OS 12 CAÇADORES

OS 12 CAÇADORES

Numa colina esverdeada, as folhas das arvores balançavam coma força do vento. Os galhos se agitavam e os poucos feixes de luzes passavam por entre as copas. Um casal estava recostado numa arvore aproveitando um piquenique de verão.

-Poderíamos ficar a tarde toda aqui que não me importaria - disse Anissina

A jovem de olhos azuis e cabelos longos vermelhos como fogo, caiam até as costas, tinha os lábios bem desenhados, cheios e avermelhados. Estava deitada sobre o ombro de um rapaz que mantinha a mão atrás da cabeça e fitava o céu.

-Você sabe que podemos ficar, você não precisa mais trabalhar Ani - ele a fitava de modo carinhoso, enquanto alisava seu rosto.

O rapaz também era belo, tinha as faces brancas e de traços fortes, queixo firme e olhos azuis, os cabelos eram longos e se encontravam amarrados num rabo de cavalo, exceto pela franja que lhe caia sobre os olhos.

-Drakon, não é verdade - A garota se levanta e sua voz soava pesarosa, encarava o céu com certa tristeza - Tenho que cuidar da loja que herdei de meu pai e gosto de tecer, não posso largar tudo isso.

Drakon se senta rapidamente e a puxa pela cintura a fazendo se desequilibrar e a cair sobre si. Ele a abraça pela cintura e repousa seu rosto no ombro dela.

-Mas quando a gente se casar, você terá que deixar este lugar e ir comigo para minha terra natal.

-É claro que sim, irei com você onde estiver Drakon- o casal se olha ternamente e se beijam.

O som de esporas e arreios se aproxima, juntamente com trotes de cavalo acelerado e um jovem mensageiro surge a frente do casal.

-Meus senhores, têm um recado urgente de seu pai - diz ele ainda montado.

-Meu pai??- os instintos de Drakon ficam alerta e ele se põem de pé.

-Sim, senhor Drakon. Majestade exige a presença do senhor no palácio imediatamente.

-Meu amor, é melhor ver o que está acontecendo com seu pai, deve partir.

Anissina o olha aflita, levando a mão ao coração aflita. Drakon sai apressado em busca dos cavalos que estavam amarrados a margem do rio. Ao se aproximar novamente da garota ela a abraça e sussurra em seu ouvido.

-Eu voltarei para buscá-la, enquanto isso quero que guarde este anel com você.

Ele retira um anel de ouro, com uma bonita pedra de jade entalhada e põem a jóia no dedo da jovem, lhe deposita um ultimo beijo e sai em disparada.

Drakon ao chegar ao seu reino encontra seu pai no leito, a beira da morte.Ele se ajoelha perante a cama de seu velho pai, que tinha as faces pálidas e marcadas pelo sofrimento.

-Drakon, meu filho - disse o rei numa voz sussurrada

-Estou aqui meu pai - Drakon gentilmente pega a mão dele e põem sobre as suas.

-Quero que você me faça um ultimo pedido. Você deve se tornar um bom rei e cuidar de suas terras e proteger seu povo.

-Sim meu pai - Drakon disse com pesar.

Sua vida toda foi feita de festas e caçada, nunca havia se preocupado com suas obrigações e agora sentia o peso do abandono em seu coração.

-Você deve ser casar com a princesa do reino Ishimayama, já deixei tudo acertado com o rei antes de adoecer e ela aceitou essa união, meu filho.

Drakon o olha assustado, o último pedido de seu pai era um casamento? Como poderia se casar com alguém que não conhecia? E Anissina?? Ele a amava. Diversos pensamentos invadiram o jovem o deixando aflito.

-Quero que você seja feliz...assim como fui com sua mãe...- os olhos do velho rei foi se fechando lentamente e a respiração cada vez mais fraca.

-Sim...eu aceito meu pai.

Ao dizer essa ultima palavras seu pai faleceu. Ele abaixou lentamente a cabeça e permitiu que uma lágrima rolasse pelo seu rosto. A ultima visão que teria de seu pai foi de um leve sorriso nascer e morrer em seus lábios.

As noticias correm como o vento e logo Anissina soube que o rei havia morrido e agora Drakon que deveria governar o reino de Crimms, mas como as noticias boas veio também as ruins. Ela soube que seu amado estava prometido a outra pessoa.

O mensageiro August, era amigo de ambos e tentava todo custo o novo rei a abandonar aquela idéia. Ele e Drakon estavam em uma sala isolada do palácio. O rei estava sentado em uma poltrona de veludo e assinava alguns papeis mecanicamente.

-E Anissina como fica?? O senhor não há ama mais?? Dizia exacerbado o mensageiro.

-Você tem que entender, August. Meu pai sempre governou este reino sozinho, não podia negar seu ultimo pedido - notava-se um grande sofrimento na voz do jovem e suas palavras saiam finas como seda, quase inaudíveis- Anissina, meu amor o tem, nunca mais amarei alguém como a amei. Mas não posso permitir que ela me espere, já roubei de mais sua juventude e não trouxe proveito com nossa relação.- Drakon encara o papel com um olhar vazio, sempre que se lembrava dela era tragado para o passado e uma grande depressão.- Quero que leve um recado a ela.

Drakon escreve apressado em um pedaço de pergaminho.

" Anissina,

Deve se casar com outra pessoa e esquecer tudo que vivemos. Para mim não passará de um lindo sonho, mas não tenho mais o direto de continuar sonhando.

Com carinho

Drakon"

Assim como foi designado August levou o recado para Anissina e disse de toda a angustia que o rei estava vivendo.

-Ele até proibiu todas as mulheres de entrar no castelo, pois me disse que seu coração vive aprisionado em sombras.

Anissina ouvia cada palavra com atenção e seu coração batia descompensado dentro do peito.

-Drakon, está presos nas sombras...- Ani leva a mão onde carregava o anel dado por Drakon aos lábios.

Sorria levemente quando encara o amigo.

-August, preciso de sua ajuda, depois lhe explico tudo, mas mande este recado ao Drakon.

Escrevendo em um pedaço usado e com letras apressadas, estava ansiosa e cheia de esperança. Não iria deixá-lo sofrer mais. Entrega o pequeno papel nas mãos de August, que diziam:

"Prezado Rei,

Ficarei feliz em realizar meu casamento com outra pessoa, dias após sua partida recebi proposta de um digníssimo Lord, pois então casarei na próxima primavera e partirei para o reino de meu futuro marido.

P.s.: O anel que um dia comprovou nosso amor, está no lixo.

Anissina"

CONTINUA...