Ele Era Rei

Por Rebeca

One-shot

Ele era rei!

Com sua aparência augusta e sublime, Lucius Malfoy, arrogante e prepotente, ganhava respeito por onde passava em Hogwarts, uma vez que ninguém tinha a devida ousadia de enfrentá-lo, tamanho medo e assombro que ele causava nos demais. Achava-se superior e por isso se dava ao luxo de abusar de seu poder, humilhando aqueles por quem sentia asco, como nascidos trouxas e mestiços. Lucius sempre deixou claro sua opinião acerca disso, um preconceituoso nato que deseja a purificação da raça bruxa. E, quando um homem lhe mostrou que essa ideia era possível de ser realizada, ele se viu deslumbrado, abraçando uma causa que na realidade nunca foi dele. E com isso, sérias consequências vieram.

E ele foi destronado!

Os tempos de Hogwarts se foram, Lucius se viu obrigado a se casar com Narcissa, mesmo que não almejasse. A menina Black era muito metida, parecia uma boneca de porcelana extremamente frágil e usava um perfume tão doce que o fazia espirrar. Contudo, por mais que negasse para si próprio, bem lá no fundo, mal sabia Lucius que a amava e faria tudo por ela. Depois do casório, Malfoy já não era mais rei, transmutou-se apenas em um mero servo necessário para o Lord das Trevas. O que ele queria, Lucius fazia sem reclamar, pois tinha medo da morte. Era a única coisa que o apavorava e o Lord sabia, zombando-o por causa de seu temor que dizia ser infantil. Malfoy era rei, mas depois que se juntou às trevas, ganhando uma marca em seu braço que para sempre o atormentaria, foi destronado, tornando-se um ninguém.

Mas seu nome ainda reverberava!

Seu filho nasceu para dar sequência ao nome Malfoy. Um menino para lhe dar orgulho e para brilhar como o pai. Um garoto que se tornaria rei, assim como ele foi. Contudo, seus planos não deram certos e ele viu seus sonhos se desmoronarem. Seu filho herdou o mesmo medo que ele, tornando-se um covarde como tal. Viu a sua imagem sendo projetada naquele que gerou. Mas ainda assim, apesar de todos os seus fracassos, Malfoy era um sobrenome que causava medo em algumas pessoas e era por isso que Lucius estava no topo da cadeia. Ademais, a marca negra que ele carregava consigo também era um motivo para amedrontar os fracos e oprimidos. Ele realmente era um covarde! Um covarde escondido atrás de um nome que já resplandeceu em seu momento de glória, mas que agora não se passava de apenas cinzas. E mesmo com a queda do Lord das Trevas – morto por um sentimento estúpido e um bebê idiota – Lucius conseguia ser importante, ele era alguém que bruxos do ministério – antigos colegas de Hogwarts – temiam. E um brilho de altivez permaneceu no seu olhar. Porque uma vez rei, para sempre rei.

Até que um dia, o brilho se apagou!

E então seus dias de brio acabaram e tudo se tornou sombra, porque o verdadeiro herdeiro do trono retornou e com a ajuda de Lucius e sua família, o Lord colocou comensais dentro do castelo, trouxe aliados para seu lado, se apossou do reino que era seu e não do Malfoy. O pobre mortal voltou a ser um simplório peão de xadrez bruxo, pronto para ser colocado na linha de frente de batalha para ser sacrificado em vão, morto por uma causa ridícula e que jamais deveria ter concordado em participar. E a guerra se procedeu, até que o Lord novamente caiu, sendo destronado por um garoto de apenas 17 anos que nada sabia sobre a vida. E por causa disso, Lucius foi preso como um rato, engaiolado como um bicho perigoso. E seu nome jamais causou medo em alguém, porque agora não passava de um singelo sobrenome, um comum como os demais, apenas um nome. E aquele que se achava rei, não passava de um mero camponês, um ninguém.