entendi perfeitamente que minha nova Mestra apenas queria que eu amasse como amei Clow. Sabia bem não ser possível amá-la como o amei, mas teria alguma chance de poder amá-la de outra forma?
Yukito saiu pela porta da frente, indo para sua casa. Eu poderia amá-la, poderia ficar junto dela, fazê-la sentir bem. Mas eu me sentiria bem? Eu conseguiria demonstrar amor? Eu teria forças para segurá-la e apóia-la quando ela se perdesse nesse caminho? E principalmente, eu teria forças para perder outro amor? Independente de qual ele for? Clow deveria ter me preparado para isso.
Fim
Comente, please?
Kiss
