Leah pov

When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse

Eu não estou tentando arruinar a vida de ninguém só porque não posso ter o que eu quero. Não sou tão mimada assim e no fim das contas ninguém teve culpa do que aconteceu. Emily e Sam estavam casados agora e eu estava sentada na areia com meu vestido de madrinha, vendo o por do sol e arruinando o lenço que Jacob havia me emprestado depois do casamento. Não era culpa de ninguém, mas isso não significa que eu estava bem com isso.

Sorte minha First Beach estar vazia já que todos estavam se divertindo na festa de casamento na reserva. Jake não iria atrás de mim dessa vez, nem Seth. Tinha suas vantagens estar na matilha Black, Jake não ficava tentando me ajudar ou dizendo que tudo ia ficar bem, então ele simplesmente me dava espaço e isso era algo que eu precisava no momento.

O fato da minha prima e melhor amiga estar casada com o cara que eu ainda amava colocava minha vida em perspectiva. Jacob não fez qualquer movimento no sentido de me convencer a ficar em La Push. Eu ia pra longe, bem longe, pra qualquer lugar onde não existisse o sobrenome Uley, ou coisas como imprinting para arruinarem os meus sentimentos. Era o fim da linha para Leah Clearwater e eu não estava disposta a cavar o poço onde eu estava ainda mais. Eu precisava de uma escada, uma corda de salvação, eu precisava ser resgatada.

Minha mãe ficou mal quando eu disse o que pretendia fazer. Eu queria me mudar, quem sabe fazer faculdade. Edward pegou algo a respeito na minha cabeça nos últimos dias e ele e Bella me ofereceram um incentivo financeiro para concluir meus estudos em Dartmouth. Não me perguntem como, mas meu histórico escolar, junto com o restante da documentação foi mandado pra faculdade e semanas depois eu recebi a carta de admissão e o apoio do programa de incentivo a educação dos Nativos Americanos.

Eu obviamente fiquei chocada com isso, minha mãe mal conseguiu processar a idéia e quando eu fui questionar os Cullen a respeito o que eu ganhei foi a gratidão deles. Bella havia insistido em me ajudar a começar de novo e já que nem ela, nem Edward iriam para Dartmouth como era esperado, então era melhor que a vaga fosse ocupada por alguém que faria bom proveito. Tudo porque eu fiquei ao lado deles quando aquele bando de italianos decidiu atacá-los.

Uma garota de La Push na Ivy Leage era um acontecimento e tanto. Eu estava matriculada e faria o curso de graduação em Literatura Inglesa, numa universidade renomada e cara em New Hampshire. Não havia mar por lá, eu não corria o risco de me afogar em água salgada e tristeza. Eu ia recomeçar do zero, sem Sam, sem matilha, sem nada que me dissesse o que eu era, ou para onde eu ia. Aquilo era um motivo para ficar feliz, não era? Então por que eu ainda me sentia tão miserável e se possível ainda mais solitária do que antes?

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
could it be worse?

Eu estava naquela praia pra me despedir daquela vida, para enterrar a velha Leah naquela areia e tentar dar um novo passo. O som da água batendo nos rochedos sempre estaria nos meus ouvidos, me lembrando de casa, o murmúrio do vento entre os pinheiros era uma espécie de guia, como se meus ancestrais falassem comigo, o céu cinzento era melancólico e reconfortante. Por mais que eu me sentisse péssima naquele lugar, algo ainda me prendia ali e me dizia que eu sempre seria bem vinda, que não importa como isso iria acontecer eu ficaria bem no final. Talvez isso fosse verdade, ou talvez esse fosse meu maior desejo.

Ouvi passos na areia e vi dois pés pararem ao meu lado. O cheiro era distinto e familiar. Por mais que Jacob me desse privacidade eu não poderia esperar o mesmo de Sam, mas ao menos ele não decidiu comparecer pessoalmente. Eu não encarei meu acompanhante, eu não disse uma única palavra, eu apenas continuei encarando o horizonte sem grandes expectativas.

- Vai estragar seu vestido se continuar sentada ai. – a voz era grave, mas não como a de Sam. Tinha um tom mais jovial e levemente despreocupado. Eu não olhei pra Embry, nem me dei ao trabalho de responder ao comentário. – Eu soube que você está indo pra Dartmouth amanhã. Grande passo.

- É o que dizem. – dei de ombros.

- Está ansiosa? – ele perguntou num esforço evidente de manter uma conversa civilizada.

- Acho que sim. Não parei pra pensar a respeito ainda. – respondi sem o menor entusiasmo. – Por que você está aqui, Embry? – ele fez silêncio por um longo minuto enquanto se sentava ao meu lado na areia, arruinando seu terno preto.

- Sei lá. Só estava querendo pensar um pouco. Vi você aqui e reparei que esta é provavelmente a minha única chance de me despedir de você. – ele falou sem o menor tom de preocupação na voz e aquilo me soou extremamente sincero. Nós nunca fomos amigos, nem quando estávamos no bando de Sam. Não era por falta de tentativa da parte dele, Embry sempre foi um garoto legal e atencioso, era porque eu insistia em ser uma vaca odiosa o tempo todo.

- Depois do inferno que eu fiz você passar na matilha achei que você seria o primeiro a comemorar minha partida. – eu comentei sarcástica.

- Não nego que você fez da minha vida um inferno neste ultimo ano, mas eu não estou vibrando com a sua partida. – ele falou com a voz convicta e sincera. Mais uma vez eu não consegui duvidar do que ele dizia.

- E então...Quais sãos seus planos agora que a luta acabou e que seus amigos estão sofrendo de demência pós imprinting? – eu perguntei sem fazer grande questão de saber a resposta.

- Bem, eu estou tirando uma licença da matilha. – ele falou com um tom discreto de entusiasmo – Sabe como é, fazer faculdade, viver feito gente normal, essas coisas.

- Já recebeu alguma admissão? Eu nem sabia que você tinha terminado a escola. – eu dei seqüencia a conversa.

- É eu terminei esse ano, a formatura é no fim de semana agora. O baile é no sábado. – ele falou num tom constrangido, por algum motivo eu achei aquilo adorável.

- Meus parabéns. Já convidou alguém pro baile? – eu então o olhei pela primeira vez dês de sua chegada. O cabelo já não estava tão curto quanto no início do ano, caia meio desalinhado sobre os olhos dele e ele tinha um sorriso meio despreocupado no rosto. Seus olhos pareciam mais serenos do que os olhos de qualquer um na reserva. Não havia magoa, não havia melancolia, nem excitação desmedida, havia apenas um contentamento genuíno de alguém que aceita seu destino e vive com ele da melhor maneira possível. A pesar dele ser mais novo do que eu, Embry fez com que eu me sentisse uma menina perto dele.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

- Não, ainda não convidei ninguém. – ele disse naquele tom de voz sereno.

- E por que não? – eu perguntei sem dar importância – Está perdendo tempo.

- Não tem ninguém que eu queira convidar. – ele desviou os olhos e ficou encarando o horizonte – Com quem você foi no seu baile? – ele perguntou sem graça e sem querer tocou em uma das minhas feridas.

- Eu não fui no baile. Sam terminou comigo alguns dias antes. Eu cheguei a comprar um vestido, mas não tive oportunidade de usá-lo. – sem querer um sorriso melancólico escapou dos meus lábios – Eu devia ter vendido aquilo.

- Ainda faltam alguns meses pras aulas começarem, por que está indo amanhã? – ele mudou de assunto.

- Me instalar em Hanover, arranjar um emprego perto do campus, qualquer coisa assim. – dei de ombros.

- Nada muito urgente. – ele concluiu – Então eu tenho uma proposta pra te fazer.

- Diga lá. – eu o olhei desconfiada. Embry abriu um sorriso largo e confiante.

- Estou te dando uma oportunidade pra usar o vestido. – ele disse confiante – Me acompanha no baile? – em outra situação, com outra pessoa no lugar dele, eu teria rido. Teria debochado sem a menor piedade, mas por algum motivo eu não consegui fazer isso, não quando Embry me encarava com tanta certeza.

- Eu estou indo embora amanhã. – eu respondi com a voz tremula.

- Você pode adiar isso por uma semana, aposto que Sue vai adorar a idéia. – ele retrucou – Além do mais, também estou te dando à oportunidade de me compensar por ter feito da minha vida um inferno enquanto estávamos na mesma matilha.

- Isso é golpe baixo. – eu torci o nariz e ele riu sonoramente.

- Me chamar de bastardo também era, estou só te dando o troco por tudo. – senti meu rosto queimar diante do comentário. Ele nunca tinha falado tão abertamente a respeito. – Supondo que Levi Uley seja meu pai, você só vai estar trocando o irmão mais velho pelo mais novo. Continua tudo em família.

- Esse foi um péssimo comentário. – eu disse mal humorada.

- Um péssimo comentário para alguém que foi péssima comigo. – ele disse num tom divertido, quase sádico. – Só uma semana, isso não vai te matar.

- Por que está me convidando se você mesmo admite que eu fui péssima pra você? – ele alargou ainda mais o sorriso.

- Você é a ex do meu alfa, isso tem lá seu status. – eu gargalhei diante daquele comentário, algo que eu julgava impossível. – Você é mais velha do que eu, definitivamente sexy e a única loba da história. Você é a ultima Coca Cola do deserto e levar você no baile seria fechar meu ensino médio com chave de ouro.

- Você é um pequeno cafageste! Como não vi isso antes?! – eu disse enquanto tentava conter o risco.

- Leah, eu tenho mais de um e noventa de altura. Posso ser um cafageste, mas definitivamente não um pequeno. – eu ri ainda mais e ele me acompanhou desta vez – Falando sério, eu não tenho nenhum rancor por tudo o que você disse. Eu nem mesmo ligo pra essa história a respeito do meu pai. Seja lá quem for, por culpa dele eu tenho um dom e um bando de irmãos intrometidos que eu amo. Além do mais, eu entendo os seus motivos e acho que faria o mesmo no seu lugar. Eu sei que você se sente sozinha maior parte do tempo e há uma boa chance disso piorar quando você estiver fora. – eu estremeci diante da sinceridade dele. Eu jamais esperei ouvir palavras de apoio de alguém do bando, muito menos de Embry Call. – Eu só quero que você saiba que você não está sozinha.

- Embry Call, quando foi que você se tornou um cara tão legal? – eu perguntei rindo, ainda meio incrédula diante do apoio dele. Embry me lançou um meio sorriso.

- Eu sempre fui um cara legal. Sam é o durão, Paul é o pavio curto, Quill é a babá número um, Jake é a babá número dois e eu sou o cara legal. Simples assim. – ele riu e eu ri junto. Realmente, ele era o cara legal da reserva. – E então. Você me daria à honra de sua companhia no baile, senhorita Clearwater? – ele fez uma leve reverencia e me estendeu a mão.

- Diante de um pedido tão eloqüente eu não tenho como recusar, tenho? – sorri pra ele. Embry gargalhou.

- Não, eu acho que não tem.

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
Just what you're worth

Embry pov

É, eu voltei pra casa com um sorriso meio lerdo na cara e eu não estava ligando. Troquei de roupa e vi o estrago que tinha feito no meu terno. Se eu quisesse usá-lo de novo em uma semana então teria que mandar pra lavanderia logo pela manhã. Botei um par de shorts e fui pra floresta assoviando qualquer coisa que me viesse à cabeça.

Por causa do casamento o bando de Jake iria patrulhar aquela noite e eu me ofereci pra acompanhá-los, já que Sam estava dando folga pra nossa matilha por uma semana enquanto estava em lua de mel com Emily. Era melhor assim, ninguém pra ler o que estava se passando na minha cabeça agora, já seria desagradável o bastante patrulhar com Seth, pior seria se ele soubesse que a irmã dele ia ser minha acompanhante.

Falando em Leah Clearwater, acho que devo a vocês uma explicação para cena desta tarde.

Tudo começou quando eu descobri que Leah tinha seios e isso foi no início da minha adolescência. Sabe como é, hormônios, descobertas, mulheres e algumas horas no banheiro pensando nela. Não pense em mim como um tarado qualquer, eu tenho um grande respeito por ela, mas qualquer garoto com a minha idade na época teria feito a mesma coisa. No começo era por que Leah era uma garota, mas depois era porque ele era ela.

Passada a fase ingrata da puberdade eu consegui adquirir algum controle. Os Clearwater sempre foram muito presentes na minha vida, assim como a família de Quill e de Jake, então seria no mínimo constrangedor demonstrar em público o quão interessado eu estava em Leah. Foi mais ou menos nessa época que eu comecei a reparar que ela tinha um sorriso bonito, e que os traços do rosto eram delicados e o jeito que ela andava era gracioso.

A forma como ela ria, o timbre da voz e a cor escura dos olhos dela eram coisas que eu conseguia reconhecer a distância, mas ela era a garota bonita da reserva e era um ano mais velha do que eu, por tanto era qualquer tentativa de aproximação estava fadada ao fracasso. Eu entrei no ensino médio e Leah já estava no segundo ano, foi quando ela conheceu Sam e eles começaram a namorar. Por algum motivo aquilo me deixava irritado.

Então eu desenvolvi uma aversão à Leah, principalmente quando ela estava beijando Sam pelos corredores. Eu sempre desviava meu caminho para não ter que encarar aquela cena e depois de um tempo eu já não pensava em Leah como a garota mais linda do mundo, ela era apenas mais uma garota e eu estava mais interessado nas que se interessavam por mim.

Eu tive meus romances de ensino médio durante meu primeiro e parte do meu segundo ano. Coisas sem conseqüência, eu estava procurando garotas, não compromisso. Foi nessa época também que eu tive minha primeira namorada firme, foram seis meses, durante os quais eu descobri sexo e que não nasci pra ficar preso. Minha namorada era muito ciumenta e eu não era nem um pouco. Posso dizer que o timeing foi perfeito, uma semana depois de terminarmos eu me transformei pela primeira vez e descobri toda sujeira por trás da minha existência.

Pra começar descobri que não era filho de quem eu pensava que era. Minha mãe era da aldeia Makah e supostamente meu pai também era, mas eu não teria me transformado se esse fosse o caso. O sangue de um dos três últimos lobos corria nas minhas veias e isso me levava a três possíveis pais: Billy Black, Quill Ateara pai, ou Levi Uley. Esse era o tipo de pensamento que eu tentava afastar da minha mente toda vez que estava transformado, eu não queria tornar aquilo mais desconfortável para os outros, em especial para o meu alfa.

Eu tinha meus preconceitos contra Sam antes de descobrir o que ele era e não era só porque o cara era gigantesco e parecia estar sempre de olho em todo mundo da reserva, ou como Jake dizia "ter virado o monitor de escola que ficou mal". Eu tinha sim um ressentimento por ele ter namorado Leah, mais do que isso eu agora tinha acesso a tudo o que eles viveram juntos e que eu poderia ter vivido muito bem sem saber. Todas as vezes que eles fizeram sexo, como fizeram, quando fizeram e como se isso não bastasse eu era obrigado a assistir o drama de Leah de camarote.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

O dia que Sam teve o imprinting com Emily e o termino com Leah eram coisas que passavam constantemente pela cabeça dele e o rosto desolado de Leah quando ouviu que estava tudo acabado e que não era culpa dela me cortava o coração e me fazia perder o sono durante a noite. Eu sabia que Sam não tinha culpa por aquilo, eu sentia o quão forte era o laço do imprinting, mas eu não conseguia evitar minha indignação. É claro que eu evitava esse tipo de pensamento e isso era o que mantinha a convivência com Sam razoável.

Diante da possibilidade de ser meu irmão mais velho, Sam me tratava bem, sem favorecimentos, ou distinção em relação aos outros caras do bando, mas ele se mostrava disposto a não ignorar aquela fatalidade e até se mostrava protetor comigo quando eu tinha que sair de casa as escondidas para patrulhar. Se não fosse por ele a minha mãe já teria arrancado meu couro fora e lobo pelado é uma coisa que ninguém quer ver.

As coisas estavam toleráveis no bando, mesmo com os ataques da vampira ruiva e do companheiro dela. Jacob havia se juntado a nós, o que fazia com que eu me sentisse menos culpado por ter abandonado ele e Quill nos primeiros meses da mudança. Evidentemente que Jake também era um possível candidato a irmão, mas eu sempre o considerei como um, então não era um drama tão grande pra mim, mas sem dúvida era para ele. Quill se juntou a nós pouco tempo depois e foi mais ou menos por ai que a coisa toda saiu do controle.

Tears stream down on your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down on your face
And I

Leah era uma de nós e tirando a parte que ela ficava sem roupa isso era algo bem próximo do inferno. Eu sabia o quão arrasada ela tinha ficado com o termino do namoro com Sam, mas eu não fazia idéia da dimensão do estrado. Primeiro a tristeza por perder quem amava, depois a revolta por ter sido "trocada" pela prima e por ultimo o ódio por ser obrigada a conviver com ambos, respeitando e aceitando aquele destino irônico por que ela simplesmente não tinha escolha.

Mas Leah se recusava a sofrer sozinha e então todos se tornaram alvos potenciais para satisfazer ao desejo de vingança dela. Ela era um fantasma arrastado correntes em nossas cabeças, revirando nossos segredos escusos e nosso passado. Todos a odiavam e por mais que eu fosse um de seus alvos favoritos não conseguia deixar de sentir pena dela.

Pena não era bem a palavra e ela me mataria se me ouvisse falando isso. Eu entendia o que ela estava passando, entendia o quão difícil era ter que olhar para Sam, Emily, as cicatrizes e tudo mais tendo uma sensação de impotência e frustração, ainda mais quando ainda pairava sobre ela a suspeita de infertilidade. Aquela vida, aqueles malditos genes de lobo, havia roubado tudo dela. Seu amor, sua melhor amiga, seu presente e sua possibilidade de um futuro.

Foi ai que eu reparei que apesar de tudo ela continuava sendo Leah, a garota mais linda da reserva, a garota mais arruinada de todas. Ela era uma boneca que se estilhaçou e absolutamente ninguém tentou colar os cacos, ninguém tentou concertar aquela boneca perfeita. Ela continuava sendo a garota dos meus sonhos indiscretos, ela continuava sendo a mais linda e popular da escola enquanto eu era apenas um novato inconveniente, mas agora ela estava arruinada a ponto de não lembrar da própria beleza, eu não tinha certeza de quem eu era, foi quando eu pensei que talvez esse par meio gasto, meio avariado, pudesse fazer algum sentido.

Ela foi pro bando de Jake, eu continuei com Sam, meus pensamentos agora eram mais livres a respeito dela, mas mesmo assim eu preferia guardá-los só pra mim. Sam às vezes me flagrava pensando nela e eu não sabia dizer se ele queria me incentivar a conquistá-la, ou se ele queria me afastar dela tanto quanto possível. Nem eu nem ele lidamos bem com a ausência de Leah no bando, mas meus pensamentos a respeito dela eram tão sedentos que meu alfa mandou Quill no meu lugar para tentar convencê-la a voltar. Foi uma das poucas vezes que eu discuti com meu alfa, mas eu não o deixei, mesmo que a idéia fosse tentadora.

Foi um ano louco e nesse meio tempo teve de tudo. Vampiros recém nascidos, o casamento de Edward e Bella, a rebelião de Jacob, o nascimento de Nessie, o ataque dos italianos, o casamento de Sam e Emily, a ausência de Leah.

Quando eu soube que ela estava querendo deixar a reserva eu entrei em pânico. Sem mais nem menos eu surtei. Leah estava indo para New Hampshire, para Dartmouth com o apoio dos Cullen. Não bastava ela sair da matilha, não bastava ela evitar todos nós e passar mais tem em Port Angeles do que em casa, agora ela iria deixar tudo pra trás, tudo e todos, incluindo a mim. Veio então uma necessidade incontrolável de impedi-la de fugir, de concertá-la e trazê-la de volta pra casa.

Tears stream down on your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down on your face
And I

No casamento de Sam ela estava lá, no altar na posição de madrinha, usando um vestido azul marinho que ficava simplesmente lindo nela. Ela não chorou, nem eu esperava que fizesse isso. Leah sempre foi durona, pelo menos em público. Ela resistiu bravamente, mas eu via nos olhos dela o tanto que aquilo estava lhe custando. Talvez mais um pedaço de sua sanidade danificada.

Eu fui atrás dela no momento que notei que ela havia desaparecido. Foi um impulso meio louco, meio inexplicável que me levou até First Beach onde ela estava sentada na areia, com os olhos inchados de tanto chorar, olhando para o por do sol.

Pois é. Sabe aquele impulso incontrolável de fazer uma coisa idiota só porque você está perto da garota dos seus sonhos? Foi justamente ele que me fez convidar Leah pra me acompanhar ao baile e para meu total espanto e choque, ela aceitou!

Naquela noite eu patrulhei junto com Seth e Jake todo território. Tentei a todo custo evitar ficar próximo de Seth, mesmo que ele não pudesse ler meus pensamentos. Foi jogo rápido, voltamos pra casa ao nascer do sol.

Eu fui pro meu quarto já exausto, mas extremamente feliz com a minha inesperada chance com Leah. Eu sentia que agora não era só uma fantasia minhas, existia uma possibilidade, ainda que mínima. Eu tirei a roupa e tomei um gole da água que estava no copo em cima da mesinha de cabeceira ao lado de uma carta aberta. Se havia alguma dúvida, eu considerava aquele papel mais do que um bom presságio.

"Caro Sr. Embry Call,

Temos o prazer de informar que o senhor foi admitido na Faculdade de Ciências Humanas de Dartmouth [...]"

Eu passei anos sonhando acordado e adormecido com Leah Clearwater. Agora eu estava disposto a transformar esse sonho em ao menos uma chance muito bem aproveitada.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Nota da Autora: Eu sei, eu sei que tem muita fic pra terminar, mas eu não me controlei. Eu descobri Embry Call, eu descobri a infinidade de possibilidades para ele e eu definitivamente desenvolvi uma simpatia pela Leah. Eu espero que gostem, eu espero que comentem eu espero que se apaixonem por eles tanto quanto eu. Música do capítulo é Fix You do Coldplay.

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Bjux

Bee